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quinta-feira, 16 de junho de 2022

Grupo Randon na geração de energia

Enviado por Nairo Alméri - qui 16/06/2022 | às 0h12


Grupo Randon vai gerar energia para consumo próprio

O Grupo Randon, líder nacional em implementos rodoviários, atuará em geração de energia elétrica. Mas, para consumo próprio. A diversificação para essa atividades será via Fras-Le S.A. Esta é uma subsidiária do grupo em autopeças e materiais de fricção, com sede em Caxias do Sul (RS). Crédito no texto do link. Acesse AQUI.

quinta-feira, 20 de março de 2014

Randon e seus desafios

Enviado por Nairo Alméri – qui, 20.3.2014 | às 22h59 - modificado 22.3.2014, às 13h50
O ano fiscal de 2012 foi uma "base fraca de comparação".
A afirmativa virou lugar comum nos relatórios das diretorias das companhias abertas e avaliações dos analistas que avaliam ativos para o mercado de capitais. É um erro, pois promove a nivelação na gestão das empresas e aceitar como máxima sepulta um ano de planejamento, mudanças de rotas na produção e logística de uma diretoria e toda a linha de seus comandados.
Quando a diretoria da Randon S.A. Implementos e Participações apresentou o balanço patrimonial de 2013, os resultados financeiros nominais (com a inflação embutida) surgiram multiplicados por dois, três e até cinco, na comparação com o ano anterior. E é natural que tenham sido transformados no abre alas de todo o conjunto dos gráficos da recuperação do Grupo Randon - dez empresas dos setores de implementos rodoviários, veículos especiais, autopeças, vagões ferroviários e serviços (consórcio e banco). A performance foi acompanhada trimestralmente, ao longo do ano, tendo como destaque a assunção a 100% do controle das ações da fábrica da Suspensys Sistemas Automotivos Ltda (suspensão), também em Caxias do Sul (RS), com a compra dos papéis em poder ArvinMeritor Inc, dos Estados Unidos. A operação resultou em desembolso de R$ 296 milhões, mas que chegaram aos R$ 430 milhões, contabilizados outras contingências “(Foi o) Maior investimento que a Randon já fez em um só negócio”, comemorou o diretor presidente das empresas Randon, David Randon – filho do fundador, Raul Randon -, em encontro, semana passada, em São Paulo, com jornalistas. Assim, o total dos investimentos no ano somaram R$ 580 milhões, bem acima dos R$ 150 milhões projetados em janeiro de 2013. A Suspensys virou uma divisão dentro da Randon Implementos, a holding do grupo, e não terá mais limitações de mercados externos, impostas pelo ex-sócio.
Não se pode eleger mesmo pódio para todas as companhias no país. A Randon, por exemplo, com 17 plantas industriais, sendo seis no exterior, distribuídas por seis parques fabris – Brasil (3), Argentina (1), China (1) e Estados Unidos (1) – e três unidades industriais terceirizadas na África, lidera na América Latina o segmento de implementos rodoviário (carrocerias, reboque, semirreboque etc.). É um dos maiores globais na fabricação de materiais de fricção (pastilhas e lonas para freios e lonas para revestimentos de embreagem na indústria automotiva, ferroviária, elevadores, naval etc.), via controlada Fras-le S.A. (46,3%), que tem fábricas em Caixas do Sul, China e Estados Unidos. Essa controlada, que também tem ações do capital social listadas na BM&FBovespa, fornece itens originais para 95% das montadoras de automóveis, caminhões e ônibus instaladas no Brasil.
No balanço trimestral encerrado em setembro, a Randon sinalizava tranquilidade para seus acionistas. As variações nominais (não descontada a inflação anual) registradas no balanço consolidado final trambém transferiam segurança(aparente, ao menos) para executar o programa de 2014: receita bruta, R$ 6,620 bilhões (+23,7%); receita líquida, R$ 4,253 bilhões (21,5%); lucro líquido, R$ 235 milhões (452,3%); e, EBITDA (geração de caixa), e R$ 563,8 milhões (101,3%). O desempenho foi tracionado pelos negócios no tripé implementos rodoviários, autopeças e compras públicas federais de máquinas rodoviárias do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Em implementos rodoviários aparece a retomada das encomendas pelas montadoras de caminhões, diante de dois fatores: a supersafra de cereais e a manutenção das linhas do BNDES dentro do PSI (Programa de Sustentação dos Investimentos). Mesmo com a quase multiplicação por quatro nos investimentos, em cima dos valores previstos, o acionista viu seu lucro por ação passar de R$ 0,18, em 2012, para R$ 0,98.

