14/02/2013
Alguns países do mundo estão, culturalmente, bem identificados
ao consumo de determinados alimentos locais e/ou comercialização internacional.
Assim, o bacalhau está associado à Noruega, o cachorro quente e o bacon aos
Estados Unidos e a pizza à Itália (mas o Brasil é o maior consumidor mundial). Mas
na prática comercial, um desequilíbrio (maior) nas relações entre as nações e
com reflexos internos, de acordo com estudos da Organização das Nações Unidas
para a Agricultura e Alimentação (FAO), teria origem em desastres a partir de
cinco itens básicos, na seguinte ordem para o grau de relevância: arroz, trigo,
açúcar, milho e carne suína (é mais consumida na China).
Todas as variações de preços desses itens influenciam (pressionam
ou aliviam) o custo da cesta básica medida pelo o IBGE (Governo), que serve
para lapidar a inflação oficial sobre o consumidor: o IPCA.
Na semana que antecedeu ao Carnaval, o noticiário “despirocou”
(Dorothea Werneck – quando chefiou uma das Câmaras setoriais do Ministério da
Indústria e Comércio, década de 1990) diante de uma variação anual de até 130%
nos preços da mandioca, e, de 9,47%, em janeiro. Esta teria sido pivô do maior descontrole
de preços na cesta básica, em janeiro, e, na ponta, pela variação do IPCA, desde
2005: 08,6%, no mês, e, 6,15%, no acumulado dos últimos 12 meses (desde fevereiro/2012).
O maior devaneio da mídia foi interpretar que ‘o Planalto está (estaria)
aborrecido’ com a tal da inflação na mandioca. O respeitável professor Mário
Henrique Simonsen, quando foi ministro da Fazenda no Governo Geisel (1974-1979),
retirou a “inflação do chuchu” dos cálculos – e pagou caro na mídia chapa
branca. Fez o mesmo com outros penduricalhos amados por jornais, revistas,
rádios e televisões quando assunto era custos no mercado. Por fim, o professor
Simonsen retirou muitas farsas do baú do idolatrado “milagre brasileiro”,
quando ocupava a mesma pasta Delfim Netto (1967-73). E deixou muitas viúvas na
imprensa.
Não cabe perder tempo com a inflação da mandioca. E muito
menos com um imaginário “aborrecimento” (não houve nota oficial nesse tom) dentro
do Governo, usado para ancorar noticiário (ou a falta dele). Enquanto isso, a imprensa,
no geral, barra um Brasil bem mais interessante (inteligente), aquele finaliza sequenciamentos
de genomas em diversos centros de pesquisas, que desenvolve novos materiais com
domínio de nanotecnologia, que põe no mercado global aeronaves bem mais competitivas
(a Embraer) entre outros feitos maravilhosos, que deveriam ser bem noticiados
em salas de aulas como referenciais para adolescentes e
jovens. O jornalismo, no Brasil, ainda é excessivamente oficial e precisa, urgentemente,
de outro Simonsen para desmascarar muitos feitos de 1994 (Plano Real) e pautas queridinhas.
Se a mídia não se reciclar geral, mais cedo será descartada na utilidade para mudanças e crescimento do país.
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