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segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Petrobras - hora e vez do TCU

Catedral de ouros da corrupção vira canastra suja

Enviado por Nairo Alméri – seg, 24.11.2014 | 23h32
Este capítulo da Operação Lava Jato deixou o Palácio do Planalto e o PT com mãos e pés atados. As investigações exibem o fermento de bilhões de reais (já surgiram prognósticos de R$ 12 bilhões – mas quase que semanalmente pintam recebidos e revelações de novas dezenas de milhões de reais) do esquema de corrupção montado pelo Partido dos Trabalhadores e os aliados da base aliada, principalmente o PMDB, dentro da Petrobras, a maior empresa brasileira. O Governo e seu partido estão imobilizados e nada podem fazer contra o avanço das investigações da Polícia Federal e do Ministério Público do Paraná.
A avalanche de lama cria enorme onda em direção ao pontal da Esplanada dos Ministérios. A PF faz blend dos ativos levantados com os pareceres técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU). Há algum tempo, o TCU aponta e adverte ao Executivo contra superfaturamentos e pagamentos irregulares em contratos de grandes obras da Petrobras. Em muitos casos, sugeriu paralisações, no que o PT foi sempre frontalmente contra.
O Supremo Tribunal Federal (STF) encarna a prancha da salvação moldada pelo Planalto e o PT. No Supremo, a bancada simpatizante e fiel agrupa mais de 90% dos votos dos ministros. Enquanto esses togados não põem nem a sola dos pés nesse mar, o TCU vai descendo relatórios, verdadeiras cartas de “A” (ás), “K” (rei) e coringa (2) de ouros num jogo de buraco. Se o Planalto e o PT não desabarem um casuísmo, como uma puxada do forro de mesa, a catedral de ouros dessa corrupção na Petrobras vira canastra suja.

Pimentel
O governador eleito de Minas Gerais, Fenando Pimentel (PT), poderá surpreender na entrega das pastas com DNA técnico. Poderá repetir o ex-presidente Lula, no primeiro gabinete (2003-2006), ao entregar a Fazenda para o médico sanitarista e deputado Antônio Palocci (PT-SP).

Precedentes
Antes, porém, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), também no 1º mandato (1995-1998), entregou o Ministério da Saúde a um engenheiro, o senador José Serra (PSDB). Em Minas, anos depois, o então governador Aécio Neves, colocou um economista na Secretaria de Cultura (agosto 2008/abril 2010), Paulo Brant, e outro na Saúde (2003-2006), deputado Marcus Pestana (PSDB).

Erros e acertos
Palocci deu errado com Lula (no primeiro governo, 2003-2006) e, depois, com Dilma Rousseff (2010-2014), como ministro da Casa Civil. Lula o demitiu na esteira dos escândalos da “República de Ribeirão Preto”, instalada em Brasília - geria irregularidades com verbas públicas. Na Casa Civil, mais escândalos e outra demissão. Aécio não teve problemas.

Vagões
A ociosidade em vagões dedicados à logística do açúcar beira 20%. Isso sem contar a parte da frota em manutenção. Essa fotografia assusta dirigentes do Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários (SIMEFRE).

Custo Brasil (1)
Em entrevista recente ao "Valor Econômico", o presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Produtos Siderúrgicos (Sindisider), Carlos Loureiro, relatou que no deslocamento de Xangai (China) ao porto Pecém (Ceará), 11.600 milhas náuticas, o navio passa 24 dias no mar. De Pecém a Santos (SP), são cerca de 1.800 milhas náuticas. O deslocamento de uma tonelada de aço, porém, não tem custo proporcional à distância: US$ 55, para o percurso Xangai-Pecém, e,  US$ 120, Pecém-Santos.

Custo Brasil (2)
Por isso uma empresa brasileira de microeletrônica orgânica optou por manter os novos equipamentos armazenados em porto da Europa, apesar da distância, que no Porto de Santos, no litoral paulista, para chegar a Belo Horizonte. No cais brasileiro, agregaria um custo 10 vezes acima, justifica um executivo da empresa.


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