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quinta-feira, 23 de maio de 2013

Bolsa PT intacta


Enviado por Nairo Alméri – quin, 23.5.2013 | às 14h01 - alterado às 15h05

Com o corte de R$ 28 bilhões no orçamento, o Governo Dilma repete gesto dos dois anos anteriores. É a fórmula simplória de garantir, neste ano dinheiro para os juros da dívida (déficit primário), R$ 156 bilhões, e, assim, manter intacto o caixa dos negócios políticos, o da Desvinculação de Receita da União (DRU). A DRU, prorrogada em dezembro de 2011, garante a Dilma gastar como quiser nada menos que 20% das receitas orçamentárias. Em 2012, essa bolsa presidente (bolsa PT) foi estimada em R$ 62,4 bilhões.
Não é caixinha
É como se houvesse dois Brasis: o dos cidadãos que votaram e dos que não votaram em representantes do Governo. O Planalto poderia ter mantido o orçamento e retirado, por assim dizer, os R$ 28 bilhões da DRU. O dinheiro da DRU tem origem em impostos cobrados de eleitores e não eleitores do PT, e empresas que fizeram ou não doações políticas ao partido – isso não apenas no “fiel” eleitorado do Nordeste. A DRU não deve ser operada de forma partidária – não é bônus que a Nação entrega ao partido governante. Essa desvinculação é uma das tantas práticas retrógadas da administração pública federal que o PT combatia de forma xiita, quando ainda não era governo, mas que, agora, perpetua para os fisiologismos.
Fartura em 2014
Uma situação, porém, é praticamente certa (quase uma pule de dez): em 2014, não haverá cortes nos orçamentos dos ministérios, autarquias, fundações etc. Eles ficarão “robustos”, como gosta (de dizer (ou dizia, até 2012) o ministro da Fazenda, Guido Mantega, nas projeções furadas para o PIB. Mas com um detalhe: o destino do dinheiro será o das estamparias dos discursos de palanques em prol das reeleições da presidente Dilma e candidatos da base aliada do PT.

Enviado por Nairo Alméri – quin, 23.5.2013 | às 14h01

Por Milton Rego
21.5.2013

Recentemente dei uma entrevista muito interessante para a revista KLFF (nº 5), uma publicação do Kleffmann Group. Entre os vários assuntos, conversamos sobre o mercado agrícola brasileiro em 2012, as perspectivas para 2013 e sobre a importância do aumento da produtividade dos pequenos e médios agricultores para o desenvolvimento da agricultura no Brasil. (...)Leia Mais

O almoço vem do campo (!)  
 Enviado por Nairo Alméri - quin, 23.5.2013 | às 14h01
Por José Luiz Tejon Megido
15.5.2013
Fonte: www.agrolink.com.br 

Mal me quer, bem me quer? A Associação Brasileira de Agribusiness (Abag) e o Núcleo de Agronegócio da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) queriam saber o quanto a população urbana brasileira percebia como importante ou não, e em que dimensão, o agronegócio. Também sobre os agricultores e as atividades envolvendo esse macrossetor, que - integrando todos os seus elos do antes, dentro e pós-porteira das fazendas - significam algo em torno de R$ 1 trilhão do produto interno bruto. (...) Leia Mais 


Enviado por Nairo Alméri – quin, 23.5.2013 | às 14h01

Por Nelson Tucci
21 de maio de 2013

Amigo do ex-presidente Lula, o dirigente boliviano Evo Morales conseguiu um “bem-bolado” local para disputar o terceiro mandato. De acordo com a Constituição da Bolívia, o presidente só poderia exercer o cargo por dois mandatos consecutivos – algo semelhante ao que acontece no Brasil e nos Estados Unidos.
Entretanto... (...) Leia Mais

Enviado por Nairo Alméri – quin, 23.5.2013 | às 14h01
by Cristina Moreno de Castro - blog kikacastro
12.5.2013
Texto escrito por José de Souza Castro

