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domingo, 21 de junho de 2015

Caracas operation

Enviado por Nairo Alméri - dom, 21.06.2015 | às 10h05


sexta-feira, 19 de junho de 2015


Dilma fez pior que senadores

Mandou chanceler ao Paraguai afrontar a Constituição de lá 

Enviado por Nairo Alméri  - sex, 19.06.2015 | às 19h27 - modificado às 19h41

O ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante (PT-SP), está lavando as mãos nessa operação bacamarte da ala de oposição do Senado em território bolivariano-chavista, na Venezuela. Diz, desde quinta-feira, que não passou por ele a “armação” dos governos Dilma Rousseff (PT-RS) e Nicolás Maduro, que melou o deslocamento ... Continue lendo

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Dilma fez pior que senadores

Mandou chanceler ao Paraguai afrontar a Constituição de lá 

Enviado por Nairo Alméri  - sex, 19.06.2015 | às 19h27 - modificado às 19h41

O ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante (PT-SP), está lavando as mãos nessa operação bacamarte da ala de oposição do Senado em território bolivariano-chavista, na Venezuela. Diz, desde quinta-feira, que não passou por ele a “armação” dos governos Dilma Rousseff (PT-RS) e Nicolás Maduro, que melou o deslocamento dos parlamentares em solo venezuelano, impedindo que chegassem aos presos políticos naquele país. Antes mesmo de a caravana decolar, em Brasília, Mercadante (que espertamente, empurra a fatura para o Itamaraty) ventilava, na véspera do episódio, que haveria ações contrárias articuladas no país vizinho e que Dilma soube previamente. A estratégia “aloprada” foi parida na mesa de Marco Aurélio Garcia (PT-SP), assessor internacional da presidência (um Ministro das Relações Exteriores do B), com parceria de Jaques Wagner (PT-BA), ministro da Defesa.

O surdina                                 
Mas, do meio para o fim, desse enredo (sem novidades – no Brasil o PT faz sempre, apoiado nos tais movimentos sociais) entrou em cena o dedo bruxo vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP). Este instruiu ao presidente do Congresso Nacional e Senado, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), dar chancela oficial à viagem dos senadores. E, assim sendo, um jato da Força Aérea Brasileira (FAB) foi requisitado para romper a linha do equador, nos deslocamentos de ida e volta com os senadores da República Federativa do Brasil. Avião militar brasileiro levando ‘inimigos’ políticos estrangeiros de Maduro entrou no espaço aéreo da Venezuela.

Objetivo secundário
Se os senadores de oposição - agora, ao Governo Maduro também - tivessem embarcado pela aviação comercial, a viagem poderia ser classificada como de turismo – turistas de oposição ao governo local! O imbróglio diplomático seria em menor escala. Mas sendo missão oficial, as presenças das milícias de Maduro e suas barricadas (transporte de um preso e obras em túnel) à saída do aeroporto de Caracas, pensadas dentro do Planalto, formaram uma aquarela melhor que a encomendada por Temer. De quebra, o Itamaraty entrou como testemunha, pois teve que deslocar o embaixador do Brasil, Ruy Pereira, até o aeroporto para recepcionar aos senadores. Mas o diplomata picou a mula!

Quem venceu?
No retângulo do imediatismo ideológico do Poder, o PT, Dilma, Marco Aurélio, Jaques Vagner e Maduro.

Quem perdeu?
Por uma análise não apressada e sem amarras, o PT, Dilma, Marco Aurélio, Jaques Vagner e Maduro.

