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sexta-feira, 6 de julho de 2018

Marketing, na Copa, faz um país tolo!


(Intervalo do jogo, Bélgica 2 x 0 Brasil) 


Enviado por Nairo Alméri - sex, 06.07.2018 | às 16h07

Essa uma das fotografias deste Brasil, que apanha de suas mazelas e não aprende. Mas, será que isso não agride o bom senso de CEOs, CFOs etc. das grandes corporações que, levados pelas agências de publicidade, anunciam a peso de ouro nesta temporada? Incomoda a passividade generalizada deles diante do nivelamento por baixo das marcas que dirigem. Com rara exceção, as publicidades patrocinam paparicos a jogadores e seus palavreados e gestos inúteis ao país. As emissoras de TV, meio de campo dessa peste, mimam marmanjos em verde-amarelo (de ocasião) bem pagos. Carregam no colo como se fossem crianças órfãs. A inteligência nacional fica por conta daquilo que repórteres e editores esportivos (e agregados de época) interpretam da clássica frase “demos nosso melhor de si”, legenda comum aos jogadores, exibidos com fartura na telinha, em horário nobre, como se fossem personagens imprescindíveis à nação (nação ainda com “n” em caixa baixa). Pouco importa ao triunvirato empresa-agência-televisão a realidade de um país afundado em corrupção pública, subordinado aos desmandos da Suprema Corte da Justiça (o STF), sob o império da violência, falido nas instituições dos serviços básicos e com um catálogo de misérias diversas. Enorme dose de culpa cabe, sim, aos responsáveis pelo marketing das corporações. Eles autorizam (em caras faturas) associar a imagem das empresas ao enredo desse misto de ufanismo com engodo esportivo (nacionalismo tutelado – ferramenta de condução das massas aplicada na ditadura militar), moldado nas pranchetas das agências de publicidade em cima de noticiário esportivo (encomendado, parece) nas redes de televisão. Até quando o país vestirá (também passivo ao debate) essa camisa de tolos, bobos?!... Até quando, senhores do marketing e das agências de publicidade se prestarão a isso?!...


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