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quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

C&T – leia antes Mario Neto Borges

Enviado por Nairo Alméri – qui, 21/01/2016 | às 23h19

Vetos à tecnologia
O Brasil vai bem na ciência, tendo alcançado a 13ª posição mundial na produção científica indexada, mas vai mal na inovação

Mario Neto Borges
Professor, consultor do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) e ex-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig)
Publicação: 21/01/2016 04:00

O governo federal vem apresentando propostas para a área da ciência, tecnologia e inovação (CT&I) com o lançamento de documentos que mudam de nome a cada gestão. Plano de Ação em CT&I (Pacti), Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (Encti) e Plataformas do Conhecimento, para ficar só nos últimos exemplos. No entanto, todos os planos nessa área, quaisquer que sejam, só têm sucesso caso dois insumos sejam garantidos: recursos perenes e arcabouço legal adequado.

Os diversos planos têm proposto incluir o tema como eixo estruturante do desenvolvimento do país apresentando diretrizes, definindo ações e estabelecendo os eixos de sustentação e as prioridades para o período de sua vigência. No entanto, têm falhado no aporte dos investimentos, que deveriam ser da ordem de 2% do PIB, anualmente. Vale lembrar que as potências mundiais investem recursos da ordem de 3%. Os recursos nacionais não têm conseguido ultrapassar 1,2% do PIB nos últimos anos. Isso se deve a duas razões. De um lado, os recursos públicos deveriam ser, no mínimo, o dobro do que tem sido investido. Por outro lado, o setor privado/empresarial também não tem investido o necessário, que deveria ser equivalente ou maior do que o investimento do setor público.

É importante lembrar que o arcabouço legal brasileiro para CT&I tem sido, até aqui, um grande obstáculo para a execução das atividades de pesquisa e inovação. Um desestímulo para as indústrias. Mesmo que o recurso exista, a legislação vigente dificulta e, algumas vezes, impede a execução dos projetos. Proposta para solução dessa questão surgiu em 2011, numa iniciativa do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) e do Conselho Nacional de Secretários para Assuntos de Ciência, Tecnologia e Inovação (Consecti), em reunião conjunta em Belo Horizonte, por ocasião do jubileu de prata da Fapemig. O documento, denominado Código Nacional de CT&I, foi produzido por um grupo de procuradores e deu entrada na Câmara Federal com a adesão de várias entidades, na forma do Projeto de Lei 2.177/11.

Decorridos quase cinco anos de luta, dever-se-ia comemorar a sanção do código (PLC 77/2015) ocorrida no dia 11 de janeiro, que se transformou na Lei 13.243/2015. Entretanto, a presidente da República optou por, ouvindo os ministérios do Planejamento e da Fazenda, vetar oito itens do texto encaminhado para sanção pelo Congresso Nacional. Vale destacar que – de forma excepcional na história do Congresso Nacional – o projeto foi aprovado por unanimidade tanto na Câmara como no Senado Federal. É importante enfatizar que as aprovações ocorreram após vários anos de discussões com efetiva participação da sociedade em diversas audiências públicas. Some-se a isso o fato de que 20 entidades acadêmicas, de ciência, de tecnologia e empresariais enviaram um ofício à presidente, solicitando a sanção sem vetos – documento que não foi considerado.

Tem sido dito à exaustão que o Brasil vai bem na ciência, já tendo alcançado a 13º posição mundial de produção científica indexada, mas vai mal na inovação, onde amarga a 68º posição. Isso significa que o país faz pesquisa de alto nível e com qualidade internacional, mas não consegue transformar o conhecimento gerado em riqueza e desenvolvimento para a sociedade. O código tem o objetivo de superar esses obstáculos, incentivando a inovação. Porém, os vetos, de natureza puramente burocrática, descaracterizam o texto original, dificultando ou impedindo o alcance desse objetivo.

Dessa forma, urge que a sociedade brasileira se articule com o Congresso Nacional visando a derrubada dos vetos que – se concretizada – vai garantir que o código possa trazer as condições necessárias para, a médio e longo prazos, garantir a competividade dos produtos nacionais, gerando riqueza e desenvolvimento sustentável para o país.
Fonte: “ESTADO DE MINAS”

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Máquinas agrícolas na Itália


País vai retirar de operação tratores obsoletos 

Enviado por Nairo Alméri - ter, 19.01.2016 | às 23h19
A Federação Nacional dos Fabricantes de Máquinas Agrícolas da Itália (FederUnacoma) informa que as vendas dispararam em novembro e dezembro, revertendo a tendência negativa, até então. Com base nos registros de tratores e máquinas agrícolas que exigem emplacamentos – dados do Ministério dos Transportes –, 2015 foi encerrado com 18.420 unidades, ligeiro aumento de 1,4% sobre 2014. A nota da FederUnacoma destaca que as vendas de novembro cresceram 37% e, em dezembro, 50,9%. E que o mercado das colheitadeiras exibiu recuperação.

