Translate

terça-feira, 1 de abril de 2014

Agrishow menos sexy. Mais business!

Enviado por Nairo Alméri – ter, 1.4.2014 | às 8h31
O diretor da Agrishow 2014, José Danghesi, maior feira de equipamentos, tecnologia e conhecimento científico agropecuário da América Latina, procura um viés mais recatado para o evento deste ano. O executivo apelou aos expositores - montadoras de colheitadeiras, tratores, outras máquinas potentes e implementos agrícolas, veículos de passeio e comerciais leves, de produtos agropecuários, calçados e vestuários com apelo country etc. – mais moderação na colocação de mulheres bonitas, de corpos bem esculpidos e em trajes extravagantes, que encantam a plateia masculina, nas recepções dos estandes. Sugeriu ainda que sirvam menos bebidas alcoólicas, mas que esbanjem nos itens da inovação tecnológica e comercial. O pedido da Agrishow  foi na 1ª quinzena de março, portanto, anterior à revelação do resultado bombástico da pesquisa (67,1%) do Sistema de Indicadores de Percepção Social, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o Ipea (do Governo, é bom que se diga), que expõe o lado monstro no sentimento brasileiro (de homens e mulheres) contra a postura sensual em público das mulheres.

R$ 2,6 bilhões
 A Agrishow – Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação, será realizada de 28 a 2 de maio, em Ribeirão Preto (SP). Em 2013, a feira teve 790 expositores (do Brasil e exterior), recebeu cerca de 150 mil visitantes (contando com pessoas de apoio da organização e dos expositores) e gerou negócios da ordem de R$ 2,6 bilhões.

Prêmio
Uma das novidades da Agrishow 2014 será a entrega do Prêmio Brasil Agrociência. A premiação é dirigida às pesquisas direcionadas ao desenvolvimento do agronegócio nas categorias zootecnia, fitotecnia, sustentabilidade, engenharia agrícola e economia rural.

Montadora no ES
O Governo do Espírito Santo deverá anunciar, até junho, os resultados de negociação para receber uma montadora automotiva. Se fechar o negócio, será a primeira em solo capixaba.

ONGs e Petrobras
Nessa offshore de novas revelações de escândalos envolvendo a Petrobras na gestão PT, o Ministério Público Federal (MPF) do Rio de Janeiro vai reabrir processos sobre as ligações da estatal com organizações não governamentais (ONGs). Vai levantar velhas poeiras: atuação na contratação de pessoal, canal de verbas para candidatos (donos de ONGs) e partidos políticos.

sábado, 29 de março de 2014

“Manifesto dos Oito” da ABDIB – 1978

Enviado por Nairo Alméri – sáb, 29.3.2014 | às 20h11 - modificado às 15h01, 25.09.2018
Nesta semana, do outro lado do Atlântico, um empresário brasileiro e ex-vice da Confederação Nacional da Indústria (CNI) lembrou que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) só foi eleito (2002) e reeleito (2006) presidente com o apoio do empresariado, aproximado por seu ex-vice-presidente (nos dois mandatos) José Alencar Gomes da Silva (PMDB), dono do Grupo Coteminas. “Mas, neste momento (Governo Dilma Rousseff), o empresariado não apoia o PT”, traduziu. A fonte buscou na história um exemplo para mostrar como fica quando falta ao Planalto o suporte do empresariado. No regime da ditadura militar, implantada em 1964, quando a poderosa Associação Brasileira da Indústria de Base (ABDIB) retirou seu apoio ao governo do general Ernesto Geisel (1974-79), os “pacotes econômicos” foram inócuos.
No primeiro momento, Geisel, que herdara o nascimento da falência do chamado “milagre brasileiro”, começa sua administração com o II Plano Nacional de Desenvolvimento (PND). Transferido para Minas Gerais, equivaleria ao “Diagnóstico da Economia Mineira” (1968), comandado pelo economista e Secretário da Fazenda Fernando Roquete Reis e o governador Israel Pinheiro. A base do II PND implicava em ajustes da estrutura industrial e uma nova ordem na acumulação de capital, com fluxos para as empresas de bens de produção. Havia um cristalino direcionamento de capitalização do setor privado com favorecimento quase que exclusivo para os quadros da ABDIB. Os “capitães” da indústria assumiram as chaves do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE – ainda não tinha o “S” de Social).
Mas, em 1978, a parceira começou a naufragar, quando a ABDIB entendeu que deixava de ser atendida. Geisel, então, percebeu também que a economia empacada e as atrocidades contra os opositores políticos criaram desgastes dos generais. Isso sinalizava para o retorno aos quartéis. Ele tratou de acelerar a retirada de cena de comandantes da linha dura herdada do general Emílio Garrastazu Médici (o pior período dos anos de chumbo). Além de preparar um sucessor (general João Baptista de Figueiredo – 1979-85) com a missão de retirar os militares do Planalto, permitiu a chuvarada de greves no ABC Paulista e que Lula comandasse os metalúrgicos e, quando preso, não fosse torturado – que tivesse charutos e até a imprensa com ele. 

