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terça-feira, 16 de junho de 2015

Bilhões (!) da M&T Expo 2015

Cautela da Sobratema em balanço para as feiras

Enviado por Nairo Alméri - ter, 16.6.2015 | às 17h42

O prognóstico oficial para os negócios realizados e encaminhados na maior feira de máquinas e equipamentos da construção e mineração na América Latina, a M&T Expo 2015, encerrada dia 13, no São Paulo Expo, reflete enorme cautela do setor produtivo do país, ainda incrédulo por conta dos fatos políticos (escândalos envolvendo as maiores empreiteiras), medidas de arrocho fiscal e cautela diante de uma depuração demorada que fará sobre aquilo que será viável do pacote das concessões (R$ 198,4 bilhões). 

O presidente da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema), Afonso Mamede, via nota da assessoria de imprensa da M&T Expo 2015, que dá ênfase às "surpresas" no evento, não colocou o verniz da festa dos balanços das edições anteriores. Ele é excessivamente cartesiano para o estilo cultivado na Sobratema. 

“Com base nos depoimentos de diversos expositores, chegamos a conclusão de que a movimentação de vendas antes, durante e depois da M&T Expo 2015 deve representar entre 20% e 30% do volume total de vendas anuais, que historicamente se situa em R$ 15 bilhões, mas que neste ano, em função da desaceleração, deve ser da ordem de R$ 10 bilhões”. LEIA A ÍNTEGRA

domingo, 14 de junho de 2015

Fernando Brant

Enviado por Nairo Alméri - dom, 14.6.2015 | às 23h14
Da conta no Facebook, 13.06.2015
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Vi o Brant compondo o mundo
Na manhã deste sábado, fui ao velório das despedidas ao compositor, músico, cantor e poeta Fernando Brant. O Palácio das Artes, palco de tantas alegrias levadas por ele, estava em silêncio, abrigando abraços e lágrimas dos familiares, amigos e admiradores. Interpretou bem Fernando Pimentel, o governador, quando nos cumprimentamos: "Um dia triste! Dizem que os bons morrem primeiro (que Deus chama)". Repeti pro Paulo as palavras ouvidas da autoridade dirigidas à memória do irmão. "Pimentel gostava muito do Fernando", respondeu. Não convivi com Fernando Brant. Poucas vezes, talvez três, troquei palavras com ele. A primeira, proporcionada pelo Chico Bessa, superintendente da Rádio Alvorada FM, quando fui comentarista lá na primeira vez (1990-98). Toda sexta-feira, Bessa reunia (ainda reúne) um grupo de amigos para fechar a semana com um bom papo, em algum boteco da Zona Sul, de Belo Horizonte. Ao primeiro chamado das respectivas mulheres, todos pegam rumo do endereço. Em uma dessas rodas, no Cantinho Verde, bar do Fraguinha (também jornalista e irmão de Hélio Fraga), na Rua Caraça, quase com a do Ouro, o compositor estava lá. Sentei-me ao lado e caí na real: que privilégio, cara! Em gratidão ao momento, assumi o compromisso de só ouvir, nada perguntar, nem me intrometer. Fernando Brant subtraía todos os ruídos (sons) e cores dos movimentos ao redor. Os seus olhos cobriam os quadrantes do apertado, mas aconchegante, boteco da Serra. No pedaço, o dono era um faz tudo: recepcionista caloroso, garçom de pouca estrada, cozinheiro pro gasto, caixa e até corajoso animador do ambiente, se esforçando em piadas mal interpretadas. Alojado como um comum, "um do povo" (como gosta Maurício Lara), Fernando Brant mais sorria, que conversava. Era atencioso com todos. Mas estava ali feito uma sentinela, silenciosa, vigiando (certamente, compondo) o mundo. Os seus irmãos - Roberto e Ana; depois, o Paulo - conheci bem antes. Saio do Palácio das Artes, com a cerimônia ainda em curso, e sigo para um sebo, na Rua dos Guajajaras. Procuro e encontro dois Malba Tahan - "Céu de Allah", 1960; e, o segundo volume de "A sombra do arco-iris", 1963. Este último, começa repleto de quadras. A primeira, de autoria de Roberto Júnior (!), reproduzo:
Da vida pelos caminhos,
nas estradas pedregais,
não vi rosas sem espinhos,
mas vi espinhos sem rosas...
Satisfeito, deixo R$ 29. Na saída, me voltam às palavras do governador ao compositor. Mas, então (com desculpas a todos os cristãos do planeta), que sacana esse tal Deus: vai levar daqui justamente os bons!...



