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terça-feira, 8 de abril de 2014

Corrupção no Brasil e Venezuela

Enviado por Nairo Alméri – ter, 08.4.2014 | às 6h48 - modificado em 17.5.2014, às 15h02
O Brasil está na pauta mundial com os escândalos do Governo do PT em cima da estatal Petrobras. Não apenas com o caso da compra da refinaria Pasadena, nos EUA, ou os R$ 70 bilhões em contratos sem licitações. Os atos ilícitos se arrastam dos governo Lula (2003-10) e seguem no de Dilma Rousseff. Não por acaso, emergem em mesma época dos rombos na poderosa estatal petrolífera PDVSA, da Venezuela, afundada em atos do falecido presidente Hugo Chávez. Este da mesma linha populista da linha Lula-Dilma. 

China e Índia
Chávez descumpriu contratos com o Brasil, entre eles de aporte de US$ 800 milhões no projeto da refinaria de Pernambuco (também atolada em escândalos). Mas, ao mesmo tempo, o ex-chefe venezuelano entregava poços para exploração pela China, com expectativa de receber aportes de US$ 16 bilhões e produzir 450 mil barris/dia de equivalentes de petróleo. Fez o mesmo com a Índia, esperando a entrada de US$ 20 bilhões, para extração de 900 mil bdep. Nada andou nas parcerias com os asiáticos e a Venezuela mergulhou em enorme caos social, econômico e político, desde antes da morte de Chávez, há mais de um ano.

'Vítimas'
Nos dois países, os governos são iguais até nas atitudes. Na Venezuela, Nicolás Maduro, sucessor de Chávez, reprime oposição com violência militar, prisões, censuras à imprensa, Judiciário sob tutela, expulsão de empresários, diplomatas etc. alegando que se defende de conspiração. No Brasil, o Governo Dilma e o PT impedem que o Congresso faça ampla investigação na Petrobrás e, também, se declaram vítimas de campanha eleitoreira. .

Míssil ar-ar
Termina em dezembro de 2015 o prazo para o Comando da Aeronáutica concluir o “Projeto A-Darter- Fase 4 - Integração dos Subsistemas e Desenvolvimento da Industrialização”.  A agência Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) aportou R$ 59 milhões. O equipamento é um míssil ar-ar guiado por sistema infravermelho. O projeto tem a participação da África do Sul.

Armas
Um ex-presidente da república, do Brasil, está estreitamente ligado à venda de armas para países da África, principalmente Angola, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Moçambique, Nigéria e Senegal, além da Namíbia. No rastro, estão dois grupos de empresas brasileiras.

H. Albert Einstein
Em 31 de dezembro, o hospital paulista Albert Einstein tinha mais de um terço (R$ 83,572 milhões) dos financiamentos (R$240,866 milhões) vencendo no atual exercício fiscal. Outros R$ 122,884 milhões vencem no biênio 2015-16, o que demonstra a necessidade da instituição e repactuar o perfil desse passivo com o BNDES-Finem. Os empréstimos, que eram de R$ 282,540 milhões no final de 2012, foram aplicados na execução das obras do “plano diretor”, expansão física e tecnológica. O BNDES recebeu como garantia a hipoteca do complexo hospital, avaliado em R$ 855,560 milhões (líquido de depreciação).

sábado, 5 de abril de 2014

Salada política e sindical do PCC

Enviado por Nairo Alméri – sáb, 05.4.2014 | às 13h44 - modificado 23.5.2014, às 8h32

Uma salada tropical com mistura de políticos, sindicalistas (ônibus) e a facção criminosa mais temida dentro da Região Metropolitana de São Paulo, a do Primeiro Comando da Capital (PCC). É isso que relata a edição de hoje de a “Folha de S.Paulo”.