Antônio Ermírio e Cia
Mas, ao mesmo tempo em que conseguia neutralizar oficiais superiores (acima de major) e suas operações de perseguições a políticos e militantes de esquerda na clandestinidade, Geisel ficava cada vez mais distante da parceria com a ABIDIB – tanto que Figueiredo não teve como pôr freios na recessão econômica iniciada em 1978, quando Geisel resolve desacelerar os investimentos. A cisão entre os generais e a entidade foi selada em julho de 2008 com o documento de críticas ao regime, conhecido por “Manifesto dos Oito”. Era assinado por oito dos mais respeitáveis “capitães” da indústria privada nacional: Antônio Ermírio de Morais (Grupo Votorantim), Cláudio Bardella (Bardella Indústrias Mecânicas S/A), Paulo Vellinho (Grupo Sprinder-Admiral), Jorge Gerdau (Grupo Gerdau), Paulo Villares (Indústrias Villares S/A), José Mindlin (Metal Leve), Laerte Setúbal Filho (Grupo Itausa) e Severo Gomes (cobertores Parayba e ex-Ministro da Indústria e Comércio do Governo Geisel).
O descontentamento da ABIDB vinha da não implementação de pedidos, desde 1975, de políticas industrial de longo prazo e prioridade à indústria nacional, subjugada pelas multinacionais e importações. Reclamavam encomendas que garantissem a ocupação do parque de bens de capital. Em 1976, após três reuniões seguidas - em Porto Alegre, Belo Horizonte e São Paulo -, a ABDIB arranca mais um plano de Geisel: “Ação para Empresa Privada Nacional”.  Cláudio Bardella (Bardella Indústrias Mecânicas S/A) era o presidente da entidade e continuava pressionado por seus pares, porque os planos não saiam do papel, nem os apelos para que as estatais – a economia tinha mais de 70% do PIB estatizados – comprassem da indústria nacional. No VI Congresso Internacional de Executivos Financeiros”, no Rio, o dirigente deixou publico o esgotamento do empresariado, foi quando apontou “um subdesenvolvimento mental” na direção das estatais, que julgava o produto “estrangeiro melhor”.  

