O atual Governo viveu todo seu período empenhando enorme esforço para tentar apagar da memória do cidadão um rosário de escândalos na administração pública indireta (ministérios, fundações, museus, autarquias etc.) e indireta (nas estatais - Petrobras, BNDES, BB etc.). Escândalos deste e dos oito anos do Governo anterior. De 1º de janeiro de 2003 até hoje, o Brasil é governado pelo Partido dos Trabalhadores. De 2003 a 2010, por Luiz Inácio Lula da Silva e, nesta última quadra, por sua ex-ministra das Minas e Energia e da Casa Civil, Dilma Rousseff.
Vargas e Petrobras, o 'mensalão' 2 do PT
Sacolinha on line da Papuda despida
Enviado por Nairo Alméri – seg, 14.4.2014 | às 7h33 - modificado às 7h36
Isso está parecendo seriado "Rambo" para o cinema, de Hollywood. No Brasil, o seriado é para os assaltos aos cofres públicos da União (do Tesouro Nacional) e das estatais.
As tramas do vice-líder do PT na Câmara (renunciou há uma semana), André Vargas (PT-PR), com o doleiro Alberto Youssef (preso) seguem o mesmo roteiro do “mensalão” 1 do PT, o descoberto em 2004 e que mandou para cadeia (faz de conta) parte da cúpula nacional do partido - José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares - na época do processo, respectivamente, o 'dono' do partido, o presidente e o tesoureiro.
A diferença entre os 'mensalões' 1 e 2 do PT está apenas na forma do assalto aos cofres. No 'mensalão' 1, o então empresário mineiro dono das agências de publicidade SMP&B e DNA, Marcos Valério (preso), fazia as engenharias de como retirar o dinheiro da Viúva. A partilha e contabilização eram de acordo com a cúpula presa do PT (exceto Genoino, que ainda fica em casa). No 'mensalão' 2, o esquema foi descentralizado: executivos da confiança do PT atuam os esquemas dentro das estatais e ministérios.
Vizinho do Planalto
Do ‘mensalão’ 2, por enquanto, estourou apenas a teia montada em cima dos poços, refinarias e projetos ambientais da Petrobras e Ministério da Saúde. Na estatal, sobrou para Paulo Roberto Costa, durante nove anos (2003-2012) do PT chefiando o Governo federal alto diretor do Grupo Petrobras. Outra arquitetura, mais uma vez, estava na sombra do Palácio do Planalto, dentro do Congresso Nacional, mais precisamente na sala do vice-líder do PT na Câmara, André Vargas. O deputado, que está no noticiário há duas semanas, agia com o doleiro Alberto Youssef e sua fonte predileta eram os recursos do Ministério da Saúde.
Retorno da Delta
Na ponta do esquema do deputado do PT, aparece a empreiteira Delta Construções, envolvida em escândalos em obras de vários PACs – Programa de Aceleração do Crescimento –, do Governo federal: PAC da Copa do Mundo - no Rio e Belo Horizonte –, no PAC da Seca - transposição das águas do Rio São Francisco, no Nordeste - e PAC de Logística - construção de rodovias no Paraná. A empreiteira é do empresário Fernando Cavendish, com fortes ligações com Sérgio Cabral, até dez dias governador do Estado do Rio de Janeiro e do PMDB (principal partido de apoio ao PT e ao Governo Dilma Rousseff), e tinha planos para entrar prospecção de petróleo na Bacia de Santos, em poços do pré-sal.
Coaf acionado
O Conselho de Atividades Financeiras (Coaf – órgão do Ministério da Fazenda) deverá ser acionado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), assim que receber a denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) contra a Petrobras. A Polícia Federal (que programa greve geral) também quer as informações cruzadas do Coaf para os esquemas Pasadena (refinaria nos Estados Unidos, que, um mês depois de vendida por US$ 42 milhões custou, inicialmente, à Petrobras 10 vezes mais. A, porém, passa US$ 1,3 bilhão), André Vargas e, novamente, Delta.
"Lavagem de dinheiro"
O STF retomará a desconfiança lançada quando os petistas presos na Papuda (em Brasília) arrecadaram, sem esforços e em poucos dias, mais de R$ 2 milhões de reais para saldar multas impostas pelo tribunal. Os ministros não engoliram as "doações". De forma contundente, o ministro Gilmar Mendes apontou indícios de "lavagem" de dinheiro".
'Sobras' na caixinha
Genoino recebeu, na tal 'caixinha on line' - campanha via internet -, R$ 761,9 mil, com sobras que repassou a Delúbio. Este tinha de pagar R$ 466 mil, e "arrecadou" R$ 1,013 milhão. Dirceu, que teve de pagar R$ 971 mil, demonstrou invejável performance com sua sacolinha: R$ 225 mil em dois dias. Diante disso, o PT decidiu que as "sobras" do "caixinha" do ex-tesoureiro iriam para o ex-deputado e ex-presidente da Câmara Federal João Paulo Cunha (preso), multado em R$ 373 mil.
Mistério de Vargas
Numa infografia da "Folha de S.Paulo", na edição de 16 de fevereiro, intitulada "Sacolinha Petista", mostrando alguns deputados e um senador "doadores" para quatro condenados, apenas André Vargas não declarou a contribuição que daria ao seu ‘afilhado’ da Papuda, João Paulo Cunha, dizendo que a sua mulher definiria o valor.
Coaf, STF, PGR, ...
Com a palavra, então, o Coaf, STF, Procuradoria Geral da Pública (PGR), Controladoria Geral da União (CGU), Tribunal de Contas da União (TCU), ... Enfim, a sociedade.
Poder do Coaf
O Decreto 2.799 , de 8 de outubro de 1998, instituiu o Coaf tendo entre as principais atividades a “prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo”. O Conselho consegue em tempo quase real determinar milhões de operações financeiras realizadas no país e exterior por empresas e pessoas físicas. Leia o decreto e Resolução Nº 24, de 16 de janeiro de 2013. Leia o decreto e a Resolução Nº 24 , de 16 de janeiro de 2013
Outros 'mensalões'
Esses escândalos, claro, servirão de combustível para o PT pressionar a apuração de outras denúncias de ‘mensalões’: o “mensalão Mineiro”, envolvendo o PSDB, no governo de Eduardo Azeredo; “mensalão do DEM”; o “cartel do Metrô”, governos do PSDB de São Paulo; etc.
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