Saia justa para PT
Imagine, amanhã, uma comitiva do PT e aliados no Senado desembarcando em Caracas. Nos passaportes, mesmos pretextos fracassada caravana PSDB-PMDB-DEM: defesa da democracia naquele país. Mas só que ao invés de provocar ira local, motivaria um ideológico carnaval bolivariano-chavista. Os elos criados por Hugo Cháves (morto e sucedido por Maduro) e Lula (antecessor de Dilma) e continuados pela dupla Maduro-Dilma tornam possíveis se pensar: em honras de Estado aos petistas, batedores das milícias de Maduro, deslocamento sem obras impeditivas no mesmo túnel fechado quinta-feira para o senador Aécio Neves e companhia. E, no retorno, petistas empunhando atestados médicos colocando todos presos políticos sob a guarda de incontestável manto humanitário. Aos olhos do mundo racional, o Governo Dilma (e, de resto, toda Nação) vira cúmplice na história do destino (sangrento ou não) daquele povo.

Culatra
Isolada no próprio partido, Dilma inaugurou o segundo mandato entregando a chaves da condução da política nacional ao triunvirato do PMDB - Temer, Renan e Eduardo Cunha (RJ), presidente da Câmara dos Deputados. Agora, por aceitar continuar refém da estupidez de Marco Aurélio, retorna, de vez, a diplomacia brasileira ao corredor das republiquetas de bananas.

Lava Jato
Não será surpresa alguma a empreiteira do tal túnel surgir relacionada nas investigações da Operação Lava Jato ou aquela obra financiada pelo BNDES!

Diplomacia aparelha
Não convence, 24 horas depois, o protesto vazio do chanceler brasileiro, Mauro Vieira, com sua colega da Venezuela, Delcy Rodríguez, com os senadores brasileiros de volta. Seria diferente enquanto estiveram confinados no aeroporto de Caracas. Convocar a embaixadora venezuelana, Maria L.U. Durant, no Itamaraty é tirar a moça do salão de beleza para nada. A diplomacia brasileira está aparelhada, desde Celso Amorim - chanceler do Governo Lula (2003-10).

Dilma fez pior!
A presidente Dilma acusa os senadores de terem se intrometido em política de outro país ao viajarem para Venezuela para exigir democracia. Ela se faz de esquecida de qual foi a sua atitude e da colega da Argentina, Cristina Kirchner, quando o Senado do Paraguai destituiu (39 votos favor, 4 contra), em 22/06/2012, com base na Constituição, o presidente da República, Fernando Lugo. Dilma simplesmente desembarcou chanceler, Antônio Patriota, em Assunção, exigindo que Lugo fosse reempossado. Como fracassaram, as duas presidentes suspenderam o Paraguai do Mercosul, às vésperas da eleição do ingresso da Venezuela. O Congresso do Paraguai era contrário ao ingresso do país de Chávez (morto em março de 2013), por considerar falta de democracia na Venezuela.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Terex Latin America - NOTA

Enviado por Nairo Alméri – qua, 17.06.2015 | às 23h27 - modificado às 23h50

Informações sobre a Terex Latin America no Blog Nairo Aiméri
Enviado por Finestra Comunicação – em 17.6.2015 | às 13h29

“Oi Nairo, como vai?
Sou da assessoria de imprensa da Terex Latin America e fazendo algumas buscas de matérias localizamos um post com algumas informações equivocadas sobre a empresa.
O trecho que está errado é este aqui:
 “Terex bem consultada
A multinacional Terex, que tem operações com a Volvo internacional, contabilizava, até pouco mais do meio da tarde de quinta-feira, 10 consultas para uma grua lançada na feira (100% nacional), montada na carroceria de um pick-up, direcionada para reparos em redes energia elétrica e de telecomunicação. Ao seu lado, um estático guindaste sobre rodas para 200 toneladas e custo de R$ 1,5 milhão, permanecia sem interessados.”
Gostaríamos de solicitar uma errata para esta matéria, pois a Terex Latin America não possui operações com a Volvo Internacional. O equipamento montado em cima da carroceria não é uma grua. Trata-se do Skycity, um equipamento projetado pela área de Utilities da Terex para atender o mercado de manutenção de linhas vivas - e o número de “consultas” mencionado no texto do blog também não é real. Além disso, o Explorer, o guindaste, que custa 1,5 milhão de Euros (não de reais) foi vendido na feira.
 Desta maneira, solicito que, por gentileza, você corrija as informações equivocadas que foram publicadas.
Atenciosamente.
Thais,
Thais Helena Minatti Hannuch | Finestra Comunicação"