A prefeitura de Belo Horizonte tem pela frente um grande desafio: acabar com o descrédito em que se encontra. Sobretudo em relação a obras, que no ano passado serviram de pano de fundo para a campanha de reeleição de Marcio Lacerda. A foto publicada no dia 10 deste mês pelo jornal "Hoje em Dia", mostrando uma máquina demolindo uma plataforma recém-construída para o embarque de passageiros no BRT da avenida Cristiano Machado, é mais que chocante. É um exemplo do que parece ocorrer, em geral, com as obras da prefeitura. (...) Leia Mais

quarta-feira, 22 de maio de 2013

É para os bancos


Enviado por Nairo Alméri – ter, 22.5.2013 | às 14h59 - modificada data às 15h15
Os bancos continuam dando as cartas na política econômica do Governo. E até encontram, no setor produtivo, quem reclame por eles quando a alavancagem “frustra”, mesmo em períodos de crises globais, como o atual. Isso foi parara no balanço patrimonial consolidado da WLM Indústria e Comércio S/A, uma holding do Rio, com negócios nas vendas de ônibus e caminhões (Rio, São Paulo, Minas, Pará e Amapá), de um lado, e agropecuária (bovinocultura de corte e leite, respectivamente, em São Paulo e Minas; e, cafeicultura, em Minas), do outro. Em 2012, a empresa teve perdas de 13,5% na receita líquida (queda no comércio automotivo) e de 9,4% no lucro líquido comparadas com as demonstrações de 2011. Com ações do capital social listadas na BM&FBovespa, a diretoria da WLM, na abertura do relatório aos acionistas, deu recibo de que a política do Governo continua sendo voltada para os bancos: “No cenário interno, a economia brasileira frustrou as expectativas do mercado financeiro ao apresentar fraco desempenho ao longo do ano, face às projeções iniciais do governo de crescimento entre 3% e 4%” (sic).
   
 
Elektro
Os acionistas da Elektro Eletricidade e Serviços S/A limitaram atos de compra e alienação (e oneração) de ativos fixos diretos pela Diretoria executiva em R$ 5 milhões e R$ 2 milhões, respectivamente.

Bomba na BR-381
Na sexta-feira (17), por volta das 17h, trafegou pela Rodovia Fernão Dias (BR-381), entre Betim e Contagem, em Minas, o cavalo mecânico Volvo, placa ILP-8222, Belo Horizonte. Tracionava a carreta placa MPJ-9912, de Cariacica (ES). Embaixo da carroceria da carreta, junto ao para-choque, estavam instalados três “tanques” plásticos de combustível. Em caso de acidente, com batida pela traseira, dependendo do impacto e da situação, a tragédia estará servida.
   
Bolsa Família/CEF

Se o Departamento de Polícia Federal (DPF), vinculado ao Ministério da Justiça, for investigar e apontar responsabilidades na origem do tal “boato” do fim do Bolsa Família, semana passada, deverá buscar pelas diversas hipóteses. Inclusive políticas – no campo dos interesses nos dois lados do jogo. A área de inteligência do DPF não deverá descartar, claro, o que foi declarado e, até mesmo, escrito em twitter por quem ocupa cargos com status de ministro de Estado. Também merece investigações atos diretos e/ou via terceirizados pelo banco que administra o Bolsa Família, a Caixa Econômica Federal (CEF).

O telemarketing
A CEF recebe do Tesouro Nacional massas polpudas de milhões de reais, a cada calendário dos pagamentos do "bolsa", que ficam nos depósitos à vista. Esse dinheiro não fica parado, pois a instituição (100% pertencente à União), virou banco comercial amplo. Concorre com o BB e bancões da iniciativa privada. E esse dinheiro de dois, três, quatro ou 20 dias à vista, tem que ser oferecido no mercado, em linhas que remunerem a CEF. Para se dar bem nessa corrida, essa instituição pública se vale do call center (telemarketing), que não é operado por funcionários do banco.

