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terça-feira, 7 de julho de 2015

Cinismo ISO 9000

Enviado por Nairo Alméri – ter, 07.07.2015 | às 21h32
Negativas dos dirigentes do Partido dos Trabalhadores (PT) à crise política no Governo (com Dilma Rousseff é governada na Presidência da República pelo PMDB) e aos assaltos que seus políticos e dos partidos parceiros (da base aliada) praticaram (de 2003 a 2014) nos cofres das empresas do Grupo Petrobras e de outras estatais, incluindo as do setor financeiro (BB, BNDES, CEF, Basa e BNB).

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Agricultura de baixo carbono

Enviado por Nairo Alméri – sex, 03.07.2015 | às 22h04

ABAG apoia a criação da Coalizão Brasil Clima, Floresta e Agricultura, voltada a propor ações em favor da sustentabilidade

Enviado por Mecânica Comunicação – 25.06.2015
Com participação ativa da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) e de outras 50 entidades, entre empresas, ONGs e associações de classe, foi lançada, oficialmente, nesta quarta-feira (24), em São Paulo, uma aliança denominada Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, cujo objetivo básico é propor políticas públicas, ações e mecanismos financeiro/econômicos para estimular a agricultura competitiva e de baixo carbono, incluindo pecuária e florestas plantadas, que impulsionem o Brasil como líder global da economia sustentável. Continue lendo


quinta-feira, 2 de julho de 2015

Gino Raniero Cucchiari

Enviado por Nairo Alméri – ter, 02.07.2015 | às 0h31

Não cultivo o hábito de abrir e-mails das contas pessoais durante o expediente de trabalho, cujos títulos não relacionam assuntos às minhas funções. Mas, ontem, não resisti a esse: “AGRADECIMENTO – Gino Raniero Cucchiari”. A mensagem começa com essa saudação: “Ao Grande amigo NAIRO”. É um texto de despedida, camuflando emoções, de um dos mais importantes (arrisco dizer: muitíssimo importante) executivos italianos do Grupo Fiat para o continente da América Latina, nos últimos 40 anos. Datado de 30 de junho, é o mesmo expedido a um público amplo – “Aos Colegas e Amigos da New Holland Construction, Rede de Concessionários e queridos Clientes”. Amplo na relação direta da presença de Gino. Em 25 linhas, sintetiza “46 anos de trajetória profissional”, no Brasil, iniciada em 1969.

Costumo dizer, ainda na época de repórter de Economia do “Jornal do Brasil” (1979 e 1981-1992), na Sucursal de Belo Horizonte, que Gino foi o pai da então Fiat Allis – inicialmente fabricante de tratores e máquinas rodoviárias, em Contagem (MG), que cresceu pelo setor agrícola absorvendo marcas até chegar à CNH – Case New Holland.
Gino começou, com Valentino Rizzioli, atual vice-presidente executivo da Fiat do Brasil, a primeira fábrica automotiva da Fiat SpA, no Brasil. O que ele sempre fez, como ninguém, foi vender, atender e entender o cliente, trazer exigências para os engenheiros e devolver soluções ao mercado. É o empregado número 2 dessa Fiat. Rizzioli o número 1. Os dois atraíram para o grupo um professor (professor de colégio) chamado Cledorvino Belini, o atual presidente da Fiat Chrysler Automobiles (FCA) para América Latina. Este tinha a função de estruturar a rede de revendas das máquinas importadas da Itália (desde antes, 1950; mais tarde, alguns componentes, como lâminas, passaram a ser fabricados pela então Tratores Fiat do Brasil, em São Paulo). A montagem completa dos tratores da marca Fiat, no Brasil, foi iniciada em 1971, em Contagem, com a aquisição das antigas instalações da alemã Deutz. Dois anos depois, a Fiat assinava protocolo com o Governo de Minas a construção da Fiat Automóveis, em Betim. Enquanto Rizzioli fazia o institucional da Fiat Allis – permanecia muito tempo fora, inclusive nos Estados Unidos -, Gino comandava a produção, levava as máquinas para os clientes nas frentes das obras e trazia as novas exigências do mercado.

