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terça-feira, 21 de maio de 2013

Pátria “de mentirinha”


Enviado por Nairo Alméri – ter, 21.5.2013 | às 14h18

Na política brasileira, a verdade (mesmo que turva) nunca foi uma convidada. Quando alguém, em um dos costados da Praça dos Três Poderes, resvala a língua para solfejar um ensaio de verdades, de pronto, ideólogos do fisiologismo oficial do Planalto destilam veneno pelo twitter e em outras rebimbocas que a comunicação digitalizada oferece. Objetivo: desacreditar o atrevido. O PT, durante os 20 anos em que tentou de assumir o Poder, condenava, dia e noite (a ferro e fogo), todo jogo sujo da política – todas “maracutaias” (Lula). Mudou radicalmente, a partir de 1º de janeiro de 2003, da posse de Lula. Petistas, com exceções conhecidas, viraram cópias fieis de adversários do passado (incluía o PMDB) e do presente. Hoje, como seus adversários, realizam (com sobras exponenciais) sonhos políticos (públicos) e não políticos (particulares) com a conta paga pela Viúva.
Mas todos, no PT e fora dele, bebem de uma mesma água: reforma política com o fim do voto obrigatório e inclusão do voto distrital, jamais!

No cotidiano
É claro que, no país, todos os partidos políticos são iguais. Ou, conforme ilustrou o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, são todos de “mentirinha”. Mas temos muitas outras “mentirinhas”:

Suprema Corte - Autonomia entre os Três Poderes da República nunca existiu. O presidente da República é quem escolhe os ministros dos tribunais superiores, incluindo os da Suprema Corte – o STF. O chefe do Executivo impõe os presidentes na Câmara dos Deputados e do Senado;

Corrupção - A condenação dos “mensaleiros” do PT e sua redondeza política e de prestação ao serviço público na administração direta e em estais, até agora, foi ‘prá inglês ver’;

Candidatos - A “Lei do Ficha Limpa”, que impediria o ingresso de corruptos, ladrões e criminosos na vida pública, via mandato eletivo, chegou à Justiça Eleitoral aos farrapos - sem poder algum;

Bêbados ao volante - A “tolerância zero” na Lei Seca, a da punição de bêbados ao volante e seus crimes e infrações de trânsito, foi desmoralizada por políticos e até servidores da Justiça dos diversos escalões.

Banco Central e CVM - Investigações de crimes financeiros de políticos contra o Tesouro Nacional, BB, BNDES, CEF, BASA, Casa da Moeda etc. são arquivadas. A Comissão de Valores Imobiliários (CVM) não investiga para valer o uso politico, pelo Governo, do patrimônio dos fundos de pensão patrocinados pelas estatais. O presidente da CVM é escolhido pelo ministro da Fazenda (depois de explicar ao chefe do Planalto que é o “candidato”);

Obras públicas - Inquéritos que apuram superfaturamentos em obras públicas e pagamentos de propinas aos políticos e servidores e ocupantes de cargos comissionados no serviço público federal não são concluídos.

Justiça - O país tem duas Justiças. Uma, corre veloz e cautelosa. Serve aos ricos, poderosos, portadores de carteirinhas de “imunidade” (ministros de Estado, deputados, senadores e governadores) e seus apaniguados (amigos, parentes e conhecidos de juízes, de desembargadores e de ministros) e às grandes empresas. A outra, quando pode e lentamente, se ocupa com o resto da população.  

Jornalistas
Em Brasília, os jornalistas perdem tempo indo diariamente ao Senado, Câmara e o Planalto. E os jornais jogam espaços fora. 

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Coisas da ThyssenKrupp


Enviado por Nairo Alméri – seg, 20.5.2013 | às 15h52

O Grupo ThyssenKrupp, da Alemanha, há algum tempo deixa rastros trapalhadas na economia brasileira. No momento, tenta livrar-se da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), um mico de 5,2 bilhões (agosto de 2010), que construiu, no DI de Santa cruz, no município do Rio de Janeiro, em parceria coma Vale S/A (27,13%). Foi inaugurada em 18 de junho de 2010, pelo então presidente Lula empenhado na eleição de sua afilhada Dilma Rousseff.

