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terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Blindados obsoletos da Alemanha

08/01/2013
Não será por falta de um novo escândalo que os parlamentares do Congresso Nacional deixarão de criar outra Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mês que vem. É voz comum no Legislativo e Executivo que o Ministério da Defesa micou ao comprar 239 carros de combate reformados da Alemanha. Foram 239 unidades, sendo 220 da série Leopard 1A5, entregues em sete lotes – até outubro de 2011. O material bélico desembarcou no porto de Rio Grande (RS) e, em fevereiro do ano passado, foi “vistoriado” pelo ministro da Defesa, Celso Amorim, um diplomata de carreira e Chanceler no Governo Lula - ou seja, não se trata de um oficial-general. O questionamento é o seguinte: se o país não poderia ter feito o mesmo gasto comprando um lote menor de blindados, porém, competitivos em sua missão por mais uma década.
A série repassada pela Alemanha será peça obsoleta nas linhas do mesmo fornecedor, a Krauss-Maffei Wegmann (KMW) a partir de 2015. A venda da esperta KMW custou ao país mais de R$ 200 milhões (€ 75 milhões, na cotação das 15h). Ou seja, somando os gastos nessas sucatas com a campanha do Exército na ocupação do complexo do Morro do Alemão, no Rio, outros R$ 333 milhões (€ 124,9 milhões), o Governo pagaria com sobras de caixa o desembolso de R$ 342,4 milhões ( 128,4 milhões) pelos 40 blindados Guarani, encomendados à Iveco (Grupo Fiat), de Sete Lagoas (MG).
A mesma KMW, conforme noticiou, em fins de dezembro, o jornal “Bild am Sonntag”, ofereceu 30 modernos utilitários Dingo 2 NBC (nuclear, biological and chemical) para o sistema defensivo da Arábia Saudita. A compra é de 100 milhões, coisa que os gastos com o Exército no Morro Alemão bancariam facilmente.
Sucatas de F-5
Movido por enorme paixão às sucatas de guerra, em meados de 2012, o Governo gastou US$ 55 milhões na compra de caças F-5 usados da Jordânia. Vai desembolsar outros milhões com a reforma, contratada à Embraer.   
Rodízio
Os prefeitos das capitais que serão sede dos jogos da Copa das Confederações receberão do Governo (Ministério das Cidades) pedido de avaliação para aplicação de rodízio na circulação de veículos, a exemplo do que fez São Paulo nos dias de semana.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Redação é a caixa preta

07/01/2013
O Governo do PT criou o regime de cotas para o acesso ao ensino público superior. Isso contraria o direito da igualdade entre os cidadãos defendido na Carta das Nações Unidas e na Constituição Federal do Brasil. O correto, o justo e o sério, seria criar e executar um projeto que, no mínimo, nivelasse os ensinos públicos fundamental e médio ao das melhores escolas privadas.
Mas agindo de forma política, jogando sempre para as eleições, só resta ao Governo (com apoio da Justiça), esconder a sujeira do ensino para debaixo do tapete: blindar as correções das redações que acompanham as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que garantem acesso em 101 instituições, via Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Com raras exceções, alunos do ensino público estão bem abaixo da média de conhecimento dos candidatos que concluíram o ensino Médio nas escolas particulares.
Então, para o Governo, blindar as redações do Enen é o mesmo que não entregar a caixa preta que esconde as mazelas do ensino público do país. Com um sistema cada vez mais xiita de cotas (bolsa de vantagens), no qual só faltam critérios religiosos, simpatia por clube de futebol e filiação partidária, o Palácio do Planalto decretou que o ensino superior nas universidades oficiais deva ter a qualidade daquilo que é aplicado nos níveis fundamental e médio nas salas das escolas públicas.
É lamentável, pois o país não é do PT (nem da base aliada). O país não merece essa commodity do retrocesso, enquanto outras nações avançam por via mais inteligente: compromisso com a qualidade na base do ensino.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Governo pune a produção

