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sábado, 29 de março de 2014

“Manifesto dos Oito” da ABDIB – 1978

Enviado por Nairo Alméri – sáb, 29.3.2014 | às 20h11 - modificado às 15h01, 25.09.2018
Nesta semana, do outro lado do Atlântico, um empresário brasileiro e ex-vice da Confederação Nacional da Indústria (CNI) lembrou que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) só foi eleito (2002) e reeleito (2006) presidente com o apoio do empresariado, aproximado por seu ex-vice-presidente (nos dois mandatos) José Alencar Gomes da Silva (PMDB), dono do Grupo Coteminas. “Mas, neste momento (Governo Dilma Rousseff), o empresariado não apoia o PT”, traduziu. A fonte buscou na história um exemplo para mostrar como fica quando falta ao Planalto o suporte do empresariado. No regime da ditadura militar, implantada em 1964, quando a poderosa Associação Brasileira da Indústria de Base (ABDIB) retirou seu apoio ao governo do general Ernesto Geisel (1974-79), os “pacotes econômicos” foram inócuos.
No primeiro momento, Geisel, que herdara o nascimento da falência do chamado “milagre brasileiro”, começa sua administração com o II Plano Nacional de Desenvolvimento (PND). Transferido para Minas Gerais, equivaleria ao “Diagnóstico da Economia Mineira” (1968), comandado pelo economista e Secretário da Fazenda Fernando Roquete Reis e o governador Israel Pinheiro. A base do II PND implicava em ajustes da estrutura industrial e uma nova ordem na acumulação de capital, com fluxos para as empresas de bens de produção. Havia um cristalino direcionamento de capitalização do setor privado com favorecimento quase que exclusivo para os quadros da ABDIB. Os “capitães” da indústria assumiram as chaves do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE – ainda não tinha o “S” de Social).
Mas, em 1978, a parceira começou a naufragar, quando a ABDIB entendeu que deixava de ser atendida. Geisel, então, percebeu também que a economia empacada e as atrocidades contra os opositores políticos criaram desgastes dos generais. Isso sinalizava para o retorno aos quartéis. Ele tratou de acelerar a retirada de cena de comandantes da linha dura herdada do general Emílio Garrastazu Médici (o pior período dos anos de chumbo). Além de preparar um sucessor (general João Baptista de Figueiredo – 1979-85) com a missão de retirar os militares do Planalto, permitiu a chuvarada de greves no ABC Paulista e que Lula comandasse os metalúrgicos e, quando preso, não fosse torturado – que tivesse charutos e até a imprensa com ele. 

Antônio Ermírio e Cia
Mas, ao mesmo tempo em que conseguia neutralizar oficiais superiores (acima de major) e suas operações de perseguições a políticos e militantes de esquerda na clandestinidade, Geisel ficava cada vez mais distante da parceria com a ABIDIB – tanto que Figueiredo não teve como pôr freios na recessão econômica iniciada em 1978, quando Geisel resolve desacelerar os investimentos. A cisão entre os generais e a entidade foi selada em julho de 2008 com o documento de críticas ao regime, conhecido por “Manifesto dos Oito”. Era assinado por oito dos mais respeitáveis “capitães” da indústria privada nacional: Antônio Ermírio de Morais (Grupo Votorantim), Cláudio Bardella (Bardella Indústrias Mecânicas S/A), Paulo Vellinho (Grupo Sprinder-Admiral), Jorge Gerdau (Grupo Gerdau), Paulo Villares (Indústrias Villares S/A), José Mindlin (Metal Leve), Laerte Setúbal Filho (Grupo Itausa) e Severo Gomes (cobertores Parayba e ex-Ministro da Indústria e Comércio do Governo Geisel).
O descontentamento da ABIDB vinha da não implementação de pedidos, desde 1975, de políticas industrial de longo prazo e prioridade à indústria nacional, subjugada pelas multinacionais e importações. Reclamavam encomendas que garantissem a ocupação do parque de bens de capital. Em 1976, após três reuniões seguidas - em Porto Alegre, Belo Horizonte e São Paulo -, a ABDIB arranca mais um plano de Geisel: “Ação para Empresa Privada Nacional”.  Cláudio Bardella (Bardella Indústrias Mecânicas S/A) era o presidente da entidade e continuava pressionado por seus pares, porque os planos não saiam do papel, nem os apelos para que as estatais – a economia tinha mais de 70% do PIB estatizados – comprassem da indústria nacional. No VI Congresso Internacional de Executivos Financeiros”, no Rio, o dirigente deixou publico o esgotamento do empresariado, foi quando apontou “um subdesenvolvimento mental” na direção das estatais, que julgava o produto “estrangeiro melhor”.  

Petrobras foi a gota
Em 1977, Carlos Villares (Aços Villares S/A), assume a presidência da ABDIB, para o biênio 1977-78. Geisel cria a expectativa de uma reaproximação, mas o país já era um enorme cemitério de projetos faraônicos. Só Minas, três: Ferrovia do Aço (atual MRS Logística), Açominas (atual Gerdau Açominas) e o aeroporto de Confins. Não causou o efeito esperado medidas de proteção aos fornecedores nacionais de bens capitas, via resolução que só permitia a importação quando não houvesse capacidade de produção de similar no país. E o segundo semestre começa com embate da ABIDB contra a Petrobras, que fura decisão de Geisel, agarrada em uma lei de 1966, assinada pelo marechal Castelo Branco (o primeiro general-ditador- 1964-67). A entidade aponta “ausência de diretrizes” no Governo.
Geisel é surpreendido, em julho de 1978, com a publicação, pela “Gazeta Mercantil”, de críticas à política econômica e aos militares no “Manifesto dos Oito”. Como se dizia na época, os “capitães da indústria”, naquele momento, começavam a pular para fora do barco dos milicos e, alguns deles, iriam engrossar as fileiras com instituições da sociedade e o MDB (atual PMDB), único partido de oposição existente (os militares impuseram ao país o bipartidarismo). Um dos trechos do manifesto propugnava: “Acreditamos que o desenvolvimento econômico e social, tal como o concebemos, somente será possível dentro de um marco político que permita uma ampla participação de todos. E só há um regime capaz de promover a plena participação de interesses e opiniões dotados ao mesmo tempo de flexibilidade suficiente para absorver tensões sem transformá-las num indesejável conflito de classes: o regime democrático. Mais que isso, estamos convencidos de que o sistema de livre iniciativa no Brasil e a economia de mercado são viáveis e podem ser duradouros, se formos capazes de construir instituições que protejam os direitos dos cidadãos e garantam a liberdade. Mas defendemos a democracia, sobretudo, por ser um sistema superior de vida, o mais apropriado para o desenvolvimento das potencialidades humanas. E é dentro desse espírito, com o desejo de contribuir, que submetemos nossas ideias ao debate do conjunto da sociedade brasileira e, em especial, de nossos colegas empresários e dos homens públicos”.
Em 21 de setembro de 1987, empresário Abílio Diniz, presidente e dono do Grupo Pão de Açúcar (não é mais e agora preside o Conselho da BRF, holding da fusão dos Grupos Sadia e Perdigão), em entre entrevista ao programa “Roda Viva”, da TV Cultura, de São Paulo, disse: “Nós já tivemos, então, no passado, momentos de maior atuação social. Eu reputo esse movimento, por volta de 1978, Manifesto dos Oito [documento assinado por importantes empresários, criticando a política econômica do governo Geisel], que vocês se recordam. Eu acho que esse movimento foi extremamente importante para o processo de abertura nesse país”.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Retorna o BNDES; Putin agradece ao PT

Enviado por Nairo Alméri – qua, 26.3.2014 | às 8h42
Após a revelação dos absurdos nos investimentos realizados pela Petrobras no exterior, na refinaria de Pasadena (EUA), e no complexo de refino de Suape, em Pernambuco, na qual a Venezuela não cumpriu sua parte de aporte de 40% - contrato realizado entre os governos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Hugo Chávez -, o Governo Dilma Rousseff (PT) terá pela frente que explicar novamente uma série de operações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O Tribunal de Contas da União (TCU) retomará questionamentos e reafirmações de que o BNDES não fornece informações corretas para os grandes financiamentos envolvendo o Governo, entre eles o de R$ 22,5 bilhões ao consórcio Norte Energia S/A, responsável pela execução do projeto da Usina Hidrelétrica Belo Monte, em Altamira (PA).

10 vezes mais
No exterior, o TCU cobra do BDES informações completas em empréstimos ao governo da Venezuela. O Governo de Caracas não cumpriu sua parte na Refinaria Abreu e Lima, no complexo de Suape, em Pernambuco, que tinha custo inicial de US$ 2,3 bilhões, ultrapassa US$ 22 bilhões investidos e registra atraso de quase quatro anos.  A Venezuela recebeu do banco US$ 750 milhões (não pagos) para o metrô e mais alguns milhões para a construção da UHE La Vueltosa.