Marcos Willians Herbas Camacho (Marcola) e...
Assunto que fugiu ao controle do Ministério da Justiça: o motivo de novo descontentamento dentro do Departamento da Polícia Federal (DPF). Seria este: na melhor fase da investigação, quando começava a estabelecer os elos em vendas forçadas (contrárias às vontades dos proprietários) de fazendas no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, recebeu ordens para “congelar”. Agentes do DPF ligavam o crime organizado PCC (Primeiro Comando da Capital), liderado pelo criminoso preso Marcos Willians Herbas Camacho, o “Marcola”, à família de importante político do país. A investigação é sabida em praticamente todos diretores das redações dos jornais, revistas, rádios e tvs nos estados de SP,  GO, MT e MS. Esse rastro foi puxado a partir das ligações apontadas do PCC com as manifestações violentas e vandalismos contra o comércio e patrimônio público que se seguiram aos protestos de junho, em todo o país, contra aumentos nas tarifas de ônibus e sistema ferroviário de transporte de passageiros.
  
Na Agrishow
Agora, a apreensão é que, juntamente com o dos roubos de tratores e colheitadeiras e diversos implementos agrícolas, entre nas conversas do ambiente da 21ª Agrishow – Feira Internacional da Tecnologia Agrícola em Ação, em Ribeirão Preto (SP), de 28 a 02 de maio. A feira sempre atraia as presenças diretores e presidentes de bancos oficiais (BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal) e da Empresa Brasileira de Agropecuária (Embrapa) e, em ano eleitoral, de candidatos à Presidência da República.

Gira bilhões
Em 2013, a feira recebeu 790 expositores (do Brasil e exterior) e cerca de 150 mil visitantes. As vendas foram da ordem de R$ 2,6 bilhões.

País engraçado, esse Brasil
Tem uma presidente. Mas quem manda é um ex-presidente!!!...

ANPOPCS
A Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (ANPOCS) começa a selecionar os trabalhos para o seu 38º Encontro Anual. O encontro, que no ano passado foi realizado em Águas de Lindóia (SP), volta à cidade de Caxambu, no Sul de Minas. Está previsto para o período de 27 e 31 de outubro.

Política 
Com a criação do Grupo de Trabalho Partidos e Sistemas Partidários, o encontro da ANPOCS abrirá espaços para debater processos de organização, estruturação e atuação dos partidos políticos nos sistemas representativos das democracias contemporâneas. Estarão em pauta: recrutamento político; a organização partidária e suas estratégias de competição na arena eleitoral; desempenho e a composição de forças dos partidos no Legislativo; as experiências partidárias no governo; e, os padrões de interação e competição políticas construídos pelos partidos.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Lula, Dilma Rousseff e Petrobras

Enviado por Nairo Alméri – qui, 03.3.2014 | às 8h03
Os escândalos nos governos (2003-06 e 2007-10) do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva subiam a rampa, escadarias e elevadores do Palácio do Planalto. Mas o chefe dizia sempre que não sabia de nada! Para o atual escândalo da ordem do dia, do governo de Dilma Rousseff (2011-14), o do negócio furado da Petrobras nos Estado Unidos – pagou US$ 1,3 bilhão pela sucateada refinaria de Pasadena, cuja transação, um mês antes, fora por 1/6 do valor -, que veio à tona mês passado, a chefe do Planalto diz que confiou em documentos “falhos”. Fez isso quando era presidente do Conselho de Administração da Estatal – função bem remunerada e acumulada com os salários de ministra de Estado da Casa Civil, de Lula. Dilma, então, aprovou a compra.

Marmelada, pizza, pamonha, ...
É um absurdo o Planalto querer que uma Nação inteira, até mesmo militantes xiitas do PT, engulam esse engodo. O país está posto diante de, pelo menos, um absurdo triplo: um diretor da Petrobras, que o PT, agora, conduz à guilhotina, ter construído (e dentro da lei e da segurança jurídica invejável da empresa) documentos “falhos”; a presidente Dilma, então presidente do Conselho da Petrobras (não estamos falando de uma oficina de bicicleta estabelecida em um uma garagem de charrete, no interior do Maranhão), dar veracidade a eles; e, a certeza, numa pule de dez, que esse escândalo servirá, apenas, e nada mais, de munição para nova onda de demagogias (e publicidades) eleitoreiras, como a de sempre apresentar ao povão governos do PT como vítima. Isso com ou sem Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).