03/01/2013
As coletâneas de trabalhos produzidas nas academias e entidades de classe e corporativas brasileiras repetem pregações e promessas de décadas. E o país não implementa as soluções apresentadas e, como consequência, pouco avança. O país parece mesmo, a despeito da publicidade oficial, “deitado eternamente em berço esplêndido”. Algumas soluções propostas são tão básicas que, mesmo amarelando à espera da implementação, parecem ter saído de fóruns realizados nestes três primeiros dias de janeiro de 2013. Exemplo clássico está no texto da “Sessão Temática - Tributação e os desafios para a indústria”, no documento de trabalho “Recomendações e propostas” das conclusões do 3º Encontro Nacional da Indústria – 2008.
Do encontro, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), participaram ao redor de 1.000 líderes industriais. O evento simbolizou o encerramento de um ciclo de quatro meses de debates “sobre como fazer o Brasil crescer melhor” na visão de dirigentes de associações setoriais, sindicatos e das federações estaduais. Ao longo de 2007, aquelas lideranças edificaram mais de 500 propostas para “melhoria do ambiente de negócios e para o desenvolvimento do Brasil”.
O enredo exibido pela indústria para a questão da política tributária, discutida em 2007, continua atual. O documento abre assim:
Tributação e os desafios para a indústria
A má qualidade do sistema tributário e o elevado volume de recursos por ele recolhido contribuem decisivamente para o baixo potencial de crescimento da economia brasileira.
Os problemas do sistema são muitos. A estrutura tributária é composta por um grande número de impostos e contribuições. A legislação complexa e a incidência cumulativa distorcem os preços relativos e provocam alocação menos eficiente dos recursos produtivos. Finalmente, o sistema onera os investimentos produtivos e não permite a completa desoneração do sistema.
Os efeitos negativos do sistema tributário são potencializados em função do montante de recursos por ele recolhido. A tributação no Brasil é excessiva e crescente. A carga tributária aumentou mais de 10 pontos percentuais nos últimos 15 anos. Passou de 25% do PIB, em 1992, para 35%, em 2007.
Reverter esta situação exige alterações profundas que criem um sistema tributário de qualidade, atualizado e orientado para o crescimento e a competividade. Além disso, requer um efetivo controle do crescimento dos gastos públicos e um aumento da eficiência na aplicação dos recursos, de modo a proporcionar uma redução da carga tributária (...)”.
Cine Brasil(zinho)
Enquanto isso... Entre personagens do chamado núcleo político do ‘mensalão’, um investigado, processado e condenado à prisão pela Suprema Corte, voltará às mordomias de parlamentar no Congresso Nacional. Terá, novamente, a boa vida com o polpudo salário e mordomias oficiais (em dinheiro vivo e conforto) por conta dos cofres públicos (do povo e empresas que geram empregos).

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Indústria de celulose

28/12/2012

Em rápida conversa, o economista Paulo Brant, diretor presidente da Celulose Nipo-Brasileira S/A (Cenibra) e ex-economista Chefe do BDMG, mostra um rosário de dados que colocam o Brasil como debutante em negócios da cadeia global da celulose. Apesar da minúscula extensão territorial, comparada com a do Brasil, o Japão, por exemplo, supera em muito os de nosso país em vários aspectos da cadeia. No país do Oriente, são ao redor de 10 milhões de hectares de florestas plantadas. No Brasil, 6,5 milhões ha (Anuário Estatístico da Abraf 2012 – base 2011), sendo 74,8% com eucalipto, e, 25,2%, pinus. As florestas representaram R$ 53,91 bilhões em VBP (valor bruto da produção).
A Finlândia, país coberto por neve, é melhor posicionado que o Brasil como fabricante de produtos florestais. E olha que o país da Europa utiliza florestas nativas (22,5 milhões ha – FAO, 2006) de pinus, distribuídas por pequenas propriedades agrícolas. “E o (primeiro) corte da árvore (naquele país) ocorre com 60 anos. Aqui (no Brasil), com seis anos”, observa Brant. Ele defende que o Governo dê incentivos às empresas que são produtoras de fato, como a indústria de celulose, que “são verdadeiras indústrias químicas”. Empresas de aparelhos celulares, beneficiadas com linhas de crédito e incentivos fiscais, seriam apenas “linhas de montagens (de peças de terceiros)”.

Valores
O Brasil possuía, em 2006, 478 milhões ha florestais totais. Naquele ano, de acordo com a própria FAO, o mercado mundial de produtos florestais foi de US$ 204 bilhões. O Brasil participou com US$ 5,653 bilhões – atrás do Canadá (US$ 28,471 bilhões), Alemanha (US$ 19,047 bilhões), Estados Unidos (US$ 18,481 bilhões), Suécia (US$ 14,375 bilhões), Finlândia (US$ 14,342 bilhões), Rússia (US$ 8,634 bilhões), China (US$ 8,293 bilhões), França (US$ 7,633 bilhões), Áustria (US$ 6,649 bilhões) e Indonésia (US$ 6,174 bilhões).