Paga uma, leva duas
A CSA com capacidade para 5 milhões de toneladas ano de placas e começou a produção com a siderurgia mundial estava afogada em seu próprio aço, consequência da falta de demanda na indústria, que amargava a crise patrocinada pela recessão na Europa – rescaldo da quebradeira de bancos nos Estados Unidos. Agora, com planta empacada, a ThyssenKrupp está atrás de quem queira entregar € 7 bilhões e levar junto uma siderúrgica instalada no Alabama (EUA). Mas aceita, também, repassar 40%.

CSN outra vez
A Cia. Siderúrgica Nacional (CSN), de Benjamin Steinbruch, comunicou à BM&FBovespa que está negociando. Este, porém, vem negociando muita coisa e, no final, não leva nada. Foi assim, há dois anos, na Usiminas, que caiu no colo do Grupo Techint, da Argentina.

Com a Vale
Na década passada, em 2001, a ThyssenKrupp vendeu (US$ 566 milhões), de porteira fechada,  Ferteco Mineração e suas minas de ferro (Brumadinho, Ouro Preto e Congonhas) e passivos para a Vale S/A. Descobriu-se, depois, dentro do DNPM, que alguns direitos de lavras não entraram no pacotão. Leia Esqueletos da Ferteco.

Com a Gerdau
Mas bem antes destes negócios, a Thyssen Krupp já tinha micado em outra parceria siderúrgica, também no DI de Santa Cruz, no Rio - bem próximo de onde está a CSA. Em 1971, uma holding do grupo alemão, a Thyssen AG, se uniu ao Grupo Gerdau, formou uma joint venture e comprou o projeto de aços longos e o terreno da Cia. Siderúrgica Guanabara (Cosigua), que pertenciam ao antigo Estado da Guanabara. O grupo gaúcho liderou implantação e expansões, em cima de tecnologia do parceiro alemão
.
Erro e saída
Em 1979, quando a Cosigua produzia acima de 500 mil toneladas anuais de aço, um processo de redução direta de minério de ferro pifou e a ThyssenKrupp entregou seu boné. Há um ano e meio, a Gerdau iniciou um plano de expansão naquela usina, para mais de 2 milhões t/ano, em duas etapas – a segunda de 2014 a 2016.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Cemig cobra duas Faturas em maio. Pode?!...


