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sexta-feira, 19 de junho de 2015

Dilma fez pior que senadores

Mandou chanceler ao Paraguai afrontar a Constituição de lá 

Enviado por Nairo Alméri  - sex, 19.06.2015 | às 19h27 - modificado às 19h41

O ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante (PT-SP), está lavando as mãos nessa operação bacamarte da ala de oposição do Senado em território bolivariano-chavista, na Venezuela. Diz, desde quinta-feira, que não passou por ele a “armação” dos governos Dilma Rousseff (PT-RS) e Nicolás Maduro, que melou o deslocamento dos parlamentares em solo venezuelano, impedindo que chegassem aos presos políticos naquele país. Antes mesmo de a caravana decolar, em Brasília, Mercadante (que espertamente, empurra a fatura para o Itamaraty) ventilava, na véspera do episódio, que haveria ações contrárias articuladas no país vizinho e que Dilma soube previamente. A estratégia “aloprada” foi parida na mesa de Marco Aurélio Garcia (PT-SP), assessor internacional da presidência (um Ministro das Relações Exteriores do B), com parceria de Jaques Wagner (PT-BA), ministro da Defesa.

O surdina                                 
Mas, do meio para o fim, desse enredo (sem novidades – no Brasil o PT faz sempre, apoiado nos tais movimentos sociais) entrou em cena o dedo bruxo vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP). Este instruiu ao presidente do Congresso Nacional e Senado, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), dar chancela oficial à viagem dos senadores. E, assim sendo, um jato da Força Aérea Brasileira (FAB) foi requisitado para romper a linha do equador, nos deslocamentos de ida e volta com os senadores da República Federativa do Brasil. Avião militar brasileiro levando ‘inimigos’ políticos estrangeiros de Maduro entrou no espaço aéreo da Venezuela.

Objetivo secundário
Se os senadores de oposição - agora, ao Governo Maduro também - tivessem embarcado pela aviação comercial, a viagem poderia ser classificada como de turismo – turistas de oposição ao governo local! O imbróglio diplomático seria em menor escala. Mas sendo missão oficial, as presenças das milícias de Maduro e suas barricadas (transporte de um preso e obras em túnel) à saída do aeroporto de Caracas, pensadas dentro do Planalto, formaram uma aquarela melhor que a encomendada por Temer. De quebra, o Itamaraty entrou como testemunha, pois teve que deslocar o embaixador do Brasil, Ruy Pereira, até o aeroporto para recepcionar aos senadores. Mas o diplomata picou a mula!

Quem venceu?
No retângulo do imediatismo ideológico do Poder, o PT, Dilma, Marco Aurélio, Jaques Vagner e Maduro.

Quem perdeu?
Por uma análise não apressada e sem amarras, o PT, Dilma, Marco Aurélio, Jaques Vagner e Maduro.

Saia justa para PT
Imagine, amanhã, uma comitiva do PT e aliados no Senado desembarcando em Caracas. Nos passaportes, mesmos pretextos fracassada caravana PSDB-PMDB-DEM: defesa da democracia naquele país. Mas só que ao invés de provocar ira local, motivaria um ideológico carnaval bolivariano-chavista. Os elos criados por Hugo Cháves (morto e sucedido por Maduro) e Lula (antecessor de Dilma) e continuados pela dupla Maduro-Dilma tornam possíveis se pensar: em honras de Estado aos petistas, batedores das milícias de Maduro, deslocamento sem obras impeditivas no mesmo túnel fechado quinta-feira para o senador Aécio Neves e companhia. E, no retorno, petistas empunhando atestados médicos colocando todos presos políticos sob a guarda de incontestável manto humanitário. Aos olhos do mundo racional, o Governo Dilma (e, de resto, toda Nação) vira cúmplice na história do destino (sangrento ou não) daquele povo.

Culatra
Isolada no próprio partido, Dilma inaugurou o segundo mandato entregando a chaves da condução da política nacional ao triunvirato do PMDB - Temer, Renan e Eduardo Cunha (RJ), presidente da Câmara dos Deputados. Agora, por aceitar continuar refém da estupidez de Marco Aurélio, retorna, de vez, a diplomacia brasileira ao corredor das republiquetas de bananas.

Lava Jato
Não será surpresa alguma a empreiteira do tal túnel surgir relacionada nas investigações da Operação Lava Jato ou aquela obra financiada pelo BNDES!

