segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

VALE S/A PEDIU PARALISAÇÃO

Bombeiros minimizam ‘deslocamento’ na barragem B1; mudança para Vale

Enviado por Nairo Alméri - seg, 18.02.2019 | às 20h48

CÓRREGO DO FEIJÃO, Brumadinho (MG) - O “deslocamento” de rejeito de minério de ferro, detectado na manhã de hoje, na barragem B1, uma das duas que se romperam dia 25 de janeiro, não foi  motivo para alarde por parte dos bombeiros. “Foi uma espécie de degrau que se desfez. Mas sem provocar corredeira de minério”, explicou-me, no final do dia, o major Ivan Neto, do Corpo de @Bombeiros de MG. Ele é, nestes dias, o subcomandante (em revezamento semanal de Comando) no Centro de Operações instalado aqui desde o 25 de janeiro. 
O oficial disse que a decisão de suspender as buscas, ainda na parte da manhã, foi a pedido da @Vale S/A, dona da Mina Córrego do @Feijão, onde houve o rompimento das duas barragens, causando 169 mortes e 107 desaparecimentos (Defesa Civil MG/IML - 18/02/2019)

CORPO - Nas buscas realizadas hoje, os bombeiros retiraram da lama o corpo de uma moça, Estava dentro da “zona quente”. Encontraram também segmentos humanos.

RETIRADA DO DF - Os 14 militares dos Bombeiros do DF e os quatro cães farejadores que trouxeram encerraram hoje 15 dias seguidos de missões. Bombeiros de outros Estados, como RJ, ES, BA e SC ficaram períodos longos e não retornaram mais. As buscas chegaram a envolver mais de 300 militares, principalmente bombeiros.

SÓ OS DE MINAS - Tive informação que a partir do dia 25, quando se completar 30 dias da tragédia, ficarão nas operações de buscas dos corpos somente militares dos Bombeiros de MG. O major Ivan Neto não confirmou. “Estamos em planejamento desta nova fase”, comentou. Ele próprio retornará quinta-feira (21) para seu comando, na Sétima Companhia Independente do @CBMG, em Pouso Alegre, não devendo mais regressar ao Córrego do Feijão.

PARA DENTRO VALE - O Centro de Operações do CBMG iniciou o desmonte da infraestrutura o entorno da Igreja Nossa Senhora das Dores. Todas operações (Centro de Comunicação (estatística, controle em tempo real dos militares nas busca e apoio do tráfego aéreo), instalações da Polícia Técnica/IML e alojamentos dos bombeiros  estão em montagem em área de lazer (campo de futebol e dependências fechadas) construídas quando a mina pertencia à @Ferteco Mineração S/A (1972/2001). 

LOCALIZAÇÃO - O novo local do Centro de Operações fica à jusante das barragens que se romperam, e na lateral do rastro de destruição aberto pela lama de rejeito. 

EM CONTÊINER - Os alojamentos dos bombeiros serão em contêineres. Soube disso com um por profissional que trabalha em empresa que presta serviço em segurança de pessoal para a Vale.

PISTA DE POUSO - Uma área anexa recebe massa asfáltica e servirá de pista na operação dos helicópteros.

ESVAZIAMENTO - As operações de buscas e apoio não ocuparão mais imóveis dentro da área urbana do arraial. Dividida, a população assiste preocupada esse esvaziamento que será criado principalmente com a segurança. O temor é que os imóveis vazios sejam invadidos por marginais. E, também, que a tragédia saia do foco da imprensa, no aspecto das queixas contra a Vale, que poderá “filtrar” o ingresso de jornalistas ao novo Centro de Operações.

MAIS CEDO - Com o fim do horário de verão, as missões dos helicópteros foram encerradas mais cedo. O tempo chuvoso também construiu. Chove desde às 19h. Às 18h40 há estava escurecendo.

Perfil NAIRO ALMÉRI


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