Enviado por Nairo Alméri, quar, 15.5.2013 | à 0h57

Consumidores da Cemig Distribuidora (Grupo Cemig) estão em estado de choque. A companhia encaminhou duas faturas com vencimentos em maio (neste mês). Um consumidor que recebeu a NF com vencimento para o próximo dia 25, exatos 22 dias após o vencimento (dia 05) da NF anterior (abril), ficou mais surpreso ainda com a informação recebida. Pelo serviço “Fale com a Cemig”, o consumidor conta ter ouvido da atendente (Protocolo, com nove algarismos: começa com 12 e tem final 6) a seguinte explicação: mudança de rota de leitura.
O consumidor, coberto de razão, reagiu, explicando que “mudança de rota” é um problema operacional (uma decisão) da Cemig e que ele não poderia ser obrigado a pagar duas faturas no mesmo mês, estando em dia com todas as cobranças recebidas. E sapecou que, assim como a grande e respeitável companhia, na sua casa as despesas seguem um planejamento mínimo dentro do orçamento familiar. E mais:  que a NF anterior indicava a “próxima” leitura em 10/05, sem mencionar antecipação de cobranças, ou seja, mais nada em maio. Porém, a  conta com vencimento para o dia 25teve leitura antecipada: efetuada no dia 6 e apresentada (“apresentação”), segundo escreveu a companhia no documento, ao cliente dia 14. Ou seja, a Cemig Distribuidora mandou seus consumidores se virarem em mais grana em prazo de 11 dias.
Será que a presidente Dilma Rousseff mandará o ministro da Fazenda, Guido Mantega, às voltas com o descontrole de todos os “tetos” das metas, carregar um extraordinário no Bolsa Família dos beneficiados no mercado da Cemig Distribuidora?
De nada valeram as explicações de economia doméstica à representante da Cemig. Ela, claro, recebe as explicações prontas para tentar iluminar esses “apagões” nas metas consumidores. Mas, nem por isso, abandonou uma resposta bem afiada (certamente já estava exausta de tanto explicar o inexplicável, numa relação séria de mercado entre fornecedor e consumidor): disse que o problema era do consumidor, pois, se atrasar a liquidação da NF, pagará juros à Cemig.
O que dizem a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em tese, agente regular do mercado dentro dos princípios da Constituição e das leis de consumo, e a Ouvidoria da própria Cemig Distribuidora?
A cobrança de duas faturas em maio, claro, vai turbinar o caixa da Cemig Distribuidora – por tabela, o da holding Cemig também. Os acionistas serão beneficiados na distribuição dos resultados. O Ebitda da empresa, que reflete a geração própria de caixa, vai amaciar os nervos dos analistas de mercado, principalmente nas reuniões das Apimecs. Mas o assunto subiu as escadarias na Assembleia Legislativa e na Promotoria Pública de Defesa do Consumidor do Estado, pois a cobrança está bombando os nervos dos endereçados. É esperar para ver se, mais uma vez, o consumidor levará choque de caixa da Cemig, como ocorre nas cobranças de impostos, e ficará tudo como antes.
Nos quadros da Cemig sobra expertise em gestão, planejamento para novos negócios, ações de conquista de grandes consumidores etc. Os seus engenheiros e economistas, com certeza, buscam soluções com equações bem mais complexas e não se renderiam a uma “mudança de rota” – uma segunda rota  para o bolso do consumidor em menos de duas semanas – para melhorar a performance financeira da companhia. Como acionista controlador, o Governo de Minas deve aprovar qualquer “mudança de rota” que vá lhe render mais dividendos e ganhos sobre o capital.
Não basta ter a “melhor energia do país”. Também conta a melhor solução pensando no consumidor, principalmente em uma empresa pública – mesmo que seja de capital misto. A “mudança de rota” não combina com as conquistas de gestão corporativa nas bolsas BM&FBovespa, Nova York e Madri.
Obs.: não será justo aplicar um ‘choque de gestão’ em cima das  funcionárias e funcionários do “Cemig atende”!  

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Empreiteiras e o Governo de R$ 1,6 trilhão


Enviado por Nairo Alméri - quar, 8.5.2013 | às 21h35 - Modificado em 14.5.2013 | às 11h43
Na história do Brasil, em todo o século XX, empreiteiras da construção pesada (exceção para o Grupo Mendes Júnior, a partir da segunda metade da década de 1980 – o caso é contado em livro) e Governo nunca se sentaram em bancos opostos, perante a Justiça, por uma grande causa. Isso porque a relação cliente (Governo) e fornecedor de serviços (empreiteiras) era a mola da economia. Neste século, o Governo continua o grande cliente para o setor, mesmo com expressiva fatia da infraestrutura (transporte, energia elétrica, telecomunicações, mineração e financeira) e praticamente toda produção de aço do país, que era estatal, transferida à iniciativa privada a partir dos intensos leilões de ativos públicos produtivos, tendo como referência a oferta final da siderúrgica e florestas homogêneas do Grupo Cimetal Siderurgia, em Barão de Cocais, MG, em 1988. Em fins dos anos 70, mais de 60% da economia produtiva do país estavam em poder da União. Juntando os Estados, o índice estatal superava os 80%. E o empresariado, em geral, reclamava da máquina estatal, principalmente porque os preços das tarifas e produtos básicos de consumo e matérias primas e semiacabados para manufatura eram controlados pelo Conselho Interministerial de Preços (CIP). Em tese, a iniciativa privada, incluindo as empreiteiras, implorava por um livre mercado com a saída do Governo – o que deveria implicar, também, no fim de centenas de benesses fiscais.