Nota do Blog:
1 - Em dezembro de 2013, a Volvo Construction Equipment adquiriu o negócio de caminhões off-road da Terex Corporation, por US$ 160 milhões à vista. A conclusão da aquisição foi comunicada dia 3 deste mês. As se tornaram, na mesma negociação, parceiras (Volvo com 25,2%) na operação Inner Mongolia North Hauler Joint Stock Co (NHL), fabricante e distribuidor, na China, dos caminhões rígidos marca Terex. Uma semana depois (dia 10), na coletiva de imprensa, na M&T Expo 2015, em São Paulo, os presidentes da Terex  Latin America, François Jordan, e da Volvo Construction Equipment Latin America, Afrânio Chueire, responderam perguntas com abordagens ao status quo das operações globais relacionadas entre as marcas. O rodapé do material impresso distribuído pela assessoria da Terex Latin America tem a referência “© 2015 Terex Corporation” antecedendo listagem das marcas “registradas ou licenciadas pela Terex Corporation”.
2 - O post  (http://nairoalmeri.blogspot.com.br/2015/06/r-198-bi-insuficientes-na-m-expo.html) deste blog, que provocou a nota recebida, não nomina a Terex Latin America Cita apenas “Terex”. Isso foi, sim, um equívoco, enorme, pois o objeto da notícia era Terex Latin America. Porém, o número de consultas ao equipamento, cuja identificação a assessoria corrige, obtive pessoalmente no estande da empresa, e como sendo para aquele momento. Não se trata, pois, de uma invenção do blog. O mesmo vale para a moeda (real) no valor do guindaste, que, também, até aquele momento, não tinha manifestação de interessados, de acordo com a informação obtida no estande.

Desafios para Fernando Pimentel

Sem caixa para 13º; água em Três Marias abaixo dos 8%

Enviado por Nairo Alméri – qua, 17.6.2015 | às 18h23

Pelo que sabe de superficial da súmula de conteúdo do balanço das contas do 1º quadrimestre levado pela administração do Governo de Minas Gerais à Assembleia Estadual, com superávit de R$ 823,9 milhões, está içada a bandeira amarela para a regularidade no calendário do software que imprime os contracheques dos servidores estaduais. Transportado o dia 30 de abril, final daquele balanço, para 30 de novembro, a situação seria essa: recursos do Tesouro do Estado cobririam menos de 50% da folha do 13º Salário dos servidores de Minas.

Pressão no caixa
O fluxo na arrecadação pela Secretaria de Receita Estadual de Minas do 1º quadrimestre, conforme documento do Executivo, teve sustentação nos aportes do IPVA (impostos sobre os veículos). Mas, a partir do 2º semestre – 1º de julho -, esse imposto perde força. Então, mantida a atmosfera mista (de quase 24 meses) de desaceleração e recessão econômicas, de um lado, e, da crise política, de outro, o fluxo dos tributos não garantirá a liquidação simultânea das folhas de novembro e dezembro e das parcelas do abono do Natal.

Empresariado apertado
Em administrações anteriores, o governo mineiro negociou com as duas principais federações patronais – Fiemg e Fecomércio – antecipações nos recolhimentos do ICMS por parte dos principais contribuintes (o correto seria tratá-los por impostados). Mas, no ambiente econômico atual, indústria e comércio vivem a mesma pindaíba (quedas nas encomendas e vendas, respectivamente) do Palácio da Liberdade. Ou seja, o empresariado está sem sobras em caixa para o luxo de adiantamentos de impostos futuros.