Vladimir Putin agradece
O TCU não recebe, também, não é atendido com informações completas para financiamentos em Cuba, onde Dilma inaugurou recentemente um porto, de US$ 1 bilhão, 80% saídos das reservas do BNDES. O maior beneficiário do porto será a Rússia, com a decisão do presidente Vladimir Putin, de retomar a aliança comercial e militar com a ilha. Dilma assumiu ainda com os ditadores cubanos, os irmãos Fidel (aposentado) e Raul Castro, o compromisso de construir um complexo industrial na área – mais US$ 290 milhões. Putin pretende ter bases navais também na Venezuela e Nicarágua, países que recebem recursos do BNDES. O país da América Central recebeu US$ 342 milhões, cerca de 30% do custo da hidrelétrica Tumarín, que deverá começar a operar em dois anos.   

30 vezes mais
Na refinaria dos EUA, a estatal brasileira pagou, em 2006, US$ 360 milhões à Astra Oil, que, no ano anterior, desembolsara apenas US$ 42,5 milhões. Outras operações elevaram o prejuízo para a empresa em mais de US$ 1,2 bilhão.

Aeroportos - US$ 25 bilhões
O BNDES também terá que explicar os aportes liberados em vários projetos do selo político PAC, entre eles os da Copa, principalmente para a construção de hotéis, que ficarão vazios, após os jogos das seleções, em junho, e dos aeroportos, a exemplo dos estádios de futebol, envolvidos em denúncias de superfaturamentos em seus projetos. O banco tem estudo apresentado pelas companhias aéreas comerciais brasileiras apontando “necessidade” de investimentos de mais de US$ 25 bilhões nos terminais até 2020.

terça-feira, 25 de março de 2014

Confins abaixo dos 60%

Enviado por Nairo Alméri – ter, 25.3.2014 | às 8h21
A infraestrutura de pista e de desembarque de passageiros do aeroporto internacional de Confins, em Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte, não comportaria, hoje, a operação descida de mais de 12 jatões por hora (média de 1 a cada 5 minutos) com capacidade para até 160 passageiros. A constatação é de assessores da equipe que acompanha a execução das obras nos aeroportos nas capitais que sediarão jogos da Copa, em junho. O chefe da Secretaria de Aviação Civil, Moreira Franco, não culpa o corte dos R$ 97 milhões no orçamento, determinado pela fiscalização do Tribunal de Contas da União (TCU). O certo é que Confins irá operar com satisfação abaixo dos 60%, assegura uma fonte daquela equipe. A reforma e ampliação do aeroporto estão orçadas acima de R$ 0,5 bilhão.

Não vai, Dilma!...
O padrinho político da presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem lhe aplicado puxões de orelhas, via emissários, avalia que ela não deve ir à abertura dos jogos da Copa do Mundo, em junho, no estádio Itaquerão, em São Paulo. Lula avalia que Dilma receberia, hoje, vaias mais contundentes  que aquelas da abertura da Copa das Confederações, ano passado, em Brasília.

...deixa que eu vou!
Lula é também padrinho Itaquerão, foi quem determinou, ainda quando presidente da República, que o BNDES bancasse as obras. O Corinthians é seu time do coração e, com certeza, estará lá. E levara a ‘Galega’, Dona Marisa.

Anglo American - uso da água
Enviado por NairoAlméri – ter, 25.3.2014 | às 8h21

Anglo American tem meta de redução de 15% no consumo de água
Enviado pela Assessoria de Imprensa -19 de março de 2014
Para atingir o objetivo, a empresa prioriza o uso de ferramentas para preservação dos recursos hídricos
A água é um insumo vital para as operações de qualquer mineradora e a Anglo American considera essencial a segurança do seu abastecimento em todas as localidades nas quais atua. A companhia tem estipulado metas globais para a redução de 10 a 15% do consumo de água potável, especialmente utilizados em projetos localizados em regiões com risco de escassez de água ou conflito, e buscando reduções de 5% para os demais projetos que serão concluídos até 2020. Continue lendo.

Chega de festas
Enviado por Nairo Alméri – ter,  25.3.2014 – às 8h21

Enviado por Milton Rego – blog do miltonrego – 15.3.2014
Agora que passou o Carnaval e chegamos no tempo da Quaresma seria oportuno aproveitar esse momento de reflexão (já logo chega a Copa e aí só será futebol mesmo) e pensar nos desafios do ano que temos pela frente. Um dos maiores deles é da nossa capacidade de investimento, especialmente em infraestrutura.
No fim do mês passado, quando foram anunciados os números do PIB de 2013, o crescimento da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) em 6,3% foi festejado como uma demonstração do dinamismo da nossa economia. Leia Mais

Páscoa, FBCF, água, Itaquerão, TCU, Moreira Franco

segunda-feira, 24 de março de 2014

LLX Minas-Rio

Enviado por Nairo Alméri – seg, 24.3.2014 | às 8h21 - modificado às 22h47

A maior babilônia logística projetada pela iniciativa privada do país, o Porto Açu, em São João da Barra, no estado do Rio de janeiro, iniciado pelo Grupo EBX, de Eike Batista, poderá adiar o início das operações, de julho para novembro. A LLX Minas-Rio, formada pela mineradora de ferro Anglo American e a Prumo Logística Global, não está certa das condições de operações do terminal naquele mês, conforme fixado no contrato. A Prumo é formada por grupo investidor, liderado pela EIG Global Energy, e que substituiu a LLX no projeto. Pelo projeto operações do Terminal 1, voltado para movimentação de minério de ferro e petróleo, deveriam embarcar 26,5 milhões de toneladas/ano de minério de ferro, despachadas pelas minas Anglo, em Minas Gerais (projeto Minas-Rio), via mineroduto de mais de 500 km de extensão. Eike projetou o porto para ser um complexo industrial do Porto Açu e consumir, na primeira fase, investimentos diretos de US$ 3 bilhões em infraestrutura. Mas o Grupo EBX quebrou e teve que vender 100% de vários ativos, o controle de empresas e pediu recuperação judicial de outras.

Primeiro legado da Copa 2014
Em julho, não será apenas o tchau Copa do Mundo que colocará o Brasil na linha da avaliação de seus investimentos. Para reunir as seleções do mundo, o país previa gastos de R$ 8 bilhões, mas a conta não fechará abaixo dos R$ 13 bilhões. Na sala da presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), há mais de 40 dias, um parecer prevê, bem antes da bola começar a rolar, que 50% dos investimentos não serão pagos, em menos de 15 anos, com as atividades esportivas do futebol nos 13 estádios construídos e/ou reformados. O legado está, então, traçado!

Política (1)
De 31 a 6 de abril, a Associação Internacional de Estudantes de Ciência Política realizará o I Congresso Mundial de Estudantes de Ciência Política (IAPSS), na Universidade da Macedônia, em Tessalônica (ou Salonica), norte da Grécia.

Política (2)
Até amanhã ainda será possível entregar resumos de trabalhos para o 38º Encontro Anual da ANPOCS, realizado pela Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (ANPOCS). O encontro será em Caxambu (MG), previsto para 27 a 31 de outubro. A associação aprovou a criação do Grupo de Trabalho Partidos e Sistemas Partidários para o evento deste ano, que será realizado aberto no dia seguinte ao do segundo turno das eleições. 

Semana das Águas
Nos dias 25 e 27, a capital mineira realizará um dos mais amplos debates do país sobre a questão da água. O Igam (Governo de Minas), o Hidroex, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Federação das Indústrias d Estado de Minas Gerais (Fiemg) promoverão  em conjunto a Semana das Águas 2014 com seminários-mini-cursos, palestras, tec. tendo como tema central "Ciência e Inovação na Gestão das Águas". O evento ocorre terá os dois primeiros dias na UFMG e o do encerramento na sede da Fiemg. Mais informações.

sexta-feira, 21 de março de 2014

Será o Armínio?!...

Enviado por Nairo Alméri – sext, 21.0.3.2014 |às 8h17 - modificado às 14h55

Armínio Fraga, a "noiva querida" do mercado financeiro, deve ser o motor da campanha do senador Aécio Neves (PSDB-MG) à Presidência da República. Fontes próximas da dupla asseguram que o ex-presidente do Banco Central (BC) deseja figurar como vice na chapa.