Petrobras foi a gota
Em 1977, Carlos Villares (Aços Villares S/A), assume a presidência da ABDIB, para o biênio 1977-78. Geisel cria a expectativa de uma reaproximação, mas o país já era um enorme cemitério de projetos faraônicos. Só Minas, três: Ferrovia do Aço (atual MRS Logística), Açominas (atual Gerdau Açominas) e o aeroporto de Confins. Não causou o efeito esperado medidas de proteção aos fornecedores nacionais de bens capitas, via resolução que só permitia a importação quando não houvesse capacidade de produção de similar no país. E o segundo semestre começa com embate da ABIDB contra a Petrobras, que fura decisão de Geisel, agarrada em uma lei de 1966, assinada pelo marechal Castelo Branco (o primeiro general-ditador- 1964-67). A entidade aponta “ausência de diretrizes” no Governo.
Geisel é surpreendido, em julho de 1978, com a publicação, pela “Gazeta Mercantil”, de críticas à política econômica e aos militares no “Manifesto dos Oito”. Como se dizia na época, os “capitães da indústria”, naquele momento, começavam a pular para fora do barco dos milicos e, alguns deles, iriam engrossar as fileiras com instituições da sociedade e o MDB (atual PMDB), único partido de oposição existente (os militares impuseram ao país o bipartidarismo). Um dos trechos do manifesto propugnava: “Acreditamos que o desenvolvimento econômico e social, tal como o concebemos, somente será possível dentro de um marco político que permita uma ampla participação de todos. E só há um regime capaz de promover a plena participação de interesses e opiniões dotados ao mesmo tempo de flexibilidade suficiente para absorver tensões sem transformá-las num indesejável conflito de classes: o regime democrático. Mais que isso, estamos convencidos de que o sistema de livre iniciativa no Brasil e a economia de mercado são viáveis e podem ser duradouros, se formos capazes de construir instituições que protejam os direitos dos cidadãos e garantam a liberdade. Mas defendemos a democracia, sobretudo, por ser um sistema superior de vida, o mais apropriado para o desenvolvimento das potencialidades humanas. E é dentro desse espírito, com o desejo de contribuir, que submetemos nossas ideias ao debate do conjunto da sociedade brasileira e, em especial, de nossos colegas empresários e dos homens públicos”.
Em 21 de setembro de 1987, empresário Abílio Diniz, presidente e dono do Grupo Pão de Açúcar (não é mais e agora preside o Conselho da BRF, holding da fusão dos Grupos Sadia e Perdigão), em entre entrevista ao programa “Roda Viva”, da TV Cultura, de São Paulo, disse: “Nós já tivemos, então, no passado, momentos de maior atuação social. Eu reputo esse movimento, por volta de 1978, Manifesto dos Oito [documento assinado por importantes empresários, criticando a política econômica do governo Geisel], que vocês se recordam. Eu acho que esse movimento foi extremamente importante para o processo de abertura nesse país”.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Retorna o BNDES; Putin agradece ao PT

Enviado por Nairo Alméri – qua, 26.3.2014 | às 8h42
Após a revelação dos absurdos nos investimentos realizados pela Petrobras no exterior, na refinaria de Pasadena (EUA), e no complexo de refino de Suape, em Pernambuco, na qual a Venezuela não cumpriu sua parte de aporte de 40% - contrato realizado entre os governos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Hugo Chávez -, o Governo Dilma Rousseff (PT) terá pela frente que explicar novamente uma série de operações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O Tribunal de Contas da União (TCU) retomará questionamentos e reafirmações de que o BNDES não fornece informações corretas para os grandes financiamentos envolvendo o Governo, entre eles o de R$ 22,5 bilhões ao consórcio Norte Energia S/A, responsável pela execução do projeto da Usina Hidrelétrica Belo Monte, em Altamira (PA).

10 vezes mais
No exterior, o TCU cobra do BDES informações completas em empréstimos ao governo da Venezuela. O Governo de Caracas não cumpriu sua parte na Refinaria Abreu e Lima, no complexo de Suape, em Pernambuco, que tinha custo inicial de US$ 2,3 bilhões, ultrapassa US$ 22 bilhões investidos e registra atraso de quase quatro anos.  A Venezuela recebeu do banco US$ 750 milhões (não pagos) para o metrô e mais alguns milhões para a construção da UHE La Vueltosa.

Vladimir Putin agradece
O TCU não recebe, também, não é atendido com informações completas para financiamentos em Cuba, onde Dilma inaugurou recentemente um porto, de US$ 1 bilhão, 80% saídos das reservas do BNDES. O maior beneficiário do porto será a Rússia, com a decisão do presidente Vladimir Putin, de retomar a aliança comercial e militar com a ilha. Dilma assumiu ainda com os ditadores cubanos, os irmãos Fidel (aposentado) e Raul Castro, o compromisso de construir um complexo industrial na área – mais US$ 290 milhões. Putin pretende ter bases navais também na Venezuela e Nicarágua, países que recebem recursos do BNDES. O país da América Central recebeu US$ 342 milhões, cerca de 30% do custo da hidrelétrica Tumarín, que deverá começar a operar em dois anos.   