Privilégio de poucos
 Em valores de janeiro passado, a soma dos contracheques da folha do 13º Salário dos servidores não ficaria por menos de R$ 2 bilhões. No início de 2014, o Governo de Minas tinha 541,8 mil servidores ativos, inativos e pensionistas no Executivo, Legislativo, Tribunais, Ministério Público e “maioria das empresas vinculadas ao Estado” – ou “mais de 540 mil servidores” (“Folha de pagamento de Minas será referência para Rôndonia”). Nesse mar de contracheques, estão a salvo os dos servidores dos poderes Legislativo e Judiciário, um privilégio em lei, que determina transferências mensais automáticas dos recursos. Isso independe de estado de penúria ou não do caixa do Estado.

Três Marias, menos 8%
O Governo de Minas Gerais embala outro imbróglio, também de curtíssimo prazo: o reservatório da UHE Três Marias com volume de água abaixo dos 8% dentro de 90 dias. A situação alarmante, em Três Marias e outras hidrelétricas pelo Sudeste e Nordeste (e no planeta, em geral), é consequência das mudanças climáticas, diretamente vinculada às agressões ambientais promovidas pelo homem como ocupações urbanas e rurais desordenadas e escalada nas emissões dos gases de efeito estufa - GEE. Há uma década, ao menos, Minas Gerais convive (e não reage) com efeitos danosos desse coletivo de descuido ambiental.

Sobradinho, menos 10%
Por ser um reservatório regulatório e o mais a montante no Rio São Francisco, o indicador para Três Marias adverte para o efeito cascata na jusante. O mais alarmante -  previsto há algum tempo e tornado público de forma mais consistente em 21 e 22 de maio (XXVI Plenária ordinária do CBHSF), em Petrolina (PE) - é para o lago da represa de Sobradinho, em Casa Nova (BA). Na segunda-feira (16), estava com 17,5%. Ficará abaixo dos 10%, em setembro.

Sair da pauta do blá-blá-blá
De momento, não há alternativa ao governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT) para liquidar as duas questões (partes de um rosário de 60 contas – o das rezas para Nossa Senhora). Mas pode lançar um movimento de “distensão” com opositores políticos e abrir uma cruzada política suprapartidária. Convocar os senadores de Minas, principalmente seus antecessores no Palácio – Antonio Anastasia e Aécio Neves, ambos do PSDB. Pensar grande (pensar Brasil), levando o peso do Estado na economia, o de terceiro PIB e, ainda, o 1º na extração de bens minerais. Primeiro passo, buscar bases sólidas para práticas imediatas (não imediatistas) de políticas emergenciais preventivas nas variáveis econômica e ambiental. Pois, sem iniciativas inteligentes, Minas Gerais manterá todo seu potencial na proa de sempre: de excelente player nacional em agendas do blá-blá-blá!!!... 

É federal
É claro que o cenário, no geral, não é uma particularidade mineira. Está presente em todas as 27 unidades da federação, até mesmo onde o excesso de água antecipou a calamidade.

terça-feira, 16 de junho de 2015

Bilhões (!) da M&T Expo 2015

Cautela da Sobratema em balanço para as feiras

Enviado por Nairo Alméri - ter, 16.6.2015 | às 17h42

O prognóstico oficial para os negócios realizados e encaminhados na maior feira de máquinas e equipamentos da construção e mineração na América Latina, a M&T Expo 2015, encerrada dia 13, no São Paulo Expo, reflete enorme cautela do setor produtivo do país, ainda incrédulo por conta dos fatos políticos (escândalos envolvendo as maiores empreiteiras), medidas de arrocho fiscal e cautela diante de uma depuração demorada que fará sobre aquilo que será viável do pacote das concessões (R$ 198,4 bilhões). 

O presidente da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema), Afonso Mamede, via nota da assessoria de imprensa da M&T Expo 2015, que dá ênfase às "surpresas" no evento, não colocou o verniz da festa dos balanços das edições anteriores. Ele é excessivamente cartesiano para o estilo cultivado na Sobratema. 