Senado é a bagunça nacional
O Senado, no caso Petrobras e outras centenas, que envolvem o Governo do PT em 1º grau, é centro de rituais mercenários e desempenha bem o papel de fantoche das mazelas do Planalto. Não importa o governo, se do PT ou PSDB, no passado. É tão arcaico quanto o Judiciário, em todas as áreas e instâncias. E isso também não mudará. O povo, meio que passado e correndo atrás de Bolsa Família, Copa do Mundo, Carnaval e cachaça, não faz uso adequado das ‘armas’ que a democracia lhe oferece. Deveria abraçar a causa pelo direito de não querer votar sem sofrer punições, nem retaliações de Estado.

E faz diferente?
Dilma diz que a mobilização da oposição, por uma CPI para Petrobras, que poderia afetar sua popularidade, em queda, é embalada por “motivações eleitoreiras”. Perguntar não ofende: você consegue identificar uma ausência do Planalto, exceto para dormir, de Dilma ou fala dela sem “motivações eleitoreiras”?

Pacific Rubiales Energy vende

Enviado por Nairo Alméri – qui, 03.3.2014 | às 7h40
Em longo comunicado às principais Bolsas do mundo, datado do dia 1º, a Pacific Rubiales Energy Corp., companhia petrolífera com sede em Toronto (Canada) deu conhecimento, da conclusão de um negócio de US$ 385 milhões, com a venda de 5% de participação e dos direitos que detinha de transporte no oleoduto de petróleo Oleoducto Central S.A. ( Ocensa), na Colômbia. O negócio foi fechado com um pool de empresas liderado pela Darby Private Equity, ligado à private equity da Franklin Templeton Investments. Leia o comunicado

Mineração e Copa
Encomendas de médio longos prazos de caminhões fora de estrada pelas mineradoras brasileiras não está seguindo a descida do da cotação do dólar, imaginada pelas montadoras. Nem mesmo a manutenção do Programa BNDES de Sustentação dos Investimentos (BNDES PSI), deu ânimo. As mineradoras aproveitarão o calendário da Copa para elevar o grau da produção “tartaruga”. Quase parando. Algumas anteciparão programas de manutenção e para baixar banco de horas dos empregados. Isso será sentido a partir de maio, o mês do ‘trabalho’!

Lobão, cale a boca!
As últimas previsões do ministro das Minas e Energia, Edison Lobão (PMBD-MA), foram concretizadas no sentido inverso: aumento da produção de petróleo, houve queda; não haverá apagão, ocorreu um rosário de apagões; não há risco de racionamento de energia, começou a pedir à população ir menos ao menos vezes ao chuveiro, dormir cedo e ficar mais tempo no escuro. É hora de se criar o movimento “cala essa boca, Lobão!”. Melhor, mesmo, seria um ministro que planejasse o setor e fizesse menos política do Governo.

terça-feira, 1 de abril de 2014

Agrishow menos sexy. Mais business!

Enviado por Nairo Alméri – ter, 1.4.2014 | às 8h31
O diretor da Agrishow 2014, José Danghesi, maior feira de equipamentos, tecnologia e conhecimento científico agropecuário da América Latina, procura um viés mais recatado para o evento deste ano. O executivo apelou aos expositores - montadoras de colheitadeiras, tratores, outras máquinas potentes e implementos agrícolas, veículos de passeio e comerciais leves, de produtos agropecuários, calçados e vestuários com apelo country etc. – mais moderação na colocação de mulheres bonitas, de corpos bem esculpidos e em trajes extravagantes, que encantam a plateia masculina, nas recepções dos estandes. Sugeriu ainda que sirvam menos bebidas alcoólicas, mas que esbanjem nos itens da inovação tecnológica e comercial. O pedido da Agrishow  foi na 1ª quinzena de março, portanto, anterior à revelação do resultado bombástico da pesquisa (67,1%) do Sistema de Indicadores de Percepção Social, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o Ipea (do Governo, é bom que se diga), que expõe o lado monstro no sentimento brasileiro (de homens e mulheres) contra a postura sensual em público das mulheres.

