sábado, 3 de novembro de 2012

Indústria bélica terá que ir à luta (fim)

19/10/2012
A capacitação operacional das Forças Armadas, dentro do Plano de Articulação e Equipamento da Defesa (Paed - Plan Coordination and Defence Equipment, em inglês), passa a ser o desafio para a indústria nacional de defesa, com ênfase para monitoramento e controle, mobilidade e presença das tropas. “Não basta chegar (ao local para impor defesa). Têm que chegar em condições de atuar: com poder (de combate)”, assinala o chefe do Departamento de Produto de Defesa (Deprod) do Ministério da Defesa, general de divisão Aderico Mattioli.

Deixar de importar
Dentro da ótica da substituição das importações de itens de elevado conceito estratégico, o general Mattioli lembrou que defesa apresenta alto valor agregado e, por isso, “nós precisamos, no mínimo, deixar de importá-los”. E nesse bloco de maiores exportadores estão ao redor de 90 países. Mas observa que a Embraer, apesar da competência reconhecida, tem no item defesa no máximo 20% da sua carteira.

Fusões
Na ligação com advertência, de que as Forças Armadas não adotarão, em solo nacional, protecionismo para empresas brasileiras, o general Mattioli diz que “é difícil comparar a base de defesa do Brasil com o mundo. A tendência na Europa é a de que as empresas (grandes fornecedores de equipamentos) se juntem”.

Na Europa
O general citou como exemplo de transformação que as fusões poderão provocar nas relações de mercado as recentes negociações entre a European Aeronautic Defence & Space Co. (EADS, controladora da Airbus, liderada pela Alemanha e França) e a BAE Systems PLC (líder em equipamentos de defesa da Grã-Bretanha. Um negócio de US$ 45 bilhões.

Nos EUA
Aquela fusão na Europa resultaria no maior grupo global em produtos de defesa. Seria concorrente frontal das norte-americanas Boeing e Lockheed Martin Corp. Mas cinco dias antes da conferência do oficial do Exército, realizada segunda-feira, na USP, as tratativas EADS-BAE foram interrompidas. Analistas atribuíram o fracasso ao fato de cada governo envolvido ter objetivos divergentes para a futura empresa.
Fonte: Nairo Alméri, coluna “Negócios S.A”, jornal Hoje em Dia, Belo Horizonte

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