Incentivos da UE
A reversão de tendência pegou carona nas medias de “apoio” do Programa de Desenvolvimento Rural da União Europeia (UE), o RDP. O programa deverá manter reflexos positivos em 2016, via incentivos. 

Inventário
O RDP influenciará nos inventários de “renovação de máquinas mais antigas” na frota agrícola. Esse inventário determinará a retirada de operação de máquinas obsoletas, de baixa produtividade.

Sobratema exagerou nos PACs

Timidez para mudar relações com Governo

Enviado por Nairo Alméri – ter, 19.01.2016 | às 0h27 - modificado em 20.01.2016, às 8h27
Entidade que congrega empresas de revenda (dealer), fabricantes, locadoras de máquinas pesadas para mineração e construção, as maiores empreiteiras e importadores de equipamentos pesados, a Sobratema - Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração, é uma fonte segura na economia do país para se aferir a relação direta dos impactos dos contratos oficiais para infraestrutura. Quando o Governo anuncia megaplanos e libera (liberava) algum recurso, as empresas dos setores filiados à entidade alcançam performance chinesa. Quando esses expedientes oficiais desaparecem, elas criam cemitérios de máquinas por todo o país. Os PACs – Planos de Aceleração do Crescimento - e seus derivativos levaram essas empresas do pesadelo ao paraíso. Mas, também, nos últimos tempos, mostraram o caminho de volta. Até três anos atrás, quem desejasse conhecer, em nanodetalhes, os trilhões de reais (publicados nas páginas do Diário Oficial da União e boletins do BNDES, BB, Caixa etc.) dos contratos dos PACs (concluídos, em andamento, assinados, iniciados e anunciados por regiões do país etc.), a Sobratema era fonte quase imbatível – até em embates com o Planalto e Congresso Nacional.

Mudança
Mas, com os apagões dos PACs e cenário atual, a Sobratema dá sinais de tentativas da busca de algum ensinamento e saída para um descolamento. Parece buscar alforria contra ilusórios planos de forte apelo político- eleitoreiro, que não se sustentaram e que, por tabela, se revelaram fertilizantes para escândalos bilionários como os pinçados nas investigações da Operação Lava Jato, pela Polícia Federal e o Ministério Público Federal, com destaque os praticados contra os cofres de empresas do Grupo Petrobras. As histórias que emergem da operação são bem conhecidas. Mas parece não terem um fim, pois, a cada semana, exibem capítulos novos para personagens velhos – alguns em cena desde a república dos pós-ditadura militar (período de 1º de abril de 1964 a 15 de março de 1985). De tantas andanças como ‘dama de honra’ de políticos empresários e assessores em geral suspeitos, investigados e condenados, o ‘japa’ da PF deve ter trocado de pares de botinas umas oito vezes, nos últimos doze meses.

Tecnologia
Diferente do período dos ‘anos dourados’ dos PACs, a Sobratema agora abandona as estatísticas oficiais. A entidade põe em pauta “tecnologias e conceitos de equipamentos para compactação”.  Esse o tema do agendado para 6 de abril, em São Paulo. Num olhar para o comportamento das novidades que chegaram da Ásia no período 2010-15, o “Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção” as marcas do outro lado do mundo impulsionando a comercialização média anual para 1,8 mil compactadores novos, enquanto 2007 registrara 446 unidades -  pouco mais de um quarto. É por aí que se desenrolará o Sobratema Workshop 2016, cujo tema central, informa nota assessoria de imprensa da entidade, será “Compactação – Tecnologias e Conceitos”.   

Sustentabilidade
O vice-presidente da Sobratema, Paulo Oscar Auler Neto, na mesma nota, lança a seguinte leitura para o evento: “Nosso objetivo é prover conhecimento técnico e mercadológico para engenheiros, profissionais, técnicos e especialistas de construtoras e locadores e contribuir para a aplicação assertiva dos equipamentos de acordo com as características de cada obra, a fim de obter mais produtividade, qualidade, segurança e sustentabilidade”.

Sem crise!
Pelo anunciado do vice, a Sobratema não abrirá espaços para as mazelas nacionais e suas consequências: recessão econômica (que derruba até a tecnologia asiática), desemprego em massa, crise de governança e falta de ética no trato com o dinheiro público (com peso para os tributos), governabilidade política no limbo etc. É o Brasil de sempre: cada setor econômico constrói sua bolha – seu casulo –, para não ver ao redor. Mas como nada é definitivo e falta algum tempo, vale conferir!

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Renan x Collor

Renúncia de Collor, em 29 de dezembro de 1992 
Enviado por Nairo Alméri - seg, 28.12.2015 | às 23h26

Se é que se pode assim nominar, a sorte política do presidente do Congresso (e do Senado), senador Renan Calheiros (PMDB-AL), está no azar político do senador (e ex-presidente da República) Fernando Collor de Mello (PTB-AL). E vice-versa. Ambos são citados nos atos de corrupção dentro das empresas do Grupo Petrobras investigados pela Operação Lava Jato - pelo Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal de Curitiba. Na eleição presidencial de Collor, em 1989, pelo então PRN, Renan foi líder na Câmara. 