sexta-feira, 12 de junho de 2015

R$ 198 bi insuficientes na M&T Expo

No esforço das montadoras, sorteio de retro, desconto em peças, fotos

Enviado por Nairo Alméri – sex, 12.06.2015 | às 16h34
Um ambiente que mescla carteados de pôquer e truco, nos quais o jogador pode blefar amparado pela legalidade. Até mentir. É isso que se pode dizer, na média, para aquilo que se ouviu (em conversas individuais), até o meio da tarde da quinta-feira (ontem), de dirigentes das entidades empresarias e executivos-chefes do front das decisões da produção, marketing e vendas das indústrias representadas nas feiras (ocupando médios, grandes e, até mesmo, luxuosos estandes – o conforto na recepção ao cliente é também fator de decisão) e congressos internacionais da construção e mineração da M&T Expo 2015, realizados pela Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema).
Os eventos (9ª Feira e Congresso Internacionais de Equipamentos para Construção e 7ª Feira e Congresso Internacionais de Equipamentos para Mineração) encerram amanhã, no São Paulo Expo, cinco dias de ambientes pródigos para todos os paladinos. Na inauguração, pessimismo unânime à espera do conteúdo do “pacote das concessões” (de R$ 198,4 bilhões em investimentos - no papel). Até o meio da semana, as empresas ainda digeriam análises pessimistas dos economistas e consultores (o pacote começaria a sair do papel em 2018, ano eleitoral, mesmo assim apenas para 30% do valor – R$ 69,2 bilhões). E, a caminho do final, mesmo com os negócios firmes saindo de simples consulta, as cartas ainda eram postas com extrema cautela.
Nesta última etapa, o jogo para quem buscava informação era outro, e para muita cautela: da paciência. E quem dava (e omitia) as cartas eram os executivos. E nada atestavam seus efusivos sorrisos, apertos de mãos, abraços e sugestões de “tome mais um” (whisky, cerveja, refrigerante, suco, água ou cafezinho) dirigidos a representantes de potenciais compradores de máquinas e equipamentos.

Bloqueio conjuntural
Fica, portanto, sem efeito, também, a projeção soprada da possibilidade de negócios fechados e iniciados da ordem de R$ 1 bilhão nesta M&T Expo. Mesmo assim, isso seria pouco mais de 50% do projetado para a feira internacional Agrishow, palco das vendas de tratores, colheitadeiras e equipamentos para o agronegócio (setor que bomba no PIB)-, no mês passado. Esta, em Ribeirão Preto (SP), terminou a sua 22ª edição com prognóstico de queda, sobre o evento e 2014, com queda de 30% nas possibilidades de negócios. O agribusiness dá respostas anuais. Na construção e mineração, os ciclos são mais longos.

Sem novidades
A única nuvem com possibilidade de certeza, então, nesse evento: os dirigentes da Sobratema, entidades apoiadoras (51 do país, e, 20 internacionais – fonte: “Guia Oficial”) e expositores podem (PODEM) ter jogado fora a fantasia dos ufanismos do Governo. Mas ainda ficam devendo uma demonstração consistente. Contudo, esse ensaio não trouxe novidades e trilhou no previsível, no obvio. Ver post “Atras da agrishow, a M&T Expo – Fim das publicidades para trilhões de R$ dos PACs” – 16.05.2015.

