Translate

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Ferrovias e passageiros


28/01/2013
Duas notas assinadas por mim (na coluna “Negócios S/A”), sobre transporte de passageiros em sistemas ferroviários, fizeram muito barulho ao serem exibidas no blog do Luis Nassif Online. A primeira, em 26 setembro de 2011, “Ferrovias têm que abrir linhas para passageiros: MRS e FCA indiferentes”, e, em 15 de fevereiro de 2012, “Relatório define futuro do monotrilho de Poços”. São casos que envolvem o dinheiro público – parte dele virou lixo e, a outra, não atende parte importante da função social e com enorme apelo econômico. Até hoje não se manifestaram o Governo federal (Ministério dos Transportes, Denit e ANTT), a iniciativa privada envolvida (concessionárias ferroviárias) e nem o zeloso Ministério Público Federal (MPF).

Oportunidade
Hoje e amanhã, em São Paulo, no WTC Convention Center, será realizado o InfraBrasil Expo & Summit, da Associação Brasileira de Infraestrutura (InfraBrasil). As ferrovias terão painel extenso.

Aeroporto de Confins
De 2011 a 2015, a fatura para a União (Tesouro Nacional; o povo e empresas) com as obras no aeroporto de Confins será de R$ 3,2 bilhões a R$ 3,5 bilhões. Alguns gastos não aparecem no motivo Copa 2014. Como a ordem é gastar, gastar e gastar para fazer bonito na festa que vai durar só um mês (junho do ano que vem), a Viúva (o Tesouro) puxará o cobertor de áreas essenciais como saúde, ensino, segurança pública, transporte, investigação científica (P&D), etc. Depois das obras a toques de caixas, virão os reparos (em milhões de reais).

Café de graça
Um estacionamento próximo ao aeroporto de Confins oferece café da manhã aos clientes que guardam ali os seus carros e seguem para o embarque. A diária inclui transporte gratuito até o terminal (e no retorno também). O café virou marketing, enquanto as companhias aéreas cobram por ele.

Em país sério
Se tivesse ocorrido no Japão, a tragédia de Santa Maria teria destituído dos seus cargos muitas autoridades públicas de carreira (funcionários públicos civis e militares) e eventuais (pelo voto e nomeadas). E mais: estariam respondendo a processos por descumprimentos das funções.

Prefeituras
A fiscalização das Prefeituras Municipais deste país não funciona nem de dia (à luz do sol do meio-dia), o que dirá à noite!

Hospitais a bancos
No Brasil, as boates não estão sozinhas na falta de segurança e ausência das saídas de emergência. Faltam na sede BM&FBovespa, hospitais, clínicas, escolas, ginásios de esportes, estádios de futebol, áreas para rodeios, circos, grandes farmácias, super e hipermercados, shoppin centers, cinemas, igrejas, academias de ginástica, câmaras de vereadores, assembleias legislativas, dentro dos ônibus, barcas, indústrias, grandes lojas instaladas no passeio, mercados públicos, boliches, cadeias, penitenciárias, fóruns, estacionamentos em subsolo, hotéis, call centers (existem com até 2 mil posições), restaurantes, agências bancárias, estações de metrô, salas de embarque dos aeroportos etc. Estão aí áreas sob a responsabilidade direta dos ministérios da Saúde, Educação, Turismo, Esportes, Transportes, Justiça, Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e da Defesa.

Mensalão na fiscalização
Da fiscalização no país, incluindo áreas de licenciamentos ambientais, a boca do povo (“vozes da rua”) sempre informou que existem fórmulas facilitadoras: dá-se um jeitinho!  Povo quando não para de falar, acerta feito boca-de-urna às 18h, em dia de eleições. 