“Consultora de Negócios”
Na segunda-feira (20), uma pessoa desse serviço ligou para um ex-cliente da CEF. Pediu para falar com o titular da linha e o identificou pelo nome completo. Disse ser “consultora de negócios da Caixa”. O cidadão pediu a ela que falasse seu nome completo, com o que não concordou. Foi questionada se era funcionária da CEF e se, como “consultora de negócios”, assinava documentos da instituição. As respostas foram que “não”. A pessoa procurada quis saber então oque autoridade ela tinha como “consultora de negócios” que não era funcionária da Caixa. Foi aí que ela disse o que deveria ter dito de início: “eu trabalho na Central de Negócios”. A moça se negou a fornecer o telefone de onde falava pela “Central de Negócios”. Isso foi às 12h03.

Persistência
Às 17h13, outra ligação da Caixa. Desta vez, a moça ouviu de início a pergunta se era da “Central de Negócios” e se poderia passar o telefone. A resposta foi “sim” e informou um contato 0800. Os telefonemas da CEF estão tão frequentes e impertinentes quanto os dos serviços de call center de varejo e das operadoras de telefonia e tv a cabo. E é a mesma bagunça do varejo popular: não se deleta números chamados!

terça-feira, 21 de maio de 2013

Pátria “de mentirinha”


Enviado por Nairo Alméri – ter, 21.5.2013 | às 14h18

Na política brasileira, a verdade (mesmo que turva) nunca foi uma convidada. Quando alguém, em um dos costados da Praça dos Três Poderes, resvala a língua para solfejar um ensaio de verdades, de pronto, ideólogos do fisiologismo oficial do Planalto destilam veneno pelo twitter e em outras rebimbocas que a comunicação digitalizada oferece. Objetivo: desacreditar o atrevido. O PT, durante os 20 anos em que tentou de assumir o Poder, condenava, dia e noite (a ferro e fogo), todo jogo sujo da política – todas “maracutaias” (Lula). Mudou radicalmente, a partir de 1º de janeiro de 2003, da posse de Lula. Petistas, com exceções conhecidas, viraram cópias fieis de adversários do passado (incluía o PMDB) e do presente. Hoje, como seus adversários, realizam (com sobras exponenciais) sonhos políticos (públicos) e não políticos (particulares) com a conta paga pela Viúva.
Mas todos, no PT e fora dele, bebem de uma mesma água: reforma política com o fim do voto obrigatório e inclusão do voto distrital, jamais!

No cotidiano
É claro que, no país, todos os partidos políticos são iguais. Ou, conforme ilustrou o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, são todos de “mentirinha”. Mas temos muitas outras “mentirinhas”:

Suprema Corte - Autonomia entre os Três Poderes da República nunca existiu. O presidente da República é quem escolhe os ministros dos tribunais superiores, incluindo os da Suprema Corte – o STF. O chefe do Executivo impõe os presidentes na Câmara dos Deputados e do Senado;

Corrupção - A condenação dos “mensaleiros” do PT e sua redondeza política e de prestação ao serviço público na administração direta e em estais, até agora, foi ‘prá inglês ver’;

Candidatos - A “Lei do Ficha Limpa”, que impediria o ingresso de corruptos, ladrões e criminosos na vida pública, via mandato eletivo, chegou à Justiça Eleitoral aos farrapos - sem poder algum;

Bêbados ao volante - A “tolerância zero” na Lei Seca, a da punição de bêbados ao volante e seus crimes e infrações de trânsito, foi desmoralizada por políticos e até servidores da Justiça dos diversos escalões.

Banco Central e CVM - Investigações de crimes financeiros de políticos contra o Tesouro Nacional, BB, BNDES, CEF, BASA, Casa da Moeda etc. são arquivadas. A Comissão de Valores Imobiliários (CVM) não investiga para valer o uso politico, pelo Governo, do patrimônio dos fundos de pensão patrocinados pelas estatais. O presidente da CVM é escolhido pelo ministro da Fazenda (depois de explicar ao chefe do Planalto que é o “candidato”);

Obras públicas - Inquéritos que apuram superfaturamentos em obras públicas e pagamentos de propinas aos políticos e servidores e ocupantes de cargos comissionados no serviço público federal não são concluídos.