Brasil, um “país difícil” 
Mas, claro, a assunção a 100% no capital da Suspensys e sua inevitável internacionalização, com uma provável fábrica em país no sentido da Ásia, coloca diante da diretoria da Randon mais desafios financeiros pesados, pois 2012 foi uma "base fraca de comparação". Deve-se acrescer a isso a conclusão, até a primeira metade de 2016, da fábrica vagões, implementos canavieiros e produtos especiais de Araraquara (SP), um parque misto para vagões ferroviários, implementos rodoviários e veículos especiais até 2016. Tanto a incorporação da Suspensys quanto o projeto de Araraquara estão no plano plurianual 2012-16, de investimentos de R$ 2,5 bilhões. Agora surge a expansão internacional da incorporada. “(A Suspensys) Vai criar parceiros fora”, disse o presidente da Randon, que, em situação posterior, foi complementado pelo diretor corporativo de Autopeças, Alexandre Gazzi, ao listar um rol de dificuldades para fazer comércio exterior a partir do Brasil (câmbio, impostos, preços internos de matérias primas, etc.): “Exportar, a partir do Brasil, está difícil... Tem gente boa do outro lado (do mundo). O foco (da Randon) é estudar África, Ásia e Europa. Exportar é, no momento, o ‘bode na sala’ da diretoria, pois o resultado de 2013, com US$ 242 milhões, 8,6% de queda, foi o segundo ano consecutivo de perdas de 18% e retorno ao patamar de 2010 (US$ 240 milhões).
O diretor corporativo de Implementos e Veículos, Norberto José Fabris, adicionou assim mais recheio à velha pauta que retira o equilíbrio operacional das empresas brasileiras: “Se não formos muito competitivos em aço, vamos continuar apanhando dos nossos amigos dos olhinhos puxados da Ásia”. Especificamente para o câmbio, comentou que o dólar norte-americano a R$ 2,40 “ajuda”, abaixo de R$ 2 “atrapalha”. “Temos que compreender que o Brasil precisa dar passos maiores”, apelou, ao sugerir que o Governo crie política comercial externa estável. Os custos da Randon com os produtos vendidos, no acumulado de 2013, somaram R$ 3,2 bilhões,  14,2% acima de 2012 (R$ 2,8 bilhões).
Como planejamento dos grandes grupos lançam olhares de longo prazo – e por isso são refeitos -, em 2013, dois meses após a incorporação da Suspensys, o Conselho de Administração da Randon aprovou a emissão de R$ 200 milhões em debêntures simples (não conversíveis em ações). Esse recurso, com remuneração de 100% da variação do CDI, teve carimbo em favor do alongamento da dívida de curto prazo e formação de capital de giro. Prevalece uma postura histórica do grupo, de contratar na mesa do gerente de banco, mas preferencialmente papeis de mercado – debêntures – e linhas Finame (BNDES), o que foi reafirmado pelo diretor Financeiro e de Relações com Mercado, Geraldo Santa Catarina, funcionário de carreira e que cumpriu, em 2013, seu primeiro exercício fiscal no cargo.