Escondendo banda podre
Mas as transferências de ativos da União para a iniciativa privada não rompeu a cultura centenária do gosto do empresariado nacional pela caridade pública – uma forma de não correr riscos. E, depois das privatizações de ativos públicos, diga-se de passagem, financiadas pelo próprio ex-dono, via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que teve de ser socorrido pelo Tesouro Nacional, com capitalizações sequenciais (mais de R$ 200 bilhões, desde 2003), o país chega ao paraíso desenvolvimentista da Era dos PACs 1 e 2  (Programa de Aceleração do Crescimento). O PAC 1 surgiu em janeiro de 2007. Depois do PAC 2, vieram as dezenas de Paquisinhos – descarregados do programão, porém bilionários para a conta pública, como nos temos do “brasil grande”, período da ditadura dos generais. Diante de fracassos e fiascos contabilizados, a cada levantamento dos PACs, o Governo optou por fazer uma embolada: junta aquilo que é tocado pela iniciativa privada, ou que tem financiamento, deixando visível na sua conta (na televisão) apenas o que dá votos nas urnas: PACs da Copa, Olímpiadas e Minas Casa, Minha Vida. E quando estes são tropeados, coloca a Petrobras em campo, com a mídia de investimentos de US$ 264 bilhões, que abafa outros bilhões em perdas de resultados anuais da petroleira.
Nesse cenário de relações do Governo com a sociedade, historicamente (desde Pedro Álvares Cabral) carregada de fisiologismos e casuísmos, a iniciativa privada que trabalha para projetos de infraestrutura faz planejamentos como e quando pode (quase que sempre espera por uma mamata – um pacote de bondades). Mas, até mudarem de postura, as empresas da construção, em geral, continuarão reféns dos PACs, que, conforme a pesquisa “Principais Investimentos em Infraestrutura no Brasil”, da Sobratema – Sociedade Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração, são absolutos em 8.948 projetos em 17 unidades da federação em estágios de início, andamento e conclusão, para o quinquênio 2013-2017. Estão na estatística os PACs diretos da União (Tesouro Nacional) e aqueles em parcerias com Estados e municípios (e independentes destas duas últimas áreas), de estatais e da iniciativa privada. A conta dos 8.948 projetos, a presentada hoje, em Belo Horizonte, pela Sobratema, fecha em R$ 1,6 trilhão.

Crescimento será estatal
Para chegar aos números, a entidade, que representa mais de 1 mil associados entre entidades profissionais no país e fora, empresas usuárias, fabricantes de equipamentos e prestadores de serviços, assegura que a pesquisa “coletou dados de carca de 1.200 fontes primárias e secundárias”. O peso do Plano Estratégico quinquenal da Petrobras (renovado a cada ano – o atual é de US$ 264 bilhões) tem peso naquele bolão trilionário dos investimentos, pois (direta e indiretamente) em quase 80% (o percentual não é da pesquisa da Sobratema) dos R$ 720,8 bilhões para combustível e petroquímica, pois a estatal é a maior carteira demandadora em contratos em para gás e óleo, plataformas on shore e off shore, navios petroleiros, rebocadores e plataformas, refinarias etc.). Só aí, observa o consultor da Sobratema e responsável pela pesquisa, Brian Nicholson, estão 45% dos R$ 1,6 trilhão.
O consultor esteve em Belo Horizonte, juntamente com o vice-presidente da Sobratema, Eurimilson Daniel (do segmento rental), para apresentação da feira máquinas e tecnologia Construction Expo 2013 – 2ª Feira Internacional de Edificações e Obras de Infraestrutura, de 5 a 8 de junho, no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo, que tem expectativa de receber 25 mil visitantes do país e exterior em visitas de negócios e participação dos painéis e salões temáticos do Construction Congresso – Edificações e Obras de Infraestrutura. Em área de 50 mil m2 serão apresentados lançamentos em equipamentos, materiais e serviços para diversos nichos da construção – rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, metrôs, estádios de futebol, pontes, acessos, terminais de cargas, estaleiros, energia (hidráulica e eólica) oleodutos/gasodutos, estruturas metálicas, edificações, empreendimentos industriais, universidades etc.

