sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Manual de Antônio Ermírio

Enviado por Nairo Alméri – sex, 23.8.2013 | às 9h51
Todas grandes mineradoras do país começam a afinar o discurso para a 15ª Exposição Internacional de Mineração (Exposibram) e o Congresso Brasileiro de Mineração, do Ibram, de 23 a 26 de setembro, em Belo Horizonte. Mas em, pelo menos, um ponto não há convergência com a Vale (grupo multisetorial): fazer palanque para o Governo. No setor de bauxita, onde as empresas são bem mais intensivas no consumo de energia elétrica e também geradoras – participam de consórcios que investiram na construção de hidrelétrica -, a postura é bem mais clara.

Discurso direto
As mineradoras de bauxita são, na maioria, verticalizadas: extraem, beneficiam e produzem alumina e o alumínio, ou seja, têm a área de metalurgia. É um segmento que teve forte influência do Grupo Votorantim (foi o maior grupo privado brasileiro até o final da década de 1980), da família do empresário paulista Antônio Ermírio de Moraes. Ele liderou o patronato brasileiro por muitos anos, mesmo não tendo presidido a Fiesp. Antônio Ermírio nunca teve papas na língua, sempre expressou seu pensamento sem se preocupar com a reação de governos.

Vazio
Mas a nova geração (está na terceira) da família fundadora que hoje comanda a Votorantim não tem discurso político. E ficou ainda mais apagada com a profissionalização das empresas. Mas nem tudo se perdeu dos ensinamentos de Antônio Ermírio – por motivos de saudade, afastado da  direção das empresas. O atual ciclo da produção de bens minerais e metais básicos para a indústria (commodities de baixo valor agregado na balança comercial – trazem poucas divisas) e os preços do mercado pressionam esses setores para uma revisão nas relações com o Governo. 

Edison Lobão
É esse, no momento, um dos esboços identificados para os discursos das sessões não técnicas do congresso do Ibram, mês que vem. O ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, foi alertado e, se confirmou, ainda não está seguro do comparecimento.

De carona
Depois da revolta das catracas, aquelas passeatas de junho contrárias aos aumentos nas passagens nos sistemas de transporte público coletivo, parece que o pessoal dos carrões guardados em garagens climatizadas perderam o medo para dizer “não” ao Governo – aos ministros e à presidente Dilma Rousseff. É esperar para ver! 

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