30 vezes mais
Na refinaria dos EUA, a estatal brasileira pagou, em 2006, US$ 360 milhões à Astra Oil, que, no ano anterior, desembolsara apenas US$ 42,5 milhões. Outras operações elevaram o prejuízo para a empresa em mais de US$ 1,2 bilhão.

Aeroportos - US$ 25 bilhões
O BNDES também terá que explicar os aportes liberados em vários projetos do selo político PAC, entre eles os da Copa, principalmente para a construção de hotéis, que ficarão vazios, após os jogos das seleções, em junho, e dos aeroportos, a exemplo dos estádios de futebol, envolvidos em denúncias de superfaturamentos em seus projetos. O banco tem estudo apresentado pelas companhias aéreas comerciais brasileiras apontando “necessidade” de investimentos de mais de US$ 25 bilhões nos terminais até 2020.

terça-feira, 25 de março de 2014

Confins abaixo dos 60%

Enviado por Nairo Alméri – ter, 25.3.2014 | às 8h21
A infraestrutura de pista e de desembarque de passageiros do aeroporto internacional de Confins, em Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte, não comportaria, hoje, a operação descida de mais de 12 jatões por hora (média de 1 a cada 5 minutos) com capacidade para até 160 passageiros. A constatação é de assessores da equipe que acompanha a execução das obras nos aeroportos nas capitais que sediarão jogos da Copa, em junho. O chefe da Secretaria de Aviação Civil, Moreira Franco, não culpa o corte dos R$ 97 milhões no orçamento, determinado pela fiscalização do Tribunal de Contas da União (TCU). O certo é que Confins irá operar com satisfação abaixo dos 60%, assegura uma fonte daquela equipe. A reforma e ampliação do aeroporto estão orçadas acima de R$ 0,5 bilhão.

Não vai, Dilma!...
O padrinho político da presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem lhe aplicado puxões de orelhas, via emissários, avalia que ela não deve ir à abertura dos jogos da Copa do Mundo, em junho, no estádio Itaquerão, em São Paulo. Lula avalia que Dilma receberia, hoje, vaias mais contundentes  que aquelas da abertura da Copa das Confederações, ano passado, em Brasília.

...deixa que eu vou!
Lula é também padrinho Itaquerão, foi quem determinou, ainda quando presidente da República, que o BNDES bancasse as obras. O Corinthians é seu time do coração e, com certeza, estará lá. E levara a ‘Galega’, Dona Marisa.

Anglo American - uso da água
Enviado por NairoAlméri – ter, 25.3.2014 | às 8h21

Anglo American tem meta de redução de 15% no consumo de água
Enviado pela Assessoria de Imprensa -19 de março de 2014
Para atingir o objetivo, a empresa prioriza o uso de ferramentas para preservação dos recursos hídricos
A água é um insumo vital para as operações de qualquer mineradora e a Anglo American considera essencial a segurança do seu abastecimento em todas as localidades nas quais atua. A companhia tem estipulado metas globais para a redução de 10 a 15% do consumo de água potável, especialmente utilizados em projetos localizados em regiões com risco de escassez de água ou conflito, e buscando reduções de 5% para os demais projetos que serão concluídos até 2020. Continue lendo.

