sexta-feira, 15 de março de 2019

VALE S/A - 2 ACIDENTES NA MINA

Caminhões tombam em dois dias na estrada dentro da Mina Córrego do Feijão

Enviado por Nairo Alméri - sex, 15.3.2019 | às 20h21
(da Conta Facebook)
VALE S/A - 2 ACIDENTES NA MINA CÓRREGO DO FEIJÃO

CÓRREGO DO FEIJÃO, @Brumadinho (MG) - Em 42 horas, dois acidentes com tombamento de caminhões dentro da área pertencente à Mina Córrego do @Feijão. Foram na estrada liberada pela Vale, proprietária da mina, que abriu aquela passagem como caminho alternativo às rodovias destruídas dia 25 de janeiro, em consequência da tragédia causada pelo @rompimento de duas @barragens de rejeito de minério de ferro. Naquela tragédia, morreram mais de 200 pessoas e outras mais de 100 continuam desaparecidas.
Nos dois acidentes (sem mortes e sem envolver outros veículos), os caminhões bloquearam a estrada, ou seja, a única via de chegada à sede do município. No primeiro acidente, a Vale, que tem ações do capital negociadas nas Bolsas @Nyse e @B3 (Bovespa), criou uma segunda alternativa: por dentro da Mina @Jangada, acrescentando mais 12 km à viagem, que já havia aumentado em 10 km na passagem direta pela Mina Córrego do Feijão. Mas com detalhe: os veículos precisavam esperar pelos “batedores” para cruzar da Jangada até Mina Córrego do Feijão. Com isso, as viagens ficaram mais demoradas. A passagem pela Mina Córrego do Feijão seria liberada novamente no começo desta noite.

- PASSAGEM SÓ PARA UM VEÍCULO - Os acidentes foram na quarta-feira (13), por volta das 16h, e, hoje (15), próximo das 10h. Não houve feridos. O trecho está em uma descida de serra, com pista permanentemente molhada (tem chovido com frequência) e locais estreitos de passagem para apenas um veículo. Mesmo sendo fora da área de produção da mina, os veículos de passeio, ônibus e vans escolares dividem espaço com os de cargas diversas (caminhões até de três eixos, como o que tombou) e ônibus.

- ISOLAMENTO E VOLTA - O rompimento das barragens destruiu parte da ferrovia privada da Vale e rodovias asfaltadas e de terra. Isso impediu o acesso à sede de Brumadinho para quem mora em áreas correspondentes a mais de 50 por cento do território municipal. A alternativa era, até a mineradora liberar a passagem dentro da mina, um contorno de quase 60 km, passando por três municípios
.
- PERIGO DENTRO DA MINA (1) - Na Mina Córrego do Feijão, o perigo é permanente para quem trafega por lá: estrada de mineração, com buracos enormes (mas que não fazem diferença para os veículos extração e transporte local minério); sinalização é para veículos grandes (altos), não para carros leves e de passeio; não há pontos de apoio nem de circulação de equipes para emergências, principalmente à noite; não há iluminação, é com frequência o local é tomado por neblina em trechos acima da quota 1.050 (altitude acima do nível do mar); etc. Ou seja, em se tratando de área industrial de extração mineral e emergencialmente ao público, a Vale e os órgãos municipais, estaduais e federais deveriam assumir e implantar medidas adequadas ao momento, principalmente quanto ao tráfego de caminhões e ônibus.

- PERIGO DENTRO DA MINA (2) - A estrada liberada pela Vale não é apropriada ao trânsito rodoviário convencional: cruza por áreas de produção, cavas (buracos que ficam após a extração do minério); de transporte de minério; de empilhamentos de rejeitos, barragens (de água e rejeito); trânsito de caminhões fora de estrada pesados (para nais de 30 toneladas de carga); de máquinas pesadas para nivelamento das pilhas de rejeito e embarque de minério nos caminhões; etc.

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