2014 começa com perdas e alerta
No decorrer de 2013, foi possível identificar mudanças em rubricas importantes do balanço patrimonial da Randon. No encerramento do terceiro trimestre na comparação com o final de 2012, o patrimônio líquido apareceu 16,2% inferior: saiu de R$ 1,857 bilhão para R$ 1,557 bilhão. Encerrou 2013 em R$ 1,642 bilhão, ou seja, inferior 11,6% em relação ao final de 2012 e, em relação a setembro, 5,45% superior.  No patrimônio líquido estão, além do capital social (dinheiro posto pelos acionistas da companhia), as reservas ou prejuízos acumulados. O endividamento líquido consolidado do grupo (deduz as receitas faturadas e aplicações – não as projeções) era de R$ 1,193 bilhão, 56,9%. Na relação com o EBITDA, ficou 2,12 vezes (em 2012, 2,27 vezes).
O diretor de Relações com Investidores manteve acesa a luz amarela, pois a opção do grupo sempre foi ter a geração de caixa como “desejo” para os investimentos e formação de capital de giro: “Por experiência, sempre que gente fica devendo mais que isso (acima de 2 vezes o EBITDA) para banco é difícil. A estratégia da companhia é não trabalhar com banco. Em separado, a “dívida industrial” da Randon evoluiu 4,5%, para R$ 983,8 milhões – na relação com o EBITDA, queda de 2,27 vezes, em 2012, para 1,78 vezes.
Esperei até agora para esta análise, uma semana após a divulgação dos resultados para a imprensa, pois queria conhecer o resultado da receita bruta acumulada pela Randon nos dois primeiros meses do ano. Ele foi encaminhado hoje (20) à Bolsa: R$ 903 milhões, 6,5% inferior ao de mesmo período em 2013. A receita líquida registrou queda de 3,6%, para com R$ 596 milhões.    
A partida para o dever de casa da diretoria da Randon, em 2014, inclui a aprovação de chamada de capital, dia 14 de abril, pela AGO dos acionistas, com uma elevação em R$ 470 milhões, na forma de bonificação em 25% para os acionistas – 1 nova ação para 4 detidas pelo investidor. O novo capital social romperá a barreira do R$ 1 bilhão, irá para R$ 1,2 bilhão. Pare este exercício, a diretoria da Randon projetou os seguintes números macros financeiros: receitas bruta, R$ 6,3 bilhões, abaixo dos R$ 6,6 bilhões de 2012; receita líquida, R$ 4,4 bilhões; exportações, US$ 260 milhões; investimentos, R$ 150 milhões.  A holding da família Randon, a DRAMD Administração e Participações Ltda, em somatório as parcelas individuais de seus sócios, controla 40,6% do capital total da Randon.

Mais implementos, menos vagões
Em 2013, as vendas de veículos rebocados pela Randon somaram 20.177 unidades, garantindo à marca 28,8% de participação do mercado doméstico (15.964, em 2012). Na linha de vagões, foram 322 unidades vendidas (862). Na carteira dos veículos especiais, foram faturadas 1.316 unidade (1.085). Melhor representado em valores que por unidades, o segmento de autopeças do grupo (Suspensys, Fras-le, Castertech, JOST Brasil e Master) teve receitas de R$ 1,9 bilhão (R$ 1,6 bilhão).
O Grupo Randon encerrou 2013 com 949 novos funcionários. Em 31 de dezembro o quadro total era de 12.115 pessoas, 8,5% a mais que o exercício anterior. As futuras instalações de Araraquara serão operadas por 2 mil funcionários.
A Randon foi fundada em 1949, pelos irmãos Randon (Raul e Hercílio – este falecido). Trabalhavam com a fabricação de ferramentas agrícolas e decidiram abrir uma oficina para reformar motores industriais.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Mira en Paraguay

