sexta-feira, 26 de julho de 2013

US$ 2 trilhões para biotecnologia

Enviado por Nairo Alméri – sex, 26.7.2013 | às 11h58 - modificado em 26.2.2014 | às 7h48

Algumas máximas como país sem ensino não gera tecnologia, e sem tecnologia não se desenvolve, foram usadas na tentativa de instalar competitividade tecnológica ao Brasil. Mas, apesar de decoradas, elas não moveram pedras do caminho de nossa industrialização. São raras as superações como a criação estatal (pela Força Aérea Brasileira) da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) e da fabricante de insulinas Biobras S/A, uma indústria de base teconológica nascida incubada na Escola de Medicina da UFMG. A primeira surgiu em 1969 (19 de agosto), e foi privatizada em 1994 (14 de dezembro). A segunda, criada em 1971 e com produção iniciada em 1976, foi vendida para a Novo Nordisks, da Dinamarca, em 2001. Portanto, o país vive um hiato quatro décadas na criação uma nova fronteira em desenvolvimento tecnológico.
É bom que os Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação, Desenvolvimento Industrial, Comércio e Exterior, Agricultura, Saúde e Relações Exteriores, de um lado, e as principais confederações patronais (CNI, CNA e CNC) e universidades, do outro, ponham barbas de molho. Com orçamentos (nem sempre realizados) anuais abaixo de 1% (média de 0,7% na última década) do Produto Interno Bruto (PIB) o país não chegará a lugar de dianteira tão cedo. No Orçamento da União, para este ano, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação orçamento (2013) recebeu R$ 5,212 bilhões (US$ 2,3 bilhões, pelo câmbio desta manhã) – antes dos cortes anunciados ao longo do primeiro semestre e agora. Para investimentos em empresas de ciência e tecnologia, R$ 100 milhões.
De acordo com portal jurídico russo Garant, a Federação Rússia estima que, até 2025, os investimentos globais em biotecnologia, por exemplo, somarão US$ 2 trilhões. Em função disso, e para não ficar tão na rabeira na produção, substituição de bens de consumo etc. que derivam desse domínio, Governo de Moscou editou, dia 18, um “manual” de acompanhamento (semestral) para o plano “O desenvolvimento da biotecnologia e da engenharia genética”. É um decreto (Nº 1247-r), assinado pelo primeiro-ministro Dmitri Medvedev, que dá forma a implementação do programa de biotecnologia para até 2020, baixado em abril de 2012, por Vladimir Putin, então primeiro-ministro (na época, Medvedev era o presidente) e atual presidente.

Domínio de poucos
O “manual” russo estima que, no mundo e de forma individual, segmentos da biotecnologia receberão, até 2025, investimentos com variáveis anuais de crescimento (em US$) de 5% a 7%, mas podendo ocorrer casos de até 30%. O governo local estaria atento para a enorme concentração de produção e consumo de biotecnologia em pequeno bloco formado pelos Estados Unidos, Canadá, Japão e União Europeia. O bloco econômico BRIC (Brasil, Rússia, Índica e China – ainda sem a África do Sul, que criou o BRICS), de certa forma, na última década, deu alguma escala a seus programas – mas ainda irrisória.

Dependência russa
O Garant destaca que a participação da Rússia no mercado global da biotecnologia é abaixo de 0,1%, se sobressaindo em segmentos de biodegradáveis e biocombustíveis. No geral, mais de 80% do volume de produtos de biotecnologia consumidos pela Rússia são importados, sendo de 100% nos ácidos aminados para a agricultura (lisina); 80 por cento das preparações enzimáticas de alimentação; 100% das enzimas de uso doméstico; acima de 50% nos medicamentos veterinários; 100% dos ácidos lácteos; 50% a 100% ingredientes biológicos alimentares.


Solução - prioridades
Por isso a Rússia irá acelerar medidas na engenharia da biogenética que reduzam a sua dependência no desenvolvimento da biotecnologia. A meta é chegar a 2020 com nível de produção em biotecnologia equivalente a 1% do PIB, saltando, em 2030, para 3%. O governo local elegeu prioridade na alavancagem de áreas como biofármacos, biomedicina, biotecnologia industrial, bio-energia, agro-alimentar, biotecnologia florestal e ambiental (ecologia). 

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