R$ 2,6 bilhões
 A Agrishow – Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação, será realizada de 28 a 2 de maio, em Ribeirão Preto (SP). Em 2013, a feira teve 790 expositores (do Brasil e exterior), recebeu cerca de 150 mil visitantes (contando com pessoas de apoio da organização e dos expositores) e gerou negócios da ordem de R$ 2,6 bilhões.

Prêmio
Uma das novidades da Agrishow 2014 será a entrega do Prêmio Brasil Agrociência. A premiação é dirigida às pesquisas direcionadas ao desenvolvimento do agronegócio nas categorias zootecnia, fitotecnia, sustentabilidade, engenharia agrícola e economia rural.

Montadora no ES
O Governo do Espírito Santo deverá anunciar, até junho, os resultados de negociação para receber uma montadora automotiva. Se fechar o negócio, será a primeira em solo capixaba.

ONGs e Petrobras
Nessa offshore de novas revelações de escândalos envolvendo a Petrobras na gestão PT, o Ministério Público Federal (MPF) do Rio de Janeiro vai reabrir processos sobre as ligações da estatal com organizações não governamentais (ONGs). Vai levantar velhas poeiras: atuação na contratação de pessoal, canal de verbas para candidatos (donos de ONGs) e partidos políticos.

sábado, 29 de março de 2014

“Manifesto dos Oito” da ABDIB – 1978

Enviado por Nairo Alméri – sáb, 29.3.2014 | às 20h11 - modificado às 15h01, 25.09.2018
Nesta semana, do outro lado do Atlântico, um empresário brasileiro e ex-vice da Confederação Nacional da Indústria (CNI) lembrou que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) só foi eleito (2002) e reeleito (2006) presidente com o apoio do empresariado, aproximado por seu ex-vice-presidente (nos dois mandatos) José Alencar Gomes da Silva (PMDB), dono do Grupo Coteminas. “Mas, neste momento (Governo Dilma Rousseff), o empresariado não apoia o PT”, traduziu. A fonte buscou na história um exemplo para mostrar como fica quando falta ao Planalto o suporte do empresariado. No regime da ditadura militar, implantada em 1964, quando a poderosa Associação Brasileira da Indústria de Base (ABDIB) retirou seu apoio ao governo do general Ernesto Geisel (1974-79), os “pacotes econômicos” foram inócuos.
No primeiro momento, Geisel, que herdara o nascimento da falência do chamado “milagre brasileiro”, começa sua administração com o II Plano Nacional de Desenvolvimento (PND). Transferido para Minas Gerais, equivaleria ao “Diagnóstico da Economia Mineira” (1968), comandado pelo economista e Secretário da Fazenda Fernando Roquete Reis e o governador Israel Pinheiro. A base do II PND implicava em ajustes da estrutura industrial e uma nova ordem na acumulação de capital, com fluxos para as empresas de bens de produção. Havia um cristalino direcionamento de capitalização do setor privado com favorecimento quase que exclusivo para os quadros da ABDIB. Os “capitães” da indústria assumiram as chaves do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE – ainda não tinha o “S” de Social).
Mas, em 1978, a parceira começou a naufragar, quando a ABDIB entendeu que deixava de ser atendida. Geisel, então, percebeu também que a economia empacada e as atrocidades contra os opositores políticos criaram desgastes dos generais. Isso sinalizava para o retorno aos quartéis. Ele tratou de acelerar a retirada de cena de comandantes da linha dura herdada do general Emílio Garrastazu Médici (o pior período dos anos de chumbo). Além de preparar um sucessor (general João Baptista de Figueiredo – 1979-85) com a missão de retirar os militares do Planalto, permitiu a chuvarada de greves no ABC Paulista e que Lula comandasse os metalúrgicos e, quando preso, não fosse torturado – que tivesse charutos e até a imprensa com ele. 