Enviado por Nairo Alméri seg, 02.12.2013 | às 7h55
Várias diferenças históricas (incluindo covardias brasileiras), econômicas, sociais e políticas distanciam os povos do Brasil e Paraguai. Mas, na semana passada, os irmãos guaranis, acrescentaram outra e muito importante a seu favor. O Senado teve que jogar a toalha para o boicote do comércio (desde shoppings, rede de fast food, postos de gasolina etc.) aos 23 (dos 45) senadores que se recusaram quebrar imunidade parlamentar acusado de corrupção. A confraria de senadores que tentava proteger o colega foi listada nominalmente e declarada persona no grata pelo comércio do país, em cartazes nas lojas e via redes sociais. Em duas semanas, os políticos do Senado local perceberam que as vozes das ruas do empresariado do varejo (parte daqueles que pagam os impostos para sustentar suas mordomias) tinha mais força que eles. A virada veio por aclamação: não precisou de novo requerimento, novo discurso, verificação de quórum, ... A decisão foi no grito, mesmo! Deu até para sentir saudades das manifestações (desvirtuadas por militantes partidários e baderneiros black blocks) surgidas nos protestos contra os aumentos das passagens no transporte urbano coletivo em junho passado.

Bali
Candidato a se firmar como 6ª economia mundial, o Brasil chega pequeno à reunião ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), em Bali (Indonésia), que começará amanhã com a burocracia aduaneira puxando a pauta. O atual diretor geral da OMC é o brasileiro Roberto Azevedo. Mas o país está sem tem pega (respeito) na diplomacia internacional, pagando caro pela desmontagem iniciada no primeiro governo de Lula (2003/2006). O marco de Lula foi querer acabar com o caráter eliminatório da prova de inglês no vestibular para o Instituto Barão do Rio Branco. Sua justificativa era a de que aquele caráter tirava chances dos candidatos de pouca cultura.  

Fras-le na Automechanika Shanghai
Empresa do Grupo Randon e maior fabricante de sistemas de freios do país,, a Fras-le maracrá presença na Automechanika Shanghai – Feira Internacional de Autopeças, Equipamentos e Prestadores de Serviços, de 10 a 13, no Shanghai New International Expo Center, em Pudong, na China. A empresa gaúcha retorna ao evento com mais de 4.400 expositores, oriundos de cerca de 40 países. A feira é a realização do maior evento da área de autopeças no continente asiático.

Produtos
A Fras-le, empresa com ações do capital social listadas na BM&FBovespa,  apresentará produtos para a Linha Pesada (caminhões, ônibus e utilitários) e da Linha Leve (automóveis e comerciais leves). Levará também itens da controlada Controil, especializada em componentes para sistemas de freios hidráulicos e soluções em polímeros. A empresa destacará um display alusivo aos 60 anos de fundação, a serem comemorados em 22 de fevereiro de 2014.

Filial
A Automechanika Shanghai será aproveitada pela Fras-le  para agenda de visitas de clientes à subsidiária de Pinghu. A unidade entrou em operação em 2009. A fábrica ocupa mais de 100 pessoas produz lonas e pastilhas para freio.

Trade marketing
Logo mais, às 10h, o Click Negócios, na tvabcd.com.br , entrevistará o empresário Jonathan Dagues, CEO da empresa Work Able, uma das mais importantes empresas do segmento de outsourcing e soluções para trade marketing do Brasil. Fatura mais de R$ 100 milhões anuais.

Pequenas e médias
O Click Negócios receberá também Higino Rodrigues, diretor da Academia do Empresário, consultor empresarial, coach e focado em colaborar na performance de pequenas e médias empresas.