Chega de festas
Enviado por Nairo Alméri – ter,  25.3.2014 – às 8h21

Enviado por Milton Rego – blog do miltonrego – 15.3.2014
Agora que passou o Carnaval e chegamos no tempo da Quaresma seria oportuno aproveitar esse momento de reflexão (já logo chega a Copa e aí só será futebol mesmo) e pensar nos desafios do ano que temos pela frente. Um dos maiores deles é da nossa capacidade de investimento, especialmente em infraestrutura.
No fim do mês passado, quando foram anunciados os números do PIB de 2013, o crescimento da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) em 6,3% foi festejado como uma demonstração do dinamismo da nossa economia. Leia Mais

Páscoa, FBCF, água, Itaquerão, TCU, Moreira Franco

segunda-feira, 24 de março de 2014

LLX Minas-Rio

Enviado por Nairo Alméri – seg, 24.3.2014 | às 8h21 - modificado às 22h47

A maior babilônia logística projetada pela iniciativa privada do país, o Porto Açu, em São João da Barra, no estado do Rio de janeiro, iniciado pelo Grupo EBX, de Eike Batista, poderá adiar o início das operações, de julho para novembro. A LLX Minas-Rio, formada pela mineradora de ferro Anglo American e a Prumo Logística Global, não está certa das condições de operações do terminal naquele mês, conforme fixado no contrato. A Prumo é formada por grupo investidor, liderado pela EIG Global Energy, e que substituiu a LLX no projeto. Pelo projeto operações do Terminal 1, voltado para movimentação de minério de ferro e petróleo, deveriam embarcar 26,5 milhões de toneladas/ano de minério de ferro, despachadas pelas minas Anglo, em Minas Gerais (projeto Minas-Rio), via mineroduto de mais de 500 km de extensão. Eike projetou o porto para ser um complexo industrial do Porto Açu e consumir, na primeira fase, investimentos diretos de US$ 3 bilhões em infraestrutura. Mas o Grupo EBX quebrou e teve que vender 100% de vários ativos, o controle de empresas e pediu recuperação judicial de outras.

Primeiro legado da Copa 2014
Em julho, não será apenas o tchau Copa do Mundo que colocará o Brasil na linha da avaliação de seus investimentos. Para reunir as seleções do mundo, o país previa gastos de R$ 8 bilhões, mas a conta não fechará abaixo dos R$ 13 bilhões. Na sala da presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), há mais de 40 dias, um parecer prevê, bem antes da bola começar a rolar, que 50% dos investimentos não serão pagos, em menos de 15 anos, com as atividades esportivas do futebol nos 13 estádios construídos e/ou reformados. O legado está, então, traçado!

Política (1)
De 31 a 6 de abril, a Associação Internacional de Estudantes de Ciência Política realizará o I Congresso Mundial de Estudantes de Ciência Política (IAPSS), na Universidade da Macedônia, em Tessalônica (ou Salonica), norte da Grécia.

Política (2)
Até amanhã ainda será possível entregar resumos de trabalhos para o 38º Encontro Anual da ANPOCS, realizado pela Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (ANPOCS). O encontro será em Caxambu (MG), previsto para 27 a 31 de outubro. A associação aprovou a criação do Grupo de Trabalho Partidos e Sistemas Partidários para o evento deste ano, que será realizado aberto no dia seguinte ao do segundo turno das eleições. 

Semana das Águas
Nos dias 25 e 27, a capital mineira realizará um dos mais amplos debates do país sobre a questão da água. O Igam (Governo de Minas), o Hidroex, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Federação das Indústrias d Estado de Minas Gerais (Fiemg) promoverão  em conjunto a Semana das Águas 2014 com seminários-mini-cursos, palestras, tec. tendo como tema central "Ciência e Inovação na Gestão das Águas". O evento ocorre terá os dois primeiros dias na UFMG e o do encerramento na sede da Fiemg. Mais informações.

sexta-feira, 21 de março de 2014

Será o Armínio?!...

Enviado por Nairo Alméri – sext, 21.0.3.2014 |às 8h17 - modificado às 14h55

Armínio Fraga, a "noiva querida" do mercado financeiro, deve ser o motor da campanha do senador Aécio Neves (PSDB-MG) à Presidência da República. Fontes próximas da dupla asseguram que o ex-presidente do Banco Central (BC) deseja figurar como vice na chapa.

