Ribeirão Preto (SP) – O que foi dito nos editoriais de “O
Estado de S.Paulo”, no domingo, que a indústria do país patina no estado da
estagnação, encontrou eco, na amanhã desta segunda-feira, nas falas de parte dos dirigentes das
entidades que realizam a feira da Agrishow – Feira Internacional de Tecnologia
Agrícola em Ação – na curta coletiva de imprensa. A ausência da presidente
Dilma Rousseff ao ato de abertura do evento, anunciada na sexta-feira, chegou a
ser minimizada pelo presidente da Agrishow, Maurílio Biaggi Filho, que atribuiu
ao fato de os produtores da cadeia da cana-de-açúcar canavial e usinas de
açúcar e álcool) estarem “descontentes” com o Governo. “E aqui é região de cana”,
tentou explicar.
“A presidente comete um equívoco ao não comparecer a evento
como esse”, declarou antes de buscar a justificativa. Mas, diante de perguntas
de perguntas persistentes da maioria absoluta de jornalistas especializados em agronegócio,
incluindo o segmento de máquinas, e com enorme peso à indústria de tratores e
colheitadeiras, Maurílio Biaggi usou discurso mais coerente com o clima do
descontentamento exibido no noticiário. “Nós (o Brasil) estamos no caminho
errado e precisamos de alguém que nos coloque no caminho certo. Estamos
exageradamente no caminho errado”, disse o dirigente para a questão de abertura
de voto das entidades aos pré-candidatos à Presidência da República. Insistiu
que toda política do Governo “está equivocada” e que esse é o sentimento em “todas
as áreas” produtivas.
“Todos nós, (entre os dirigentes), nesta mesa, queremos que
algo aconteça (de mudança)”, disse o presidente da Agrishow, apontado, entre os
“equívocos” do Governo, questões de ordem “moral e ética”. Na mesa estavam, entre
outros, os presidentes da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e
Equipamentos (Abimaq), Luiz Aubert Neto, da Sociedade Rural Brasileira (SRB),
Gustavo Diniz Junqueira, e da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Luiz
Carlos Corrêa. Além dessas são parte na realização da feira a Associação
Nacional para Difusão de Adubos (Anda) e a Federação da Agricultura e Pecuária
do Estado de São Paulo (Faesp).
A diretoria da Agrishow, que irá até o dia 28, está na 21ª
edição, recebeu mais de 800 expositores (incluindo marcas fabricadas no
exterior) e tem expectativa de um público ao redor de 140 mil pessoas. Maurílio
Biaggi espera que o resultado de negócios supere 2013, que foi de R$ 2,6
bilhões.
*O blog está no pool de imprensa da Agrishow
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