Fatores de risco
Muito realista em suas análises, Brian Nicolson, ex-correspondente da imprensa européia, fundamenta análises para as projeções do período 2013-2017 em cima de estatísticas mais palpáveis hoje. O boom para projetos como os listados entre os 8.948 pode ter parâmetros nos gráficos que o consultor apresenta para o crescimento do “Mercado de equipamentos” (Sobratema – Estudos de Mercado 2007-2012), que inclui a chamada “linha amarela”, equipamentos de manuseio, caminhões rodoviários e tratores agrícolas e da construção.
Em 2007, a frota cresceu 34.521 máquinas, sendo 11.691 exclusivamente para movimentação de terra. Em 2011, respectivamente 83.545 e 34 mil. Mas, em 2012, registrou quedas de 18,6% e 2,9%. Nas projeções para 2013, o mercado total será de 76.080, sendo 33.550 para movimentação de terra e, em 2017, 111 mil e acima de 40 mil.
Fiel à linha realista, Brian Nicholson expõe “fatores de risco até 2017”, que poderão inibir a expansão do mercado brasileiro de equipamentos de construção. Na área interna, investimentos aquém do necessário para infraestrutura, PIB não correspondendo às expectativas, gargalos (notadamente na demanda por mão de obra especializada), “incapacidade política de avançar projetos na velocidade necessária”. Mas lista, também, o “lado positivo” no país: existência de projetos, pois o há carência de infraestrutura, e a probabilidade de não faltar recursos para projetos viáveis. E, fora do país, o consultor da Sobratema aponta dois fatores “possíveis”: queda na demanda global por commodities e clima generalizado de insegurança internacional.
Brian Nicholson sugere ao empresariado posicionamento de reflexão mais apurada nas decisões, sem se deixar levar por discursos paralelos que o Governo cria quando quer reverter curvas críticas. Ele se valeu notícias de a “Folha de S.Paulo”, de 7 de abril e 5 deste mês, para os atrasos no pacote de R$ 85 bilhões destinados às concessões de ferrovias e rodoviárias. A ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, quis minimizar ao declarar que haverá efeito “indireto” (positivo) sobre o Produto Interno Bruto (PIB) de 2013 e 2014. “Efeitos indiretos. Você é PIB indireto? Vocês vão trabalhar em PIB indireto?”, indagou.  

terça-feira, 7 de maio de 2013

AGRONEGÓCIO - Agrishow, a fashion week da TI agrária (1)

Enviado por Nairo Alméri – ter, 07.05.2013 | às 16h08 - alterado em 10.05.2013, às 9h06


A 20ª Agrishow - Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação, de 29 de abril a 3 deste mês, em Ribeirão Preto (SP), deu a sequência fiel  daquilo que a feira se propõe: se consolidar como a fashion week das soluções embarcadas para equipamentos e implementos agrícolas. De forma cada vez mais acirrada, as grandes montadoras perseguem novidades nessa raia e a  passos largos são mais visíveis onde entra a tecnologia da informação (TI). Todas as novidades apresentadas nos conjuntos, componentes e de performance  (visíveis para o leigo e invisíveis, para todos) dariam um book de, pelo menos, duas centenas de páginas. Não se consegue reportar tudo.

