DO CÓRREGO DO FEIJÃO, NOSSAS LÁGRIMAS
Enviado por Nairo Alméri - seg, 28.1.2019 | às 11h17
A partir de hoje, começará a fazer falta profissionais para olhar dentro dos corações de pais, filhos, amigos... Daqui para frente, serão mais e mais velórios e sepultamentos. No Córrego do Feijão, em todo o município, outras cidades e estados. Talvez, outros países ... Também tenho pessoas amigas entre as vítimas. E choro por todos que a tragédia levou contra a sua vontade. O coração deste quarentão de profissão, neste momento, se rende à dor que o ronco das turbinas dos helicópteros traz. As lágrimas de todos foram anunciadas e sempre curvadas pelos poderes econômico e político. Pelas negligências e conivências de técnicos e autoridades públicas municipais, estaduais e federai.
OUTRO AVISO PRÉVIO - A 500 metros de onde escrevo, neste momento, há outro aviso prévio: três barragens irregulares da mineradora MIB, do Grupo Aterpa. Seu potencial de tragédia é para soterrar metade do área urbana do arraial, de 2 mil habitantes.
TODOS CULPADOS - O Ministério Publico, o Prefeito de Brumadinho, o delegado de Polícia, o juiz de Direito, todos da Fundação Estadual de Meio Ambiente (FEAM), COPAM, Governo de Minas, entidades de mineração da FIEMG, sabem disso. Minas Gerais, é uma tragédia anunciada nas barragens das mineradoras. Sempre foi essa a realidade, antes décadas, bem antes da tragédia da Samarco (2015). A população dos arredores é calada pela oferta de emprego, uma necessidade para sobrevivência.
ENTENDAM - Desculpem! Não dei notícias. Desabafei minha dor, dividi lágrimas...
ASSUNTOS PRINCIPAIS: - Ensino e Ciência - Cultura e Veículos de Comunicação - Desenvolvimento, Sustentabilidade e Soberania - Investimento, Produção e Recuperação de Bens - Empresas de Destaque, Profissões do Futuro e Eventos - Logística de Commodities, Bens de Consumo e Exportação - Política de Governo, Leis, Justiça e Cidadania - Economia Internacional e Empresas Globais
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segunda-feira, 28 de janeiro de 2019
domingo, 27 de janeiro de 2019
VALE - INTERVENÇÃO LOCAL
OCUPAÇÃO DOS ESPAÇOS (OU INTERVENÇÃO) FEDERAL NO ARRAIAL
Enviado por Nairo Alméri – dom, 27.1.2019 |às 17h578
CÓRREGO DO FEIJÃO, BRUMADINHO (MG) – De forma efetiva e para
desempenhar alguma função de frente nas operações e investigações do rompimento
das duas barragens de rejeito de minério de ferro da Vale, chegaram hoje agentes
da Polícia Federal (DVI) e do Exército. Essas forças federais se unirão aos
militares da Aeronáutica, que ontem chegaram com equipamentos digitais para
comunicação por sistemas de satélite.
A presença do Exército e da PF coincide com medidas assumidas
bem cedo pelo comando local do Corpo de Bombeiros: proibição geral de entrada de
pessoas na mina, incluindo os da Vale em qualquer grau de gestão. Na madrugada
de hoje, por volta das 5h30, a população local foi acordada por alertas de sirene
e mensagens em megafone. As pessoas foram acordadas com ordem urgente de busca
de “rota de fuga”. Traduzindo: ir para pontos altos. É que a Barragem de B6, ou
de Barragem de Água, desde o acidente com a 6 e a 4, é monitorada com viés de
rompimento.
Os alertas atingiram níveis 1 e 2. O nível 3 é para estado de rompimento. Naquele momento, continuavam proibidas de retornar às casas os moradores das áreas atingidas, a chamada “zona quente” (fora dela, “zona morna” – mais alta, e fora da geografia afetada tragédia). Foi terrível acordar com aquele alerta, no meio de silêncio. Um pouco desesperador avisar vizinhos que não ouviam. Mais, ainda auxiliar pessoas com dificuldade – entrei na casa de um idoso e que tem pouca audição (por sorte, há dez dias, fiz uma cópia da chave do cadeado do portão dele), que entendia daquela situação inusitada: sendo acordado, ainda escuro, e com ordem de sair de casa.
ENTENDA O RISCO NA BARRAGEM B6
Às 8h30, quando o pessoal da Vale ainda não estava impedido de acesso, a convicção de todos envolvidos era de que o “risco de rompimento” superava qualquer nível de segurança para aquela construção. Foi após a constatação de uma segunda “mexida” na represa, também tratada por “Barragem de Água”. Menos de meia hora após, quando oficiais do Corpo de Bombeiros já tinham determinada a proibição de acesso do pessoal da Vale, que até deslocava algumas máquinas na mina, aquele “risco” aumentara. Jargão que deu a dimensão do perigo: o sismógrafo (não tenho a certeza se era esse equipamento) registou um aumento substancial no “nível de água do maciço”. Não se sabe, ainda, o porquê de a Defesa Civil não ter adotado “Nível 3”, ou seja, ordenado o terceiro alerta. Na Vale, que já não tinha mais “comando” da situação, não havia dúvida quanto ao “indicativo forte” de acidente: rompimento.
