Translate

Mostrando postagens com marcador subprime. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador subprime. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Fed e BC mexem com fantasmas das subprime

Na mira a KPMG, Deloite e Ernest & Young
Enviado por Nairo Alméri – seg, 16.06.2014 | às 7h21 - modificado às 19h58
Há seis anos, em 2008, ocorreu o rompimento da represa dos investimentos derivativos alavancados pelas hipotecas imobiliárias de alto risco, as subprime. Em efeito dominó, os habitantes do planeta descobriram que a Terra estava pendurada por um fio de teia de aranha. Eram US$ 63 trilhões de dólares em opções, derivativos etc. sem a menor garantia. A crise começou em junho de 2007 e a implosão quase que por completa do sistema financeiro global veio em 15 de setembro do ano seguinte, com a quebra do Lehman Brothers.

Aviso prévio lá
A crise das subprime teve um aviso prévio. Em2001, o Grupo Enron, do setor de energia e grande alavancador dos investidores na Bolsa de Nova York, quebrou quando a manipulação de seus balanços não suportou uma investigação mais atenta das autoridades financeiras. Criado em 1985, a partir de fusões, em 2001 estava no ranking das 70 maiores empresas em valor de mercado nos Estados Unidos – US$ 85 bilhões. A descoberta de fraudes em seus balanços arrastou também a maior empresa de auditoria do mundo, a Arthur Andersen.

Opção pelo consumo
O Governo do Brasil suportou o maremoto de 2008 alavancando a economia na política de consumo: manteve forte política de crédito, abriu mão de impostos, alimentou os bancos com renúncia de recolhimentos compulsórios e transferiu para eles saques nas reservas internacionais. As reservas apresentavam saldo médio de US$ 210 bilhões. A opção pelo consumo permanece até hoje, e, com isso, a base mais sólida da economia, a da produção, ficou a reboque da concorrência internacional. 

Desconfiança do Fed
Na semana de abertura da Copa do Mundo, uma notícia silenciosa surge nos EUA e traz mesmo alerta de 2001, quando quebrou o Grupo Enron. Publicada pelo “Valor Econômico”, material da agência “Reuters” avisa que o Federal Reserve (o Banco Central dos EUA) investiga o mercado: “EUA tentam fechar o cerco a empréstimos alavancados” (título dado pelo jornal brasileiro). E cita o emblemático caso de transação “alavancada”, em 2007, da Texas Energy Future Holdings, por US$ 48 bilhões. A dívida da empresa,  de US$ 40 bilhões, seria 8,2 vezes o lucro antes da dedução dos impostos, juros etc.

Aviso prévio cá
Mera coincidência ou não, a “Folha de S.Paulo”, trouxe ontem a revelação de que os fiscais do Banco Central apontaram falhas de três entre as maiores empresas de auditorias que atuam no país, a KPMG (Holanda), Deloite (EUA) e Ernst & Young (Inglaterra), na auditagem dos balanços patrimoniais dos Bancos Rural e BVA, liquidados extrajudicialmente em 2013. Os bancos quebraram com rombos de R$ 1,3 bilhão e R$ 1,6 bilhão, respectivamente.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Banco Rural no horário político

Enviado por Nairo Alméri – ter, 06.8.2013 | às 6h47
Agosto foi implacável com o Banco Rural. A decretação de liquidação extrajudicial, pelo Banco Central, não tirou de cena apenas uma instituição que estava pendurada num dos maiores escândalos de corrupção política já sabidos na História do Brasil – desde Pedro Álvares Cabral -, o chamado “mensalão do PT”. O caso explodiu em maio de 2005, quando a revista “Veja” publicou fotos um diretor dos Correios, Maurício Marinho, recebia maços de dinheiro de empresário. Mas a primeira denúncia dessa jazida de corrupção, envolvendo o PT e o PTB, data de setembro de 2004, feita pelo deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), que apontou “esquema” de pagamentos, na Câmara dos Deputados, para garantir a votação de matérias do interesse do partido governista e do Palácio do Planalto. Pelos autos dos processos e votos dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), a liquidez financeira do “mensalão” girava numa engenharia orientada principalmente no Diretório Nacional do PT, Casa Civil da Presidência da República, agência de publicidade SMP&B (do empresário Marcos Valério) e escritórios do Rural. A partir de então, sempre que as citações “mensalão” ou “esquema Marcos Valério-PT” entravam no noticiário e sessões da Justiça, em todas as instâncias, o banco sofria um leque de erosões em seus ativos. O esquema tem novo round agendado, no STF, Câmara dos Deputados e Palácio do Planalto para este mês – o mês de grandes azares políticos na história do Brasil.  