Nem Finame ‘alongado’
O vice-presidente da New Holland Construction para America Latina, Nicola D’Arpino, em meio ao enorme burburinho no gigantesco estande que a empresa do Grupo Fiat montou na M&T Expo 2015, desviou sempre de uma resposta ao pedido de informação para vendas firmadas. “Vamos, sim, vender. Mas não faço previsões”, desconversou. De forma machadiana (com um ponto final), encarou a insistência por informação e afastou pra longe qualquer euforia imediata com o pacote dos R$ 198,4 bilhões com uma revelação: “Olhe: nem eu (o Banco CNH Industrial – braço de apoio aos clientes da Case New Holland) dando a taxa Finame (linha incentivada de longo prazo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES) na parte não financiada do equipamento e carência (prazo para começar a pagar), o cliente está tomando a decisão!”.

Financia até o sinal
A New Holland buscou, no banco relacionado, formas para facilitar as vendas da marca. Em press release distribuído pelo Grupo Fiat, o Banco CNHI detalha os juros no Finame PSI – programa de Sustentação do Investimento: para empresa com faturamento anual de até R$ 90 milhões, taxa de 7% ao ano e, no máximo, financiamento de até 70% do bem; acima, juros de 9,5% aa. e, até, 50% do valor. “No Banco CNH Industrial, o cliente pode financiar em até 60 meses e ainda conta com 24 meses de carência”, garante o banco. Acrescenta, de acordo com a nota, que facilita o valor da “entrada”, financiando 20% a 40% do valor total do equipamento via linhas CDC (crédito diretor ao consumidor), cobrando juros de 8% aa. e prazos de 12 a 48 meses.

John Deere nada diz
Ainda entre as grandes marcas, na John Deere, na assessoria prevalecia o silêncio para o tema vendas ou negócios iniciados. “É uma postura da Deere”, resumiu o assessor consultado. Um comportamento proporcional ao tamanho colossal no espaço físico, ao ruído e à atenção despertada por suas máquinas (uma era da parceira Hitachi).

Caterpillar otimista
Na Caterpillar, ou simplesmente CAT, a fonte consultada (não nominada, pois o jornalista não se identificou – outras fontes não serão citadas pela mesma razão) previu que seriam vendidas entre 15 e 20 máquinas. Duas horas depois, a fonte corrigiu o prognóstico: “Agora acredito que (as vendas) chegarão a um mês de produção”. Algumas das máquinas e equipamentos expostos pelas grandes montadoras custam R$ 1,5 milhão – pagamento à vista.

Ternos na Wirtgen
No estande do Wirtgen Group (marcas Wirtgen, Vögele, Hamm, Kleemann e Ciber), com várias unidades fabris no Brasil, a postura do time era mais aberta. Os técnicos e vendedores se comportavam dentro de seus termos (todos iguais – estavam assim uniformizados) com mais desenvoltura. Eram mais autônomos. No final do segundo dia da feira, as marcas contabilizavam 39 unidades vendidas. “Até o fechamento (amanhã), acredito que serão 100 a 110”, previu um funcionário. Ali, também, os preços são elásticos, de R$ 150 mil a R$ 1,5 milhão (preço provável de referência para uma nova usina de asfalto da Ciber).

Terex bem consultada
A multinacional Terex, que tem operações com a Volvo internacional, contabilizava, até pouco mais do meio da tarde de quinta-feira, 10 consultas para uma grua lançada na feira (100% nacional), montada na carroceria de um pick-up, direcionada para reparos em redes energia elétrica e de telecomunicação. Ao seu lado, um estático guindaste sobre rodas para 200 toneladas e custo de R$ 1,5 milhão, permanecia sem interessados.

Sorteio de uma retro CAT
A bem da verdade, as empresas procuraram formas diversas para encarar algo do tipo “se vira nos 30 (segundos)” – disputa de um programa de televisão na qual o competidor tem 30 segundos para cumprir seu desafio. A norte-americana Caterpillar, via seu concessionário, foi a mais ousada. Distribuiu um folheto anunciando o “super sorteio” de uma retroescavadeira Cat 416E. Claro, o concorrente terá que adquirir um bem: receberá 1 cupom para cada R$ 50 mil em compras. No dia 22 de setembro, na revendedora Sotreq, em Jaguaré (SP), será realizado o sorteio.