Justiça - O país tem duas Justiças. Uma, corre veloz e cautelosa. Serve aos ricos, poderosos, portadores de carteirinhas de “imunidade” (ministros de Estado, deputados, senadores e governadores) e seus apaniguados (amigos, parentes e conhecidos de juízes, de desembargadores e de ministros) e às grandes empresas. A outra, quando pode e lentamente, se ocupa com o resto da população.  

Jornalistas
Em Brasília, os jornalistas perdem tempo indo diariamente ao Senado, Câmara e o Planalto. E os jornais jogam espaços fora. 

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Coisas da ThyssenKrupp


Enviado por Nairo Alméri – seg, 20.5.2013 | às 15h52

O Grupo ThyssenKrupp, da Alemanha, há algum tempo deixa rastros trapalhadas na economia brasileira. No momento, tenta livrar-se da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), um mico de 5,2 bilhões (agosto de 2010), que construiu, no DI de Santa cruz, no município do Rio de Janeiro, em parceria coma Vale S/A (27,13%). Foi inaugurada em 18 de junho de 2010, pelo então presidente Lula empenhado na eleição de sua afilhada Dilma Rousseff.

Paga uma, leva duas
A CSA com capacidade para 5 milhões de toneladas ano de placas e começou a produção com a siderurgia mundial estava afogada em seu próprio aço, consequência da falta de demanda na indústria, que amargava a crise patrocinada pela recessão na Europa – rescaldo da quebradeira de bancos nos Estados Unidos. Agora, com planta empacada, a ThyssenKrupp está atrás de quem queira entregar € 7 bilhões e levar junto uma siderúrgica instalada no Alabama (EUA). Mas aceita, também, repassar 40%.

CSN outra vez
A Cia. Siderúrgica Nacional (CSN), de Benjamin Steinbruch, comunicou à BM&FBovespa que está negociando. Este, porém, vem negociando muita coisa e, no final, não leva nada. Foi assim, há dois anos, na Usiminas, que caiu no colo do Grupo Techint, da Argentina.

Com a Vale
Na década passada, em 2001, a ThyssenKrupp vendeu (US$ 566 milhões), de porteira fechada,  Ferteco Mineração e suas minas de ferro (Brumadinho, Ouro Preto e Congonhas) e passivos para a Vale S/A. Descobriu-se, depois, dentro do DNPM, que alguns direitos de lavras não entraram no pacotão. Leia Esqueletos da Ferteco.

Com a Gerdau
Mas bem antes destes negócios, a Thyssen Krupp já tinha micado em outra parceria siderúrgica, também no DI de Santa Cruz, no Rio - bem próximo de onde está a CSA. Em 1971, uma holding do grupo alemão, a Thyssen AG, se uniu ao Grupo Gerdau, formou uma joint venture e comprou o projeto de aços longos e o terreno da Cia. Siderúrgica Guanabara (Cosigua), que pertenciam ao antigo Estado da Guanabara. O grupo gaúcho liderou implantação e expansões, em cima de tecnologia do parceiro alemão
.
Erro e saída
Em 1979, quando a Cosigua produzia acima de 500 mil toneladas anuais de aço, um processo de redução direta de minério de ferro pifou e a ThyssenKrupp entregou seu boné. Há um ano e meio, a Gerdau iniciou um plano de expansão naquela usina, para mais de 2 milhões t/ano, em duas etapas – a segunda de 2014 a 2016.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Cemig cobra duas Faturas em maio. Pode?!...