Gino esteve sempre ligado à palavra negócio. Sua chegada a Minas Gerais, em 1970, era parte de um pacote para a entrega de 500 tratores ao governo mineiro, comprados sob uma condição: que fossem montados no Estado. Ninguém mais segurou o Gino. Em recente post sobre as feiras e congressos internacionais de máquinas para construção e mineração M&T Expo 2015, em São Paulo (9 a 13 de junho), o trato como uma “lenda viva” no segmento e admirado até por executivos das marcas concorrentes em toda a América Latina.

Nos últimos 36 anos, com enorme privilégio – mas não com riqueza de informações, pois não fui repórter especializado em máquinas para construção –, acompanho esse cometa chamado Gino. Por volta de 1983, não estou bem certo do ano, a Fiat Allis lançou no país (não posso assegurar se no mundo) o primeiro trator sobre esteiras com motor movido a álcool com mistura de 20% de diesel (ainda não se falava em biodiesel). Era, na concepção da época, uma máquina para trabalhar em perímetro próximo às usinas de álcool. Estive no lançamento, na fábrica, em Contagem. Faltou política de Governo. O trator sucumbiu como se alguém tivesse tentado navegar com ele em um oceano. Gino debitou ao “JB”, que previu o insucesso, o fracasso daquele AD 7B. No final daquela década, Governo José Sarney, o pro-álcool foi pro buraco - as montadoras de automóveis, depois de terem ao redor de 90% dos carros saídos de linha com motores movidos a álcool, baixaram o índice para 3%.
Mas, habilidoso nas relações humanas, sem nunca ter me ofertado uma notícia privilegiada, nem falado em off, Gino abriu espaços para um repórter sempre disposto a perguntar mais. Não o via com frequência (como dito, não era setorizado), porém sempre estava em busca de novos fatos: investimentos e tecnologias na Fiat Allis. Mas, talvez, tivesse algo a dizer também ao interlocutor que o tempo tratou de cultivar amizade. Gino criou o defeito de acompanhar meus comentários (principalmente pela manhã, às 8h) de economia, política e mercado financeiro na Rádio Alvorada FM (BH e Rio 1990-98 e 2006-2008). Contou-me (eu já estava fora da rádio), que, pela manhã, os comentários coincidiam com a chegada dele ao portão da fábrica. Parava o carro e alguns funcionários sabiam o motivo: eu estava no ar.

O Gino sempre me homenageia com a saudação de “grande amigo”. Tenho motivos de sobra para acreditar nisso. Quando comecei, em julho de 1997, a trajetória de 15 anos de colunista diário de Economia, no jornal “Hoje em Dia”, fui até a Fiat Allis conversar com ele. Era final de dezembro. Dias antes, a fábrica tinha feito a festa de final de ano para os empregados e estava praticamente vazia – era um recesso, a ponte das festas entre um ano que termina e o outro que começa. Foi uma tarde de rico aprendizado e compreensão da pedreira que é produzir num país cujo principal papel do Estado (Municípios, Estados e União) é ser abusivamente arrecadador – em 1997, Fisco comeu acima de 40% do valor das vendas brutas do setor automotivo. Naquele mesmo ano, o então chefão da Sadia, Luiz Fernando Furlan (anos depois, ministro do Desenvolvimento Econômico e Comércio Exterior do Governo Lula), dava visibilidade à voracidade da Receita Federal: de três salsichas fabricadas, duas são para pagar impostos.