 ZEN investe em P&D
Fabricante de linhas de autopeças e motopeças e desenvolvedora de projetos especiais, a ZEN S.A. investirá, no biênio 2014-15, R$ 36 milhões em inovação de novos produtos originais de mercado e para reposição. Instalada em Brusque (SC), a ZEN está no mercado desde 1960, exporta seus produtos para mais 100 países e é o maior fabricante global independente de impulsionadores de partida. Os recursos, financiados pela Finep, serão aplicados no laboratório de pesquisa e desenvolvimento de projetos (P&D) e em projetos avançados. O gerente de Engenharia de Produto e Processos da ZEN, Geraldo Coelho Neto, a empresa investe 5% do faturamento em P&D, é detentora de 14 patentes e possui 2 mil produtos, sendo seis linhas principais: conformação a frio, impulsores de partida, tensionadores, polias, planetárias e atuadores hidráulicos. A fábrica catarinense emprega 1 mil pessoas.

Código Comercial fora
No próximo dia 25, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgará sua pauta legislativa para 2014. O Código Comercial está fora dela. É que a confederação resolveu pensar melhor esta questão que passa a incomodar, cada vez mais, entidades empresariais. Algumas entidades, como a Associação Brasileira das Companhias de Capital Aberto (Abrasca), puxam a fila da rejeição de um novo Código Comercial.



quinta-feira, 20 de março de 2014

Randon e seus desafios

Enviado por Nairo Alméri – qui, 20.3.2014 | às 22h59 - modificado 22.3.2014, às 13h50
O ano fiscal de 2012 foi uma "base fraca de comparação".
A afirmativa virou lugar comum nos relatórios das diretorias das companhias abertas e avaliações dos analistas que avaliam ativos para o mercado de capitais. É um erro, pois promove a nivelação na gestão das empresas e aceitar como máxima sepulta um ano de planejamento, mudanças de rotas na produção e logística de uma diretoria e toda a linha de seus comandados.
Quando a diretoria da Randon S.A. Implementos e Participações apresentou o balanço patrimonial de 2013, os resultados financeiros nominais (com a inflação embutida) surgiram multiplicados por dois, três e até cinco, na comparação com o ano anterior. E é natural que tenham sido transformados no abre alas de todo o conjunto dos gráficos da recuperação do Grupo Randon - dez empresas dos setores de implementos rodoviários, veículos especiais, autopeças, vagões ferroviários e serviços (consórcio e banco). A performance foi acompanhada trimestralmente, ao longo do ano, tendo como destaque a assunção a 100% do controle das ações da fábrica da Suspensys Sistemas Automotivos Ltda (suspensão), também em Caxias do Sul (RS), com a compra dos papéis em poder ArvinMeritor Inc, dos Estados Unidos. A operação resultou em desembolso de R$ 296 milhões, mas que chegaram aos R$ 430 milhões, contabilizados outras contingências “(Foi o) Maior investimento que a Randon já fez em um só negócio”, comemorou o diretor presidente das empresas Randon, David Randon – filho do fundador, Raul Randon -, em encontro, semana passada, em São Paulo, com jornalistas. Assim, o total dos investimentos no ano somaram R$ 580 milhões, bem acima dos R$ 150 milhões projetados em janeiro de 2013. A Suspensys virou uma divisão dentro da Randon Implementos, a holding do grupo, e não terá mais limitações de mercados externos, impostas pelo ex-sócio.
Não se pode eleger mesmo pódio para todas as companhias no país. A Randon, por exemplo, com 17 plantas industriais, sendo seis no exterior, distribuídas por seis parques fabris – Brasil (3), Argentina (1), China (1) e Estados Unidos (1) – e três unidades industriais terceirizadas na África, lidera na América Latina o segmento de implementos rodoviário (carrocerias, reboque, semirreboque etc.). É um dos maiores globais na fabricação de materiais de fricção (pastilhas e lonas para freios e lonas para revestimentos de embreagem na indústria automotiva, ferroviária, elevadores, naval etc.), via controlada Fras-le S.A. (46,3%), que tem fábricas em Caixas do Sul, China e Estados Unidos. Essa controlada, que também tem ações do capital social listadas na BM&FBovespa, fornece itens originais para 95% das montadoras de automóveis, caminhões e ônibus instaladas no Brasil.
No balanço trimestral encerrado em setembro, a Randon sinalizava tranquilidade para seus acionistas. As variações nominais (não descontada a inflação anual) registradas no balanço consolidado final trambém transferiam segurança(aparente, ao menos) para executar o programa de 2014: receita bruta, R$ 6,620 bilhões (+23,7%); receita líquida, R$ 4,253 bilhões (21,5%); lucro líquido, R$ 235 milhões (452,3%); e, EBITDA (geração de caixa), e R$ 563,8 milhões (101,3%). O desempenho foi tracionado pelos negócios no tripé implementos rodoviários, autopeças e compras públicas federais de máquinas rodoviárias do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Em implementos rodoviários aparece a retomada das encomendas pelas montadoras de caminhões, diante de dois fatores: a supersafra de cereais e a manutenção das linhas do BNDES dentro do PSI (Programa de Sustentação dos Investimentos). Mesmo com a quase multiplicação por quatro nos investimentos, em cima dos valores previstos, o acionista viu seu lucro por ação passar de R$ 0,18, em 2012, para R$ 0,98.

Brasil, um “país difícil” 
Mas, claro, a assunção a 100% no capital da Suspensys e sua inevitável internacionalização, com uma provável fábrica em país no sentido da Ásia, coloca diante da diretoria da Randon mais desafios financeiros pesados, pois 2012 foi uma "base fraca de comparação". Deve-se acrescer a isso a conclusão, até a primeira metade de 2016, da fábrica vagões, implementos canavieiros e produtos especiais de Araraquara (SP), um parque misto para vagões ferroviários, implementos rodoviários e veículos especiais até 2016. Tanto a incorporação da Suspensys quanto o projeto de Araraquara estão no plano plurianual 2012-16, de investimentos de R$ 2,5 bilhões. Agora surge a expansão internacional da incorporada. “(A Suspensys) Vai criar parceiros fora”, disse o presidente da Randon, que, em situação posterior, foi complementado pelo diretor corporativo de Autopeças, Alexandre Gazzi, ao listar um rol de dificuldades para fazer comércio exterior a partir do Brasil (câmbio, impostos, preços internos de matérias primas, etc.): “Exportar, a partir do Brasil, está difícil... Tem gente boa do outro lado (do mundo). O foco (da Randon) é estudar África, Ásia e Europa. Exportar é, no momento, o ‘bode na sala’ da diretoria, pois o resultado de 2013, com US$ 242 milhões, 8,6% de queda, foi o segundo ano consecutivo de perdas de 18% e retorno ao patamar de 2010 (US$ 240 milhões).
O diretor corporativo de Implementos e Veículos, Norberto José Fabris, adicionou assim mais recheio à velha pauta que retira o equilíbrio operacional das empresas brasileiras: “Se não formos muito competitivos em aço, vamos continuar apanhando dos nossos amigos dos olhinhos puxados da Ásia”. Especificamente para o câmbio, comentou que o dólar norte-americano a R$ 2,40 “ajuda”, abaixo de R$ 2 “atrapalha”. “Temos que compreender que o Brasil precisa dar passos maiores”, apelou, ao sugerir que o Governo crie política comercial externa estável. Os custos da Randon com os produtos vendidos, no acumulado de 2013, somaram R$ 3,2 bilhões,  14,2% acima de 2012 (R$ 2,8 bilhões).
Como planejamento dos grandes grupos lançam olhares de longo prazo – e por isso são refeitos -, em 2013, dois meses após a incorporação da Suspensys, o Conselho de Administração da Randon aprovou a emissão de R$ 200 milhões em debêntures simples (não conversíveis em ações). Esse recurso, com remuneração de 100% da variação do CDI, teve carimbo em favor do alongamento da dívida de curto prazo e formação de capital de giro. Prevalece uma postura histórica do grupo, de contratar na mesa do gerente de banco, mas preferencialmente papeis de mercado – debêntures – e linhas Finame (BNDES), o que foi reafirmado pelo diretor Financeiro e de Relações com Mercado, Geraldo Santa Catarina, funcionário de carreira e que cumpriu, em 2013, seu primeiro exercício fiscal no cargo.

