quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Caro jornalista, vice não vale tudo isso!


João Goulart, vice de JK e Jânio, se submeteu às urnas 

Enviado por Nairo Alméri – qui, 02.08.2018 | às 22h21 - modificado 03.08.2018

O imbróglio fisiológico (de ocasião), de parte dos políticos, e, de parte de jornalistas, o festival de besteiras em espaços inúteis formam o mosaico para o retrato do cargo de vice-presidente da República, nesta nossa República Federativa. O candidato a vice (isso inclui mesmos cargos nos executivos das prefeituras e governos estaduais) é um regra três em irrelevância. Vice é um politico 0800: come quieto, à sombra do cabeça de chapa. A história recente é recheada de inúteis vices da República, Estados e Municípios. Esses cargos são desnecessários nas relações da vida pública com os cidadãos e só fazem aumentar as despesas para o Erário Público.
Pode parecer improvável ao eleitor mais novo e/ou desinteressado com a história política do país, mas o Brasil foi evoluído em matéria de eleição de vice-presidente da República. Isso quando candidatos à vice tinham que ter os próprios votos depositados nas urnas. Ou seja, precisavam subir em palanques e convencer parcela mínima do eleitorado.

Eleições 1955 – 

Juscelino Kubitschek (PSD - coligado com PTB, PR, PTN, PST e PRT) teve 3.077.411 votos; João Goulart, vice (PTB), 5.591.409 votos - mais de 500 mil que o cabeça de chapa, JK. Os dois assumiram em janeiro de 1956. Por força de Ação Constitucional, o vice presidiu o Senado.

Eleições 1960 – 

Jânio Quadros (UDN – coligado com PL, PTN e PDC) venceu para com 5.636.623 milhões de votos, derrotando o marechal Teixeira Lott (PSD, partido de JK), que teve 3.846.825. O terceiro candidato, Adhemar de Barros (PSP), recebeu 2.195.709 votos. Coligados à sua chapa de Jânio disputaram a vaga de vice o mineiro Milton Campos (UDN) e o gaúcho Fernando Ferrari (MTR – apoiado pelo PTN e PDC). Mas o vice de Lott, João Goulart (PTB), se reelegeu com 4.547.010 votos, uma frente 300 mil votos sobre o companheiro de Jânio.

Ou seja, diferente de agora, as chapas não eram conjuntas. Na época de JK e Jânio, o vice tinha que ser eleito. Quando virou ditadura e veio a primeira eleição livre para Presidência da República, em 1989, o sujeito passou a concorrer como mero carona. Em 1960, as urnas colocaram oponentes para dentro do Planalto. Mesmo assim, o vice cumpria agendas de Estado, até no exterior. João Goulart chefiava missão à China quando Jânio renunciou, em 25 de agosto de 1961 – tinha assumido em 31 de janeiro daquele ano.
Então, beira retrocesso e espaços inúteis toda essa mídia para vices. Ficarão quatro anos torcendo pelo impeachment e/ou morte do presidente, casos de Itamar Franco e Michel Temer, que assumiram as chefias com as destituições dos titulares. Só assim os vices terão algo para fazer. E, aí, vem o imbróglio: farão o quê?
JK, Jânio Quadros, Goulart, Lott, Ademar de Barros, Michel Temer, Itamar Franco, Ferrari,  

Perfil NAIRO ALMÉRI

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