VALTRA – menor compactação do solo
A Valtra do Brasil, instalada em Mogi das Cruzes (SP) e pertencente ao Grupo AGCO, dos Estados Unidos, apresentou na Agrishow novo avanço em soluções para o sistema de operação de equipamentos via satélite, o piloto automático "Auto-Guide 3000". Em mídia institucional, a marca assegura que, em matéria de solução integrada, oferece "o melhor do mercado de piloto automático". O equipamento utilizado é destinado a tratores, pulverizadores e colheitadeiras. Como opera em níveis de precisão submétrico, decimétrico e centimétrico (correção por RTK - Real Time Kinematic - Sistema de Correção Diferencial em Tempo Real), o equipamento, de acordo com coordenador de Marketing de Soluções em Tecnologia Avançada da Valtra, Gerson Filho, proporciona ganhos em manutenção da qualidade do solo: "... diminuirá a compactação do solo, aumentando a produtividade, sem contar com outros enormes benefícios do conceito (conceito de tráfego controlado").

Otimização nas operações
Instalada no Brasil há meio século e pioneira na montagem de tratores agrícolas no país, desde 2007 a Valtra oferece ao mercado colheitadeiras e plantadeiras. Nas soluções para plantadeiras, exibiu como novidade as séries Hitech e Frontier com o opcional sistema da "taxa variável" para distribuição de sementes e fertilizantes. O sistema é "calibrado apenas por meio do toque de tela para a taxa fixa ou para a interpretação de mapas de adubação e sementes a taxa variável". O diferencial do equipamento está na otimização da operação do equipamento ao tamanho da área da propriedade, baseado em estudo com "indicadores se a fertilidade do solo está ou não equilibrada" entre outras informações relevantes sobre o solo em relação ao plantio anterior e o cultivo seguinte.

Ganho em até 30%
A Valtra assegura que a correção com "taxa variável projeta "vantagens", no curto prazo, com reduções de 20% a 30% no custo dos insumos. E que, no médio e longo prazos, a otimização dos insumos, a partir da taxa variável, resulta em uniformidade da lavoura e aumento de produtividade.

Enfardadora Challenger
Outra novidade da Valtra, que também traz respostas a partir de soluções de TI, foi a enfardadora Challenger LB34B, que o Grupo AGCO comercializa em outros mercados. O equipamento produz fenação tanto para a forragem na pecuária quanto para destinação como biomassa da linha internacional. Além do item tamanho dos fardos, a máquina cumpre programação relacionada à qualidade, quando destinada à alimentação animal - produz fardos com "alta densidade e mais qualidade". Em tamanhos variados, o equipamento ode produzir até 60 fardos de mais 400 por hora. O gerente de Marketing de Colheitadeiras e Enfardadoras da AGCO América Latina, Douglas Vicensi, assegura que o equipamento é o de "maior capacidade de trabalho do mercado".

Santal
Outra novidade da Valtra chegou via Santal, empresa nacional recém-comprada em tradição em equipamentos e implementos para o setor de cana-de-açúcar. A Santal lançou a plantadora PDM2, um equipamento "completo": abre sulcro, faz adubação, distribui as mudas, aplica inseticida, fecha e compacta o sulcro. Isso, simultaneamente, em duas linhas.

Investimentos
O diretor Comercial da Valtra, Paulo Beraldi, comenta que a Santal recebeu investimentos de US$ 15 milhões e superou problemas que apresentara na linha de plantadeiras para cana-de0-açúcar. “Melhorou o desempenho”, frisou. Como exemplo dessa melhoria  citou que, em março, a marca vendeu 17 colheitadeiras de cana, mesmo resultado de um ano e que é projetado crescimento de 4% em 2013.

Tratores na Argentina
Em 2012, a Valtra anunciou investimentos de US$ 140 milhões em fábrica de tratores em  General Rodrigues, na Argentina – a 360 km de Buenos Aires -, para entrada em operação no final do ano e vendas a partir de 2014. Sem detalhar, Beraldi disse que foram investidos US$ 60 milhões e que, de início, a plantada montará CKDs (tratores desmontados exportados do Brasil). A fábrica terá capacidade nominal para 1.500 unidades ano para mercado interno e exportação.