Xô, baderna!
Até quando a Nação sustentará (e tolerará) essa Brasília Sucupira?!

sexta-feira, 1 de março de 2013

Randon pela Randon

Enviado por Nairo Alméri – 01.3.2013 | às 18h50 - alterado às 21h55

01.3.2013
Caxias do Sul (RS) – Após um tour matinal pelas dependências de uma das principais fábricas, a Fras-le S/A (autopeças – maior fornecedor de freios do país para a indústria automotiva, ferroviária e aviação e material de fricção em geral da América do Sul) e nas pistas do campo de provas (recebe veículos civis e militares de todas as montadoras instaladas no país), a caravana de jornalistas do Sul e Sudeste chega ao núcleo do principal complexo do Grupo Randon, Interlagos. Fomos convidados para a apresentação dos resultados do balanço patrimonial de 2012. Mas eles não eram mais novidade, pois desde a véspera, a quarta-feira (27), a Bolsa de Valores tornara público os valores consolidados da holding das onze empresas (inclui 17 fábricas de implementos rodoviários, autopeças, vagões, caminhões especiais e máquinas rodoviárias, das quais seis no exterior - Argentina, Estados Unidos, Argélia, Egito, Quênia e China), a Randon S/A – Implementos e Participações. Alguns veículos deram lapadas nos números macros. Nada a reparar, pois é a lei: companhia de capital aberto e com ações listadas em Bolsa deve comunicar seus fatos relevantes primeiro à BM&FBovespa.
Como nos dez anos anteriores, a diretoria estava lá, entre galpões e prédios administrativos, para as boas vindas aos jornalistas e posar para a foto do 11º Encontro com a Imprensa e Convidados.
Há algum tempo, o time de comando da Randon foi profissionalizado. Mescla executivos filhos de Raul Randon (fundador do Grupo Randon e presidente do Conselho de Administração) e profissionais de mercado. Nestes anos todos, se apresentam como um coral gregoriano bem ensaiado, no qual prevalecem os fundamentos das vozes ocupando seus tempos, do agudo para o grave: soprano, contralto, tenor e baixo. Tem voz para o recado aos investidores e alfinetadas nas políticas públicas e estruturais da economia; a que coloca um tom ligeiramente abaixo; e, as intermediárias, em maioria, para detalhamentos operacionais – financeiros e de produção. Não há muita novidade no rito. A as partes, diretoria e jornalistas, se conhecem um pouco.

Contramão do mercado
A leitura simples dos números da Randon, então, perdeu lugar. Desde o último dia de fevereiro, eles são figuras provocadoras de análises. É o caso do valor nominal (não deflacionado) dos investimentos (R$ 276,9 milhões), que a diretoria manteve e que ficaram 11,5% acima de 2011, enquanto as receitas bruta (R$ 5,350 bilhões) e líquida (R$ 3,501 bilhões) encolheram, respectivamente, 16,2% 15,7%. As perdas foram, principalmente, por conta das retrações dos negócios no país para caminhões (-40,5%) e semirreboques (-20%) e na contratação de frete com reflexo para veículos rebocados (-11,6%). Conjugadas com as indefinições nos juros das linhas de créditos do BNDES (principalmente para o PSI – Programa de Sustentação de Investimentos), elas pesaram em nichos importantes para a Randon, conforme notas encaminhadas à Bolsa e reafirmadas por seus diretores. Em 2012, a montagem de caminhões foi de 132.820 unidades, 540,5% inferior a 2011 (223.388).

Impactos do ERP
Mesmo prevendo que seria um exercício fiscal desfavorável (“2012 foi, sim, um ano de muitas dificuldades. O pior ano de resultados dos últimos dez ou onze anos” – Alexandre Randon, vice-presidente das empresas Randon), a Randon seguiu com investimentos que considerou imprescindíveis, como no sistema integrado de gerenciamento de produção e administração ERP, do SAP (R$ 100 milhões). A assimilação da nova linguagem foi também a causa perdas de receitas na Fras-le (líder na América do Sul em freios e materiais de fricção em geral) e na principal empresa do grupo, a Randon Implementos. Nesta última, houve oscilações em sua participação de mercado (caiu para 28,8%, no primeiro trimestre, e encerrou em 30,4% - abaixo da média histórica de 35%). Antes da implantação do ERP, principalmente no exterior, o grupo operava vários “sistemas diferentes”, comentou o presidente da Randon, Abramo Randon. Ele aponta essa uniformidade com um dos referenciais para prever resultados melhores que os de 2012.