Desconto nas peças da NH
A New Holland levou para o estande um lindo esportivo Maserati, na cor amarela - a oficial mundial para máquinas e equipamentos de construção. O esportivo virou a vedete e ilustrou muitas fotos dos visitantes. Além disso, a marca promoveu desfiles de modelos para sua grife. Isso, claro, ajudou a encher sés espaço. Mas, para o cliente, o atrativo ofertado era: 10% de desconto em “peças genuínas” (menos pneus, material rodante, baterias e lubrificantes) na compra de “qualquer máquina” da marca “durante a feira”.

Komatsu põe na capa
No estande da gigante Komatsu, do Japão, líder com seus caminhões fora de estrada em minerações – a Codelco, no Chile, opera modelo com capacidade para 380 toneladas – nada fluía também para as vendas. A asiática oferecia como mimo aos visitantes a chance de uma foto em “capas” das revistas IstoÉ, Exame, Caras e da M&T Expo.



quinta-feira, 11 de junho de 2015

Escavadeira Kubota passa na sala

Atravessa a casa e sai nos fundos

Enviado por Nairo Alméri – qui, 11.06.2015 | às 11h58 - modificado às 12h
Mini escavadeira da Kubota U-008, Grupo Sumitomo, com 953 kg de peso, consumo de diesel variável de 1,5 litro a 2 litros por hora - dependendo do serviço e resistência do solo - e perfomance registrada de até 1 km de vala aberta por dia, desfila entre as sensações da M&T Expo 2015, feira e congresso da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema). Aberta na terça-feira, a M&T Expo 2015 reúne 9ª Feira e Congresso Internacionais de Equipamentos para Construção e 7ª Feira e Congresso Internacionais de Equipamentos para Mineração, abertos na terça-feira e serão encerrados no dia 13.

Mini patrola      
O modelo U-008 da Kubota é equipado com tanque para 12 litros de combustível, tem caçamba para 0,018m3 de terra, lança articulada que permite cortes até altura de 2,775m e 1,600m de profundidade e potência nominal de 7,4 kW. Como nos modelos superiores, é equipada com uma lâmina de corte, de 86 cm de comprimento, tipo patrola.

Cemitérios e piscinas
Com 86cm de largura e sobre esteiras de borracha, ou seja, não danifica o piso, a escavadeira U-008 tem sido muito aplicada em projetos para construção de piscinas em locais onde já existe uma edificação e as obras serão executadas em áreas estreitas de fundos. É o caso de projetos de piscina com a casa já construída em áreas urbanas – passa pela porta sala. De acordo com a distribuidora no Brasil, a Argos, há um mercado crescente para obras de reforma em cemitérios.

Cabe na pick-up
A lança pode içar e sustentar até 200 kg. Essa capacidade força, também de acordo com os revendedores presentes na M&T Expo, tem levado a U-008 para aplicações intensivas como em obras de paisagísticos e urbanismo. O equipamento cabe na caçamba de pick-up simples, além de agricultura familiar e hortaliças.

R$ 65 mil
A U-008 é vendida por R$ 63 mil. O modelo com opcional hidráulico, que permite acoplar implementos como rompedores, custa R$ 65 mil. A empresa representante informou que o equipamento está no Brasil desde 2013 e que registra vendas médias de 200 unidades por ano – mas que não será o caso de 2015.

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Reações da New Holland e da John Deere

Envido por Nairo Alméri, quar, 10.06.2015 | às 14h12h
Mesmo com a leitura de que o pacote das concessões, anunciado ontem pelo Governo Dilma Rousseff (PT), ficou na praia de um mexidão do conjunto de medidas baixado em 2012 e não concretizadas, os executivos de grandes marcas multinacionais de montadoras de máquinas e equipamentos para construção e mineração – incluindo de grande porte e tecnologia digital de última geração – optaram por surfar em ambiente de otimismo. Foi assim nas conferências com a imprensa, na manhã desta quarta-feira, segundo dia da M&T Expo 2015, no centro São Paulo Expo. Os executivos não pareciam abalados pelas análises de consultores e economistas, a maioria apontando para um mesmo ponto: apenas 35% do valor total do pacote, de R$ 198 bilhões, sairiam das gavetas do Governo de forma efetiva somente na segunda metade de 2018 (coincidindo com as eleições para governadores e a Presidência da República). Ou seja, vai estourar o prazo mínimo de espera, de 18 meses, tido como “razoável” pelas indústrias de transformação, em geral, para a retomada da economia, após três semestres de estagnação.