“Com base nos depoimentos de diversos expositores, chegamos a conclusão de que a movimentação de vendas antes, durante e depois da M&T Expo 2015 deve representar entre 20% e 30% do volume total de vendas anuais, que historicamente se situa em R$ 15 bilhões, mas que neste ano, em função da desaceleração, deve ser da ordem de R$ 10 bilhões”. LEIA A ÍNTEGRA

domingo, 14 de junho de 2015

Fernando Brant

Enviado por Nairo Alméri - dom, 14.6.2015 | às 23h14
Da conta no Facebook, 13.06.2015
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Vi o Brant compondo o mundo
Na manhã deste sábado, fui ao velório das despedidas ao compositor, músico, cantor e poeta Fernando Brant. O Palácio das Artes, palco de tantas alegrias levadas por ele, estava em silêncio, abrigando abraços e lágrimas dos familiares, amigos e admiradores. Interpretou bem Fernando Pimentel, o governador, quando nos cumprimentamos: "Um dia triste! Dizem que os bons morrem primeiro (que Deus chama)". Repeti pro Paulo as palavras ouvidas da autoridade dirigidas à memória do irmão. "Pimentel gostava muito do Fernando", respondeu. Não convivi com Fernando Brant. Poucas vezes, talvez três, troquei palavras com ele. A primeira, proporcionada pelo Chico Bessa, superintendente da Rádio Alvorada FM, quando fui comentarista lá na primeira vez (1990-98). Toda sexta-feira, Bessa reunia (ainda reúne) um grupo de amigos para fechar a semana com um bom papo, em algum boteco da Zona Sul, de Belo Horizonte. Ao primeiro chamado das respectivas mulheres, todos pegam rumo do endereço. Em uma dessas rodas, no Cantinho Verde, bar do Fraguinha (também jornalista e irmão de Hélio Fraga), na Rua Caraça, quase com a do Ouro, o compositor estava lá. Sentei-me ao lado e caí na real: que privilégio, cara! Em gratidão ao momento, assumi o compromisso de só ouvir, nada perguntar, nem me intrometer. Fernando Brant subtraía todos os ruídos (sons) e cores dos movimentos ao redor. Os seus olhos cobriam os quadrantes do apertado, mas aconchegante, boteco da Serra. No pedaço, o dono era um faz tudo: recepcionista caloroso, garçom de pouca estrada, cozinheiro pro gasto, caixa e até corajoso animador do ambiente, se esforçando em piadas mal interpretadas. Alojado como um comum, "um do povo" (como gosta Maurício Lara), Fernando Brant mais sorria, que conversava. Era atencioso com todos. Mas estava ali feito uma sentinela, silenciosa, vigiando (certamente, compondo) o mundo. Os seus irmãos - Roberto e Ana; depois, o Paulo - conheci bem antes. Saio do Palácio das Artes, com a cerimônia ainda em curso, e sigo para um sebo, na Rua dos Guajajaras. Procuro e encontro dois Malba Tahan - "Céu de Allah", 1960; e, o segundo volume de "A sombra do arco-iris", 1963. Este último, começa repleto de quadras. A primeira, de autoria de Roberto Júnior (!), reproduzo:
Da vida pelos caminhos,
nas estradas pedregais,
não vi rosas sem espinhos,
mas vi espinhos sem rosas...
Satisfeito, deixo R$ 29. Na saída, me voltam às palavras do governador ao compositor. Mas, então (com desculpas a todos os cristãos do planeta), que sacana esse tal Deus: vai levar daqui justamente os bons!...