 ZEN investe em P&D
Fabricante de linhas de autopeças e motopeças e desenvolvedora de projetos especiais, a ZEN S.A. investirá, no biênio 2014-15, R$ 36 milhões em inovação de novos produtos originais de mercado e para reposição. Instalada em Brusque (SC), a ZEN está no mercado desde 1960, exporta seus produtos para mais 100 países e é o maior fabricante global independente de impulsionadores de partida. Os recursos, financiados pela Finep, serão aplicados no laboratório de pesquisa e desenvolvimento de projetos (P&D) e em projetos avançados. O gerente de Engenharia de Produto e Processos da ZEN, Geraldo Coelho Neto, a empresa investe 5% do faturamento em P&D, é detentora de 14 patentes e possui 2 mil produtos, sendo seis linhas principais: conformação a frio, impulsores de partida, tensionadores, polias, planetárias e atuadores hidráulicos. A fábrica catarinense emprega 1 mil pessoas.

Código Comercial fora
No próximo dia 25, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgará sua pauta legislativa para 2014. O Código Comercial está fora dela. É que a confederação resolveu pensar melhor esta questão que passa a incomodar, cada vez mais, entidades empresariais. Algumas entidades, como a Associação Brasileira das Companhias de Capital Aberto (Abrasca), puxam a fila da rejeição de um novo Código Comercial.



quinta-feira, 20 de março de 2014

Randon e seus desafios

Enviado por Nairo Alméri – qui, 20.3.2014 | às 22h59 - modificado 22.3.2014, às 13h50
O ano fiscal de 2012 foi uma "base fraca de comparação".
A afirmativa virou lugar comum nos relatórios das diretorias das companhias abertas e avaliações dos analistas que avaliam ativos para o mercado de capitais. É um erro, pois promove a nivelação na gestão das empresas e aceitar como máxima sepulta um ano de planejamento, mudanças de rotas na produção e logística de uma diretoria e toda a linha de seus comandados.
Quando a diretoria da Randon S.A. Implementos e Participações apresentou o balanço patrimonial de 2013, os resultados financeiros nominais (com a inflação embutida) surgiram multiplicados por dois, três e até cinco, na comparação com o ano anterior. E é natural que tenham sido transformados no abre alas de todo o conjunto dos gráficos da recuperação do Grupo Randon - dez empresas dos setores de implementos rodoviários, veículos especiais, autopeças, vagões ferroviários e serviços (consórcio e banco). A performance foi acompanhada trimestralmente, ao longo do ano, tendo como destaque a assunção a 100% do controle das ações da fábrica da Suspensys Sistemas Automotivos Ltda (suspensão), também em Caxias do Sul (RS), com a compra dos papéis em poder ArvinMeritor Inc, dos Estados Unidos. A operação resultou em desembolso de R$ 296 milhões, mas que chegaram aos R$ 430 milhões, contabilizados outras contingências “(Foi o) Maior investimento que a Randon já fez em um só negócio”, comemorou o diretor presidente das empresas Randon, David Randon – filho do fundador, Raul Randon -, em encontro, semana passada, em São Paulo, com jornalistas. Assim, o total dos investimentos no ano somaram R$ 580 milhões, bem acima dos R$ 150 milhões projetados em janeiro de 2013. A Suspensys virou uma divisão dentro da Randon Implementos, a holding do grupo, e não terá mais limitações de mercados externos, impostas pelo ex-sócio.
Não se pode eleger mesmo pódio para todas as companhias no país. A Randon, por exemplo, com 17 plantas industriais, sendo seis no exterior, distribuídas por seis parques fabris – Brasil (3), Argentina (1), China (1) e Estados Unidos (1) – e três unidades industriais terceirizadas na África, lidera na América Latina o segmento de implementos rodoviário (carrocerias, reboque, semirreboque etc.). É um dos maiores globais na fabricação de materiais de fricção (pastilhas e lonas para freios e lonas para revestimentos de embreagem na indústria automotiva, ferroviária, elevadores, naval etc.), via controlada Fras-le S.A. (46,3%), que tem fábricas em Caixas do Sul, China e Estados Unidos. Essa controlada, que também tem ações do capital social listadas na BM&FBovespa, fornece itens originais para 95% das montadoras de automóveis, caminhões e ônibus instaladas no Brasil.
No balanço trimestral encerrado em setembro, a Randon sinalizava tranquilidade para seus acionistas. As variações nominais (não descontada a inflação anual) registradas no balanço consolidado final trambém transferiam segurança(aparente, ao menos) para executar o programa de 2014: receita bruta, R$ 6,620 bilhões (+23,7%); receita líquida, R$ 4,253 bilhões (21,5%); lucro líquido, R$ 235 milhões (452,3%); e, EBITDA (geração de caixa), e R$ 563,8 milhões (101,3%). O desempenho foi tracionado pelos negócios no tripé implementos rodoviários, autopeças e compras públicas federais de máquinas rodoviárias do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Em implementos rodoviários aparece a retomada das encomendas pelas montadoras de caminhões, diante de dois fatores: a supersafra de cereais e a manutenção das linhas do BNDES dentro do PSI (Programa de Sustentação dos Investimentos). Mesmo com a quase multiplicação por quatro nos investimentos, em cima dos valores previstos, o acionista viu seu lucro por ação passar de R$ 0,18, em 2012, para R$ 0,98.

