Enviado por Nairo Alméri - sáb, 15.6.2013 | às 15h40
Há, sim, uma
relação política entre a engenharia do “boato” do fim do Bolsa Família (que o
Governo não fala mais), em meados de maio, com a dos atos de vandalismo que pegam
carona nos protestos, em São Paulo e em outras capitais, contra o aumento das
passagens de ônibus. Eles parecem unidos em duas missões: ofuscar o traço de
conscientização da disparada de preços, desde o tomate, e o descontrole da
inflação. E, claro, dar carona para a campanha da reeleição da presidente
Dilma, em 2014.
É bom lembrar
que no episódio do boato do Bolsa Família (e que foi parar nas redes sociais –
internet), o sábado 18 de maio, a ministra dos Direitos Humanos, Maria do
Rosário, foi mais rápida que a velocidade da luz ao acusar a oposição. A Polícia
Federal fez trinta segundos de investigação e o Palácio Planalto mandou abafar
o assunto - esquecer.
O vandalismo
visto, principalmente em São Paulo, tem DNA de ato de militância política. Ação
pensada. Mas ao Palácio do Planalto, que não quer mais saber do caso do Bolsa
Família, manda o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, institucionalizar a
ideia do clima do terror de Estado, do Governo de São Paulo – do PSDB. Não
interessa saber que aumento em tarifa de ônibus é decisão da Prefeitura, e que
o prefeito da capital paulista, Fernando Haddad, é do PT. Mesmo partido do
ministro e da presidente da República.
Se o
Planalto quisesse ajudar, além de ofertar tropas da Força Nacional, teria
ordenado à Polícia Federal que identificasse os manifestantes que, nas quatro
noites de vandalismos, sempre apareceram de preto e os que encobriram os rostos.
Mas isso poderá ser um tiro no pé, como no boato do Bolsa Família. Após quatro
dias acusações à oposição, o Planalto permitiu à Caixa Federal revelar que, na
véspera (uma sexta-feira)do boato, antecipara enormes somas nas contas das 11
milhões de famílias assistidas. E mais: a falsa notícia surgira em unidade de
telemarketing da própria CEF, no Rio.
Nesse
descontrole generalizado, que inclui os conflitos rurais (índios e fazendeiros),
a presidente Dilma viaja na maionese de seu ministro da Justiça, ao fazer cara
feia, trajar vermelho e apontar como “terrorista” quem análise o custo de vida
e aponta o descontrole da inflação. O Planalto só tem, no momento, um plano
político: isolar a onda de descontentamentos com custos das passagens de
ônibus, gastos exorbitantes com a Copa de 2014 etc.
Mas a inflação
é cega e não teme cara feia.
Caríssimo Nairo, vc está levantando uma "gorda lebre". É de se pensar e se prestar muita atenção no quadro institucional daqui por diante...
ResponderExcluirCaro, quantos equívocos. Texto liberalista de um ser da classe média. Ligar o caso do bolsa família ao protestos contra aumento das tarifas de transporte.... Certamente o Sr. não anda de transporte público. Limitar-se aos reducionismos sempre foi perigoso. Colocar-se no lugar do outro (de fato, com conhecimento de causa) parece ser a nova tendência e diga-se de passagem, mais humana.
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