2014 começa com perdas e alerta
No decorrer de 2013, foi possível identificar mudanças em rubricas importantes do balanço patrimonial da Randon. No encerramento do terceiro trimestre na comparação com o final de 2012, o patrimônio líquido apareceu 16,2% inferior: saiu de R$ 1,857 bilhão para R$ 1,557 bilhão. Encerrou 2013 em R$ 1,642 bilhão, ou seja, inferior 11,6% em relação ao final de 2012 e, em relação a setembro, 5,45% superior.  No patrimônio líquido estão, além do capital social (dinheiro posto pelos acionistas da companhia), as reservas ou prejuízos acumulados. O endividamento líquido consolidado do grupo (deduz as receitas faturadas e aplicações – não as projeções) era de R$ 1,193 bilhão, 56,9%. Na relação com o EBITDA, ficou 2,12 vezes (em 2012, 2,27 vezes).
O diretor de Relações com Investidores manteve acesa a luz amarela, pois a opção do grupo sempre foi ter a geração de caixa como “desejo” para os investimentos e formação de capital de giro: “Por experiência, sempre que gente fica devendo mais que isso (acima de 2 vezes o EBITDA) para banco é difícil. A estratégia da companhia é não trabalhar com banco. Em separado, a “dívida industrial” da Randon evoluiu 4,5%, para R$ 983,8 milhões – na relação com o EBITDA, queda de 2,27 vezes, em 2012, para 1,78 vezes.
Esperei até agora para esta análise, uma semana após a divulgação dos resultados para a imprensa, pois queria conhecer o resultado da receita bruta acumulada pela Randon nos dois primeiros meses do ano. Ele foi encaminhado hoje (20) à Bolsa: R$ 903 milhões, 6,5% inferior ao de mesmo período em 2013. A receita líquida registrou queda de 3,6%, para com R$ 596 milhões.    
A partida para o dever de casa da diretoria da Randon, em 2014, inclui a aprovação de chamada de capital, dia 14 de abril, pela AGO dos acionistas, com uma elevação em R$ 470 milhões, na forma de bonificação em 25% para os acionistas – 1 nova ação para 4 detidas pelo investidor. O novo capital social romperá a barreira do R$ 1 bilhão, irá para R$ 1,2 bilhão. Pare este exercício, a diretoria da Randon projetou os seguintes números macros financeiros: receitas bruta, R$ 6,3 bilhões, abaixo dos R$ 6,6 bilhões de 2012; receita líquida, R$ 4,4 bilhões; exportações, US$ 260 milhões; investimentos, R$ 150 milhões.  A holding da família Randon, a DRAMD Administração e Participações Ltda, em somatório as parcelas individuais de seus sócios, controla 40,6% do capital total da Randon.

Mais implementos, menos vagões
Em 2013, as vendas de veículos rebocados pela Randon somaram 20.177 unidades, garantindo à marca 28,8% de participação do mercado doméstico (15.964, em 2012). Na linha de vagões, foram 322 unidades vendidas (862). Na carteira dos veículos especiais, foram faturadas 1.316 unidade (1.085). Melhor representado em valores que por unidades, o segmento de autopeças do grupo (Suspensys, Fras-le, Castertech, JOST Brasil e Master) teve receitas de R$ 1,9 bilhão (R$ 1,6 bilhão).
O Grupo Randon encerrou 2013 com 949 novos funcionários. Em 31 de dezembro o quadro total era de 12.115 pessoas, 8,5% a mais que o exercício anterior. As futuras instalações de Araraquara serão operadas por 2 mil funcionários.
A Randon foi fundada em 1949, pelos irmãos Randon (Raul e Hercílio – este falecido). Trabalhavam com a fabricação de ferramentas agrícolas e decidiram abrir uma oficina para reformar motores industriais.

terça-feira, 18 de março de 2014

Inflação pão de queijo

Enviado por Nairo Alméri, ter, 18.3.2014 |às 7h17 - modificado às 7h25
Na sala de embarque doméstico do aeroporto de Confins, em Confins (MG) – região metropolitana de Belo Horizonte, a lanchonete que detém o monopólio do comércio alimentos exibe uma tabela para os pães de queijo que é o estado da arte em matéria de usura. A exploração estaria com pontuação A+A+A, mas numa classificação de honestidade invertida das agências de risco financeiro. Anotem os preços da tabela da lanchonete:
- PÃO DE QUEIJO TRADICIONAL – R$ 4,50
- MINIPÃO DE QUEIJO (10 unidades) – R$ 11,00
- PÃO DE QUEIJO RECHEADO - R$ 5,50

Paga meio queijo
Moral do assalto: no Estado em que se cheira pão de queijo em qualquer bitaca, o valor pago, naquele estabelecimento do aeroporto, por uma unidade do “tradicional” e outra do “recheado” seria suficiente para sair com mais de 500 gramas do queijo Canastra vendido em uma das bancas do Mercado Central, em Belo Horizonte, outro território livre da espoliação contra turistas e não turistas. No Mercado Central, o quilo do Canastra está (ou estava, semana passada) entre R$ 18 e R$ 21. 

Preço Copa
É assim que Minas recebe seus turistas. No ritmo da lanchonete do aeroporto, na capital mineira, bares, restaurantes e hotéis praticam tabelas para Copa, com reajustes quinzenais. 

Aos olhos do Governo 
Não é apenas a lanchonete do aeroporto que explora. Todos os demais estabelecimentos existentes em Confins praticam preços absurdos. Exercitam usuras utilizando uma infraestrutura física (a edificação) construída com o dinheiro público - com impostos pagos por empresas e cidadãos - e que pertence à estatal Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero). Mesmo que o aeroporto tenha sido arrendado, o Governo federal continua lá dentro. E é conivente com essa exploração desde antes, há décadas. 

Procon(!)
O Procon e ONGs de defesa dos consumidores conhecem a exploração. Mas, via de regra, quem os dirige sempre saem candidatos a vereador, deputado etc. É só olhar na história das instituições para comprovar. E temos eleições a cada dois anos. O comércio é fiel nas doações para as campanhas. 

TIM (1)
Um assinante de telefonia móvel (dezena final 85) da operadora TIM, de Belo Horizonte, que contratou o plano liberty 50, ficou surpreso ao conferir a Nota Fiscal de março. A operadora lançou a cobrança de R$ 29,90 por acesso à internet.  Detalhe: o plano não possibilita acesso à internet.

TIM (2)
O valor cobrado indevido, no caso em pauta, representa 20% do total da fatura gerada pela TIM. As operadoras dos serviços de telefonia, tv a cabo, acesso à internet são líderes em queixas dos consumidores nos Procons. No geral, essas empresas, de forma fácil e sem custos operacionais (porque nem sempre realizaram o serviço), engordam suas receitas sempre apostando na falta do hábito do contrante de conferir a veracidade (legalidade) daquilo que lhe é cobrado.

sábado, 15 de março de 2014

Ajude o Brasil: limpe uma cela para o seu candidato!

Enviado por Nairo Alméri – sáb, 15.3.2014 -| às 20h11 - modificado às 20h20
Políticos de hoje rasgam (boas) lições deixadas por brilhantes raposas do passado. Com poucas margens para erros, pode-se acreditar que a política e atividades correlatas não teriam subido tão alto no trampolim da desmoralização e do descrédito como nos últimos quase 30 anos, se tivéssemos ainda algumas personalidades que se foram nas décadas 80 e 90. Esta rota da redemocratização teria sido abreviada, nem sobreviveria tanto uma Suprema Corte prestadora de honras a senhores de engenho. Nossa sociedade “republicana” já teria sepultado a geografia dos poderes das capitanias hereditárias.
De forma descarada, a cidadania é agredida por políticos que se autoproclamam “históricos” e/ou “testemunhas” da história, numa oratória (falsa) de pura sustentação da perpetuação das mazelas que os mantêm poderosos. Alguns querem o apogeu: figurar entre juízes da história dos anos de chumbo da ditadura, quando, na verdade, viveram em zonas de conforto patrocinadas pela própria ditadura. Não tiveram relevância em suas “células da resistência” (cumpriam tarefas domésticas: limpavam a casa ou eram, no máximo, “escalados” para pegar o pão na padaria). Outros só deram as caras em 1978, quando o general Ernesto Geisel percebeu que os milicos tinham ultrapassado nos exageros e ordenou ao 2º Exército baixar o grau dos métodos das atrocidades dentro da “Operação Bandeirante - OBAN”. Neste estágio, Geisel permitiu sindicatos nas ruas e portas das fábricas (a paulada continuava, mas os sindicalistas presos do ABC paulista podiam dar entrevistas e receber pão com mortadela e Coca-Cola), e elaborou o “para casa” da “distensão política” entregue ao último general do Planalto, João Figueiredo (1979-85).
Os “caciques” de hoje ainda montam feudos pela Câmara e Senado, estados e municípios. Esses não merecem sequer olhar para as fotografias dos chinelos de políticos que, em momentos críticos, foram “históricos” para redemocratização - alguns deste, é verdade, até estiveram ao lado do golpe militar de 1964. 
Entre os que foram imprescindíveis na luta pelo restabelecimento dos esteios da democracia estiveram Ulysses Guimarães (o “doutor Ulysses”, que presidiu a Câmara e Assembleia Nacional Constituinte de 1987/88 e que fez inserções pelas prisões em busca de perseguidos pelos militares), Tancredo Neves (lembrado assim em discurso do senador Pedro Simon (PMDB-RS), em 20 de abril de 2005: “A luta de Tancredo começou em 1954. Ele era um jovem ministro quando houve o golpe que levou o Dr. Getúlio Vargas ao suicídio. Antes, ele havia pedido: “Nomeie-me Ministro do Exército no lugar desse traidor que é o General Zenóbio. Garanto que o golpe não sai, e Vossa Excelência ficará na Presidência.” Dr. Getúlio, não querendo uma guerra civil, preferiu o suicídio”), Nelson Carneiro (propôs, relatou e conduziu a votação da Emenda Constitucional nº 4, que instituiu o parlamentarismo no Brasil, em 1961), Franco Montoro (defensor do parlamentarismo e da descentralização do poder. Promoveu a campanha das "Diretas Já" em São Paulo), Teotônio Vilela (“O Menestrel das Alagoas” - no início de 1983, ainda sob o regime da ditadura, o senador, um usineiro golpista, em 1964, bandeou para o lado da bandeira da luta democrática e, em programa de TV, surpreendeu ao lançar o movimento nacional pelas eleições diretas, às “Diretas Já”, para a Presidência da República), Petrônio Portella (senador do Piauí. Foi o condutor da “Missão Portela”, fez o remanso necessário à “distensão política”, peça chave para a anistia, em 1979, dos cassados pela ditadura militar, 1964-1985), Paulo Brossard (o “minuano verbal dos pampas”. O parlamentar gaúcho provocava quase um feriado nacional, nas tardes em que subia à tribuna do Senado, e, em pausados pronunciamentos, atacava com brilho e inteligência singular, e em linha frontal, os generais e defendia a reposição da democracia. Na política, até com olhar, Brossard balançava as estruturas do poder. Na economia, ditava a tendência dos indicadores da Bolsa, no fechamento do dia e abertura seguinte – apimentava ou adoçava o “humor do mercado”, dos investidores), etc.
Havia uma legião de confiáveis bandeiras, chegadas a Brasília de todos os quadrantes do país. Dos citados, ainda vivem Brossard (fora da política) e Simon (senador PMDB-RS).