Às 15h, os helicópteros retomaram os sobrevoos de resgate dos
corpos, foi quando o nível de risco baixou de 2 para 1. Mas, o dia, de menos de
meio expediente, certamente, seria, talvez, com o resgate de número de vítimas
em relação à ontem, mesmo com as autoridades tendo identificado o local onde
está um ônibus com cerca de 20 corpos.
LIXO, FAUNA E BICHOS PEÇONHENTOS
Os moradores continuam a receber café da manhã, lances antes
do almoço e à tarde/noite. Também recebem água potável, medicamentos e outros
artigos para suas necessidades. Os desalojados, nos diversos locais do município,
foram alojados em Brumadinho.
Mas, a partir de hoje, o arraial precisará de um serviço
especial de coleta de lixo. Na situação atual, os caminhões da limpeza terão de
fazer percurso de até 80 km. A área do aterro sanitário está afetada – fica a
acerca de 5 km daqui, e 10 km de Brumadinho. O acesso por, está também
interrompido. Mas tem o lixo orgânico, principalmente animais mortos, na área
do rastro da tragédia.
Há também o deslocamento de animai silvestres. O que deverá
preocupar mais é a presença, na área urbana (casas) dos peçonhentos: cobras, escorpiões
e aranhas. Dentro do arraial tem um Posto de Saúde. Mas ainda não se sabe se
foi emitido alerta da Vigilância Sanitária nesse aspecto, aqui e em outras
localidades. Seria função da Comunicação Social da Vale, Prefeitura, Governo do
Estado e Federal (com a presença absoluta das forças da União).
Assim, aqui, os fatos para jornais, rádios, TVs e redes
sociais ocorrem contrariando, talvez, as vontades da mineradora. E essa a
impressão que jornalistas do exterior – tem uma equipe de TV da Ucrânia – levarão.
VALE - SEPULTAR OS MORTOS
Enviado por Nairo Alméri – dom, 27.1.2019 | às17h53 - modificado em 19/01/2024
CORREGO DO FEIJÃO, BRUMADINHO (MG) – O terceiro dia da tragédia segue rotina: barulho das turbinas dos helicópteros, sol quente, muitos veículos de mesmas corporações, única venda fechada. Só não é mesma coisa a esperança dos familiares dos “desaparecidos”, que, aos poucos, adquire sentido de mortos. O Córrego ainda não recebeu confirmação de nenhum residente entre os mortos, mas já começa a entregar as esperanças de que alguém seja encontrado com vida.
Dos 270 (15h) listados como “desaparecidos”, 12 são do
Córrego do Feijão, dois funcionários diretos da Vale, cinco de empresas terceirizadas,
uma advogada (comprou uma propriedade que pertenceu à Vale, a menos de 100
metros de onde ficava a Portaria principal da Mina Córrego do Feijão) e cinco
da Pousada Nova Estância, que ficou totalmente soterrada pela lama de minério
de ferro que desceu a serra após o
rompimento das barragens, na sexta-feira (25). Mortes confirmadas, até agora, é
próximo de 40.
O pequeno cemitério local (Morada Eterna), à beira do campo
de futebol, onde foi improvisada, digamos, a base aérea para o Corpo de
Bombeiros e a Defesa Civil, tem pouco espaço. Seria impossível acolher número
maior de corpos num sepultamento coletivo. Por cautela, talvez, a Vale (que não
tem uma Assessoria de Imprensa funcionando ao lado da tragédia, optando por ficar
a 12 km, em Brumadinho) ainda não fala em velório e sepultamento. Será momento
de muita tristeza, pois as pessoas são muito próximas – 2 mil habitantes no
arraial.
IMPRENSA SEM APOIO NO LOCAL
O atendimento da Vale aos profissionais de imprensa virou uma
maratona: na tangente do epicentro da tragédia, não tem representante
(jornalista) da Comunicação Social; as entrevistas ocorrem em Brumadinho (12 km)
e os números e estatísticas, em Belo Horizonte (43 km). Mas a “atualização” das
listas de “desaparecidos” é em Brumadinho. Fica parecendo os telejornais da
Globo News: quem dá notícias de Caracas ao Panamá é um correspondente em Buenos
Aires. Ou seja, o longe vira o mais perto dos fatos!
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VALE - FORÇAS ARMADAS
Enviado por Nairo Alméri - dom, 27/1/2019| às 12h06 - modificado 13/11/2019
FORÇAS ARMADAS NO CÓRREGO DO FEIJÃO!!...
