Quando a
popularidade da presidente Dilma Rousseff caiu oito pontos nas pesquisas do
Datafola, no começo do mês, o seu marqueteiro, João Santana, pediu que ela
fosse para televisão. Ela foi. Os protestos continuaram. Agora, o mesmo
instituto revela que Dilma caiu 27 pontos. O marqueteiro retorna à cena. Mas, desta
vez, dividindo a cúpula do PT. Ele sugere que o ministro da Educação, Aloizio
Mercadante, saia de cena.
Mercadante
criou para si o posto de primeiro-ministro do PT, no Governo, assumindo a missão
de formar, dentro do Congresso, a tropa de choque que empunhará a bandeira do
plebiscito da reforma política. O ministro atropelou suas colegas de áreas afins,
a da Casa Civil, Gleisi Helena Hoffmann, e das Relações Institucionais, Ideli
Salvatti.
Mas João
Santana considera a imagem de Mercadante desaconselhável para a presidente
Dilma neste momento político. Ele avalia o ministro como impopular, até mesmo
em setores de São Paulo, onde pretende ser o candidato do PT ao Palácio dos Bandeirantes.
E mais: transmitiria imagem autoritária, lembrando o ex-ministro José Dirceu.
A agenda da
presidente Dilma para amanhã permitirá deixará mais clara a extensão dos
poderes que ela atribuiu para Mercadante nesta crise. A presidente se ocupará, a
um só tempo, com a reunião ministerial, o seu fato político doméstico, e a greve
geral dos caminhoneiros, coordenada pelo Movimento União Brasil Caminhoneiro
(MUBC).
Mesmo antes
de se saber quem será vencedor, entre João Santana e Mercadante, a cúpula do PT
tem uma certeza: a crise atingiu também as estruturas do partido. A constatação
vem do fato de que a militância ainda não atendeu, como em outras ocasiões, à
convocação de ir para as ruas defender a presidente Dilma.
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