quarta-feira, 13 de junho de 2018

Carrusca Business Innovation

Enviado por Nairo Alméri – qua, 13/06/2018 |às 23h05

Em seminário na FIEMG, especialista em inovação sugere que empresas passem a tratar empregados como ‘empreendedores’


Na era digital, “a obsolescência é rápida”


Inovar é um propósito comum entre as empresas. Mesmo assim, a maioria não segue procedimentos básicos nesse processo. “Quando for fazer coisa diferente (inovar), ela tem que fazer sentido para a sociedade”. Assim simplificou o especialista em inovação Mauro Carrusca, CEO da Carrusca Business Innovation, que fez, nesta manhã (07/06), a palestra de abertura no Painel Economia Circular, dentro do seminário Semana de Produção e Consumo Sustentáveis 2018, na Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais.
Importante, também, é ter noção de que a inovação não cabe processo de gestão vertical. “Tem que ser horizontal. Tem que envolver as pessoas”, frisou o conferencista, que é graduado em Engenharia Eletrônica (PUC-MG), consultor da FGV, Sebrae e professor de MBA no Ibmec e ex-consultor na IBM (EUA e Brasil). Ele insistiu em que uma corporação não será inovadora de repente, pois é um processo que envolve pessoas em “trabalho colaborativo”, mesmo que não se conheçam nem se vejam.
A inovação está fortemente vinculada à economy tech e onde os processos se conectam pela inteligência artificial: realidade aumentada. O país precisa assumir isso como um “processo cultural”, única opção para sair de posições de atraso como de 69º (em 130 países pesquisados – junho 2017) em Inovação, e, 61º (em 63 nações – maio de 2017) em produtividade (a frente apenas da Venezuela e Mongólia) *.
E, retornando à afirmação de que a inovação tem que fazer “sentido para a sociedade”, Mauro Carrusca adverte as indústrias que, nesta era digital, “a obsolescência é rápida”. Portanto, é preciso “entender a jornada do cliente. Se não atender, ele vai embora. Muda e não volta mais”, disse o especialista, que abordou o tema “Pinceladas de Inovação”.


Empresas que não mudam com a inovação “morrem”


Nessa economia disruptiva, das soluções via inteligência artificial, diz o CEO da Carrusca Innovation, “muitas empresas morrem não é porque fizeram errado, mas porque se acomodaram”. “(É) Uma era exponencial. Nosso cliente muda e vai nos enxergar da mesma forma. Ele observa os novos consumidores não querem mais ser proprietários de bens, ter carros próprios, mas compartilhar sistemas como oferecidos pela UBER. Isso também faz o sistema financeiro também mudar, com o surgimento das fintechs.
A transformação na economia mexe com poderosos disse o conferencista, que fez referência à citação de Carrusca lembrou frase de Klaus Schwb, do Fórum Mundial: “Criar um mundo compartilhado em um mundo partilhado”.
O CEO da Carrusca Innovation lembrou a declaração de Jorge Paulo Leman, o mais rico do Brasil, sócio-fundador da Ambev e da 3G (controladora de grandes marcas como a Burger King): “Sou um dinossauro apavorado”, disse Leman, dia 30 de abril, na conferência anual do Instituto Milken, em Los Angeles (EUA), ao traduzir como a era da inteligência artificial mudou as coisas: no passado, bastava ter uma marca sólida e investir em eficiência para ter sucesso. Hoje, empresas gigantes, não podem perder o foco diário para descobrir as novas demandas dos clientes e acompanhar as mudanças.

Inovação abre US$ 10 trilhões em oportunidades


Dentro da “economia da inovação”, Carrusca diz ser absurdo as empresas não enxergarem os recursos que estão disponíveis e que a inovação tem que estar na ponta. Ele apresentou o valor de US$ 10 trilhões como sendo a referência das oportunidades na “economia de inovação”.
Entre exemplos dessas oportunidades, o CEO da Carrusca Innovation apontou mudanças em processos produtivos e de distribuição criativa da era digital, citou a ponte projetada por impressora 3D, em Amsterdã (Holanda), e o protótipo desenvolvido pela Ford que faz filtragem da água gerada pelo ar-condicionado para reaproveitamento potável.


Os empregados serão, agora, “empreendedores”


As empresas, sugere Mauro Carrusca, precisam assumir, nesta transição, que não podem mais de ter “funcionários” nem “colaboradores” clássicos, mas “empreendedores”.
“Não dá mais para viver acomodado. A arte cruza com a ciência. Na era da aceleração, tem que ter o tempo a nosso favor. Inovar é trazer o futuro”, diz o CEO da Carrusca. Nessa corrida, citou que, em Israel, uma experiência com robôs e professores em sala de aula, demonstrou que os alunos tiveram melhor aprendizado com a máquina.
Dentro das empresas, insistiu, é preciso entender que os profissionais do futuro não querem mais ser empregados. “A garotada está ‘empoderada’. E está difícil encontrar um garoto novo na universidade para trabalhar nas empresas. (Os jovens) querem ter a startup deles”. Neste caso, citou o Alexandre Paris, 35 anos, natural de São Bernardo Campo (SP), dono da startup ReBeam, que desenvolve projeto para NASA de satélite que levará energia para planetas sem a luz do sol. O satélite será lançado em 2019.


Compromisso ambiental é exigência do consumidor


Entre as mudanças de comportamento, o CEO da Carrusca chamou atenção para os compromissos que as empresas precisam ter com a questão ambiental, seguindo as opções do consumidor de hoje. “O novo consumidor compra certificado ambiental. É preciso rever os conceitos”, afirmou.

*Em junho de 2017, no ranking do Índice Nacional de Inovação, da Universidade de Cornel , da Insead (França) e da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMP), feito com 130 países, o ocupava a 69ª (primeiros, pela ordem, são Suíça, Suécia, Holanda Estados Unidos e Reino Unido). Em maio de 2017, nas estatísticas de produtividade, com 63 países, do Instituto IMD, de pós-graduação da Suíça, e da FDC (Brasil), em 63 países, o Brasil foi o 61º, superando a Venezuela e a Mongólia. A liderança era de Hong-Kong, Suíça, Cingapura e Estados Unidos.



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