Enviado por Nairo Alméri - seg, 18.2.2019 | às 9h34
(Da conta Facebook 17.02.2019)
VALE S/A - MAIS DOIS CORPOS DA TRAGÉDIA; VALE CRIA COMPLICADORES
CÓRREGO DO FEIJÃO FEIJÃO, @Brumadinho (MG) - Os cinco helicópteros que fizeram missões de buscas, neste domingo (17/02), decolando do Centro do Centro de Operações do Corpo de @Bombeiros, no Córrego do Feijão, resgataram dois corpos e fragmentos de vítimas da tragédia de 25 de janeiro. Naquele dia, entre às 12h26 e 12h28, ocorreu o rompimento de duas barragens de rejeitos de minério de ferro da @VALE S/A. A companhia é de capital aberto, tem ações negociadas nas Bolsas @Nyse e @B3 (@Bovespa) e é a dona da Mina Córrego do Feijão, de onde vazou o mar de rejeitos, cobrindo extensão de 7 km (até mais de 1 km de largura), até atingir o Rio Paraopeba (afetado em mais de 190 km de curso). A última estatística da Defesa Civil de MG indicava (16/02) 166 mortos e 145 desaparecidos.
VALE CORTA MARMITEX E LANCHE - Na sexta-feira, sem comunicação, a Vale deu início ao corte de marmitas do almoço e jantar e lanches no Centro Comunitário, principal unidade de apoio à população deste arraial. Com isso, no sábado e hoje, as pessoas correram para o Centro de Operações do Corpos de Bombeiros de Minas Gerais (@CBMG), que mantém cerca de 300 militares (bombeiros de PMs) e Polícia Civil e Federal - de Minas e outros Estados) nas buscas.
CONTRARIEDADE - O comando local do CBMG tratou essa invasão com cautela. Não impediu que as pessoas (se aproveitaram também grupos de religiosos e famílias de curiosos que vieram ao arraial) recebessem marmitex e demais mantimentos destinados às tropas, que trabalham até 18 horas diárias. Mas é visível a irritação dos militares, em geral, com a atitude da Vale. Principalmente pelo desdobramento negativo que a presença de populares causa no local, o centro nevrálgico das operações.
SEGURANÇA E RISCOS - No Centro de Operações estão unidades de segurança e áreas que representam riscos, sendo as principais: A) Unidade móvel de comunicação da Aeronáutica: antena e equipamentos de TIC para sinal de internet e monitoramento de apoio no tráfego aéreo local dos helicópteros (controlado de Belo Horizonte) etc; Bureau do Centro de Operações, dentro da Igreja Nossa Senhora das Dores: equipamentos e telões que possibilitam saber em tempo real onde estão as equipes (chegaram a ser cerca de 20 com até 8 militares cada; e, nos helicópteros, além dos pilotos, três militares para resgates - as buscas, na primeira semana, teve até 14 helicóptero/dia em operação) na “zona quente” e dentro do Paraopeba; telões para estatísticas atualizadas em tempo real; de planejamento das operações etc; C) Pista de pouso e decolagem dos helicópteros; D) Ponto de pouso das aeronaves com os corpos e segmentos resgatados da lama e do Paraopeba; E) Área da Polícia Civil (perícia técnica) e do IML, que fazem o recebimentos dos corpos e segmentos (peritos e pessoal de apoio trabalham com vestimenta especial); F) Unidade para higiene preventiva das equipes que chegam das frentes de resgates e dos cães farejadores (eles podem conter elementos contaminantes em suas roupas e utensílios); G) Ponto de coleta da água da higiene preventiva dos militares; H) Vários grupos geradores (a diesel) emergenciais de energia.
DENTRO DO CAMPO - Um oficial me contou que um cidadão, em estado de embriaguez, chegou perto da entrada restrita do Centro de Operações. Eu presenciei, ontem e hoje, várias pessoas sendo contidas quase dentro do campo de pouso e na área da Polícia Técnica/IML.
CURIOSOS E “TURISMO” - A falta de sinalização de que o local é área restrita, tem facilitado também a invasão por curiosos de finais de semana (famílias inteiras que vêm ao Córrego do Feijão por curiosidade: fazer fotos das marcas da tragédia, das aeronaves e fazer selfies). Isso virou rotina nestes três finais de semana.
VALE DIFICULTA REUNIÕES - A forte chuva da noite de sexta-feira (15/02) destruiu as tendas montadas ao redor do Centro Comunitário. Era sob elas que, todas as noites (na semana passada, em dias alternados, a pedido dos presente), o comandante ou subcomandante local dos Bombeiros faziam uma conversa (às 20h) com a população (sempre saíram aplaudidos). Só que a Vale não reconstruiu as tendas. Assim, ontem, sob chuva, o subcomandante, major Ivan Neto, esteve lá e não encontrou ninguém para conversar. Nas mesmas tendas, durante o dia, havia prestação de serviços do Ministério Publico, Defensoria Pública, Emissão de documentos (identificação e trabalho) etc.
MUDANÇA - Toda essa situação adversa aos trabalhos do Corpo de Bombeiros vem nos dias em que começa a ser transferido o Centro de Operações, para local mais distante das casas. Teria havido queixas contra o barulho dos helicópteros (mas não encontrei uma só queixoso) e pedido do padre para desocupação da igreja (os fiéis estão divididos). Ontem a antena da Aeronáutica foi retirada. Mas não há instalações suficientes para receber toda infraestrutura no novo local, o “campo”.
CHUVA - Aqui no Córrego do Feijão, choveu durante toda noite passada e, hoje, a partir das 17h.
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Perfil NAIRO ALMÉRI
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