'Rouba, mas faz'... 'estupra, mas não mata'
Hoje, os tidos “melhores quadros” políticos seguem rotas pessoais e planos de partidos ou de suas correntes internas, verdadeiras corretoras perseguindo o dinheiro público. São raras as exceções. Os partidos se comportam, todos, como uma sociedade comercial limitada, de capital fechado, cuja totalidade da integralização das cotas deverá sair sempre de um não cotista: o conjunto de cofres públicos da União, Estados e Municípios. Os líderes, os mais espertos entre os “melhores quadros políticos”, exercem funções de CEOs das “correntes”. Estas são geridas como subsidiárias das holdings, representadas pelos comitês nacionais, estaduais e municipais. As subsidiárias são o “chão da fábrica” e de lá sai a produção seriada (aprovada por headhunters dos sindicatos filiados), a indicação dos “melhores quadros” que incham a administração pública com os cabides de emprego. A expedição, a logística, cabe, às vezes, aos movimentos sociais e ONGs. Estes abastecem os atacados e o varejo do vamos nos arrumar (vamos assaltar). Assim funciona o cluster (ou APL – Arranjo Produtivo Local) da invernada dos salários e patrimônios pessoais entre enorme parcela de políticos e seus apaniguados, apontam denúncias formalizadas e em processos abertos nas Procuradorias Gerais da República e Tribunais de todas as instâncias.  
O país não merece mais continuísmos nefastos. Nem ter inquilinos nos Executivos adeptos da clássica tese do “rouba, mas faz”. O mesmo político, o deputado Paulo Maluf (PP-SP), que recebeu do leitorado paulistano aquele rótulo, que, também, resume o espírito nacional da sua classe (classe porque os políticos deram aos mandatos eletivos formato de empregos, viraram contratados da Nação mais de R$ 100 mil por mês, no Congresso, 14º salário; fundo de pensão; aposentadora integral; etc. É situação melhor que para muitos executivos da iniciativa privada dentro d empresa como Fiat Automóveis, Embraer, Votorantim, Bradesco, Itaú, TV Globo, General Motors, Ford, Volkswagen, Anglo American, Vale, Basf, Bayer, MRS, ALL, etc.), foi decisivo na eleição, em 2012, do prefeito Fernando Haddad, em São Paulo. 
Luiz Inácio Lula da Silva (do PT-SP e ex-presidente da República) levou Haddad (seu ministro da Educação e também de Dilma Rousseff – PT-RS) até os jardins da casa de Maluf. Os três posaram para foto (registro histórico) do aperto de mãos, o da celebração do apoio do PP ao PT. Aliado recente do PT, em 1989, quando concorreu pelo PDS, nas primeiras eleições livres pós-ditadura para a Presidência da República, Maluf banalizou a violência contra a integridade física e moral das mulheres: “O que fazer com um camarada que estuprou uma moça e matou? Tá bom, tá com vontade sexual, estupra, mas não mata!” (palestra na Faculdade de Ciências Médicas, em Belo Horizonte, registrada pelo “Jornal do Brasil” - repórter Lúcia Helena Gazolla). Ouça aqui.
Imaginem o Brasil um país sério. Em todos os parâmetros. E com uma sociedade sob os impérios das leis - democracia sólida. Agora responda: você encontraria neste Brasil real, o dos escândalos, corrupção e impunidades (ou punição para inglês cego ver), candidatos para entregar, via pleito, em 5 de outubro de 2014, o comando do imaginário Brasil escandinavo?!... E quais as chances dos eleitos, uma vez empossados no Brasil escandinavo, no dia seguinte, não virarem candidatos à bancada parlamentar do Complexo Penitenciário da Papuda?

Rodapé de palanque
Em Tempo: o calendário de 2014 foi o norte em duas recentes decisões eleitoreiras do Governo Dilma.
1) Jogou com a “base parlamentar” de sustentação do PT e sepultou, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, o projeto da redução da menor idade penal, para 16 anos, nos crimes hediondos, tráfico de drogas com uso de violência ou reincidência em crimes violentos. Entre os brasileiros abaixo dos 18 anos (os “menores”) e acima dos 16, está uma nação de, no mínimo, uma dezena de milhões de eleitores. São cidadãos exemplares e também de criminosos bárbaros (com requintes de adultos no crime). No Brasil, esse contingente pode definir a escolha do presidente da República, e pode matar e não ir para cadeia;
2) Transferiu para 2015 a cobrança extra e inconstitucional de R$ 12 bilhões (valor do “socorro às energéticas”) nas contas de uma energia elétrica que não passou pelos relógios dos pontos de consumo – residências, indústrias, estabelecimentos comerciais e de serviços. A “crise” e os “apagões” no abastecimento são responsabilidades das concessionárias geradoras de energia e do Governo (dos Ministérios das Minas e Energia, do Planejamento e da Fazenda). A origem da situação é a “falta de planejamento”, mesma fatura jogada nas costas do Governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP), no “apagão” de 2001. O PT governa o país desde a tarde de 1º janeiro de 2003 – há 13 anos.

sexta-feira, 14 de março de 2014

Sonda IT compra CTIS

Enviado por Nairo Alméri, sex, 14.3.2014 |às 23h31
Dentro de sua estratégia de investimentos de US$ 700 milhões no triênio 2013-2015, a maior empresa de tecnologia da informação (TI) da América Latina, a chilena Sonda IT, que tem ações na Bolsa de Santiago, comprou 100% da brasileira CTIS Tecnologia. A empresa adquirida contabilizou, em 2013, receita líquida de R$ 837 milhões. A Sonda pagou R$ 400 milhões, valor que poderá crescer em 20%. Leia a informação da Sonda

Letícia Spiller, Fiemg, Delfim Neto, Kemira e ferrovias

Enviado por Nairo Alméri – 14.0.3.2014 |às 23h07

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“Esquerda caviar”
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Delfim barrou Andreazza
Kemira Brasil vendida

"Esquerda caviar"

Enviado por Nairo Alméri - sex, 14.3.2014 | às 14h02 - alterado às 16h07

Não deixem de ler "Carta aberta a Letícia Spiller", de Rodrigo Constantino, colunista da VEJA.
http://veja.abril.com.br/blog/rodrigo-constantino/cultura/carta-aberta-a-leticia-spiller/



