Octávio Dias Leite – poeta, escritor, jornalista e advogado*
Nasceu em Belo Horizonte, no dia 14 de dezembro de 1914, filho de David Dias Leite
e Carmen Santos Leite.
Na sua infância e juventude residiu na Av. Paraná, rua Espírito Santo e Alagoas – BH
Estudou no Colégio Arnaldo e formou-se em Direito pela Faculdade Nacional de
Direito da Universidade do Brasil – Rio de Janeiro.
Casado com Maria Braga Dias Leite, teve 03 filhos - Silvana, Christiano e Otávio
Rio de Janeiro
Em 1938, morou em uma pensão do Catete - Rua Corrêa Dutra, juntamente com
Graciliano Ramos, Rubem Braga, Valdemar Cavalcanti, Moacir Werneck e outros.
Nesta época, trabalhava como redator-colaborador da revista “Diretrizes”, situada à
Praça Getúlio Vargas.
No período de 1940 a 1943, trabalhou na Agência Reuter, como auxiliar de redação e
redator telegráfico e na Agência Meridional como redator.
Em 1944, trabalhou no DASP - Departamento Administrativo do Serviço Público e no
Museu Mariano Procópio, em Juiz de Fora.
No ano de 1945, morou na R. João Lira – Leblon.
Paris – 1946 e 47
Trabalhou na cobertura da 2a Guerra Mundial e da Primeira Conferência Geral
da Unesco, realizada nos meses de novembro e dezembro de 1946, como
correspondente da Agence Interpress. Freqüentando os bares e cafés parisienses
conviveu, nesta época, com famosos escritores e pintores franceses.
Retornou ao Brasil, em novembro, a pedido a família, para ajudar o pai nos negócios
da Papelaria e Gráfica Dias Leite, situada à Av. Paraná – Centro.
Poeta
Aos vinte anos, publicou o primeiro livro de poesias Baganas. Comentários do crítico
literário do “O Globo”, Eloy Pontes sobre o livro “ A poesia pode também constituir-
se de simples traços sugestivos. O verdadeiro poeta, em regra não define coisa
alguma. Sugere apenas. .... O Sr. Octávio Dias Leite é um subjetivista. O materialismo
grosseiro não lhe interessa. É um emotivo. Tudo lhe desperta sentimento ...”
Baganas – 1934
Última Edição – 1936
Filhos de Deus – 1937
Cavalo de Fogo – 1951
Silvana – poema da amada recém nascida -1962
Escritor
Em 1952, escrevia crônicas “A Semana de Minas Gerais” para o Semanário
Independente, “Comício”, sob a direção de Joel da Silveira, Rafael Correa de Oliveira
e Rubem Braga.
Em 1966, teve o seu conto “O Defunto” publicado no livro Seleção de Contos
Brasileiros – Graciliano Ramos – Leste que incluía escritores antigos e modernos de
todo o país.
Jornais e Revistas Literárias
O Surto
Diretor do jornal literário “O Surto” em 1937.
Horizonte
Amando a literatura e as artes na medida de sua objetividade como instrumento de
evolução e progresso, e acreditando na possibilidade de fazer-se em Minas um órgão
de cultura amplamente democrático e progressista aonde se reuniam para discutir,
debater e divergir intelectuais de todas as tendências, idades e crenças, fundou em
1952 o jornal de letras, crítica, literatura e artes, enfim o jornal da cultura moderna.
Em março de 1952, a primeira edição do “Horizonte” homenageava a Semana da Arte
Moderna pelo seu Trigésimo Aniversário:
A Semana sob o Signo dos Granfinos
O Sentimento do Movimento Modernista Segundo Mário de Andrade
O Que Ficou
A redação funcionava na R. Curitiba 545, e contava com os redatores e amigos:
Benito Barreto, Edmur Fonseca, Fritz Teixeira de Salles, Gilberto Paim, Wilson
Figueiredo.
No primeiro aniversário da fundação do “Horizonte”, reuniram-se na Churrascaria
Camponesa, num almoço de confraternização, dezenas de intelectuais mineiros.
Saudando o homenageado, discursou o poeta e ex-deputado Wellington Brandão que
salientou o alto mérito da iniciativa do jornalista, quando em fevereiro de 1952, “fundou
sozinho e arrostando a descrença ambiente, o órgão de cultura Horizonte”.
Editor e redator responsável pela publicação mensal da revista literária Livros & Fatos
- 1969 a 1970.
Recebia inúmeras correspondências de todo o país e exterior, solicitando o envio
revista que era distribuída gratuitamente. Nos estados de Minas Gerais, Goiás, Rio,
São Paulo, Rio Grande do Sul, a revista podia ser encontrada nas livrarias.
Na década de 1960, assinou no jornal Diário de Minas, as seguintes colunas literárias
Jornal da Literatura
Livros e Fatos
Capa e Contra Capa
Notícia Literária
Cozinha Pitoresca
Companheiro de todas as horas, ao longo de sua vida teve muitos amigos entre
jornalistas, escritores, poetas e pintores.
Escritores e poetas - Lúcia Machado de Almeida, Clarice Lispector, Raquel
de Queiroz, Graciliano Ramos, Manoel Bandeira, Vinicius de Mores, Carlos
Drummond de Andrade, Rubem Braga, Fernando Sabino, Paulo Mendes
Campos, Otto Lara Resende, Pablo Neruda, dentre muitos outros.
Pintores - Guignard, Portinari, Djanira, Carlos Leão, Di Cavalcanti, Inimá,
Chanina e outros.
Faleceu em 07 de outubro de 1970, e virou nome de rua “ num bairro só de gente
ilustre de artistas, escritores, jornalistas famosos que morreram e tornaram o bairro
Tupi, em Belo Horizonte, uma Academia Nacional de Artes post-mortem”.
Em 28/02/05
*Cedido pela Família
Leia - 11/11/2014 - modificado 10/12/2014
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