segunda-feira, 5 de novembro de 2018

SAMARCO, BHP E VALE - A TRAGÉDIA INFINITA


Enviado por Nairo Alméri – seg, 05.11.2018 | às 21h59
Os atingidos pelo rompimento da Barragem Fundão, da mineradora de ferro Samarco, controlada da Vale e da BHP Billiton (anglo-australiana), completou hoje três anos. No rastro da tragédia, foram contabilizadas 19 mortes, em Mariana, em Minas Gerais, e milhares de atingidos até o litoral do Espírito Santo - lugarejos inteiros literalmente arrasados do mapa e dezenas de municípios afetados, em áreas urbanas e rurais, ao longo do Vale do Rio Doce. 

PRESSÃO ECONÔMICA

Depois de 36 meses, dezenas de demandas indenizatórias (às pessoas, patrimoniais privadas e públicas e ambientais) se arrastam lentamente na Justiça. Isso graças às protelações patrocinadas peso econômico exercido pela Vale, em Minas e no país. Mas, também e em parte, isso se deve ao fato de os atingidos e seus representantes legais não se darem conta do poder que têm em mãos. Se o sabem, não estão suficientemente instruídos de como utilizá-lo. 

BOLSA DE VALORES

E não há mistério nem fato novo em como retirar as companhias da inércia e fazer a Justiça rodar. O que move as decisões nas confortáveis salas dos andares de cima das grandes corporações de capital com ações negociadas em Bolsa de Valores são as reações dos investidores ao noticiário. Elas mexem com os “nervos” dos robôs que operam as ordens de compra e venda dos papéis. Até aqui, os prejudicados tiveram comportamento de cordeirinhos: inofensivos e facilmente manipulados pelas mineradoras. 

REDES SOCIAIS

Os políticos parecem rezar em mesma cartilha da Samarco, Vale e BHP Billiton. Mas, tanto as mineradoras quanto os deputados, senadores, prefeitos e vereadores devem ficar atentos à demonstração de força exibida pelas redes sociais nas eleições gerais encerradas há nove (9) dias. No momento em que os atingidos decidirem jogar pesado, valendo-se das ferramentas que a Internet coloca nas palmas de suas mãos (e que substituem plenamente petições de advogados), ou seja, estabelecerem comunicação direta com os acionistas daquelas companhias, fundos de investimentos, opinião pública etc., a onda do descontamento chegará aos pregões das principais Bolsas do planeta. 

BODE NA SALA

O bode oculto da Barragem Fundão irá para o centro das salas dos CEOs, CFOs. O cenário, certamente, será outro. A partir daí, outra certeza, o acelerador das decisões da Justiça será atropelado. E, uma terceira certeza, as decisões ganharão rotação voltada às causas e direitos das vítimas.    

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