Fiemg reelege Olavo Machado

Enviado por  Nairo Alméri – sex, 14.03.2014 | às 7h39
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), OLAVO MACHADO JUNIOR, foi reeleito ontem pelos presidentes dos sindicatos filiados para cumprir novo mandato de quatro anos. A posse será em 15 de maio, quando se comemora o Dia da Indústria. Leia Mais

quinta-feira, 13 de março de 2014

Randon e as expectativas

Enviado por Nairo Alméri - qui, 13.3.2014 | às 7h52 - modificado às 8h10
Quando apresentou os resultados de 2012 na comparação com 2011, com receita bruta consolidada de R$ 5,3 bihões e  lucro líquido de R$ 42,6 mihões, inferiores, respectivamente, 16,2% e 84,2%, a Randon S.A - Implementos e Participações, (controladora de um grupo de 11 empresas fornecedoras e fabricantes dos setores de implementos rodoviários, automotivo, autopeças e de prestadora de serviços financeiros), constou em seu relatório o seguinte desafio: "Viramos a página de 2012, para escrevermos um 2013 diferente". Daqui a pouco, às 10h, a diretoria da empresa apresentará o balanço patrimonial do ano passado.
 A Randon, com sede em Caxias do Sul, tinha motivos de sobra para "virar a página" de 2012 e seus principais indicadores falavam por si só: margem bruta de 20,9, com variação de -3,6 pontos percentuais (p.p.); margem EBITDA (lucro antes da dedução dos impostos - capacidade da geração de caixa), 8,2,  com varição de -5,2 p.p; e, margem líquida, 1,2,  variação de -5,3 p.p. O EBITDA da Randon foi de R$ 286,6 milhões, 45% inferior ao de 2011. A diretoria da empresa flava claramente em "desafios" e destacava "incertezas quanto ao desempenho da economia global, e, finalmente e principalmente, o fraco desempenho da economia brasileira".
 Maior fabricante do continente de implementos rodoviários e de freios e materiais de fricção, além fornecedor de vagões e ferroviários e veículos, operadora de consórcios e um banco comercial, a Randon encerrou o terceiro trimestre de 2013 com receitas de R$ 3,167 bilhões, aumento nominal de 26,88% sobre o mesmo período de 2012, e lucro líquido de R$ 249 milhões,  247,41% superior. No final de setembro, a empresa tinha R$ 4,661 bilhões em ativos totais (R$ 4,321 bilhões, em setembro de 2012) e patrimônio líquido de R$ 1,557 bilhão (inferior 16,2%).
 A Randon tem 78,58% das ações ordinárias (com direito a voto) pertencentes à holding da família do fundador Raul Randon, a Dramd Participações e Adminsitração Ltda, e 40,43% do capital total. Pulverizados no mercado, respectivamente, estão 3,15% e 48,90%. São acionistas da empresa 7.589 investidores o pessoas físicas, 1.062 pessoas jurídicas e 905 investidores institucionais, com destaque para a Previ (fundação dos empregados do Banco do Brasil), com 10,07% das ações ordinárias e 6,79% do capital total.











quarta-feira, 12 de março de 2014

Qualicorp S.A.

Enviado por Nairo Alméri – qua, 12.3.2014 | às 6h02
Empresa de prestação de serviço no ramo da saúde, a Qualicorp S.A. promoveu significativa dança de cadeiras entre os executivos. Mexeu nas áreas financeira e de negócios empresarial. Para o posto de diretor de Negócios Empresarial foi chamado Renato Vellosso, que esteve por 26 anos na Odontoprev.  Nos nove primeiros meses de 2013, a Qualicorp acumulou receitas de R$ 865,766 milhões e teve resultado líquido de R$ 28,975 milhões. No final daquele período tinha ativos de R$ 3,112 bilhões e patrimônio líquido de R$ 2,048 bilhões. Veja o comunicado da Qualicorp à BM&FBovespa.

Tecnisa S/A
Meyer Joseph Nigri aumentou para 54,65% a sua participação no capital da Tecnisa S/A, mediante aprovação de cancelamento de 5.966.569 ações mantidas em tesouraria, sem alterar o capital. Com negócios nos setores imobiliário e da construção, a Tecnisa encerrou o balanço de 2013 com R$ 1,832 bilhão em vendas, uma expansão nominal de 64,45% sobre o resultado de 2012. Com esse desempenho, a empresa reverteu o prejuízo de R$ 166,435 milhões para um lucro líquido de R$ 285,449 milhões nos períodos comparados. A companhia fechou 2013 com ativos de R$ 4,690 bilhões, aumento de 18,37%, e, patrimônio líquido, de R$ 1,579 bilhão, um salto de 9,7%. Antes da operação contábil, Meyer Nigri controlava apenas 6,82% do capital da companhia. O maior acionista individual, até então, era a Jar Participações Ltda, com 44,44% das ações, conforme informações depositadas na BM&FBovespa.

União Europeia
Na semana passada, ministros de Energia da União Europeia (UE) discutiram as políticas climática e energética, que contempla o programa EU 2030. Nesse programa está a meta de uma redução, em 2030, de 40% sobre os índices de 1990 nas emissões de gases de efeito estufa (GEE) pelos estados signatários. Em contrapartida, a geração de energia limpa (renovável) terá que responder, naquele ano, por 27% da base de consumo. A Alemanha defende metas mais arrojadas, como 30% de consumo de energia renovável, até 20103, e um programa de eficiência energética.

Brasil dos "apagões"
Enquanto os países da Europa, com pouca fonte de energia limpa discutem formas de eficiência no seu uso, no Brasil, abundante em água e em luz do Sol, o Governo não sai do lugar, por um lado, atolado em enchentes, e, do outro, chorando em açudes e represas secos. Falta ao Governo do PT (iniciado em 1º de janeiro de 2003, com Luiz Inácio Lula da Silva e continuado por Dilma Rousseff) exatamente aquilo que cobrou de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e mergulhou no “apagão”, em 2001. Na época, vivendo na zona de conforto da oposição e jogando com todas as cartas ocupar o Palácio do Planalto, conquistado nas eleições de 2002, o PT apontava no governo do PSDB falta de planejamento de longo prazo. Agora, nesta crise, além da falta de planejamento, faltam otimização e qualidade (incluindo a probidade) nos gastos públicos.

Profecia de Aureliano Chaves
Em julho de 1992, em palestra na Associação Comercial de Três Pontas, no Sul de Minas, sua cidade natal, o ex-vice-presidente Aureliano Chaves (foi vice do último governo da ditadura militar – 1979-85), fez a seguinte declaração: “Se você quiser saber o que um político não irá fazer, é só prestar bem atenção nos discursos que ele faz (quando pede voto)”. Atualmente, toda vez que o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA), assegura que algo não irá ocorrer, a coisa vem! Teve até um “apagão”, numa coletiva convocada exatamente para afastar o risco de tal fantasma.

Abrage na Apimec-MG
Se o Governo Dilma Rousseff e todo seu staf da área energética estiverem sem assunto para os açudes vazios, poderão pegar uma carona, como ouvintes, no debate programado pela Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec) de Minas Gerais. O presidente da Associação Brasileira das Empresas Geradoras de Energia Elétrica (Abrage), Flávio Neiva, irá traçar um cenário em cima do tema “A Situação Energética do Sistema Interligado Brasileiro”. Será às 18h, na sede da Apimec-MG.

segunda-feira, 10 de março de 2014

Da Fapemig para o Senai Cetec

Enviado Nairo Alméri - seg, 10.3.2014 | às 14h49; modificado 11.3.2014 | às 14h38; modificado 14.3.2014 / às 12h50 
Assumiu, na manhã desta segunda-feira (10.03.2014), como novo diretor do Centro de Tecnologia Senai Cetec, de Belo Horizonte, o engenheiro José Policarpo Gonçalves de Abreu. Ele é graduado em Engenharia Elétrica e mestre em Ciências pela Escola Federal de Engenharia de Itajubá (EFEI), doutor em Ciências pela Universidade de Campinas (Unicamp) e pós-doutorado no Worcester Polytechnic Institute (WPI), em Massachusetts, EUA. Desde 2001, esteve na diretoria da Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de Minas Gerais (Fapemig), ocupando os seguintes cargos: de 2001 a 2003, membro da Câmara de Assessoramento de Arquitetura e Engenharias (2001-08) e do Conselho Curador (2004); diretor Científico (dezembro 2008) e, até agora, diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação. O professor José Policarpo integra o Conselho de Inovação Tecnológica da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Ele substituiu a José Eustáquio Drumond (gerente de Tecnologia Industrial do Senai-M  G), que estava como diretor interino e respondeu, por dois anos, pelo início de implantação dos projetos dos institutos do CT Senai Cetec. 
Na Unesco
Entre as diversas participações (informações extraídas do site da Fapemig), José Policarpo figura como coordenador o Grupo de Estudos em Qualidade da Energia Elétrica (GQEE) e idealizador do Centro de Qualidade e Compatibilidade Elétrica (CQCE), instalado no Parque Científico e Tecnológico de Itajubá, no Sul de Minas. No exterior, integra o Conselho Científico do UNESCO (Nações Unidas)-HidroEx. No setor elétrico, desempenhou atividades para o Operador Nacional do Sistema Interligado (ONS), CSPE, Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), ENERQ, CED. Tem artigos (mais de 200) publicados em periódicos e congressos no país e exterior. No período 2005-2009, foi presidente da Sociedade Brasileira de Qualidade da Energia Elétrica e é membro do IEEE PES ICHQP Sterring Committee, nos EUA, e do EPQU Scientific Committee, Europa. Participa como editor associado, editor e conselheiro editorial de publicações de tecnologia em Engenharia Elétrica EUA e Reino Unido. Na EFEI (atual Universidade Federal de Itajubá – UNIFEI), ocupou cargos de direção como chefia do Departamento de Eletrotécnica (três vezes) e a Pró-Reitoria de Graduação (foi o 1º titular).
R$ 200 milhões em oito Institutos