Há 23 anos
Os dois alagoanos romperam ainda no processo de impeachment, em 1992. Collor renunciou ao mandato, em 29 de dezembro de 1992 (23 anos, amanhã), para tentar escapar da cassação na Câmara. Mesmo assim, o processo foi concluído no Congresso com a perda de seu mandato. Collor foi diretamente acusado como responsável pela rede de corrupção montada em seu governo, conhecida por "Esquema PC Faria" - Paulo César Faria, era um empresário de Alagoas, amigo de Collor e seu tesoureiro de campanha.

Causa comum
Atualmente, ambos são de partidos da "base aliada" de sustentação do Governo Dilma Rousseff (PT-RS). Mas se relacionam no de um objetivo em comum: buscar uma saída de fuga na Lava Jato.

Menos que o 'Petrolão'
Até agora, as investigações do MPF e PF sinalizam que a corrupção envolvendo o PT, PMDB, PP, PTB, PDT, PCdoB, etc. somam mais de US$ 8 bilhões. O Caso PC Farias foi estimado em US$ 1 bilhão, em 1992.

 PRN, 1989, corrupção, Lava Jato, Collor, Renan, PC Farias, Petrolão, 

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Eike Batista ainda interessa

Enviado por Nairo Alméri - sex, 25.12.2015 | às 22h

Todo noticiário sobre o empresário mineiro Eike Batista, ainda dono do pouco que sobrou do Grupo EBX, que chegou a valer US$ 32 bilhões, em 2011, é rastreado em detalhes por profissionais dos escritórios de investidores da Rússia e Alemanha. Mas, nos últimos dez meses, os consultores desses países passaram a praticar pente-fino nas publicações de até quatro anos atrás.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Up grade da FCA na Fiat

Possível desembarque da nova geração de 'carroças' automotivas 
Novo chefão da Fiat, na América Latina, sinaliza uma ruptura para o tudo igual

Enviado por Nairo Alméri - qui, 24.12.2015 | às 18h01 

O design dos automóveis abaixo dos US$ 70 mil (varejo), vendidos no Brasil, está cada vez mais unificado. Todos parecem os mesmos aos olhos do consumidor. Traseiras, laterais, frisos, lanternas, bagageiros, canos de escape, pneus, portas, painéis, poltronas, espaços interiores etc. vistos a olho nu é o mesmo resultado que o de um olhar, distante 100 metros, para jovens japoneses de mesma faixa etária de um time de vôlei. Todos serão Chinji, ou Sakai, ou Nishio etc.Todos parecidos. 
Mas seria essa a opção dos consumidores? Quererem tudo tão parecido? Concordarem com uma verdadeira comunização do gosto? Com certeza, em ambiente de economia de mercado (aberta, livre), ainda não revogada, não? Não estamos, em definitivo, diante de uma opção cega dos consumidores firmada em cartório com todas as montadoras estabelecidas no país.
No sentimento de juízo desapegado, pode-se sentenciar que prevalece imposição das montadoras pelo igual - pelo custo operacional mais em conta. Elas, até aqui, parecem comungar de pacto que pune consumidores em países do Hemisfério Sul, os ainda periféricos. Para estes, modelos inferiores (porém caros) na "motorização" e com incontestável design de brega, mas que facilita várias etapas na linha de montagem, principalmente nos cortes das chapas de aço - nas prensas.
Ainda continuamos em 1989: "... Os carros no Brasil são carroças" (Fernando Collor de Mello, eleito presidente da República, mas ainda não empossado, em viagem pela Ásia, onde visitou montadoras).

Ketter quase convenceu!...
Mas diz o ditado popular que "nada nessa vida é definitivo". Nas palavras atribuídas ao novo super diretor-presidente da Fiat Chrysler Automobiles (FCA) para América Latina, Stefan Ketter, pode-se lançar um lampejo de expectativa para o início de uma contagem regressiva que poderá ditar o fim desse status de mercado periférico - inferior - para o Brasil. Em entrevista à edição N. 131, de novembro, da "Mundo Fiat" - Revista da FCA e da CNH Industrial, no Brasil, parte da resposta à última pergunta ("Qual é a estratégia do novo Centro de Engenharia que está sendo desenvolvido em Pernambuco? Ele terá papel global?) do novo capo dei tuti capi da casa italiana para América Latina, contém: "...O resultado será muito positivo, pois vamos desenvolver uma nova geração de produtos que requer um investimento muito forte em Engenharia, tanto em plataforma como em motores (...)". Mas faltou maior clareza (algo mais cristalino), tipo: modelos com designs arrojados e que competirão em mercados globais da América do Norte e Europa, mas que inclui o Brasil!...