Grupo AGCO
A AGCO é também controladora das marcas de máquinas e equipamentos Massey Ferguson, Challanger, GSI e Fendt e tem ações do capital social listadas na Bolsa de Nova York. Em 2012, as suas operações em 140 países registram vendas líquidas de US$ 10 bilhões.

CASE IH – colhedora mais sustentável
Uma das marcas de máquinas agrícolas da CNH (Grupo Fiat), a Case IH Agriculture abriu seu stand na Agrishow com um lançamento premiado com o Troféu Ouro, na Divisão Agricultura de Escala, do Prêmio Gerdau Melhores da Terra, promovido pela Gerdau. Criado em 1983, o prêmio tem por referencial incentivar a inovação, a excelência e a criatividade no setor do agronegócio para máquinas, equipamentos e componentes montados no Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile. A NH venceu com a colheitadeira de cana-de-açúcar Case A8800 Multi Row, produzida em Piracicaba (SP). O diferencial do equipamento está no fato de realizar, de forma simultânea, a colheita de duas fileiras de cana. Outro detalhe é que permite ajustes operacionais independente das linhas de corte, como ao nível do terreno, o que evita perdas. Ainda em sua performance, a comissão julgadora, coordenada pelo professor Renato Levien, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, identificou que a A8800 colhe mesma quantidade de cana fazendo menores  distância. Isto, na avaliação dos julgadores, apresenta vantagens ambientais: redução na emissão de gases de efeito estufa (GEE) e menor compactação do solo.

Lançamento global
A colhedora de cana A8800 é montada na linha da Case IH que hoje é “referência mundial quando o assunto é mecanização na colheita de cana”, informa a montadora. A unidade Piracicaba é, então, “responsável pela produção de todas as colhedoras de cana da marca no mundo”.  Ainda com relação às colhedoras da série A8000, modelos 2013, o especialista em marketing  para colhedoras de cana da Case IH América Latina, Fábio Balaban, realça que, além de novidades em estruturas de chassi, motor e segurança, o novo software promove alterações nos padrões de velocidade durante o deslocamento.

Patriot 250
As grandes montadoras agrícolas também criam máquinas para pequenas e médias propriedades. A Case IH apresentou na Agrishow o pulverizador Patriot 250, também equipado com piloto automático de fábrica. Entre os destaques citado, o tanque reservatório para o agrotóxico instalado bem no centro do veículo reduz a compactação do solo, melhora o arranque da máquina e reduz desgastes dos componentes.

NEW HOLLAND – maior colheitadeira
O mesmo grupo (Fiat), a New Holland Agriculture, de Curitiba (PR),  levou para os espaços da Agrishow a “maior colheitadeira do mundo”. A CR9090 é montada nas plantadas da NH na Europa e em seu motor, de 13 litros (13.000 cm³ de cilindrada), informa a montadora, recebeu um “novo sistema de controle de emissões e utiliza ureia no processo”. Essa novidade, assegura, proporciona ao equipamento maior força e menos consumo de combustível.

Mais tecnologia
A NH Agriculture lançou o que tratou por “kit canavieiro” na linha de tratores de alta potência T7 e T8 , com motores eletrônicos, de 398 CV.  Esses tratores, garante a fábrica, além de ganhos operacionais em diversos aspectos, apresenta, graças a um “sistema inteligente”,  ganho de potência, menor consumo de combustível e, em consequência, redução na emissão atmosférica. O coordenador de Marketing da NH, Samir Fagundes, destaca a flexibilidade de soluções que o “kit” oferece aos tratores nas atividades durante todo o ano safra (pré-colheita, colheita e pós-colheita), como extensores nos eixos dianteiros e “eixos passantes” nas rodas traseiras.