No campus do CT Senai Cetec, o Sistema FIEMG investe R$ 200 milhões - parte financiada pelo BNDES - na execução de um dos maiores projetos em implantação de Centros Tecnológicos do país: três Institutos Senai de Inovação (ISI) e cinco Institutos Senai de Tecnologia (IST), no antigo Cetec (Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais – do Estado). Os ISI em Engenharia de Superfícies, Processamento Mineral e Metalurgia e Ligas Especiais, e, os IST Alimentos e Bebidas, Metalmecânica, Automotiva, Química e Ambiental será uma continuidade dos laboratórios do antigo Cetec (Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais, criado no início da década de 1970), porém operando com o que há de mais moderno e avançado em tecnologia. Mesmo com os institutos em implantação (reformas e construção de prédios e substituição de centenas de equipamentos e itens de laboratórios de pesquisa e experimentação), o CT Senai Cetec não interrompeu suas atividades. Os institutos serão concluídos entre o segundo semestre deste ano e janeiro de 2016. O business deles está na busca de soluções em inovação tecnológica aplicada para as indústrias, ou seja, não está no seu DNA competir com a academia no desenvolvimento do conhecimento básico.

sábado, 8 de março de 2014

Mesmo olhar para Rússia, Cuba, Venezuela e Brasil

Enviado por Nairo Alméri – 08.3.2014 | às 10h09 - modificado em 04/12/2023 
Nessa invasão à república autônoma da Crimeia, que por tratados pertence ao território da Ucrânia, a Rússia está com 30 mil soldados armados (informação do Parlamento ucraniano). O presidente russo, Vladimir Putin, alega dois motivos para a truculência comum dele: a revolta da antiga oposição croata ameaçava os seus interesses militares (opera uma base militar na Crimeia) naquele país e para defender cidadãos de origem russa dentro das fronteiras ucranianas.
A Venezuela, pelo que se sabe, não está nas ameaças de Putin. Nos planos, sim. 
Porém, há algum tempo, a nação bolivariana foi acorrentada, pelo ex-presidente Hugo Chávez, à ditadura de Cuba, mantida com mãos de ferro pelos irmãos Castro (Fidel, de pijama, e Raúl, na ativa). O afilhado e preposto de Chávez, Nicolás Maduro (era vice por escolha pessoal do então presidente, não concorreu na chapa), consolidou esse status quo. Em troca da idolatria, até dezembro passado, eram 44.804 cubanos cumprindo “missões sociais” compulsórias em solo venezuelano. Foram deslocados dentro de um programa com mesmo DNA ideológico do “Mais Médico”, que Dilma Rousseff (PT) arquitetou para turbinar mais o duto da derrama que faz no Tesouro Nacional para engordar as contas bancárias dos donos daquela ilha. No caso brasileiro (oficialmente), apenas médicos teriam sido importados das masmorras cubanas. Mas existem outros profissionais cubanos ainda não revelados pelo Governo do PT.
Mas os contingentes de “desertores” cubanos, entre os despachados para Venezuela, respondiam por 98%. Até dezembro passado, eram 8 mil, sendo 5 mil médicos e enfermeiros, procedentes de diversas partes do mundo. Todos saíram de Cuba pelo mesmo caminho que fizeram para o Brasil e a Venezuela, onde programa dos irmãos Castro começou em 2003. As informações para a Venezuela são do presidente da organização Solidariedade Sem Fronteiras (SSF), médico Júlio César Alfonso, com sede em Miami. Elas foram publicadas no jornal “El Universal” e comentadas no site noticiasaominuto.com, de Portugal, em 21/12/2013 - “Acordos Três mil cubanos ‘desertaram’ da Venezuela no último ano’.
A Venezuela recebeu outros profissionais cubanos, incluindo “consultores” militares. E pode melhorar para Maduro. Na semana da invasão à Crimeia, o Governo de Putin anunciou um pretendido plano de expansão militar, incluindo as Américas do Sul e Central e o Caribe: criação de bases em Cuba (retorno), Nicarágua, Venezuela (cedeu armas e equipamentos para as três armas – e “consultores” militares para treinamentos), Vietnã, Ilhas Seychelles, Cingapura etc. Se o Governo Dilma continuar alinhado à Cuba e como segundo protetor (o 1º é dos Castro) da Venezuela, por tabela, deixará o Brasil de pernas abertas para as aventuras de batalha naval de Vladimir Putin, ex-chefe da KGB (polícia política e de espionagem). Não por acaso que Dilma mandou consultar sobre a possibilidade de gastar até US$ 5 bilhões em arsenal saído da Rússia. Seu argumento: fazer compras dentro do bloco dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
De volta aos médicos de Cuba. Na semana passada, o Governo Dilma Rousseff empregou mais 4 mil desses profissionais despachados pelos Castro dentro do “Mais Médicos”. Alguém já fez uma emenda ao nome do programa: “Mais Médicos de Cuba”. Oficialmente, agora seriam 11.400. As estatísticas do Planalto não são confiáveis. Nem para a chegada nem para a saída de cubanos “médicos”. Não há, por exemplo, estatísticas para os profissionais cubanos (de diversas áreas, incluindo militares) que têm “desertado” da Venezuela para o Brasil. Como não se entendem Casa Civil e os Ministérios da Saúde, Trabalho, Relações Exteriores (o da Defesa é um fantasma e tem bala apenas uma hora de guerra! Hoje, perderia para Venezuela, bem armada pela Rússia quando Chávez ainda era vivo), a informação oficial de que, de dezembro até começo de fevereiro, o “Mais Médico” registrara 192 baixas (incluindo brasileiros) e que destes apenas 22 seriam médicos cubanos, cheira manchete Pinóquio.
Assim como Putin não quer os países da aliança militar da OTAN como mediadores na crise da Ucrânia, muito menos como observadores dentro da Crimeia invadida, Dilma não quer a Organização dos Estados Americanos (OEA), entidade de entendimentos políticos e humanitários, dentro da crise da Venezuela. 
Mas, no caso do país vizinho o que está por trás não é apenas o fato de que os EUA mandariam observadores para Caracas na comitiva da OEA. Dilma usa a sua OTAN sem armas, a Unasul, uma espécie de OEA do B, criada pelo seu padrinho Lula, para tentar sustentar um projeto de eternização nos poderes de países da América do Sul, tal qual a ditadura dos Castro. Maduro é o continuísmo de Chávez, que modificou a Constituição três vezes para ser eterno; Evo Morales, na Bolívia, foi primeiro assecla de Chávez e pretende o mesmo; Cristina Kirchner, na Argentina, é alongamento do ex-marido (falecido) Néstor, que teve dinheiro de Cháves para se sustentar e eleger a mulher; no Equador, Rafael Correa, outro afilhado de Chávez, quer ficar mais que uma reeleição.

Nossos Putins
No Brasil, o presidente do PT, Rui Falcão, diz que o partido quer reeleger Dilma, depois voltar com Lula etc. etc. Se conseguir, o Brasil amargará 20 anos (Lula assumiu em 2003, se reelegeu e, depois, elegeu Dilma) de alinhamento com governantes retrógrados como Cuba, Venezuela, Argentina, Bolívia e Equador, onde tratorar as liberdades democráticas essenciais é um gesto "republicano". 
Na Rússia, o Putin, talvez, seja uma versão moderna daquilo que a turma latino-americana deseja. Mas o russo preserva as mesmas crueldades de seus mestres. Ele tinha vestes de ditador perfeito desde quando chefiava a temida KGB, nos tempos da extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). No Kremlin (o Palácio do Planalto de lá), pós-URSS, conta uma longa temporada: primeiro-ministro 1999-2000 e 2008-12; presidente, 2000-2008 e, novamente, a partir de 2012, para encerrar em 2018.