80% de ocupação
O número um entre os executivos da Randon faz sua aposta em cima de negócios fechados neste trimestre, como a licitação vencida de entrega de 775 retroescavadeiras para o Governo, no nível de ocupação, de 80% da capacidade, das fábricas de implementos (reboques, semirreboques e carretas) e na operação em três turnos na Fras-le.

5ª maior do mundo
Além de líder no país (entre 150 fabricantes) e na América do Sul no mercado de implementos rodoviários, a Randon é o 5º maior do planeta, atrás de uma indústria da China, duas dos Estados Unidos e uma da Alemanha. As fábricas estão com capacidade de produção diária para 118 a 120 semirreboques/dia, 100 a 102 carretas e seis a sete vagões, informou o diretor corporativo para Implementos e Veículos, Norberto José Fabris. Até outubro de 2012, o grupo tinham colocado no mercado perto de 4 mil vagões de cargas.

Fatores favoráveis
“Vamos colher bons frutos”, diz otimista David Randon, para quem a queda de 84,2% no lucro líquido do ano passado, para R$ 42,6milhões – abaixo de 25% do resultado médio no período 2008-11, de R$ 169 milhões – é página virada. Somando com ele, o diretor corporativo de Relações com Investidores, Astor Schmitt, que despejou uma avalanche de críticas às posturas políticas do Governo, em 2012, aponta fatores positivos para 2013: definição, para até o final do ano, nas reduções no IPI para máquinas automotivas, e nos juros do BNDES no PSI (3% ao ano, neste semestre, e, 4%, no segundo). Por enquanto, Schmitt assegura que a Randon segue a previsão de “especialistas e Governo”, de crescimento de 3% do PIB (foi de 0,9% em 2012) neste exercício e de colheita recorde nas lavouras. “Nós estamos trabalhando com essa variável”, diz.

Safra e Argentina
O diretor de RI da Randon alia ainda os fatores favoráveis na agricultura da Argentina, onde “todas as restrições (para exportações de bens brasileiros) estão superadas”. Incluiu também a absorção do impacto negativo que foi a transição da tecnologia dos motores, de Euro III para Euro V, causou nas vendas de caminhões em 2012 (houve antecipação de compras em 2011, em função das incertezas na prorrogação de taxas baixas para o PSI, em 2012). A expectativa é a de que serão produzidos no país entre 170 mil e 175 mil caminhões (20% a 25% a mais) e 60 mil implementos rodoviários.

Reavaliação nos investimentos
Mas o otimismo coletivo transmitido pelos executivos da Randon (“Sempre procuramos pensar olhando para o futuro”, David), não supera uma característica imprimida ao longo de seis décadas por Raul Randon: política conservadora. E isso pesou na decisão da reavaliação no Plano Quinquenal de investimentos, anunciado, há mais tempo, para R$2,5 bilhões. “Lá na frente é que vamos planejar se será de cinco ou para 6 anos”, sinalizou o presidente.

Menos de 50%
De momento, o certo é, neste ano, a redução para menos de 50% do valor investido em 2012 - de R$ 276,9 milhões para R$ 130 milhões. Schmitt frisa que eles serão “essencialmente” no Brasil, pois no exterior foram concluídos.

Fábrica de Araraquara
O maior investimento em planta nova no país será a fábrica de vagões e reboques para cana-de-açúcar em Araraquara (SP). Anunciada, em maio de 2012, como um negócio de R$ 500 milhões, o valor foi refeito, nas palavras do presidente da Randon, para R$ 200 milhões. As obras devem ser tocadas a partir de 2014 e concluídas em cinco anos. Essa unidade elevará a atual capacidade instalada em vagões de cargas da Randon de 800 unidades/ano para 2 mil. Em 2012, a empresa “faturou” 862 vagões (913, em 2011). Araraquara absorverá também a linha de reboques para transporte de cana-de-açúcar nas usinas de álcool.