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Promoções aéreas e panes

25/01/2013
As promoções que as companhias áreas despejam em cima da “nova Classe C” – ou C-2 -, oferecendo passagens mais baratas (em alguns trechos com preços até menos de 50% que o do bilhete de ônibus), como forma de manter elevada a taxa de ocupação de seus voos, prejudica o conjunto do atendimento e conforto. Primeiro, retiraram o lanche - agora só pagando pelo sanduba, numa tabela tipo McDonald’s. Depois, veio o pedágio (taxa extra) para quem quiser a poltrona na fileira com maior espaço para as pernas, a das saídas de emergência. Enquanto isso, panes nas aeronaves começam a ficar corriqueiras – banalizadas. E ninguém olha, cobra, pune etc!
Calor no Boeing da Gol
Ontem (24), os passageiros do voo 1264 (17h23), Congonhas-Confins, da Gol, amargaram, pelo menos, 30 minutos de calor insuportável dentro do Boieng 737-700, enquanto aguardavam pela decolagem. Os passageiros protestaram – mães diziam que seus filhos começavam a passar mal. Da cabine, o comandante admitiu o “problema”, mas assegurou que, quando os motores (turbinas) fossem ligados, o ar condicionado seria normalizado. Se o “normal”, numa escala de zero a 10, fosse o 10, ficou entre 4 e 6 durante os 50 minutos do voo. Alguns, entre os passageiros que desembarcaram em Confins, entraram no ônibus da linha Conexão, para o Centro de Belo Horizonte. Entre estes, o comentário mais ouvido era: “Está (o ar condicionado do ônibus) bem melhor que dentro do avião”.
Não quer ônibus, nem comer pastel 
Seria bom que as companhias da aviação civil passassem a olhar mais para o conforto (lembram com o era um prazer viajar - contar pros amigos - pela Varig, até a década de 1990?) e segurança dos passageiros. Quem opta pelo deslocamento em avião, quer, primeiro, mais conforto  (poltronas mais afastadas, ar condicionado e todos demais equipamentos com manutenção em dia e funcionando e algum agrado - não precisa servir almoço), segurança e pontualidade. Se não fosse por isso, pegaria um busão, sem se importar com os solavancos patrocinados pelos buracos das rodovias (péssimas rodovias - nem tanto as com as concessões privatizadas), e se lambuzaria feliz em pastéis das paradas de beira de estrada (postos de gasolina com suas mesas cobertas por grossas toalhas de plásticos, cheias de restos de comida e invadidas por moscas).
Alô, ANAC e Infraero!
A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e a Empresa de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), enfim, o Governo federal, precisam fiscalizar (até investigar) de forma mais responsável os itens conforto e a segurança dos passageiros dentro dos aviões. Principalmente neste ano (2013), pois os administradores das companhias vão querer retirar das suas costas o conjunto dos bilhões de reais em prejuízos (balanços patrimoniais fechados no vermelho) de 2012. Ou então, que o Governo privatize essa fiscalização para empresas internacionais sérias e competentes - do Japão, por exemplo. 
Wizard faz escola
A publicidade que a empresa de curso de idiomas Wizard faz na fuselagem de jato Embraer 195 da Azul, colou sua marca lá, poderá ser copiada por outras companhias. Estão na fila uma de café solúvel e outra de cerveja. O período das vacas gordas para esse negócio irá até os jogos da Olimpíada do Rio, em 2016, com a perspectiva de intenso tráfego de turistas nacionais e internacionais por diversas partes do país.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

XIII Conferência Anpei

23/01/2013
A XIII Conferência Anpei de Inovação Tecnológica 2013, com tema “Inovação Competitiva e Aberta: Transformando o Brasil”, será de 3 a 5 de junho, e, Vitória (ES). As companhias  Fibria (celulose), Samarco (mineração), Vale (mineração) e Weg (motores) serão parceiras no evento. O coordenador da Conferência, Mário Barra, destaca a realização de duas atividades: Workshop Sebrae, que serve para abrir aos donos das pequenas empresas o engajamento na inovação. A segunda atividade garantida é a apresentação de cases comprovados de sucesso em inovação, sendo que os “três melhores” terão espaços em reunião plenária.
TI Verde
A startup Aiqon IT, focada em TI Verde e leva para o mercado premissas de “sustentabilidade e redução de custos”, se apresenta ao mercado com o objetivo de inovar, no Brasil e em toda a América Latina, no conceito de gerenciamento do consumo de energia de computadores. Estes seriam os que mais emitem gás carbônico (CO2). A solução apontada pela empresa é o “Verismic Power Manager”, sistema desenvolvido no Vale do Silício. Trata-se de tecnologia certificada pela Energy Star. De acordo com a Aiqon o processo “permite uma redução de, em média, 50% no consumo de energia”. A Aiqon contratou a IMAGE Comunicação, de São Paulo, para fazer sua mídia.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Brasil fora de obra na Colômbia


21/01/2013
Brasil fora de obra na Colômbia
Uma das grandes obras públicas em tramitação na Colômbia, orçada em 52 bilhões de pesos (US$ 29,411 milhões – cotação de segunda-feira), é a reconstrução do Canal do Dique, em Cartagena, destruído por tempestades ‘La Niña’, em 2010 e 2011. O Governo da Colômbia receberá propostas até o dia 28. Participam do certame companhias dos Estados Unidos, Holanda, França e Canadá que, consorciadas com empresas colombianas desenvolveram estudos e projetos de engenharia. Não aparece empresa brasileira na disputa.

Brasil e Chile
No final de 2012, com base em estatísticas geradas no Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), a  PriceWaterhouseCoopers (PWC) estimou que, até 2016 (o que pode ser apenas no triênio 2013-2015), os projetos de mineração no Brasil abocanharão 20% daquilo previsto para o setor em todo mundo. Os projetos globais, informou a PWC, totalizariam US$ 400 bilhões. A fatia nacional seria, então, de US$ 80 bilhões. No Chile, os projetos apresentados na Unidad de Inteligencia en Proyectos y Negocios (UNIP), órgão governamental, preveem inversões, em 2013, de US$ 170 bilhões, sendo US$ 70 bilhões para áreas de mineração, e, US$ 50 bilhões, na geração de energia.