Antônio Ermírio e Cia
Mas, ao mesmo tempo em que conseguia neutralizar oficiais superiores (acima de major) e suas operações de perseguições a políticos e militantes de esquerda na clandestinidade, Geisel ficava cada vez mais distante da parceria com a ABIDIB – tanto que Figueiredo não teve como pôr freios na recessão econômica iniciada em 1978, quando Geisel resolve desacelerar os investimentos. A cisão entre os generais e a entidade foi selada em julho de 2008 com o documento de críticas ao regime, conhecido por “Manifesto dos Oito”. Era assinado por oito dos mais respeitáveis “capitães” da indústria privada nacional: Antônio Ermírio de Morais (Grupo Votorantim), Cláudio Bardella (Bardella Indústrias Mecânicas S/A), Paulo Vellinho (Grupo Sprinder-Admiral), Jorge Gerdau (Grupo Gerdau), Paulo Villares (Indústrias Villares S/A), José Mindlin (Metal Leve), Laerte Setúbal Filho (Grupo Itausa) e Severo Gomes (cobertores Parayba e ex-Ministro da Indústria e Comércio do Governo Geisel).
O descontentamento da ABIDB vinha da não implementação de pedidos, desde 1975, de políticas industrial de longo prazo e prioridade à indústria nacional, subjugada pelas multinacionais e importações. Reclamavam encomendas que garantissem a ocupação do parque de bens de capital. Em 1976, após três reuniões seguidas - em Porto Alegre, Belo Horizonte e São Paulo -, a ABDIB arranca mais um plano de Geisel: “Ação para Empresa Privada Nacional”.  Cláudio Bardella (Bardella Indústrias Mecânicas S/A) era o presidente da entidade e continuava pressionado por seus pares, porque os planos não saiam do papel, nem os apelos para que as estatais – a economia tinha mais de 70% do PIB estatizados – comprassem da indústria nacional. No VI Congresso Internacional de Executivos Financeiros”, no Rio, o dirigente deixou publico o esgotamento do empresariado, foi quando apontou “um subdesenvolvimento mental” na direção das estatais, que julgava o produto “estrangeiro melhor”.  

Petrobras foi a gota
Em 1977, Carlos Villares (Aços Villares S/A), assume a presidência da ABDIB, para o biênio 1977-78. Geisel cria a expectativa de uma reaproximação, mas o país já era um enorme cemitério de projetos faraônicos. Só Minas, três: Ferrovia do Aço (atual MRS Logística), Açominas (atual Gerdau Açominas) e o aeroporto de Confins. Não causou o efeito esperado medidas de proteção aos fornecedores nacionais de bens capitas, via resolução que só permitia a importação quando não houvesse capacidade de produção de similar no país. E o segundo semestre começa com embate da ABIDB contra a Petrobras, que fura decisão de Geisel, agarrada em uma lei de 1966, assinada pelo marechal Castelo Branco (o primeiro general-ditador- 1964-67). A entidade aponta “ausência de diretrizes” no Governo.
Geisel é surpreendido, em julho de 1978, com a publicação, pela “Gazeta Mercantil”, de críticas à política econômica e aos militares no “Manifesto dos Oito”. Como se dizia na época, os “capitães da indústria”, naquele momento, começavam a pular para fora do barco dos milicos e, alguns deles, iriam engrossar as fileiras com instituições da sociedade e o MDB (atual PMDB), único partido de oposição existente (os militares impuseram ao país o bipartidarismo). Um dos trechos do manifesto propugnava: “Acreditamos que o desenvolvimento econômico e social, tal como o concebemos, somente será possível dentro de um marco político que permita uma ampla participação de todos. E só há um regime capaz de promover a plena participação de interesses e opiniões dotados ao mesmo tempo de flexibilidade suficiente para absorver tensões sem transformá-las num indesejável conflito de classes: o regime democrático. Mais que isso, estamos convencidos de que o sistema de livre iniciativa no Brasil e a economia de mercado são viáveis e podem ser duradouros, se formos capazes de construir instituições que protejam os direitos dos cidadãos e garantam a liberdade. Mas defendemos a democracia, sobretudo, por ser um sistema superior de vida, o mais apropriado para o desenvolvimento das potencialidades humanas. E é dentro desse espírito, com o desejo de contribuir, que submetemos nossas ideias ao debate do conjunto da sociedade brasileira e, em especial, de nossos colegas empresários e dos homens públicos”.
Em 21 de setembro de 1987, empresário Abílio Diniz, presidente e dono do Grupo Pão de Açúcar (não é mais e agora preside o Conselho da BRF, holding da fusão dos Grupos Sadia e Perdigão), em entre entrevista ao programa “Roda Viva”, da TV Cultura, de São Paulo, disse: “Nós já tivemos, então, no passado, momentos de maior atuação social. Eu reputo esse movimento, por volta de 1978, Manifesto dos Oito [documento assinado por importantes empresários, criticando a política econômica do governo Geisel], que vocês se recordam. Eu acho que esse movimento foi extremamente importante para o processo de abertura nesse país”.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Retorna o BNDES; Putin agradece ao PT