Mesmo fora de uma Redação de jornal, e amizade com Gino continuou. No dia 10, na coletiva da New Holland Construction para 70 e poucos jornalistas das Américas, Caribe (tinha uma colega de Cuba), Espanha e Portugal, ele estava lá,  uniformizado como os demais diretores na mesa. Coube-lhe historiar os 65 anos da marca no Brasil. Claro, que eu fiz pergunta ao Gino.
Mas algo estava no ar. Na festa dos 60 anos da marca, em Belo Horizonte, ele fora homenageado e não discursara. A explicação foi a de que era para  preservá-lo das emoções. Foi literalmente uma “Festa de arromba”, comandada pelo “Tremendão”, Erasmo Carlos. Então, o repórter cochichou aos botões: mas o porquê da fala de agora? Busquei a resposta na conversa que tivera com ele, na véspera, no estande da própria NH Construction. Disse-me que iria “descansar, viajar e ficar mais com a família”.
È vero. Gino está arrumando as malas. Mas, ao seu estilo, não delegou a despedida. A fez ele próprio. Mas fica um fiapo de expectativa que será, com frequência, visto por aqui – pelo Brasil. “Hoje, sou mais cruzeirense (torcedor do Cruzeiro) que italiano!”. Foi isso que ouvi como resposta, naquele dezembro de 1997, quando indaguei sobre a relação que ele estabelecera com o Brasil, com Minas Gerais. E será sempre visto como o Diretor Comercial da Fiat Allis/NH Construction.

Muitíssimo obrigado ao grande amigo GINO!


domingo, 21 de junho de 2015

Caracas operation

Enviado por Nairo Alméri - dom, 21.06.2015 | às 10h05


sexta-feira, 19 de junho de 2015


Dilma fez pior que senadores

Mandou chanceler ao Paraguai afrontar a Constituição de lá 

Enviado por Nairo Alméri  - sex, 19.06.2015 | às 19h27 - modificado às 19h41

O ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante (PT-SP), está lavando as mãos nessa operação bacamarte da ala de oposição do Senado em território bolivariano-chavista, na Venezuela. Diz, desde quinta-feira, que não passou por ele a “armação” dos governos Dilma Rousseff (PT-RS) e Nicolás Maduro, que melou o deslocamento ... Continue lendo

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Dilma fez pior que senadores

Mandou chanceler ao Paraguai afrontar a Constituição de lá 

Enviado por Nairo Alméri  - sex, 19.06.2015 | às 19h27 - modificado às 19h41

O ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante (PT-SP), está lavando as mãos nessa operação bacamarte da ala de oposição do Senado em território bolivariano-chavista, na Venezuela. Diz, desde quinta-feira, que não passou por ele a “armação” dos governos Dilma Rousseff (PT-RS) e Nicolás Maduro, que melou o deslocamento dos parlamentares em solo venezuelano, impedindo que chegassem aos presos políticos naquele país. Antes mesmo de a caravana decolar, em Brasília, Mercadante (que espertamente, empurra a fatura para o Itamaraty) ventilava, na véspera do episódio, que haveria ações contrárias articuladas no país vizinho e que Dilma soube previamente. A estratégia “aloprada” foi parida na mesa de Marco Aurélio Garcia (PT-SP), assessor internacional da presidência (um Ministro das Relações Exteriores do B), com parceria de Jaques Wagner (PT-BA), ministro da Defesa.

O surdina                                 
Mas, do meio para o fim, desse enredo (sem novidades – no Brasil o PT faz sempre, apoiado nos tais movimentos sociais) entrou em cena o dedo bruxo vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP). Este instruiu ao presidente do Congresso Nacional e Senado, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), dar chancela oficial à viagem dos senadores. E, assim sendo, um jato da Força Aérea Brasileira (FAB) foi requisitado para romper a linha do equador, nos deslocamentos de ida e volta com os senadores da República Federativa do Brasil. Avião militar brasileiro levando ‘inimigos’ políticos estrangeiros de Maduro entrou no espaço aéreo da Venezuela.