sexta-feira, 12 de junho de 2015

R$ 198 bi insuficientes na M&T Expo

No esforço das montadoras, sorteio de retro, desconto em peças, fotos

Enviado por Nairo Alméri – sex, 12.06.2015 | às 16h34
Um ambiente que mescla carteados de pôquer e truco, nos quais o jogador pode blefar amparado pela legalidade. Até mentir. É isso que se pode dizer, na média, para aquilo que se ouviu (em conversas individuais), até o meio da tarde da quinta-feira (ontem), de dirigentes das entidades empresarias e executivos-chefes do front das decisões da produção, marketing e vendas das indústrias representadas nas feiras (ocupando médios, grandes e, até mesmo, luxuosos estandes – o conforto na recepção ao cliente é também fator de decisão) e congressos internacionais da construção e mineração da M&T Expo 2015, realizados pela Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema).
Os eventos (9ª Feira e Congresso Internacionais de Equipamentos para Construção e 7ª Feira e Congresso Internacionais de Equipamentos para Mineração) encerram amanhã, no São Paulo Expo, cinco dias de ambientes pródigos para todos os paladinos. Na inauguração, pessimismo unânime à espera do conteúdo do “pacote das concessões” (de R$ 198,4 bilhões em investimentos - no papel). Até o meio da semana, as empresas ainda digeriam análises pessimistas dos economistas e consultores (o pacote começaria a sair do papel em 2018, ano eleitoral, mesmo assim apenas para 30% do valor – R$ 69,2 bilhões). E, a caminho do final, mesmo com os negócios firmes saindo de simples consulta, as cartas ainda eram postas com extrema cautela.
Nesta última etapa, o jogo para quem buscava informação era outro, e para muita cautela: da paciência. E quem dava (e omitia) as cartas eram os executivos. E nada atestavam seus efusivos sorrisos, apertos de mãos, abraços e sugestões de “tome mais um” (whisky, cerveja, refrigerante, suco, água ou cafezinho) dirigidos a representantes de potenciais compradores de máquinas e equipamentos.

Bloqueio conjuntural
Fica, portanto, sem efeito, também, a projeção soprada da possibilidade de negócios fechados e iniciados da ordem de R$ 1 bilhão nesta M&T Expo. Mesmo assim, isso seria pouco mais de 50% do projetado para a feira internacional Agrishow, palco das vendas de tratores, colheitadeiras e equipamentos para o agronegócio (setor que bomba no PIB)-, no mês passado. Esta, em Ribeirão Preto (SP), terminou a sua 22ª edição com prognóstico de queda, sobre o evento e 2014, com queda de 30% nas possibilidades de negócios. O agribusiness dá respostas anuais. Na construção e mineração, os ciclos são mais longos.

Sem novidades
A única nuvem com possibilidade de certeza, então, nesse evento: os dirigentes da Sobratema, entidades apoiadoras (51 do país, e, 20 internacionais – fonte: “Guia Oficial”) e expositores podem (PODEM) ter jogado fora a fantasia dos ufanismos do Governo. Mas ainda ficam devendo uma demonstração consistente. Contudo, esse ensaio não trouxe novidades e trilhou no previsível, no obvio. Ver post “Atras da agrishow, a M&T Expo – Fim das publicidades para trilhões de R$ dos PACs” – 16.05.2015.

Nem Finame ‘alongado’
O vice-presidente da New Holland Construction para America Latina, Nicola D’Arpino, em meio ao enorme burburinho no gigantesco estande que a empresa do Grupo Fiat montou na M&T Expo 2015, desviou sempre de uma resposta ao pedido de informação para vendas firmadas. “Vamos, sim, vender. Mas não faço previsões”, desconversou. De forma machadiana (com um ponto final), encarou a insistência por informação e afastou pra longe qualquer euforia imediata com o pacote dos R$ 198,4 bilhões com uma revelação: “Olhe: nem eu (o Banco CNH Industrial – braço de apoio aos clientes da Case New Holland) dando a taxa Finame (linha incentivada de longo prazo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES) na parte não financiada do equipamento e carência (prazo para começar a pagar), o cliente está tomando a decisão!”.

Financia até o sinal
A New Holland buscou, no banco relacionado, formas para facilitar as vendas da marca. Em press release distribuído pelo Grupo Fiat, o Banco CNHI detalha os juros no Finame PSI – programa de Sustentação do Investimento: para empresa com faturamento anual de até R$ 90 milhões, taxa de 7% ao ano e, no máximo, financiamento de até 70% do bem; acima, juros de 9,5% aa. e, até, 50% do valor. “No Banco CNH Industrial, o cliente pode financiar em até 60 meses e ainda conta com 24 meses de carência”, garante o banco. Acrescenta, de acordo com a nota, que facilita o valor da “entrada”, financiando 20% a 40% do valor total do equipamento via linhas CDC (crédito diretor ao consumidor), cobrando juros de 8% aa. e prazos de 12 a 48 meses.

