Investimentos de US$ 53,6 bilhões, mesmo com PIB setorial em queda
Enviado por Nairo Alméri - ter, 15.09.2015 | às 15h22
Em momentos de crise econômica como atual,
o Estado (Governo) se faz presente ouvindo os agentes dos setores mais
expressivos dos setores da manufatura e serviços. Mas o que faz o Governo Dilma
Rousseff, que não consegue superar escândalos e corrupção dentro do PT, seu
partido, e todos demais da base aliada? Encerra-se numa maternidade casuísmos
com propaganda de reforma e ajustes. Ontem (14), enquanto Dilma reunia o que
ainda lhe sobra de fidelidade - algumas falsas - nas áreas mais importantes de
seu Ministério, em Belo Horizonte era aberta a maior feira do setor mineral do
Hemisfério Sul, a 16a Exposição Internacional de Mineração - Exposibram
2015, com cerca de 400 expositores (menos que 500, em 2013) de equipamentos de
alta tecnologia e serviços de ponta. Participam empresas de 25 países. O
ministro das Minas e Energia, Eduardo Braga (senador PMDB-AM), preferiu ser
carregador de malas do vice Michel Temer (PMDB-SP), em circuito por Moscou
(Rússia). O governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), foi "somar"
ao lado de Dilma, em Brasília, no dia anúncio de mais impostos para empresas e
pessoas físicas. O prefeito da cidade, Márcio Lacerda (PSB), foi outro ausente.
Otimismo teimoso
Apesar do descaso dos governos nas três
esferas, os expositores trouxeram, além da elevada tecnologia dos equipamentos,
a velha teimosia de otimismo. O Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), organizador
da Exposibram e do 16o Congresso Brasileiro de Mineração, anuncia a
manutenção do programa de investimentos do setor, no país, da ordem de US 53,6
bilhões no quinquênio que se encerrará em 2018. Em 2014, o valor da produção
mineral do país foi de US$ 40 bilhões, inferior aos US$ 44 bilhões, no
exercício anterior, e longe do pico de US$ 53 bilhões, em 2011. Mesmo com o
pessimismo que cobre o país, em todos os quadrantes, o Ibram estima que o
espaço da feira receberá 60 mil pessoas, acima das 50 mil, em 2013, e propiciará
R$ 500 milhões em negócios nos quatro dias, até quinta-feira (17).
Para o Congresso
Em longo e moderado discurso, o presidente do Ibram, Fernando
Coura, na abertura da Exposibram 2015, se, por um lado, frustrou empresários que
esperavam avalanche de ataques ao Governo Dilma, de outro, depositou pesados
compromissos sobre os ombros de deputados federais e o senador Ricardo Ferraço
(PMDB-ES) presentes. Quase todos - até um vereador, o caixeta, engenheiro de
Minas e representante o Legislativo de Belo Horizonte – foram estrategicamente nominados
e associados à alguma pauta do setor.
Pauta é velha
Assim, em homenagem às costas mandadas pelo Planalto para o
evento, o dirigente do Ibram mandou um WhatsApp de otimismo para Brasília, e
delegou aos parlamentares as “pressões” em velhas agendas: fim da burocracia, de
entraves em programas que nunca saem das promessas para a logística em
rodovias, ferrovias e portos, Marco Regulatório da Mineração etc. “Diz a frase
que o pessimista reclama do vento e o otimista muda a vela. Essa feira vai
mudar a vela para aproveitar o vento ”, afirmou Coura que, de certa forma,
surpreendeu para um cenário de cenário propício ao lançamento de pedras contra
o Planalto. Assim, criou espaço para os inteligentes chegarem à janela.
Em votação
O senador Ferraço, que dicursou depois, deu mão à palmatória,
admitindo a crise de Governo, do qual seu partido é o principal aliado na base
parlamentar, e acenou com a possibilidade de o Marco Regulatório da Mineração
ser votado no Congresso ainda “neste semestre”.
Descasos à parte, louvável a atitude do dirigente que acredita no Brasil e na indústria mineradora. Importante ressaltar que o modelo de negócio é outro e muito dinâmico. Temos que desenvolver pesquisa científica e agregar valor aos nossos produtos. não teremos sustentabilidade vivendo de commodities. Temos que desenvolver nossos equipamentos extrativos, aperfeiçoar nossas fábricas e exportar máquinas para outras mineradoras espalhadas pelo mundo. Parabéns pela matéria!
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