OTIMISMO PADRÃO
“Está no DNA (da New Holland) lançar novos produtos. A nacionalização de alguns novos produtos”, declarou o vice-presidente da New Holland Construction para América Latina, Nicola D’Arpino. O executivo italiano da marca do Grupo Fiat, comanda apresentação  de novas máquinas e lançamentos de tecnologias agregadas à operação e também de apoio nas ações de vendas  – óculos binoculares transparentes, que proporcionam a chamada “realidade aumentada (RA)” - na M&T Expo 2015 - 9ª Feira e Congresso Internacionais de Equipamentos para Construção  e 7ª Feira e Congresso Internacionais de Equipamentos para Mineração, que irá até o dia 13. Em nota da assessoria da New Holland, o grupo interpreta a visão do executivo, que mira, também, para o convencional foco otimista. “Para o executivo, o ano de 2015 está sendo desafiador, massa empresa sege em seu processo de crescimento de forma estruturada, no planejamento de médio e longo prazos, com investimentos em tecnologia  e inovação em seus equipamentos”.

GINO CUCCHIARI
Na coletiva de imprensa, Nicola D’Arpino tinha ao seu lado o maior conhecedor do mercado de máquinas para construção no Brasil e países vizinhos, o diretor Comercial, Gino Cucchiari. Vido da Itália no final década de 1950 e funcionário número 2 da primeira unidade fabril da Fiat SpA no Brasil, e que, após compras, incorporações e fusões de marcas (a mais conhecida anterior era Fiat Allis), virou a atual New Holland Construction, Gino, que historiou a presença da marca no Brasil, é uma lenda viva da marca entre os revendedores inclusive de concorrentes.

2 ANOS DE TESTES
Nicola desmistificou que “lançamentos” de novas máquinas, às vezes, não passam da colocação de uma poltrona nova para o motorista ou de componente de cor diferente. Numa exemplificação simples, o vice da New Holland relata que, na Europa, um trator trabalha em média oito horas por dia, enquanto que, no Brasil, até 24 horas. E mais: em função da temporada de neve, nos Estados Unidos e Europa, um trator opera até 800 horas por ano, contra 3 mil horas, no Brasil. Produtos lançados em 2015, completou, foram “iniciados (engenharia de projeto)” há três ou quatro anos. “Um teste d equipamento leva dois anos”. O gerente de Marketing de Produto, Marcos Rocha, observa que, às vezes, são “mais de 1 mil horas” de engenharia.  “O investimento em inovação, que faz parte do DNA da nossa marca, e a produção local são duas frentes que mantemos como prioridade no nosso planejamento estratégico para os próximos anos”, assegura Nicola, no texto da assessoria, que, certamente, estava finalizado antes de o Planalto soltar o pacote das concessões.

DEERE FESTEJA RESULTADO
Outro gigante das máquinas para construção, mineração e também agrícolas, John Deere, com matriz nos EUA, também colocou diante dos jornalistas executivos que não discordaram que as fichas das expectativas de vendas melhores para projetos dos setores representados pela M&T Expor 2015 estavam depositadas no pacote do Planalto. Nesse marca também não discute o marketing político do Governo e a pouca expectativa de que não será diferente dos cinco anteriores dos governos do PT – desde 2003.
“Este (2015) é o quinto melhor ano da John Deere (Brasil) em toda a sua história”, declarou o líder da Divisão e Construção e Florestal, Roberto Marques. A queda estimada hoje pela empresa, disse, será de 20%. A marca produz no Brasil, em unidades do Rio Grande do Sul e São Paulo, entre 80% e 85% das máquinas e equipamentos que o mercado brasileiro compra em seus nichos de atuação.