Objetivo secundário
Se os senadores de oposição - agora, ao Governo Maduro também - tivessem embarcado pela aviação comercial, a viagem poderia ser classificada como de turismo – turistas de oposição ao governo local! O imbróglio diplomático seria em menor escala. Mas sendo missão oficial, as presenças das milícias de Maduro e suas barricadas (transporte de um preso e obras em túnel) à saída do aeroporto de Caracas, pensadas dentro do Planalto, formaram uma aquarela melhor que a encomendada por Temer. De quebra, o Itamaraty entrou como testemunha, pois teve que deslocar o embaixador do Brasil, Ruy Pereira, até o aeroporto para recepcionar aos senadores. Mas o diplomata picou a mula!

Quem venceu?
No retângulo do imediatismo ideológico do Poder, o PT, Dilma, Marco Aurélio, Jaques Vagner e Maduro.

Quem perdeu?
Por uma análise não apressada e sem amarras, o PT, Dilma, Marco Aurélio, Jaques Vagner e Maduro.

Saia justa para PT
Imagine, amanhã, uma comitiva do PT e aliados no Senado desembarcando em Caracas. Nos passaportes, mesmos pretextos fracassada caravana PSDB-PMDB-DEM: defesa da democracia naquele país. Mas só que ao invés de provocar ira local, motivaria um ideológico carnaval bolivariano-chavista. Os elos criados por Hugo Cháves (morto e sucedido por Maduro) e Lula (antecessor de Dilma) e continuados pela dupla Maduro-Dilma tornam possíveis se pensar: em honras de Estado aos petistas, batedores das milícias de Maduro, deslocamento sem obras impeditivas no mesmo túnel fechado quinta-feira para o senador Aécio Neves e companhia. E, no retorno, petistas empunhando atestados médicos colocando todos presos políticos sob a guarda de incontestável manto humanitário. Aos olhos do mundo racional, o Governo Dilma (e, de resto, toda Nação) vira cúmplice na história do destino (sangrento ou não) daquele povo.

Culatra
Isolada no próprio partido, Dilma inaugurou o segundo mandato entregando a chaves da condução da política nacional ao triunvirato do PMDB - Temer, Renan e Eduardo Cunha (RJ), presidente da Câmara dos Deputados. Agora, por aceitar continuar refém da estupidez de Marco Aurélio, retorna, de vez, a diplomacia brasileira ao corredor das republiquetas de bananas.

Lava Jato
Não será surpresa alguma a empreiteira do tal túnel surgir relacionada nas investigações da Operação Lava Jato ou aquela obra financiada pelo BNDES!

Diplomacia aparelha
Não convence, 24 horas depois, o protesto vazio do chanceler brasileiro, Mauro Vieira, com sua colega da Venezuela, Delcy Rodríguez, com os senadores brasileiros de volta. Seria diferente enquanto estiveram confinados no aeroporto de Caracas. Convocar a embaixadora venezuelana, Maria L.U. Durant, no Itamaraty é tirar a moça do salão de beleza para nada. A diplomacia brasileira está aparelhada, desde Celso Amorim - chanceler do Governo Lula (2003-10).

Dilma fez pior!
A presidente Dilma acusa os senadores de terem se intrometido em política de outro país ao viajarem para Venezuela para exigir democracia. Ela se faz de esquecida de qual foi a sua atitude e da colega da Argentina, Cristina Kirchner, quando o Senado do Paraguai destituiu (39 votos favor, 4 contra), em 22/06/2012, com base na Constituição, o presidente da República, Fernando Lugo. Dilma simplesmente desembarcou chanceler, Antônio Patriota, em Assunção, exigindo que Lugo fosse reempossado. Como fracassaram, as duas presidentes suspenderam o Paraguai do Mercosul, às vésperas da eleição do ingresso da Venezuela. O Congresso do Paraguai era contrário ao ingresso do país de Chávez (morto em março de 2013), por considerar falta de democracia na Venezuela.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Terex Latin America - NOTA

Enviado por Nairo Alméri – qua, 17.06.2015 | às 23h27 - modificado às 23h50

Informações sobre a Terex Latin America no Blog Nairo Aiméri
Enviado por Finestra Comunicação – em 17.6.2015 | às 13h29