Contratação
O presidente da Cenibra aponta no cultivo intensivo do eucalipto, mesclado à preservação de áreas nativas, uma forma de correção de solos degradados (“uma ação ambiental efetiva”) e de fixação do agricultor e seus familiares no campo. No momento, a companhia, dona de 255,2 mil ha (50,5% cultivados, 40,4% “reserva natural” e 9% infraestrutura etc. – balanço patrimonial de 2011) executa programa de contratação direta de 3.500 dos 7 mil funcionários terceirizados que mantinha na área das florestas. 

Perfil
A planta industrial de celulose de fibra curta branqueada da Cenibra fica em  Timóteo (MG), no Vale do Rio Doce, e está em produção há 35 anos. Foi fundada em joint venture da antiga CVRD (Cia. Vale do Rio Doce, atual Vale S/A), ainda eststal, com a holding JBP – Japan Brazil Paper and Pulp Resources Development, atualmente controladora de 100% do seu capital. A empresa produz 1,2 milhões t/ano celulose (nível mantido desde 2009), mais de 45% comercializadas no Japão e demais mercados da Ásia, e tem faturamento anual de R$ 1,238 bilhão (2011). Os números constam do balanço patrimonial de 2011.

Resultados do Brasil
Na semana passada, a Associação Brasileira de Celulose e Papel (Abracelpa) deu conhecimento de dados preliminares da produção brasileira de celulose para os 11 primeiros meses, de 12,7 milhões t, e, para papel, 9,3 milhões t. Ficaram estáveis na comparação com o período de 2011, mas com ganhos de 9% na receita, de US$ 6,6 bilhões. Em 2011, o Brasil ocupou 21% do mercado global de celulose – foi o terceiro produto e o 1º fabricante comercializados (Abraf – Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas).

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Boeing, Dassault e Saab

Na primeira semana de fevereiro de 2013, enquanto o Congresso Nacional se ocupar do Orçamento Geral da União  (OGU), a presidente Dilma vai preparar terreno para reagendar a discussão da compra dos 36 caças para a FAB. Na pista das ofertas estão a Boeing (EUA), com o F-18, a Dessault (França), com o Rafale, e a Saab (Suécia), com o Gripen NG. O pacote desse negócio, deixado pelo ex-presidente Lula, beirava os US$ 5 bilhões (equivalente à previsão orçamentária prevista para Belo Horizonte para 2013). Como se acostumou a desautorizar postulados até seus, a presidente, então, colocará por terra a sua notícia, quando passou por Moscou, há três semanas, a de que, mais uma vez, suspenderia aquelas tratativas. A justificativa de que é preciso esperar um fôlego na economia – o PIB anda em baixa – não agradou na caserna, da mesma forma o rumor de uma possível abertura para os russos. Mas se os russos entrarem no páreo, acalma um brigadeiro-do-ar aposentado, seria apenas para baixar preços. E justifica: “O Brasil não tem a tradição de confiar (nos russos) em matéria de segurança territorial”.

Estrada virou commodity
Em breve o mercado terá conhecimento do desvio de uma estrada municipal, em Minas, para que uma empresa possa retirar minério de ferro que está depositado por baixo. Depois, a estrada deverá retornar ao seu curso, um caminho aberto no Século XIX. Tudo licenciado.

Codemig
A Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) receberá inscrições entre 9 de fevereiro e 13 de março para o concurso público de formação de “cadastro de reserva” que selecionará 36 profissionais com formação de níveis superior e médio. Os salários chegam a até R$ 5.100 mensais.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Vale – minério do minério

26/12/2012
Desde fins da década de 1980, a Vale, via controlada Minas da Serra Geral, que extraia minério de ferro nas minas Timbopeba e Capanema (minas exauridas), em Ouro Preto e Mariana, aplica a tecnologia de recuperação de ‘rejeito’ de minério de ferro, com ganhos de 30%. Fazia isso com escala econômica. E desde a década passada, não se fala mais em ‘rejeito’ em lavra de minério de ferro. Do Centro de Desenvolvimento Mineral (CDM), complexo de laboratórios para testes e ensaios com vários materiais e finalidades (na prática, um centro de pesquisas científicas e tecnológicas), que a empresa mantém em Santa Luzia (o KM-13, na BR-381), surge uma nova técnica para beneficiamento de itabiritos bem pobres, abaixo de 22% de teor de ferro. “Não vamos perder nem o fino de minério”, ilustrou, para o blog, um técnico do CDM. Completou que a novidade supera em muito a técnica do “peneiramento” via aproveitamento da “umidade do ambiente”, aplicada, há algum tempo, pela Vale na Serra dos Carajás, no Pará.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Universitário A+A

23/12/2012
Em Belo Horizonte, um universitário de 19 anos faz três cursos simultâneos: engenharias mecânica e aeronáutica e curso de piloto.