O pão francês – o popular ‘pãozinho’ -, o mais consumido na
dieta do brasileiro, só é lembrado pela mídia nas temporadas de lobbies dos triticultores ou pressão de
donos de moinhos (onde o trigo vira farinha) e das fábricas de alimentos
derivados do trigo. O Brasil tem um consumo aparente médio anual histórico de
11 milhões de toneladas e depende entre 50% e 60% da oferta internacional –
varia conforme as oscilações climáticas, postura política de nossos agricultores
e das relações comerciais do país. Fora disso, ganha manchete quando alguma
entidade dita de defesa do consumidor decide ir para televisão (que aceita o
assunto como uma bomba) pesar o francês, que, por regulamentação ou adoção popular,
deve conter o mínimo de 50 gramas de massa. Só que, espertamente, os empresários
de padarias conseguiram matar essa pauta: o pãozinho foi para o quilo!
Mas fora esse fato recorrente (e quebra-galho dos pauteiros
das redações), um aspecto ainda não foi manchete: o real prazo de validade para
consumo humano do produto. No dia 5 (terça-feira), um consumidor comprou o
produto em uma padaria da Zona Sul de Belo Horizonte. Na ficha eletrônica extraída
do caixa e afixada à embalagem, as informações de datas de fabricação e de
validade, respectivamente, eram: 05/02/13 e 06/02/13. No dia seguinte, em outra
padaria, distante 5,5 quarteirões as datas, na mesma ordem, expelidas pelo computador
do caixa eram uma só: 06/02/13. E há casos de a data de validade sair da
máquina registradora por mais de dois dias.
Anvisa e ministérios
Anvisa e ministérios
Isso se repete aos quatro cantos do país. E, por isso mesmo,
poderá ser visto como algo inexpressivo, dirão muitos consumidores. Alguns até
seguem ‘receitas’ mostradas em programas matinais na televisão: pão velho guardado
no freezer e aquecido na frigideira, na hora do consumo, é uma beleza! Mas não.
Não é bem assim. Se prevalecer a tese da receita desses programas de
entretenimento, fica sem sentido a obrigatoriedade da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) e de três a quatro ministérios (Saúde,
Agricultura, Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e da Justiça), para
que as padarias apresentem a validade do consumo.
Chega na CNI
Chega na CNI
As datas de validades no pãozinho ao livre arbítrio de empresários
de padarias e a passividade diária da população expressam a falta de cultura
para um consumo saudável. E, o mais grave: um exemplo clássico do, também
popular, ‘estou nem aí’, da parte das padarias (muitas dentro de grandes redes
de hipermercados – algumas globais) e também das suas entidades de classe (sindicatos
ligados às federações estaduais. Estas, à Confederação Nacional da Indústria, a
CNI).
Abip
Com a palvra diversas entidades da cadeia do trigo, da farinha e do pão: Abitrigo, Abip, Abima e da indústria de panificação em geral.
Tintas das montadoras
Abip
Com a palvra diversas entidades da cadeia do trigo, da farinha e do pão: Abitrigo, Abip, Abima e da indústria de panificação em geral.
Tintas das montadoras
O pãozinho não é um fato isolado na indústria brasileira de alimentação.
E esse setor não está sozinho nas anomalias. Quando foi ministro da Indústria e
Comércio (Governo João Figueiredo – 1979-85), o engenheiro João Camilo Penna reclamava
da falta de qualidade nos singelos cartões de visita usados nos diversos escalões
da sociedade. Faltava padronização no tamanho. E isso refletia nos negócios de fabricantes de porta-cartões. E hoje, entre as
montadoras de veículos, uma tonalidade específica da cor verde, por exemplo, aplicada
nas latarias (e registrada em documentos) não coincide na classe e definições previstas
pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). E segue o baile entre fabricantes
de geladeiras, tecidos, papéis, etc.
Oi, Nairo! Aqui é a Neiva, da Neiva Mello Assessoria de Porto Alegre. Gostaríamos de saber qual é teu e-mail e telefone para contato, pois gostaríamos de te mandar releases. Tens como responderes para neiva@neivamello.com.br?
ResponderExcluirGrande abraço!