Diplomacia aparelha
Não convence, 24 horas depois, o protesto vazio do chanceler brasileiro, Mauro Vieira, com sua colega da Venezuela, Delcy Rodríguez, com os senadores brasileiros de volta. Seria diferente enquanto estiveram confinados no aeroporto de Caracas. Convocar a embaixadora venezuelana, Maria L.U. Durant, no Itamaraty é tirar a moça do salão de beleza para nada. A diplomacia brasileira está aparelhada, desde Celso Amorim - chanceler do Governo Lula (2003-10).

Dilma fez pior!
A presidente Dilma acusa os senadores de terem se intrometido em política de outro país ao viajarem para Venezuela para exigir democracia. Ela se faz de esquecida de qual foi a sua atitude e da colega da Argentina, Cristina Kirchner, quando o Senado do Paraguai destituiu (39 votos favor, 4 contra), em 22/06/2012, com base na Constituição, o presidente da República, Fernando Lugo. Dilma simplesmente desembarcou chanceler, Antônio Patriota, em Assunção, exigindo que Lugo fosse reempossado. Como fracassaram, as duas presidentes suspenderam o Paraguai do Mercosul, às vésperas da eleição do ingresso da Venezuela. O Congresso do Paraguai era contrário ao ingresso do país de Chávez (morto em março de 2013), por considerar falta de democracia na Venezuela.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Há 40 anos, Fiat e Cenibra

Enviado por Nairo Alméri  -  quar, 6.3.2013 | às 15h33 

06.03.2013

Neste ano, duas importantes companhias de capital estrangeiro instaladas em Minas Gerais emplacarão 40 anos dos termos protocolares finais para suas existências. Em 14 de março de 2013, no Governo Rondon Pacheco, foi consignada com a Fiat S.p.A a decisão pela construção da Fiat Automóveis, em Betim. O chefe da casa italiana, Giovanni Agnelli, assinou o protocolo no Palácio da Liberdade, tendo o Governo de Minas como acionista – quase metade do capital. No mesmo ano, em 13 de setembro, a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD – atual Vale S/A), sendo majoritária, celebrou acordo com a holding Japan Brazil Paper and Poulp Resources Development Co., Ltd  (JBP), para a construção da Celulose Nipo-Brasileira – Cenibra, em Belo Oriente. Há algum tempo, o Governo de Minas e a Vale saíram das sociedades, deixando 100% do capital com os antigos sócios.

As ‘bolivarianas’ do Mercosul

Enviado por Nairo Alméri  -  quar, 6.3.2013 | às 15h33 - modificado às 18h46
06.03.2013

No ano passado, puxando pelo cabresto Cristina Kirchner, da Argentina, a presidente Dilma Rousseff se intrometeu em assuntos internos constitucionais do Paraguai, que promovia o julgamento de retirada do mandato do presidente Fernando Lugo. A deposição seguiu o rito da Constituição paraguaia. O chanceler brasileiro, Antônio Patriota, desembarcou e Assunção, “levando uma forte mensagem da presidente Dilma Rousseff contra o que está se passando, algo inaceitável para o Brasil” (Agência Efe, 21.6.2012).
Lugo caiu. Dilma usou o episódio como uma deixa para suspender o Paraguai nas votações do bloco. O Congresso do Paraguai acusava a “revolução bolivariana” do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, de desrespeito às liberdades democráticas. Por isso obstruía seu ingresso no Mercosul. Com Paraguai excluído das decisões, Dilma e Kirchner abriram caminho para a entrada triunfal (em Brasília) da Venezuela .
Agora, morre Chávez (anúncio oficial foi na tarde de ontem) e a Constituição venezuelana não será respeitada. A Presidência do país e as novas eleições, em 30 dias, deveriam ser comandadas pelo atual presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, uma vez que Chávez não tomou posse (estava doente, em Cuba) no começo de janeiro. Mas os comandantes militares se declararam pelo continuísmo do “chavismo” e entregaram todas as tarefas ao vice da Venezuela, Nicolás Maduro, que governou nestes dois meses do 4º mandato de Chávez. Maduro, apresentado por Chávez como seu “herdeiro” de sua “revolução”, será candidato. Cabello é “chavista” e não saiu em defesa da Constituição.
E então, senhoras presidentes Kirchner e Dilma? Além das lágrimas por Chávez, dirão (em solo venezuelano) que se trata de assunto interno do povo da Venezuela? No Paraguai também era um assunto interno, no qual foi respeitada a Constituição!