Enviado por Nairo Alméri, quar, 15.5.2013 | à 0h57

Consumidores da Cemig Distribuidora (Grupo Cemig) estão em estado de choque. A companhia encaminhou duas faturas com vencimentos em maio (neste mês). Um consumidor que recebeu a NF com vencimento para o próximo dia 25, exatos 22 dias após o vencimento (dia 05) da NF anterior (abril), ficou mais surpreso ainda com a informação recebida. Pelo serviço “Fale com a Cemig”, o consumidor conta ter ouvido da atendente (Protocolo, com nove algarismos: começa com 12 e tem final 6) a seguinte explicação: mudança de rota de leitura.
O consumidor, coberto de razão, reagiu, explicando que “mudança de rota” é um problema operacional (uma decisão) da Cemig e que ele não poderia ser obrigado a pagar duas faturas no mesmo mês, estando em dia com todas as cobranças recebidas. E sapecou que, assim como a grande e respeitável companhia, na sua casa as despesas seguem um planejamento mínimo dentro do orçamento familiar. E mais:  que a NF anterior indicava a “próxima” leitura em 10/05, sem mencionar antecipação de cobranças, ou seja, mais nada em maio. Porém, a  conta com vencimento para o dia 25teve leitura antecipada: efetuada no dia 6 e apresentada (“apresentação”), segundo escreveu a companhia no documento, ao cliente dia 14. Ou seja, a Cemig Distribuidora mandou seus consumidores se virarem em mais grana em prazo de 11 dias.
Será que a presidente Dilma Rousseff mandará o ministro da Fazenda, Guido Mantega, às voltas com o descontrole de todos os “tetos” das metas, carregar um extraordinário no Bolsa Família dos beneficiados no mercado da Cemig Distribuidora?
De nada valeram as explicações de economia doméstica à representante da Cemig. Ela, claro, recebe as explicações prontas para tentar iluminar esses “apagões” nas metas consumidores. Mas, nem por isso, abandonou uma resposta bem afiada (certamente já estava exausta de tanto explicar o inexplicável, numa relação séria de mercado entre fornecedor e consumidor): disse que o problema era do consumidor, pois, se atrasar a liquidação da NF, pagará juros à Cemig.
O que dizem a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em tese, agente regular do mercado dentro dos princípios da Constituição e das leis de consumo, e a Ouvidoria da própria Cemig Distribuidora?
A cobrança de duas faturas em maio, claro, vai turbinar o caixa da Cemig Distribuidora – por tabela, o da holding Cemig também. Os acionistas serão beneficiados na distribuição dos resultados. O Ebitda da empresa, que reflete a geração própria de caixa, vai amaciar os nervos dos analistas de mercado, principalmente nas reuniões das Apimecs. Mas o assunto subiu as escadarias na Assembleia Legislativa e na Promotoria Pública de Defesa do Consumidor do Estado, pois a cobrança está bombando os nervos dos endereçados. É esperar para ver se, mais uma vez, o consumidor levará choque de caixa da Cemig, como ocorre nas cobranças de impostos, e ficará tudo como antes.
Nos quadros da Cemig sobra expertise em gestão, planejamento para novos negócios, ações de conquista de grandes consumidores etc. Os seus engenheiros e economistas, com certeza, buscam soluções com equações bem mais complexas e não se renderiam a uma “mudança de rota” – uma segunda rota  para o bolso do consumidor em menos de duas semanas – para melhorar a performance financeira da companhia. Como acionista controlador, o Governo de Minas deve aprovar qualquer “mudança de rota” que vá lhe render mais dividendos e ganhos sobre o capital.
Não basta ter a “melhor energia do país”. Também conta a melhor solução pensando no consumidor, principalmente em uma empresa pública – mesmo que seja de capital misto. A “mudança de rota” não combina com as conquistas de gestão corporativa nas bolsas BM&FBovespa, Nova York e Madri.
Obs.: não será justo aplicar um ‘choque de gestão’ em cima das  funcionárias e funcionários do “Cemig atende”!  

