Enviado por Nairo
Alméri – sáb, 06.06.2014 | às 18h - modificado às 19h04
Há pouco, na página do Facebook, travei diálogo – com algumas
posições de embate – com um jornalista amigo sobre o tal “legado” da Copa. Eu
discordando de meu amigo, que tem análise apurada – e opta por fundamentação em
pilares fundamentados. Cito países que foram sedes da Copa e não evoluíram. Até
mesmo na Europa. Para o Brasil, mostro que o país tem prioridades básicas e
que, em 2012, foi o 19º em registro de patentes, seis posições no gráfico da competividade,
indo para em 64º, e que segurava lanterna entre os BRICS. Está em minha página no FB.
A FIGURA DO "LEGADO" NÃO É UMA PULE DE DEZ
PARA QUALQUER PAÍS ANFITRIÃO DAS COPAS - Prezado Marcelo (...), "modelo
compartilhado" é o desafio. Em matemática, só se faz comparações entre
coisas e/ou períodos iguais. Análises entre os diferentes, passa ao campo das
relações. Há enormes diferenças entre as três esferas de poder público -
município, estado e união. E não vejo, e afirmo com total serenidade, legado da
Copa possível para o Brasil, reafirmando a total e absoluta falta de
planejamento e omissão propositada à realidade social do país. Há um fato,
Marcelo, e tua inteligência não permite ignorar: conquistas da Copa e
Olimpíada, no Brasil, fizeram dupla na carta de navegação de um plano
partidário. Não se pode, então, se desejar impor a figura do legado ignorando a
realidade de seus agentes e entes. Não devemos fazer comparações entre
situações diferentes, repito. Então o ambiente para um legado de uma Copa na
Europa não se aplica à África ou à América Latina. Exemplos: veja as realidades
para os tais legados para Alemanha, África do Sul e México (América do Norte -
duas copas, em 1970 e 1986), Argentina (1978). E veja que o tal legado não
funcionou também na parte pobre da Europa Ocidental, caso da Espanha (1982). Na
outra banda da Europa, também não houve legado, caso da Itália (1990). O
relatório anual da Organização Mundial de Propriedade Intelectual (WIPO), ano
base 2012, vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil (41.453)
era o 19º , em 20 países avaliados - perdia para Polônia (tinha 211 a menos).
Os estados Unidos (2,2 milhões), Corei do Sul (738 mil) e outros tantos - até o
Principado de Mônaco, com 42.838) nos davam poeira. Dentro dos BRICS, era um
vareio coletivo da China (875 mil), Rússia (181 mil), África do Sul (112 mil) e
Índia (42.991). No Índice Global de Inovação 2013. Os dados fazem parte do
ranking elaborado pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI),
tinha perdido 6 posições, ido para 64º, como "país mais inovador". A
principal causa da queda do Brasil foi, conforme o relatório, análise das
instituições, que dá enorme peso a "ambientes políticos, regulatórios e
empresariais, o Brasil ficou no 95° lugar. O mal rendimento nos tópicos
sofisticação do mercado, pesquisa de capital humano e resultados de atividade
criativa também influenciaram a perda de posições" (Fonte: Qua, 10 de
Julho de 2013 15:58 Escrito por Agência Gestão CT&I). Então, meu caro
Marcelo (...), estamos analisando por vetores diferentes. Minha opção,
enquanto o Brasil continuar como mero coadjuvante de realidades estatísticas
como essas (e devemos levar em conta que seus movimentos nela estão diretamente
relacionados ao comportamento dos demais figurantes), é, ainda, duvidar de um
legado que, por vontade política (aqui outro imbróglio!), injete um novo ciclo
de "milagre brasileiro" (primeira metade da década de 1970). Lembrar
que o primeiro tinha lances parecidos para jogar propaganda de mobilização
popular do atual Governo: envolvimento popular sob a sonoridade de dobrados e
publicidade ufanistas. Mas gosto do debate em nível de seriedade. Obrigado pela
oportunidade. Forte abraço!
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