Aeronáutica chegou ontem. Acaba de ingressar (11h49) a Polícia do Exército. Há indícios da chegada da Polícia Federal. Qual o papel da PF na Mina Córrego do Feijão? O quê as autoridades deixam de contar? Qual motivo para expulsão da própria Vale do seu local? Algumas perguntas começo a fazer aos meus cabelos brancos de repórter velho!
Perfil NAIRO ALMÉRI
FORÇAS ARMADAS NO CÓRREGO DO FEIJÃO!!...
Aeronáutica chegou ontem. Acaba de ingressar (11h49) a Polícia do Exército. Há indícios da chegada da Polícia Federal. Qual o papel da PF na Mina Córrego do Feijão? O quê as autoridades deixam de contar? Qual motivo para expulsão da própria Vale do seu local? Algumas perguntas começo a fazer aos meus cabelos brancos de repórter velho!
25/10/2019 - Vale reservou R$ 7,652 bi para descomissionar barragens... LEIA AQUI
18/10/2019 - Comando do Exército, mesmo com cortes, compra brinde...LEIA AQUI
#AMN #MME #MinistérioDeMinasEnergia #Vale #Brumadinho #CórregoDoFeijão #BHP #Samarco #BHPBilliton
13/11/2019 - BHP Billiton cancela protocolo de R$ 3,7 bi com Minas ...LEIA AQUI
Perfil NAIRO ALMÉRI
VALE - O RISCO NA B6
Um procedimento sério foi descartado!
Enviado por Nairo Alméri , dom, 27.1.2019 | às 10h37(da Conta Facebook)
CÓRREGO DO FEIJÃO - ENTENDA O RISCO NA BARRAGEM B6 DA VALE
Às 8h30, quando o pessoal da Vale ainda não estava impedido de acesso, a convicção de todos envolvidos era de que o “risco de rompimento” superava todos os níveis de segurança. Foi após a constatação de uma segunda “mexida” na represa, também tratada por “Barragem de Água”. Menos de meia hora após, quando oficiais do Corpo de Bombeiros já tinham determinada a proibição de acesso do pessoal da Vale, que até deslocava algumas máquinas na mina, aquele “risco” aumentara. Jargão que deu a dimensão do perigo: o sismógrafo (não tenho a certeza se era esse equipamento) registou um aumento substancial no “nível de água do maciço”. Não se sabe, ainda, o porquê de a Defesa Civil não ter adotado “Nível 3”, ou seja, ordenado o terceiro alerta. Na Vale, que já não tinha mais “comando” da situação, não deixava dúvida para um “indicativo forte” de acidente: rompimento.
O PIOR: às 9h, a constatação de que “os drenos da barragem estão obstruídos”.
RETOMADA DAS BUSCAS - Por volta das 09h39, o céu estava com menos neblina e os helicópteros dos Bombeiros começaram chegar. Mas, por enquanto, as buscas serão prioritariamente por terra.
O PIOR: às 9h, a constatação de que “os drenos da barragem estão obstruídos”.
RETOMADA DAS BUSCAS - Por volta das 09h39, o céu estava com menos neblina e os helicópteros dos Bombeiros começaram chegar. Mas, por enquanto, as buscas serão prioritariamente por terra.
VALE - OUTRA BARRAGEM EM RISCO
Enviado por Nairo Alméri - dom, 27/1/2019 |às 9h25
CÓRREGO DO FEIJÃO - Soldado do Corpo de Bombeiros, do Comando das Operações locais, dá a dimensão dos riscos da “última” barragem, a B6.
https://www.facebook.com/100007915682261/posts/2254282998178868/
CÓRREGO DO FEIJÃO - Soldado do Corpo de Bombeiros, do Comando das Operações locais, dá a dimensão dos riscos da “última” barragem, a B6.
https://www.facebook.com/100007915682261/posts/2254282998178868/
sábado, 26 de janeiro de 2019
DIMENSÃO DA TRAGÉDIA DA VALE
Enviado ir Nairo Alméri, sab, 26/1/2019| às 14h35 - Modificado em 16.3.2019
CÓRREGO DO FEIJÃO - Todo helicóptero que decola do Córrego do Feijão, retorna com cadáver. Os intervalos estão menores INFORMAÇÃO Negada começa a gerar desinformação. Um tenente dos Bombeiros comentou que 354 estão desaparecidos (Gov MG). Isso dá a tamanho da tragédia
CÓRREGO DO FEIJÃO - Todo helicóptero que decola do Córrego do Feijão, retorna com cadáver. Os intervalos estão menores INFORMAÇÃO Negada começa a gerar desinformação. Um tenente dos Bombeiros comentou que 354 estão desaparecidos (Gov MG). Isso dá a tamanho da tragédia
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