Enviado por Nairo Alméri – qua, 26.3.2014 | às 8h42
Após a revelação dos absurdos nos investimentos realizados pela Petrobras no exterior, na refinaria de Pasadena (EUA), e no complexo de refino de Suape, em Pernambuco, na qual a Venezuela não cumpriu sua parte de aporte de 40% - contrato realizado entre os governos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Hugo Chávez -, o Governo Dilma Rousseff (PT) terá pela frente que explicar novamente uma série de operações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O Tribunal de Contas da União (TCU) retomará questionamentos e reafirmações de que o BNDES não fornece informações corretas para os grandes financiamentos envolvendo o Governo, entre eles o de R$ 22,5 bilhões ao consórcio Norte Energia S/A, responsável pela execução do projeto da Usina Hidrelétrica Belo Monte, em Altamira (PA).

10 vezes mais
No exterior, o TCU cobra do BDES informações completas em empréstimos ao governo da Venezuela. O Governo de Caracas não cumpriu sua parte na Refinaria Abreu e Lima, no complexo de Suape, em Pernambuco, que tinha custo inicial de US$ 2,3 bilhões, ultrapassa US$ 22 bilhões investidos e registra atraso de quase quatro anos.  A Venezuela recebeu do banco US$ 750 milhões (não pagos) para o metrô e mais alguns milhões para a construção da UHE La Vueltosa.

Vladimir Putin agradece
O TCU não recebe, também, não é atendido com informações completas para financiamentos em Cuba, onde Dilma inaugurou recentemente um porto, de US$ 1 bilhão, 80% saídos das reservas do BNDES. O maior beneficiário do porto será a Rússia, com a decisão do presidente Vladimir Putin, de retomar a aliança comercial e militar com a ilha. Dilma assumiu ainda com os ditadores cubanos, os irmãos Fidel (aposentado) e Raul Castro, o compromisso de construir um complexo industrial na área – mais US$ 290 milhões. Putin pretende ter bases navais também na Venezuela e Nicarágua, países que recebem recursos do BNDES. O país da América Central recebeu US$ 342 milhões, cerca de 30% do custo da hidrelétrica Tumarín, que deverá começar a operar em dois anos.   

30 vezes mais
Na refinaria dos EUA, a estatal brasileira pagou, em 2006, US$ 360 milhões à Astra Oil, que, no ano anterior, desembolsara apenas US$ 42,5 milhões. Outras operações elevaram o prejuízo para a empresa em mais de US$ 1,2 bilhão.

Aeroportos - US$ 25 bilhões
O BNDES também terá que explicar os aportes liberados em vários projetos do selo político PAC, entre eles os da Copa, principalmente para a construção de hotéis, que ficarão vazios, após os jogos das seleções, em junho, e dos aeroportos, a exemplo dos estádios de futebol, envolvidos em denúncias de superfaturamentos em seus projetos. O banco tem estudo apresentado pelas companhias aéreas comerciais brasileiras apontando “necessidade” de investimentos de mais de US$ 25 bilhões nos terminais até 2020.