Fica em Caxias
O diretor de RI fez questão de assegura que o grupo manterá o nível de 80% de todas as atividades em Caxias do Sul. David diz não ter mais espaço físico para crescer no município. Então, quando a fábrica de Araraquara estiver concluída, a unidade vagões será transferida para lá, abrindo espaços na sede para o crescimento das outras áreas.

Dever pouco
Os executivos da área financeira da Randon não definiram origem dos recursos para o Plano Quinquenal – citaram facilidades com BNDES e Finep. Mas Schmitt deu a dica para aquilo que não deverá ocorrer: a opção do Grupo Randon sempre foi a de baixa alavancagem, ou seja, não contratar muito dinheiro no mercado de bancos.

Como está
O endividamento líquido (descontados o equivalente aos recursos em caixa e a receber) consolidado, em 31 de dezembro, era de R$ 760,4 milhões, ou seja, um múltiplo de 2,7 vezes o Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciações e amortizações – ou geração operacional de caixa). É tido como baixo, mas ficou bem acima do 0,69, em 2012, e, bem mais que 0,13, em 2010. “Mas vamos baixar para menos de uma vez”, assegurou Schmitt. Isso significa olhar mais para um dos ensinamentos de Raul Randon: posição conservadora de sempre dever pouco na praça bancária.

 Oferta de dinheiro
O diretor Financeiro da Randon S/A (holding), Geraldo Santa Catharina, observa que a “dita estrutura de capital conservadora abre espaços” para facilitar os investimentos e manter uma “boa bancabilidade” (negociar com bancos privados). Lembrou que, no final de dezembro, a empresa fez uma colocação de R$ 300 milhões em debêntures simples (não conversíveis em ações em com resgate para sete anos), com recursos para alongamento da dívida. A valorização das ações preferenciais da companhia foi de 48,9%, em 2012, sete vezes acima do desempenho do Ibovespa (principal indicador da BM&FBovespa), de 7,3% e funciona como espelho para investidores e bancos de negócios. É visível que o grupo se cerca do cuidado para não deixar espaços às invisíveis “vozes do mercado”. Prefere a Randon pela Randon.

Volumes vendidos
No período 2008-12, o Grupo Randon investiu R$ 1,251 bilhão e o patrimônio líquido consolidado, incluindo as joint ventures, dobrou, de R$ 907 milhões para R$ 1,857 bilhão. Para este ano, as projeções macros do grupo são: receita bruta, R$ 6 bilhões (retorna ao nível de 2011 - R$ 6,385 bilhões); receita líquida, R$ 4,1 bilhões; exportações, US$ 300 milhões (US$ 264 milhões, em 2012, queda de 10,3%); receitas geradas no exterior, US$ 92 milhões (US$ 121,9 milhões, mais 12%); importações, US$ 120 milhões; e investimentos, R$ 130 milhões.

Mesmo nível de 2011
Por áreas principais, as receitas brutas da Randon com veículos e implementos diminuíram 11%, para R$ 1,849 bilhão (21.106 rebocados – menos 17,8%; 1.085 especiais – mais 30,3%; e, 862 vagões – menos 5,6%). Em autopeças, a receita, de R$ 1,572 bilhão, mostrou queda de 22% (vendidas 73.400 t de materiais de fricção – menos 6,7%; 745.347 freios – menos 33,5%; 81.816 sistemas de acoplamento – menos 28,9%; 319.973 sistemas de suspensão e rodagem; e, 21.629 t de fundidos – mais 30,9%).

Dispensas
A Randon, que opera também um consórcio e banco, encerrou 2012 com 11.166 funcionários, 9,8% a menos. No corte de 1.217, 40% trabalhavam na área de autopeças e, 18%, de veículos rebocados.