segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Coordenador de Dilma admite erro no etanol

Auditório do Congresso da Abag foi pró-Aécio

Enviado por Nairo Alméri - seg, 04.08.2014 | às 19h54
O tema central foi " Agronegócio brasileiro: valorização e protagonismo". Porém, o 13º Congresso Brasileiro do Agronegócio, realizado ontem, em São Paulo, abriu e fechou um dia de debates com um assunto aparecendo em todos os painéis: sustentabilidade do agronegócio. Por ser ano eleitoral, claro, os cerca de 800 participantes ao evento respiraram e transpiraram, o dia inteiro, propostas aos candidatos à Presidência da República. Os empresários cobraram dos representantes dos candidatos até mesmo "compromissos" que não poderiam constar nos programas de governo (para Executivo), como questões que são objeto de lei, de decisão no Congresso.
Os representantes dos candidatos Eduardo Campos (PSB), Aécio Neves (PSDB) e de Dilma Rousseff (PT) convergiram poucos pontos, como o da venda de terras para o capital estrangeiro. Nesse item, apontaram que os candidatos estariam abertos à discussão para essa regulamentação. Mas ficaram em posições contrárias quando problemas atuais interessavam mais ao auditório, com enorme peso de empresários do setor sucroalcooleiro - do Estado de São Paulo. O ex-ministro Odacir Klein, coordenador do programa de agroenergia na campanha de Dilma, foi bombardeado pelos adversários no painel - Xico Graziano (PSDB) e Maurício Rands (PSB) - e, até mesmo, admitiu que o Governo "errou" na política do etanol. "Reconheço que, no caso específico do etanol, há uma situação complicada", disse. E afirmou que fazia o reconhecimento sob de receber "vaia, perder o respeito e ser chamado de mentiroso".
Klein foi indicado para a função pelo vice presidente da República, Michel Temer (PMDB), que continua na chapa de reeleição de Dilma. Temer esteve no congresso, na parte de tarde, e fez, em dez minutos, um "relato" do Governo Dilma para o setor da agronegócio. 

Termômetro dos aplausos 
Aécio compareceu ao painel de abertura, mas não fez pronunciamento. Ele saiu assim que o presidente da Abag - Associação Brasileira do Agronegócio, Luiz Carlos Corrêa Carvalho, acabou seu pronunciamento, para comparecer a uma sabatina. Mas, na descida do palco, passou pelo microfone e fez apelo de voto: " Vou buscar uns votos, por aí. Me ajudem por aqui". Quando anunciando para subir ao palco e compor a ala de autoridades (governador Geraldo Alckmin, os ex-governadores paulistas José Serra e Alberto Goldman, senador Aloysio Nunes, e o ministro da Agricultura, Neri Geller - foi muito aplaudido. Foi bem mais que Temer, na sessão da tarde. 

Eleições em "88"
Este, por sinal, ao encerrar sua fala, cometeu e repetiu por duas vezes seguidas erro de cronologia ao desejar "boas eleições, em 5 de outubro de 88 (1988)". Já havia se despedido e saído do palco, e foi advertido e retornou para retificar que ficará com o "88" na memória em função de ter sido deputado da Câmara Federal Constituinte, a que elaborou a atual Constituição, fato citado por ele.

Marina não fala
No debate entre os representantes dos três candidatos foi nítida a torcida majoritária pelas alfinetadas ao Governo Dilma. Também não teve boa vida o representante de Eduardo Campos, que esgotou boa parte de suas intervenções para justificar a vice da chapa, a ex-senadora Marina Silva (ex-PV), que os empresários do agronegócio a têm como "inimiga" do empresário do campo. A desaprovação a Marina vem desde os tempos em que foi ministra de Meio Ambiente do Governo Lula, quando se posicionou frontalmente contra desmatamentos no país e exigia rigor aos crimes ambientais dentro do novo Código Florestal. Ela foi demitida e o código aprovado com vitórias da agropecuária no confronto com as posições que defendia. "O governador Eduardo Campos (se eleito) vai tratar diretamente (com os agropecuaristas)", respondeu Maurício Rands, quando cobrada uma interlocução sobre questões ambientais como demarcação de terras indígenas, áreas quilombolas etc. Isso fez o moderador do painel "Agronegócio e os presidenciáveis", jornalista William Waack, até brincar: "Manchete: Marina não fala", o que provocou risos da plateia.  

  

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