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Empreiteiras e o Governo de R$ 1,6 trilhão


Enviado por Nairo Alméri - quar, 8.5.2013 | às 21h35 - Modificado em 14.5.2013 | às 11h43
Na história do Brasil, em todo o século XX, empreiteiras da construção pesada (exceção para o Grupo Mendes Júnior, a partir da segunda metade da década de 1980 – o caso é contado em livro) e Governo nunca se sentaram em bancos opostos, perante a Justiça, por uma grande causa. Isso porque a relação cliente (Governo) e fornecedor de serviços (empreiteiras) era a mola da economia. Neste século, o Governo continua o grande cliente para o setor, mesmo com expressiva fatia da infraestrutura (transporte, energia elétrica, telecomunicações, mineração e financeira) e praticamente toda produção de aço do país, que era estatal, transferida à iniciativa privada a partir dos intensos leilões de ativos públicos produtivos, tendo como referência a oferta final da siderúrgica e florestas homogêneas do Grupo Cimetal Siderurgia, em Barão de Cocais, MG, em 1988. Em fins dos anos 70, mais de 60% da economia produtiva do país estavam em poder da União. Juntando os Estados, o índice estatal superava os 80%. E o empresariado, em geral, reclamava da máquina estatal, principalmente porque os preços das tarifas e produtos básicos de consumo e matérias primas e semiacabados para manufatura eram controlados pelo Conselho Interministerial de Preços (CIP). Em tese, a iniciativa privada, incluindo as empreiteiras, implorava por um livre mercado com a saída do Governo – o que deveria implicar, também, no fim de centenas de benesses fiscais.

Escondendo banda podre
Mas as transferências de ativos da União para a iniciativa privada não rompeu a cultura centenária do gosto do empresariado nacional pela caridade pública – uma forma de não correr riscos. E, depois das privatizações de ativos públicos, diga-se de passagem, financiadas pelo próprio ex-dono, via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que teve de ser socorrido pelo Tesouro Nacional, com capitalizações sequenciais (mais de R$ 200 bilhões, desde 2003), o país chega ao paraíso desenvolvimentista da Era dos PACs 1 e 2  (Programa de Aceleração do Crescimento). O PAC 1 surgiu em janeiro de 2007. Depois do PAC 2, vieram as dezenas de Paquisinhos – descarregados do programão, porém bilionários para a conta pública, como nos temos do “brasil grande”, período da ditadura dos generais. Diante de fracassos e fiascos contabilizados, a cada levantamento dos PACs, o Governo optou por fazer uma embolada: junta aquilo que é tocado pela iniciativa privada, ou que tem financiamento, deixando visível na sua conta (na televisão) apenas o que dá votos nas urnas: PACs da Copa, Olímpiadas e Minas Casa, Minha Vida. E quando estes são tropeados, coloca a Petrobras em campo, com a mídia de investimentos de US$ 264 bilhões, que abafa outros bilhões em perdas de resultados anuais da petroleira.
Nesse cenário de relações do Governo com a sociedade, historicamente (desde Pedro Álvares Cabral) carregada de fisiologismos e casuísmos, a iniciativa privada que trabalha para projetos de infraestrutura faz planejamentos como e quando pode (quase que sempre espera por uma mamata – um pacote de bondades). Mas, até mudarem de postura, as empresas da construção, em geral, continuarão reféns dos PACs, que, conforme a pesquisa “Principais Investimentos em Infraestrutura no Brasil”, da Sobratema – Sociedade Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração, são absolutos em 8.948 projetos em 17 unidades da federação em estágios de início, andamento e conclusão, para o quinquênio 2013-2017. Estão na estatística os PACs diretos da União (Tesouro Nacional) e aqueles em parcerias com Estados e municípios (e independentes destas duas últimas áreas), de estatais e da iniciativa privada. A conta dos 8.948 projetos, a presentada hoje, em Belo Horizonte, pela Sobratema, fecha em R$ 1,6 trilhão.