John Deere nada diz
Ainda entre as grandes marcas, na John Deere, na assessoria prevalecia o silêncio para o tema vendas ou negócios iniciados. “É uma postura da Deere”, resumiu o assessor consultado. Um comportamento proporcional ao tamanho colossal no espaço físico, ao ruído e à atenção despertada por suas máquinas (uma era da parceira Hitachi).

Caterpillar otimista
Na Caterpillar, ou simplesmente CAT, a fonte consultada (não nominada, pois o jornalista não se identificou – outras fontes não serão citadas pela mesma razão) previu que seriam vendidas entre 15 e 20 máquinas. Duas horas depois, a fonte corrigiu o prognóstico: “Agora acredito que (as vendas) chegarão a um mês de produção”. Algumas das máquinas e equipamentos expostos pelas grandes montadoras custam R$ 1,5 milhão – pagamento à vista.

Ternos na Wirtgen
No estande do Wirtgen Group (marcas Wirtgen, Vögele, Hamm, Kleemann e Ciber), com várias unidades fabris no Brasil, a postura do time era mais aberta. Os técnicos e vendedores se comportavam dentro de seus termos (todos iguais – estavam assim uniformizados) com mais desenvoltura. Eram mais autônomos. No final do segundo dia da feira, as marcas contabilizavam 39 unidades vendidas. “Até o fechamento (amanhã), acredito que serão 100 a 110”, previu um funcionário. Ali, também, os preços são elásticos, de R$ 150 mil a R$ 1,5 milhão (preço provável de referência para uma nova usina de asfalto da Ciber).

Terex bem consultada
A multinacional Terex, que tem operações com a Volvo internacional, contabilizava, até pouco mais do meio da tarde de quinta-feira, 10 consultas para uma grua lançada na feira (100% nacional), montada na carroceria de um pick-up, direcionada para reparos em redes energia elétrica e de telecomunicação. Ao seu lado, um estático guindaste sobre rodas para 200 toneladas e custo de R$ 1,5 milhão, permanecia sem interessados.

Sorteio de uma retro CAT
A bem da verdade, as empresas procuraram formas diversas para encarar algo do tipo “se vira nos 30 (segundos)” – disputa de um programa de televisão na qual o competidor tem 30 segundos para cumprir seu desafio. A norte-americana Caterpillar, via seu concessionário, foi a mais ousada. Distribuiu um folheto anunciando o “super sorteio” de uma retroescavadeira Cat 416E. Claro, o concorrente terá que adquirir um bem: receberá 1 cupom para cada R$ 50 mil em compras. No dia 22 de setembro, na revendedora Sotreq, em Jaguaré (SP), será realizado o sorteio.

Desconto nas peças da NH
A New Holland levou para o estande um lindo esportivo Maserati, na cor amarela - a oficial mundial para máquinas e equipamentos de construção. O esportivo virou a vedete e ilustrou muitas fotos dos visitantes. Além disso, a marca promoveu desfiles de modelos para sua grife. Isso, claro, ajudou a encher sés espaço. Mas, para o cliente, o atrativo ofertado era: 10% de desconto em “peças genuínas” (menos pneus, material rodante, baterias e lubrificantes) na compra de “qualquer máquina” da marca “durante a feira”.

Komatsu põe na capa
No estande da gigante Komatsu, do Japão, líder com seus caminhões fora de estrada em minerações – a Codelco, no Chile, opera modelo com capacidade para 380 toneladas – nada fluía também para as vendas. A asiática oferecia como mimo aos visitantes a chance de uma foto em “capas” das revistas IstoÉ, Exame, Caras e da M&T Expo.