O defunto é, mesmo, do BC?
Um ditado mineiro (ouvi, a primeira vez, do jornalista Adriano Souto) afirma: “Atrás do morro, tem morro”. Trazendo cenários para a liquidação do Rural, ignorando os efeitos da corrosão política, desde 2005, e dando ênfase apenas aos ditos descompromissos com a autoridade monetária (o BC), a impressão é a de que o Governo Dilma deseja transformar em defunto o duto da corrupção do mensalão do PT. Na Justiça, morto sai do processo. Mas, se for mais um lance político, o Planalto poderá repetir trapalhadas recentes, quando pirou diante da revolta das roletas (tarifas de ônibus): corroborou com os prefeitos de São Paulo (PT) e do Rio (PMDB – principal aliado), que as passagens tinham preços justos; sacou da cartola um plebiscito e um referendo, em vez de abrir discussão ampla com a sociedade por uma reforma política, ao perceber que as manifestações das ruas comeriam o fígado de todos os políticos; mandou o PT e a CUT se misturar aos jovens insatisfeitos, quando diziam que o movimento não tinha partido; contra-atacou opositores do programa “Mais médicos”, com dois anos no curso de Medicina; mesmo sob chuva e sobre um mangue (criminosamente aterrado), insistiu com planos de deslocamento de tropas das Forças Armadas para o “campo da fé”, em Itaguaí, no Rio, onde o para Francisco compareceria, quando deveria ter impedido uso da área (o que aconteceu faltando poucas horas) antes mesmo de o chefe do Vaticano tocar o solo brasileiro. O Governo teve que recuar geral em tudo. A questão é: apenas o Rural descumpria, até sexta-feira (2), a cartilha do BC, ou este aceitou enterrar defunto alheio?!... Resposta: É óbvio que dirá que o falecido está na sua cota. Mas... o BC não poderia ter feito isso há muito tempo, no auge da crise para o para o Rural? A sua saída de cena neste momento (horário) político gera questionamentos também óbvios.

Lehman Brothers, só motivos financeiros
No próximo 15 de setembro, o mundo financeiro vai lembrar o 5º ano de saída de cena daquele que foi o mais antigo (fundado em 1850) e o 4º maior banco de investimentos dos Estados Unidos, o Lehman Brothers Holding Inc. Ele sucumbiu ao tsunami da quebra das administradoras de hipotecas de alto risco do mercado imobiliários dos EUA, as subprime, em 2008. A crise, a bem da verdade, teve início em meados de junho de 2007, mas dava sinais desde 2003. Porém, não foi levada a sério pelo Federal Reserve (FED – o banco Central dos EUA). O desleixo da autoridade monetária norte-americana patrocinou a maior crise financeira do planeta. Em 15 de setembro de 2008, o bancão pediu sua concordata. Até se render, o Lehman teve um purgatório de seis meses, a partir do vazamento de que corria atrás para cimentar rombo de US$ 5 bilhões – US$ 7,5 bilhões na véspera da quebra. A ladeira ficou lisa para o banco, na fase mais aguda da crise para as administradoras imobiliárias, quando teve sustentar elefante e fio de teia de areia: tinha subsidiárias com carteiras de títulos derivativos de hipotecas imobiliárias com invejáveis US$ 54 bilhões. Em derivativos (títulos diversos sem garantia dos governos e sem seguros; opções de opções; etc.), na época, todas as bolsas do planeta e balcões de negócios de títulos giravam US$ 62 trilhões (uma pirâmide de papéis). O Lehman não foi salvo porque o FED tinha outros pacientes mais graves e estratégicos do sistema financeiro para curar: federalizar a maior seguradora do país, a AIG, onde injetara US$ 80 bilhões, e duas administradoras hipotecárias, a Fannie Mae e a Freddie Mac. Estas empresas respondiam por US$ 12 trilhões no mercado hipotecário local - quase 50% de tudo. Como o Bank of American, por sua vez, optara por salvar o banco Merrill Lynch (US$ 50 bilhões), diante da recusa do FED em colocar recursos no Lehman, o velho banco jogou a toalha. No dia dessa quebra, o FMI emplacou que na cratera financeira do mundo cabia com folga o PIB dos EUA: US$ 10 trilhões.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Lembranças sombrias para pacotes do EUA

9/11/2012

Faltam 53 dias, porque o 1º de janeiro será feriado, para os Estados Unidos inciarem uma mexida na espinha da combalida estrutura das relações financeiras e econômicas globais. É que, se o recém-reeleito presidente Barak Obama conseguir sustentar os rumos de sua administração dentro do Congresso, a Casa Branca dará início à política de cortes orçamentários espetaculares.
Serão na ordem de US$ 600 bilhões. Até agora permenece o anunciado, de cortes mesclados a aumentos nos impostos. Nos cortes, Obama atacaria 50% do déficit orçamentário, de US$ 1,1 trilhão – ligeiramente abaixo de 8% do PIB.
Ocorre que os cidadãos e empresas norte-americanos ainda têm em mente o desastre que foi uma cartada, dessa monta, tentada pela Casa Branca, não há muito tempo. Foi ainda no Governo George W. Bush. No final de setembro de 2008, Bush tentou estancar a sangria que a crise do subprime (quebra das administradoras de hipotecas imobiliárias de alto risco) causava na economia (e também quebrava bancos tradicionais de investimentos) com um pacote de US$ 700 bilhões. No domingo, 28, Governo e Congresso fecharam o acordo, uma tentativa de salvar bancos e financeiras. No domingo, a Câmara de Deputados derrubaria, via maioria dos votos dos republicanos, adversários dos democratas (partido de Obama).

Champagne na caixa 
Não deu outra. A segunda-feira, 30, foi um dia para o mercado financeiro também não esquecer. O índice Dow Jones, princial da Bolsa de Nova York, caiu 6,98%, e o Nasdaq (das companhias eletrônicas), 9,14%, puxando em dupla todas as bolsas do mundo. Apuração final: investidores na Bolsa de Nova York amargaram US$ 1,2 trilhão em prejuízo. Sobrou até um circuit breaker para BM&Bovespa – paralisação automática dos negócios toda vez que o índice cai acima de 10% (foi a 10,16%). O pregão bnrasiliro fechou o dia em -9,36%, com perdas de R$ 151,3 bilhões.
Se o cenário mudar, até o 31 de dezembro, como ocorreu em setembro de 2008, muito champagne, do reveillon, não será estourado na Casa Branca e em outros rincões financeiros do planeta .