Precisão de 2,6 cm
Outro equipamento apresentado pela NH como ofertante de vantagens na agricultura de precisão foi o pulverizador Defenser SP2500, que opera com piloto elétrico automático ou automático. O piloto automático, com correção RTK, aplicado pela montadora opera com precisão de 2,6 cm.
     

quarta-feira, 1 de maio de 2013

John Deere

Enviado por Nairo Alméri - quar, 01.05.2013 |às 15h28

Ribeirão Preto (SP) – Inovação tecnológica. Dito por diversas formas é o que mais se ouve de executivos de decisão entre fabricantes de grandes máquinas agrícolas, principalmente de tratores e colheitadeiras, presentes na 20ª Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação (Agrishow), aberta dia 29 e que irá até sexta-feira. A norte-americana John Deere colocará um Centro de Inovação, em Indaiatuba (SP), para onde deslocou sua diretoria – ficava em Horizontina (RS), há decadas. A marca não pretende, porém, imobilizar recursos em ativos fixos de laboratórios de pesquisas.
Acelerar processos
O presidente da JD Brasil e vice-presidente de Marketing e Vendas para América Latina, Paulo Herrmann, esclarece que a opção foi pela criação do núcleo próprio de pesquisadores que atuarão em parceria com CTs de instituições na fase da difusão, ou seja, no desenvolvimento do conhecimento dominado. “O problema, no Brasil, é acelerar o desenvolvimento (transformar em produtos) o conhecimento que as universidades e centros como a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) já têm. O que o país está precisando é da empresa privada para dar uma aceleraçãonos processos”, defende Herrmann.
P&D no mundo
A JD Brasil não detalha, porém, o investimento no Centro de Inovação, limitando-se a informar que tem um grupo de profissionais formado para observar as soluções tecnológicas existentes no mundo e adpatá-las ao país. Em release, o Grupo John Deere revela que realiza investimentos diários de US$ 3 milhões pesquisa e desenvolvimento (P&D). O centro começará seus planejamentos em 2014.
Transferência
No país, em todos os segmentos, desde P&D, modernização de linhas voltadas para o agronegócio, novas fábricas etc., desde 2003, os investimentos da JD Brasil acumulam saldo ao redor de US$ 2 bilhões. Mas Herrmann observa que a filial brasileira se beneficia das tecnologias oferecidas pelo grupo em outros países. Citou o investimento de US$ 1 bilhão, pela matriz, para desenvolver motor que devolve para atmosfera gases “mais limpos” que aquele absorvido pelo sistema de injeção. Ainda não há previsão para a incorporação pelas fábricas brasileiras. A Joihn Deere opera quatro fábricas no país e está com outras duas, incluindo máquinas para construção, em implantação.

NH Agriculture
Enviado por Nairo Alméri - quar, 01.05.2013 |às 15h28

Ribeirão Preto (SP) – A competitividade entre as marcas agrícolas, não apenas via incorporação de tecnologia, mas também pela capacidade de produção também surge como lugar comum na 20ª Agrishow. “Se agente precisar de fazer uma nova fábrica, a gente faz”, declarou Alessandro Maritano, vice-presidente da New Holland para América Latina. Em nota da assessoria, sobre o portfólio da marca, o executivo afirmou: “Podemos dizer que a New Holland tem a melhor resposta para as exigências da agricultura brasileira, independentemente do segmento. Portanto, estamos preparados para atender desde a agricultura familiar até os grandes produtores do país”. Maritano estimou que, em função da particularidade do Grupo Fiat, que possui desenvolvimento e fabricação própria de seus motores (via FPT), estimou uma nova fábrica de máquinas custaria para a NH ao redor de US$ 150 milhões – um projeto de partida.
Gargalo
Mas existem problemas, mesmo com nível elevado de produção verticalizada no item motor. “Problema hoje (para fazer uma nova fábrica) é fornecedor”, declarou o vice da NH América Latina durante a conferência para imprensa. Detalhou, depois, que a “criticidade dos fornecedores” está, por exemplo, em assegurar demanda para os próximos dez anos, incluindo atendimento às exportações.