Crescimento será estatal
Para chegar aos números, a entidade, que representa mais de 1 mil associados entre entidades profissionais no país e fora, empresas usuárias, fabricantes de equipamentos e prestadores de serviços, assegura que a pesquisa “coletou dados de carca de 1.200 fontes primárias e secundárias”. O peso do Plano Estratégico quinquenal da Petrobras (renovado a cada ano – o atual é de US$ 264 bilhões) tem peso naquele bolão trilionário dos investimentos, pois (direta e indiretamente) em quase 80% (o percentual não é da pesquisa da Sobratema) dos R$ 720,8 bilhões para combustível e petroquímica, pois a estatal é a maior carteira demandadora em contratos em para gás e óleo, plataformas on shore e off shore, navios petroleiros, rebocadores e plataformas, refinarias etc.). Só aí, observa o consultor da Sobratema e responsável pela pesquisa, Brian Nicholson, estão 45% dos R$ 1,6 trilhão.
O consultor esteve em Belo Horizonte, juntamente com o vice-presidente da Sobratema, Eurimilson Daniel (do segmento rental), para apresentação da feira máquinas e tecnologia Construction Expo 2013 – 2ª Feira Internacional de Edificações e Obras de Infraestrutura, de 5 a 8 de junho, no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo, que tem expectativa de receber 25 mil visitantes do país e exterior em visitas de negócios e participação dos painéis e salões temáticos do Construction Congresso – Edificações e Obras de Infraestrutura. Em área de 50 mil m2 serão apresentados lançamentos em equipamentos, materiais e serviços para diversos nichos da construção – rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, metrôs, estádios de futebol, pontes, acessos, terminais de cargas, estaleiros, energia (hidráulica e eólica) oleodutos/gasodutos, estruturas metálicas, edificações, empreendimentos industriais, universidades etc.

Fatores de risco
Muito realista em suas análises, Brian Nicolson, ex-correspondente da imprensa européia, fundamenta análises para as projeções do período 2013-2017 em cima de estatísticas mais palpáveis hoje. O boom para projetos como os listados entre os 8.948 pode ter parâmetros nos gráficos que o consultor apresenta para o crescimento do “Mercado de equipamentos” (Sobratema – Estudos de Mercado 2007-2012), que inclui a chamada “linha amarela”, equipamentos de manuseio, caminhões rodoviários e tratores agrícolas e da construção.
Em 2007, a frota cresceu 34.521 máquinas, sendo 11.691 exclusivamente para movimentação de terra. Em 2011, respectivamente 83.545 e 34 mil. Mas, em 2012, registrou quedas de 18,6% e 2,9%. Nas projeções para 2013, o mercado total será de 76.080, sendo 33.550 para movimentação de terra e, em 2017, 111 mil e acima de 40 mil.
Fiel à linha realista, Brian Nicholson expõe “fatores de risco até 2017”, que poderão inibir a expansão do mercado brasileiro de equipamentos de construção. Na área interna, investimentos aquém do necessário para infraestrutura, PIB não correspondendo às expectativas, gargalos (notadamente na demanda por mão de obra especializada), “incapacidade política de avançar projetos na velocidade necessária”. Mas lista, também, o “lado positivo” no país: existência de projetos, pois o há carência de infraestrutura, e a probabilidade de não faltar recursos para projetos viáveis. E, fora do país, o consultor da Sobratema aponta dois fatores “possíveis”: queda na demanda global por commodities e clima generalizado de insegurança internacional.
Brian Nicholson sugere ao empresariado posicionamento de reflexão mais apurada nas decisões, sem se deixar levar por discursos paralelos que o Governo cria quando quer reverter curvas críticas. Ele se valeu notícias de a “Folha de S.Paulo”, de 7 de abril e 5 deste mês, para os atrasos no pacote de R$ 85 bilhões destinados às concessões de ferrovias e rodoviárias. A ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, quis minimizar ao declarar que haverá efeito “indireto” (positivo) sobre o Produto Interno Bruto (PIB) de 2013 e 2014. “Efeitos indiretos. Você é PIB indireto? Vocês vão trabalhar em PIB indireto?”, indagou.