Brasil, um “país difícil” 
Mas, claro, a assunção a 100% no capital da Suspensys e sua inevitável internacionalização, com uma provável fábrica em país no sentido da Ásia, coloca diante da diretoria da Randon mais desafios financeiros pesados, pois 2012 foi uma "base fraca de comparação". Deve-se acrescer a isso a conclusão, até a primeira metade de 2016, da fábrica vagões, implementos canavieiros e produtos especiais de Araraquara (SP), um parque misto para vagões ferroviários, implementos rodoviários e veículos especiais até 2016. Tanto a incorporação da Suspensys quanto o projeto de Araraquara estão no plano plurianual 2012-16, de investimentos de R$ 2,5 bilhões. Agora surge a expansão internacional da incorporada. “(A Suspensys) Vai criar parceiros fora”, disse o presidente da Randon, que, em situação posterior, foi complementado pelo diretor corporativo de Autopeças, Alexandre Gazzi, ao listar um rol de dificuldades para fazer comércio exterior a partir do Brasil (câmbio, impostos, preços internos de matérias primas, etc.): “Exportar, a partir do Brasil, está difícil... Tem gente boa do outro lado (do mundo). O foco (da Randon) é estudar África, Ásia e Europa. Exportar é, no momento, o ‘bode na sala’ da diretoria, pois o resultado de 2013, com US$ 242 milhões, 8,6% de queda, foi o segundo ano consecutivo de perdas de 18% e retorno ao patamar de 2010 (US$ 240 milhões).
O diretor corporativo de Implementos e Veículos, Norberto José Fabris, adicionou assim mais recheio à velha pauta que retira o equilíbrio operacional das empresas brasileiras: “Se não formos muito competitivos em aço, vamos continuar apanhando dos nossos amigos dos olhinhos puxados da Ásia”. Especificamente para o câmbio, comentou que o dólar norte-americano a R$ 2,40 “ajuda”, abaixo de R$ 2 “atrapalha”. “Temos que compreender que o Brasil precisa dar passos maiores”, apelou, ao sugerir que o Governo crie política comercial externa estável. Os custos da Randon com os produtos vendidos, no acumulado de 2013, somaram R$ 3,2 bilhões,  14,2% acima de 2012 (R$ 2,8 bilhões).
Como planejamento dos grandes grupos lançam olhares de longo prazo – e por isso são refeitos -, em 2013, dois meses após a incorporação da Suspensys, o Conselho de Administração da Randon aprovou a emissão de R$ 200 milhões em debêntures simples (não conversíveis em ações). Esse recurso, com remuneração de 100% da variação do CDI, teve carimbo em favor do alongamento da dívida de curto prazo e formação de capital de giro. Prevalece uma postura histórica do grupo, de contratar na mesa do gerente de banco, mas preferencialmente papeis de mercado – debêntures – e linhas Finame (BNDES), o que foi reafirmado pelo diretor Financeiro e de Relações com Mercado, Geraldo Santa Catarina, funcionário de carreira e que cumpriu, em 2013, seu primeiro exercício fiscal no cargo.

