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terça-feira, 4 de junho de 2013

Delfim barrou Andreazza

Enviado por Nairo Alméri – ter, 04.6.2013 | às 8h25 - modificado às 1024

Ex-ministro em governos da ditadura militar (Governo Médici, da Fazenda; e, João Figueiredo, Agricultura e Planejamento), o economista Antônio Delfim Netto atropelou, em 1984, a candidatura de seu colega Mário Andreazza (ministro Interior; Governo João Figueiredo, e Transportes, governos Costa e Silva e Médici) como candidato dos militares à Presidência da República, nas últimas eleições indiretas ao Palácio do Planalto. 

Maluf
Último ditador do regime iniciado no golpe militar de 1964, o general Figueiredo (1979-85) tinha Andreazza como seu candidato para concorrer pelo PDS (partido que apoiava os militares) naquela que foi a reunião do Colégio Eleitoral (formado por deputados federais e senadores e delegados dos partidos). Porém, surgiu a candidatura do deputado federal Paulo Maluf (ex-governador indireto de São Paulo). Andreazza, então, teve que ir à convenção. Foi derrotado. 

Troco
A ala dissidente do PDS (os contra Maluf) formou aliança com o PMDB e mais partidos da oposição, que concorriam unidos com Tancredo Neves, ex-governador (eleito) de Minas. Tancredo venceu. Mas, na véspera da posse, o líder da oposição adoeceu e morreu logo depois. Assumiu e governou todo o mandato José Sarney, o vice, indicado pelos dissidentes do PDS. 

Foi Delfim
O racha no PDS teve um articulador. Em seu blog, o ex-ministro da Indústria, Comércio e Turismo do Governo Figueiredo, o mineiro João Camilo Penna, que também foi atropelado por Delfim e largou a pasta, em 1984, faz o seguinte relato em crônica dedicada ao ex-ministro (Transportes) e ex-senador (falecido em 2011) Eliseu Resende: “Abro parênteses para falar sobre Mario Andreazza, colega no ministério do presidente  Figueiredo e  amigo próximo. Com  espírito público e  capacidade de trabalho, Andreazza  esteve perto de ser candidato à Presidência da República em 1984, mas foi sabotado por  Delfim (que Andreazza havia promovido junto ao presidente  Figueiredo para seu ministério),  que preferiu Paulo Maluf. Amargurado, Andreazza recolheu-se a modesto apartamento, em modesto bairro do Rio. Algumas vezes, o  visitei, doente, pobre e  honrado”.

De Maluf a Lula

A partir de 1986, Delfim elegeu-se por cinco legislaturas seguidas como deputado federal de São Paulo. Concorrendo sempre em siglas de partidos liderados por Maluf. No transcurso do último mandato, bandeou para o PMDB e foi “consultor” de Lula, presidente eleito pelo PT, até então eterno adversário de Maluf. No fervor da campanha para Prefeitura de São Paulo, em 2012, Lula foi à casa de Maluf selar apoio para o atual prefeito Fernando Haddad (PT). O líder petista posou com o aliado para fotos e filmagens da mídia.


Enviado por Nairo Alméri – ter, 04.6.2013 | às 10h24


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Publicado em junho 3, 2013

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