Alô, Abin!...
Mas, noves fora, de volta aos cubanos semeados pelo continente, o que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) saberia informar sobre:
- Quantos cubanos estão hoje (08.3.2014) em solo brasileiro? Quantos seriam médicos, engenheiros e militares?
- Quantos cubanos (médicos, engenheiros e militares) estão na Venezuela?
- Quantos russos (médicos, engenheiros e militares) estão na Venezuela?
- Quantos brasileiros (médicos, engenheiros e militares) estão em “missões” de Governo na Venezuela e em Cuba?
- Como agiriam as forças de segurança do Brasil diante de uma eventual debandada de cubanos e venezuelanos-chavistas-maduro da Venezuela em direção à nossa fronteira? Seriam todos bem-vindos à casa da mãe Joana?!... Ou melhor, à casa da baita mãezona chamada Brasil, de tetas infinitas para a ‘cumpanheirada’ local e a avermelhada do continente e Caribe. 

sexta-feira, 7 de março de 2014

Addidas, Abengoa, Odebrecht, Inepar e FIFA

Enviado por Nairo Alméri – 07.3.2014 | às 20h40
Mais lidos da semana:
- Addidas, Carnaval, Copa e sexo
- Abengoa e EDP
- Odebrecht e Lula
- Inepar e Paifer
- Inflação FIFA

Inflação FIFA

Enviado por Nairo Alméri - sex, 07.3.2014 | às 8h08 - modificado às 8h12 
O IBGE, se desejar demonstrar como funciona a especulação no Brasil, tem uma excelente oportunidade: dissecar a inflação que será engordada de agora até a despedida dos turistas que se programaram para a Copa do Mundo, em junho. Nos restaurantes, hotéis, pousadas, passagens aéreas, serviços nos aeroportos, táxis etc. o dragão da carestia já cevou tabelas e cardápios.

ECO Negócios
Excelente entrevista com a advogada, consultora e escritora (“Meio Ambiente com Enfoque Jurídico”) Carla Martins. A especialista é diretora da Flama Florestal e Ambiental e integrante da Associação Brasileira de Direito Aeronáutico e Espacial, Ela foi a entrevistada do dia 5 na Eco TV CANAL 9 – Net ABC. Veja a entrevista e opine.

SPTF
Os governos de Lula e Dilma Rousseff têm a maioria absoluta nas indicações dos ministros em atividade no Supremo Tribunal Federal (STF). E isso replica no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Indepedente (!)
Onde está, então, a independência do Poder Judiciário, se todas as nomeações de ministros passam pelo Executivo?!...  

Café
Enviado por Nairo Alméri – sex, 07.3.2014 | às 8h08
COCATREL AFIRMA QUEBRA DE PRODUÇÃO DE CAFÉ DA REGIÃO DE TRÊS PONTAS
A Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Três Pontas - Cocatrel afirmou que haverá quebra de produção de café da região de Três Pontas, no Sul de Minas Gerais. Leia mais e opine.

Crimeia alimenta farofeiros da notícia
Enviado por Nairo Alméri – sex, 07.3.2014 | às 8h08
Por Nelson Tucci-nelsontucci.blospot.com.br - terça-feira – 4 março de 2014
“Quanto mais aprendo, mais descubro minha ignorância”, já dissera o filósofo René Descartes. Até outubro do ano passado duvido que mais de uma centena (ou seria dezena?) de pessoas, no Brasil, sabia dizer o que era, onde estava e do que se tratava a Crimeia. Com os recentes conflitos de rua, a coisa foi ganhando notoriedade e aí começaram a pulular mapinhas prá lá e prá cá. Leia e opine

quinta-feira, 6 de março de 2014

Odebrecht e Lula

Enviado por  Nairo Alméri – qui, 06.3.2014 | às 8h12
A partida de futebol, de ontem, em Johannesburgo, entre o selecionado do técnico Luiz Felipe Scolari e o da África do Sul, atendeu à agenda de negócios do grupo econômico Norberto Odebrecht. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem desempenhado um papel de garoto-propaganda para empreiteiras no continente da África.

Vermeer na Agrishow
Além dos novos lançamentos, a fabricante de equipamentos e implementos agrícolas Vermeer Latin America, de Valinhos(SP), levará para a 21ª Agrishow - Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação, de 28 de abril a 2 de maio, em Ribeirão Preto (SP), a versão atualizada da linha de fenação e silagem: vagão processador de fardos (BPX9000), enfardadora (504PRO) e o plastificador de silagem (SW500). Com mais de seis décadas de mercado, a Vermeer é fornecedora também para de mineração, infraestrutura subterrânea, construção, arboricultura, processamento de resíduo, reciclagem orgânica entre outros.

Gerdau
Na programação anual da Agrishow, o Grupo Gerdau (siderurgia) faz a entrega homenagens aos vencedores do "Prêmio Gerdau Melhores da Terra", que completa 32 edições. O prêmio, conforme seu estatuto, objetiva "incentivar a inovação, a excelência, a tecnologia e a criatividade", além de abrir uma janela para o mercado consumidor conhecer as melhores máquinas, equipamentos e componentes de uso agrícola desenvolvidos por fabricantes e montadoras do Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile.

Case IH
O vice-presidente da Case IH para América Latina, Mirco Romagnoli, destacava na feira da 20ª Agrishow, no ano passado, um extraordinário 2012, como única marca a ter conquistado mercado em tratores e colheitadeiras e, no primeiro trimestre de 2013 um "desempenho excepcional", com crescimento de 45% em colheitadeiras, e, de 61%, em tratores. Historicamente, de acordo com o executivo italiano, a feira responde por 15% a 20% dos negócios anuais da Case IH. Na Agrishow de 2013, a colhedora de cana A8800 Multi Row recebeu o Troféu Ouro do “Prêmio Gerdau Melhores da Terra, na categoria novidades, o que corroborava a alegria incontida do executivo da marca pertencente à divisão Fiat Industrial, do Grupo Fiat SpA. Ainda entre as colheitadeiras, a Case IH lançou a série "230", que foi, de acordo com a empresa, foi "projetada para colher mais de 80 tipos de grãos".

250%
Em janeiro, em nota da assessoria da Case IH, Mirco Romagnoli, abordou o lançamento de nova linha de tratores, a Puma, e como a empresa se posicionou no mercado no período 2010-13. “Os tratores Puma são mais uma importante conquista dentro do nosso plano de expansão. Os números mostram que estamos no caminho certo. Com um trabalho sério e transparente, a Case IH ganha cada vez mais evidência junto aos produtores rurais brasileiros. Em 2013, fomos eleitos pela Fenabrave como ‘A marca mais desejada’ e o desempenho comercial foi um dos maiores já registrados, comparando os últimos quatro anos. Entre 2010 e 2013, crescemos 250% na venda de tratores e ganhamos 4,6 pontos de participação de mercado. Já com as colheitadeiras, comparado ao mesmo período, o volume de vendas foi 145% maior, ganhando 4,2 pontos de participação de mercado”. 

New Holand
Da mesma divisão da Case IH, a New Holand levou para a feira o Defensor SP2500, apresentado como "última palavra em tecnologia de pulverização no Brasil". Como "principais vantagens", a NH anunciava a "predisposição da máquina para itens da agricultura de precisão" tais como piloto automático, recurso de corte de seção e sistema de injeção direta. O especialista em produto da montadora, Douglas Santos, chamava atenção também para o fato de a máquina apresentar a distribuição do peso "50x50", graças ao posicionamento do tanque no centro, o que provoca menor compactação do solo.   

R$ 2,6 bilhões
Em 2012, os organizadores da Agrishow reuniram 790 expositores e prestadores de serviços diversos - fabricantes de máquinas, implementos e equipamentos agrícolas, insumos, ferramentas, associações de classe, centros de pesquisa, universidades, e instituições financeiras. Os negócios realizados e iniciados durante a feira movimentaram mais R$ 2,6 bilhões – 20% a mais que em 2013. Na estatística da feira, sem excluir os prestadores de serviços e pessoal dos expositores, compareceram no local, mais de 150 mil visitantes de 67 países. A Agrishow é o maior evento novidades tecnológicas para incrementar a produtividade do setor agropecuário na América Latina e figura entre as oito cinco maiores feiras agropecuárias do mundo. O evento é realizado pela Abag – Associação Brasileira do Agronegócio, Abimaq – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, Anda – Associação Nacional para Difusão de Adubos e SRB – Sociedade Rural Brasileira.