FORA DA POLÍTICA
O executivo da John Deere optou por não dar resposta política à forma (política) como foi apresentada a questão para o sentimento de frustração dos analistas e economistas diante das expectativas para o pacote das concessões. “Qual a estratégia real do Brasil? Nossa estratégia não se baseia nisso (que o pacote só teria um terço viável e para ser iniciado em 2018 e que, portanto, o Governo federal não faria compras de frotas mecanizadas para distribuir em 2016 às prefeituras, como sempre faz em anos de eleições municipais). Construção é diferente (das análises): acredita no Brasil. Passa pela agricultura. Não vamos nos deixar levar por questões pontuais”, sustentou Roberto Marques, para mesma questão, que contemplava a se a marca, a exemplo do banco HSBC, não colocaria em pauta uma saída do Brasil, diante da falta de políticas de longo prazo dos governos que se sucedem.

MAS COBRA PLANEJAMENTO
“Agora é preciso ter planejamento de longo prazo. O Brasil tem futuro brilhante, mas para quem sabe esperar”, concluiu o líder da divisão de Construção e Florestal da John Deere. A empresa apresenta na M&T Expo 2015 cinco lançamentos em três categorias de máquinas para construção. Em 2014, a empresa concluiu a instalação de duas novas fabricas, em Indaiatuba (SP), no total de US$ 180 milhões. Uma unidade é joint venture com a Hitachi, que aportou US$ 56 milhões.

terça-feira, 9 de junho de 2015

Sobratema aposta no "pacote"

Enviado por Nairo Alméri - ter, 09.6.2015 | às 12h58

Como recomenda a bula das boas relações com o Governo, o empresariado estufa sempre o peito de otimismo nas horas que antecedem aos "pacotes" econômicos - hoje foi de R$ 198 bilhões em concessões públicas. Mesmo quando a experiência passada exibe um rosário de frustrações. Foi assim, nesta manhã, no ambiente da coletiva de imprensa que antecedeu à abertura da feira e congresso da Associação Brasileira de Tecnologia para a Construção e Mineração (Sobratema), a M&T Expo 2015, em São Paulo. "Nossa expectativa é que a gente vai retomar (o crescimento) de forma paulatina ... Mas será melhor que 2014... Já chegamos no fundo do poço", declarou o presidente da Sobratema, ao final de uma apresentação de gráficos comparativos que retratavam o sentimento empresariado do setor de locação de máquinas para construção e mineração e indicadores para alguns resultados globais.
A pesquisa, exibida pelo consultor econômico da Sobratema, Brian Nicholson, aponta que o empresariado da construção avaliou em 92% que o volume de negócios no primeiro semestre deste ano foram piores (33%) e muito piores (59%) que igual período de 2014. Eles apontaram como principal "problema" os atrasos nas obras (79%). Num horizonte mais longo, desde 2012, os empresários apontaram como problemas principais os atrasos nas obras (40%), falta de mão de obra especializada (40%) e de crédito (10%). Neste ano, apontaram como principais causas para os atrasos a liberação de verbas (70%), os licenciamentos ambientais (18%) e a licitações (12%). Em novembro, os revendedores de equipamentos para a construção ("linha amarela") ouvidos pela Sobratema, previam que os negócios para 2015, em comparação com 2014, apresentariam queda de 12,2%; passou para -32,6%, em fevereiro; e, -35,9%, em maio.
E como quem renova votos antigos, o presidente da Sobratema colocou em mesma cesta todos os ovos das expectativas do empresariado do segmento nas medidas que o Palácio do Planalto anunciara em seguida: "É um pacote que a gente acredita que vem com posicionamento diferente do passado (dos mesmos governos do PT)", assinalou Afonso Mamede. Mas, como sempre fizeram os empresários em outras ocasiões em que o Governo interferiu com medidas de "impacto" político contra o sobre o descontrole da economia, o dirigente deu ênfase à colocação de 3 mil a 4 mil km de rodovias nos editais de concessões.
Na sessão de perguntas, ao responder sobre em quem confiar no Governo, o dirigente foi enfático: "Estamos chegando no fundo do poço, porque o modelo político se esgotou".