sábado, 19 de janeiro de 2013

Voos da Gol e TAM contra prejuízos

19/01/2013
Os balanços das companhias aéreas brasileiras de 2012 serão os piores dos últimos anos em termos de resultados financeiros. No final de setembro, juntas, as duas maiores (80% dos 75 milhões de passageiros transportados juntamente com Avianca, Azul e Trip), TAM e Gol, acumulavam perdas ao redor R$ 2 bilhões no ano. A ordem dada aos ocupantes das mesas nas Diretorias de Marketing é para reverter, neste exercício, a situação e entrar o ano da Copa do Mundo, 2014, com folga de caixa e, se possível, com os balanços fora do vermelho.
Promoções (quase) iguais
A Gol está com uma promoção de descontos associada ao seu tempo de operação: DAG (Doze Anos da Gol); PDV (Pague Doze na Volta). Exceto para a ilha de Fernando de Noronha, o retorno de qualquer destino, no país, sairá por R$ 12 para as viagens entre 17 de fevereiro e 30 de abril. O período para aquisição antecipada dos bilhetes de embarque foi aberto na sexta-feira (18) e se encerra no dia 21 (segunda-feira). A TAM, por sua, oferece uma “mega promoção”, com “90% de desconto” para voos no período 18 de fevereiro a 30 de abril. O período para a compra do bilhete é o mesmo da concorrente. E estão iguais também na exigência de permanência no destino: dois dias ou um sábado. Isso lembra coisa combinada!

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Balanços de 2012

18/01/2013
Com a abertura da temporada de publicação dos balanços patrimoniais das companhias de capital aberto (algumas sociedades anônimas fechadas e também as de capital social por quotas, as Ltda, publicam) na Bolsa de Valores, a BM&FBovespa, surge a expectativa para aquilo que dirão aos acionistas (nos relatórios da administração) diretores das grandes empresas, principalmente da construção pesada. As construtoras e fornecedoras de equipamentos de bens de capital e de calderaria começaram 2012 buscando contornos para manter equilíbrio em suas estruturas. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) informara que, em 2011, R$ 50 bilhões não teriam sido aplicados na área da construção pesada, dentro da cesta do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2).
Usiminas (1) – R$ 1 bilhão
No mesmo ambiente de publicação dos resultados financeiros e econômicos do exercício fiscal de 2012, as corretoras e bancos de investimentos estão atentos com os passos da Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas), que deverá publicar logo o calendário da oferta pública para emissão de R$ 1 bilhão em debêntures simples (não conversíveis em ações), da espécie quirografária (ou subordinadas - sem privilégios). A oferta pública, conforme anunciado pelo Conselho de Administração da Usiminas, em 28 de novembro, será “com esforços restritos” (destinadas exclusivamente a investidores ‘qualificados: pessoas físicas ou jurídicas com carteira de investimentos superior a R$ 300 mil). No comunicado, a Usiminas previa a emissão das debêntures para este semestre (entre janeiro e junho), vencimento entre quatro e seis anos, pagamentos de juros semestrais e amortizações ao final do quarto e sexto anos.
Usiminas (2) - R$ 500 milhões
No dia 1º de fevereiro, a Usiminas terá que fazer o resgate final da emissão de 5 mil debêntures (mesma espécie da nova emissão), no total de R$ 500 milhões, emitidas em 1º de fevereiro de 2008. Metade do valor principal venceu em 1º de fevereiro de 2012.
Extinção em Portugal
Na mesma reunião do Conselho de Administração que aprovou a emissão de novas debêntures, foi autorizada a extinção da Usiminas Portugal, por “recomendação” do Comitê de Auditoria. No relatório do balanço de 2011, datado de 6 de março de 2012, a única referência à referida companhia foi: “Usiminas International Ltd. (“Usiminas International”) – Com sede no Principado de Luxemburgo, foi criada em 2001, com o propósito de deter investimentos da Companhia na Usiminas Portugal Serviços de Consultoria Ltd. (“Usiminas Portugal”) localizada na Ilha da Madeira, que tem como propósito deter os investimentos da Companhia no exterior” (sic).

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Antônio Ermírio

16/01/2013
Os últimos contatos públicos do empresário Antônio Ermírio de Moraes, do Grupo Votorantim, foram em seus artigos semanais no jornal “Folha de S.Paulo”, em 2008. Durante as décadas de 1970, 1980 e 1990, ele figurou como maior fortuna do país e um dos mais importantes empresários da América Latina. Além de dirigir aquele que foi o maior grupo privado 100% brasileiro, teve presença na política na transição para a redemocratização do Brasil (apoiou a candidatura de Tancredo Neves, em 1984, na eleição indireta para presidente da República, e, foi candidato derrotado ao Governo de São Paulo, em 1986, pelo PTB.). Em 4 de junho próximo, Antônio Ermírio completará 85 anos de idade.
Olhar para o Japão
Defensor ardoroso das soluções para os problemas do país pela via do ensino, ao participar do programa de entrevista “Roda Vida”, da TV Cultura, de São Paulo, em julho de 1990, Antônio Ermírio cunhou deixou no ar a frase: "O Japão não tem uma única matéria-prima. A matéria-prima do Japão é a inteligência. Ele realmente fez uma revolução educacional. É o que falta no Brasil. É valorizar o cérebro humano, não é? O brasileiro não presta atenção nisso".