“Oi Nairo, como vai?
Sou da assessoria de imprensa da Terex Latin America e fazendo algumas buscas de matérias localizamos um post com algumas informações equivocadas sobre a empresa.
O trecho que está errado é este aqui:
 “Terex bem consultada
A multinacional Terex, que tem operações com a Volvo internacional, contabilizava, até pouco mais do meio da tarde de quinta-feira, 10 consultas para uma grua lançada na feira (100% nacional), montada na carroceria de um pick-up, direcionada para reparos em redes energia elétrica e de telecomunicação. Ao seu lado, um estático guindaste sobre rodas para 200 toneladas e custo de R$ 1,5 milhão, permanecia sem interessados.”
Gostaríamos de solicitar uma errata para esta matéria, pois a Terex Latin America não possui operações com a Volvo Internacional. O equipamento montado em cima da carroceria não é uma grua. Trata-se do Skycity, um equipamento projetado pela área de Utilities da Terex para atender o mercado de manutenção de linhas vivas - e o número de “consultas” mencionado no texto do blog também não é real. Além disso, o Explorer, o guindaste, que custa 1,5 milhão de Euros (não de reais) foi vendido na feira.
 Desta maneira, solicito que, por gentileza, você corrija as informações equivocadas que foram publicadas.
Atenciosamente.
Thais,
Thais Helena Minatti Hannuch | Finestra Comunicação"

Nota do Blog:
1 - Em dezembro de 2013, a Volvo Construction Equipment adquiriu o negócio de caminhões off-road da Terex Corporation, por US$ 160 milhões à vista. A conclusão da aquisição foi comunicada dia 3 deste mês. As se tornaram, na mesma negociação, parceiras (Volvo com 25,2%) na operação Inner Mongolia North Hauler Joint Stock Co (NHL), fabricante e distribuidor, na China, dos caminhões rígidos marca Terex. Uma semana depois (dia 10), na coletiva de imprensa, na M&T Expo 2015, em São Paulo, os presidentes da Terex  Latin America, François Jordan, e da Volvo Construction Equipment Latin America, Afrânio Chueire, responderam perguntas com abordagens ao status quo das operações globais relacionadas entre as marcas. O rodapé do material impresso distribuído pela assessoria da Terex Latin America tem a referência “© 2015 Terex Corporation” antecedendo listagem das marcas “registradas ou licenciadas pela Terex Corporation”.
2 - O post  (http://nairoalmeri.blogspot.com.br/2015/06/r-198-bi-insuficientes-na-m-expo.html) deste blog, que provocou a nota recebida, não nomina a Terex Latin America Cita apenas “Terex”. Isso foi, sim, um equívoco, enorme, pois o objeto da notícia era Terex Latin America. Porém, o número de consultas ao equipamento, cuja identificação a assessoria corrige, obtive pessoalmente no estande da empresa, e como sendo para aquele momento. Não se trata, pois, de uma invenção do blog. O mesmo vale para a moeda (real) no valor do guindaste, que, também, até aquele momento, não tinha manifestação de interessados, de acordo com a informação obtida no estande.

Desafios para Fernando Pimentel

Sem caixa para 13º; água em Três Marias abaixo dos 8%

Enviado por Nairo Alméri – qua, 17.6.2015 | às 18h23

Pelo que sabe de superficial da súmula de conteúdo do balanço das contas do 1º quadrimestre levado pela administração do Governo de Minas Gerais à Assembleia Estadual, com superávit de R$ 823,9 milhões, está içada a bandeira amarela para a regularidade no calendário do software que imprime os contracheques dos servidores estaduais. Transportado o dia 30 de abril, final daquele balanço, para 30 de novembro, a situação seria essa: recursos do Tesouro do Estado cobririam menos de 50% da folha do 13º Salário dos servidores de Minas.