PUNIÇÃO NA LAVA JATO
Os dirigentes da Sobratema não fugiram ao tema da corrupção dos escândalos políticos envolvendo políticos da "base aliada" do Governo - PT, PMDB, PP, PDT etc. - e as grandes empreiteiras do país, com os desvios de bilhões de reais nos contratos da empresas do Grupo Petrobras, principalmente, revelados nas investigações da Operação Lava Jato, do Ministério Público Federal e Polícia Federal do Paraná. As investigações, que apontam desvios que podem superar R$ 15 bilhões, e resultado em prisões de donos, acionistas controladores e controladores das empreiteiras e também de ex-diretores de empresas do Grupo Petrobras.

400 MIL DEMITIDOS
"É uma fase que as empresas que estão sendo envolvidas estão sendo julgadas. O pior (e não desejável) é as pessoas condenarem o setor inteiro", ponderou Afonso Mamede, Ele defendeu "punição aos culpados" e se disse certo de que "o mercado" já está fazendo seu juízo para a questão. Eurimilson Daniel, um dos vices da Sobratema presente à coletiva, destacou que a construção (dados da Fiesp) já demitiu 400 mil no país, por conta da atual recessão econômica e dos impactos das paralisações e crises que nas empresas que resultaram das revelações da Lava Jato. Ele também defendeu, de forma aberta, punição aos culpados apontados nas investigações do escândalo.

CONFIANÇA NO GOVERNO
Perguntando em que figura do Governo, se na presidente ou nos ministro da fazenda, Joaquim levy, e do Desenvolvimento Econômico, Armando Monteiro, a direção da Sobratema creditava a confiança anunciada, de que, agora, com o pacote das concessões, o país não assistirá reprises de outras seis tentativas (com enorme peso político) de medidas de impacto, o presidente da Sobratema tangenciou. "Não se trata de confiar em A, B, C. O Governo está trabalhando, o Congresso está trabalhando", disse. Juntou a isso as manifestações de ruas, que seriam, também, uma demonstração de que "(o país) está mudando".

CHINA
Os dirigentes da Sobratema também concordam que a falta de poupança externa do país é um agravante na retomada do crescimento, pois o deixa por conta dos investidores externos. Mas não enxergam riscos na recente enxurrada de empréstimos do Governo da China, que irá financiar projetos básicos na infraestrutura. "A China não vai negociar com o Governo. vai negociar com os empresários (investidores)", ponderou. E não acredita que o país ficará refém. Mário Humberto Marques, também vice da Sobratema, lembrou que o capital da China já está presente em projetos de linhas de transmissão (setor elétrico) e que não criou problemas à concorrência no país. Acrescentou que não vê ameças na presença do capital abundante da China, desde que "faça (concorrência) com ética". 

A M&T EXPO
A M&T Expo 2015 – 9ª Feira e Congresso Internacionais de Equipamentos para Construção e 7ª Feira e Congresso Internacionais de Equipamentos para Mineração, aberta hoje seguirá até o dia 13, com mais de 400 expositores do Brasil e exterior e a expectativa de receber 54 mil visitantes. Site da feira: http://www.mtexpo.com.br.


Começa MT& Expo 2015

Enviado por Nairo Alméri - ter, 09.6.2015 -  às 6h27
Será aberta às 11h, no São Paulo Expo, a M&T Expo - Feira e Congresso de máquinas e equipamentos, que rúne fabricantes, concessionários e locadoras nos segmnentos da construção e mineração. É o primeiro grande evento internacional do segmento com a presença de representantes das empreiteras após as revelações bilioáriasas e prisões de empresários (das empresas do alto da pirâmede) citados nos escândalos políticos e econômicos da Operação Lava Jato (irregularidades em contratso de empresas do Grupo Petrobras), do Ministério Público Federal e da Polícia Federal do Paraná - . A expectativa é grande sobre tudo o que será dito nas entrevistas, discursos e seminários.