sábado, 23 de março de 2019

Duas Vale S/A

DOIS PESOS, DUAS MEDIDAS: CÓRREGO DO FEIJÃO E BARÃO DE COCAIS


Enviado por Nairo Alméri - sab, 23.3.2019 | às 11h54 - modificado


DOIS PESOS, DUAS MEDIDAS DA VALE S/A

CÓRREGO DO FEIJÃO, @Brumadinho (MG) A Rádio CBN, pouco depois das 10h, noticiou que, em Barão de @Cocais, a @Vale S/A (empresa com ações do capital negociadas na @Nyse e B3, a @Bovespa) está, neste sábado, preparando (ou já realizando) treinamento com a população da “área secundária” da cidade, para o caso de rompimento da sua barragem de rejeitos de minério de ferro. Isso é o reconhecimento de que a tal “zona de autossalvamento” é bem maior que aquela apresentada aos governos municipais, Estadual e Federal nos pedidos de licenciamentos e projetos de Operação, Produção Ambiental etc.

MESMOS ESTRESSE E RISCOS - Essa “área secundária” seria limítrofe à linha imaginária do perímetro da “zona de autossalvamento”. Claro, pois, o risco de morte seria igual (fim da vida) dentro ou fora da tal “zona de autossalvamento”, e por consequência diversas ao rompimento - atingido, ataque cardíaco, atropelamento em fuga, queda em fuga etc. A destruição, a mesma do ambiente. O estresse é o mesmo, como ser acordado de madrugada por sons de sirenes, interrompendo sonos e alto-falantes determinando abandonar as casas e seguir para “rotas de fuga”. A orientação não determina que a ordem é exclusiva para quem estiver dentro do perímetro “zona de autossalvamento”. Pergunta: quem conhece previamente essa geografia da tal “zona de autossalvamento”?!... E cabe perguntar: ela  foi submetida à Audiência Pública sem os vícios da eterna proteção de Feam/Copam aos interesses econômicos da mineradora?

SÓ 10% A 15% IMPORTAVAM - A Vale, no caso do Córrego do Feijão, não adotou (e de forma OFICIAL e pública) o critério da “área secundária”, que é também muito subjetivo. No arraial daqui, em Brumadinho, onde ocorreu a tragédia do dia 25 de janeiro (mais de 200 mortes e mais de 90 desaparecidos), não mais que 10% a 15% das 300 a 350 casas do perímetro urbano, que é bem compacto, estão na tal “zona de autossalvamento”. 

DOIS PESOS - Agora, em Barão de Cocais, depois de dois meses de críticas severas, no país e exterior, em função do ocorrido em Brumadinho, e na presença do @MP, Defesa Civil, Corpo de @Bombeiros, Imprensa, @PM, prefeito, juiz, padre etc. a Vale muda de comportamento, e cria um caso que pode ser retroativo ao Córrego do Feijão: anuncia a tal “área secundária”. Isso comprova mais ainda a subjetividade no critério “zona de autossalvamento”, que é um atestado público em defesa exclusivamente do interesse da Vale diante das tragédias de suas barragens. A única diferença de estar dentro ou fora (um metro, 100 metros 1 mil metros) da “zona de autossalvamento” seria para o grau de maior e menor impacto. Mas as consequências de um pós-tragédia poderão ser as mesmas para todos. E isso, no Córrego do Feijão, para todos os efeitos, até o momento, não foi levado em conta. E, há, nesse aspecto, enorme questionamento de interesse coletivo.
As autoridades públicas que estão, neste momento, em Barão de Cocais, devem exigir que a Vale, de forma retroativa, que leve os compromissos e posturas que está anunciando lá para todos os municípios afetados pelos rompimentos de suas barragens de rejeitos em @Mariana e Brumadinho.




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