Pressão no caixa
O fluxo na arrecadação pela Secretaria de Receita Estadual de Minas do 1º quadrimestre, conforme documento do Executivo, teve sustentação nos aportes do IPVA (impostos sobre os veículos). Mas, a partir do 2º semestre – 1º de julho -, esse imposto perde força. Então, mantida a atmosfera mista (de quase 24 meses) de desaceleração e recessão econômicas, de um lado, e, da crise política, de outro, o fluxo dos tributos não garantirá a liquidação simultânea das folhas de novembro e dezembro e das parcelas do abono do Natal.

Empresariado apertado
Em administrações anteriores, o governo mineiro negociou com as duas principais federações patronais – Fiemg e Fecomércio – antecipações nos recolhimentos do ICMS por parte dos principais contribuintes (o correto seria tratá-los por impostados). Mas, no ambiente econômico atual, indústria e comércio vivem a mesma pindaíba (quedas nas encomendas e vendas, respectivamente) do Palácio da Liberdade. Ou seja, o empresariado está sem sobras em caixa para o luxo de adiantamentos de impostos futuros.

Privilégio de poucos
 Em valores de janeiro passado, a soma dos contracheques da folha do 13º Salário dos servidores não ficaria por menos de R$ 2 bilhões. No início de 2014, o Governo de Minas tinha 541,8 mil servidores ativos, inativos e pensionistas no Executivo, Legislativo, Tribunais, Ministério Público e “maioria das empresas vinculadas ao Estado” – ou “mais de 540 mil servidores” (“Folha de pagamento de Minas será referência para Rôndonia”). Nesse mar de contracheques, estão a salvo os dos servidores dos poderes Legislativo e Judiciário, um privilégio em lei, que determina transferências mensais automáticas dos recursos. Isso independe de estado de penúria ou não do caixa do Estado.

Três Marias, menos 8%
O Governo de Minas Gerais embala outro imbróglio, também de curtíssimo prazo: o reservatório da UHE Três Marias com volume de água abaixo dos 8% dentro de 90 dias. A situação alarmante, em Três Marias e outras hidrelétricas pelo Sudeste e Nordeste (e no planeta, em geral), é consequência das mudanças climáticas, diretamente vinculada às agressões ambientais promovidas pelo homem como ocupações urbanas e rurais desordenadas e escalada nas emissões dos gases de efeito estufa - GEE. Há uma década, ao menos, Minas Gerais convive (e não reage) com efeitos danosos desse coletivo de descuido ambiental.

Sobradinho, menos 10%
Por ser um reservatório regulatório e o mais a montante no Rio São Francisco, o indicador para Três Marias adverte para o efeito cascata na jusante. O mais alarmante -  previsto há algum tempo e tornado público de forma mais consistente em 21 e 22 de maio (XXVI Plenária ordinária do CBHSF), em Petrolina (PE) - é para o lago da represa de Sobradinho, em Casa Nova (BA). Na segunda-feira (16), estava com 17,5%. Ficará abaixo dos 10%, em setembro.

Sair da pauta do blá-blá-blá
De momento, não há alternativa ao governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT) para liquidar as duas questões (partes de um rosário de 60 contas – o das rezas para Nossa Senhora). Mas pode lançar um movimento de “distensão” com opositores políticos e abrir uma cruzada política suprapartidária. Convocar os senadores de Minas, principalmente seus antecessores no Palácio – Antonio Anastasia e Aécio Neves, ambos do PSDB. Pensar grande (pensar Brasil), levando o peso do Estado na economia, o de terceiro PIB e, ainda, o 1º na extração de bens minerais. Primeiro passo, buscar bases sólidas para práticas imediatas (não imediatistas) de políticas emergenciais preventivas nas variáveis econômica e ambiental. Pois, sem iniciativas inteligentes, Minas Gerais manterá todo seu potencial na proa de sempre: de excelente player nacional em agendas do blá-blá-blá!!!... 

É federal
É claro que o cenário, no geral, não é uma particularidade mineira. Está presente em todas as 27 unidades da federação, até mesmo onde o excesso de água antecipou a calamidade.