2014 começa com perdas e alerta
No decorrer de 2013, foi possível identificar mudanças em rubricas importantes do balanço patrimonial da Randon. No encerramento do terceiro trimestre na comparação com o final de 2012, o patrimônio líquido apareceu 16,2% inferior: saiu de R$ 1,857 bilhão para R$ 1,557 bilhão. Encerrou 2013 em R$ 1,642 bilhão, ou seja, inferior 11,6% em relação ao final de 2012 e, em relação a setembro, 5,45% superior.  No patrimônio líquido estão, além do capital social (dinheiro posto pelos acionistas da companhia), as reservas ou prejuízos acumulados. O endividamento líquido consolidado do grupo (deduz as receitas faturadas e aplicações – não as projeções) era de R$ 1,193 bilhão, 56,9%. Na relação com o EBITDA, ficou 2,12 vezes (em 2012, 2,27 vezes).
O diretor de Relações com Investidores manteve acesa a luz amarela, pois a opção do grupo sempre foi ter a geração de caixa como “desejo” para os investimentos e formação de capital de giro: “Por experiência, sempre que gente fica devendo mais que isso (acima de 2 vezes o EBITDA) para banco é difícil. A estratégia da companhia é não trabalhar com banco. Em separado, a “dívida industrial” da Randon evoluiu 4,5%, para R$ 983,8 milhões – na relação com o EBITDA, queda de 2,27 vezes, em 2012, para 1,78 vezes.
Esperei até agora para esta análise, uma semana após a divulgação dos resultados para a imprensa, pois queria conhecer o resultado da receita bruta acumulada pela Randon nos dois primeiros meses do ano. Ele foi encaminhado hoje (20) à Bolsa: R$ 903 milhões, 6,5% inferior ao de mesmo período em 2013. A receita líquida registrou queda de 3,6%, para com R$ 596 milhões.    
A partida para o dever de casa da diretoria da Randon, em 2014, inclui a aprovação de chamada de capital, dia 14 de abril, pela AGO dos acionistas, com uma elevação em R$ 470 milhões, na forma de bonificação em 25% para os acionistas – 1 nova ação para 4 detidas pelo investidor. O novo capital social romperá a barreira do R$ 1 bilhão, irá para R$ 1,2 bilhão. Pare este exercício, a diretoria da Randon projetou os seguintes números macros financeiros: receitas bruta, R$ 6,3 bilhões, abaixo dos R$ 6,6 bilhões de 2012; receita líquida, R$ 4,4 bilhões; exportações, US$ 260 milhões; investimentos, R$ 150 milhões.  A holding da família Randon, a DRAMD Administração e Participações Ltda, em somatório as parcelas individuais de seus sócios, controla 40,6% do capital total da Randon.

Mais implementos, menos vagões
Em 2013, as vendas de veículos rebocados pela Randon somaram 20.177 unidades, garantindo à marca 28,8% de participação do mercado doméstico (15.964, em 2012). Na linha de vagões, foram 322 unidades vendidas (862). Na carteira dos veículos especiais, foram faturadas 1.316 unidade (1.085). Melhor representado em valores que por unidades, o segmento de autopeças do grupo (Suspensys, Fras-le, Castertech, JOST Brasil e Master) teve receitas de R$ 1,9 bilhão (R$ 1,6 bilhão).
O Grupo Randon encerrou 2013 com 949 novos funcionários. Em 31 de dezembro o quadro total era de 12.115 pessoas, 8,5% a mais que o exercício anterior. As futuras instalações de Araraquara serão operadas por 2 mil funcionários.
A Randon foi fundada em 1949, pelos irmãos Randon (Raul e Hercílio – este falecido). Trabalhavam com a fabricação de ferramentas agrícolas e decidiram abrir uma oficina para reformar motores industriais.