quarta-feira, 13 de junho de 2018

Rolls Royce e Whirlpool

Enviado por Nairo Alméri - qua, 13/06/2018 | às 23h08 

Na inovação disruptiva, indústrias mudam conceitos e ficam mais próximas dos consumidores


Fabricante de lâmpada “vende” iluminação; de máquina lavar, aluga por m3 de água consumida


As cadeias produtivas buscam caminhos sustentáveis mais visíveis para a sociedade amparadas em design de forte apelo junto ao novo consumidor, como construção civil, com uso de peças de acabamento em resina plástica reciclável, e de embalagens, que não aplica cola nem grampos. “(Mas) A melhor economia circular é aquela que não existe. Assim como o melhor sistema de transporte é o que não existe”, brincou o professor Agnaldo dos Santos, do Departamento de Design da Universidade Federal do Paraná (UFPR), outro conferencista no Painel Economia Circular, dentro do seminário (08/06) Semana de Produção e Consumo Sustentáveis 2018, para ilustrar a sustentabilidade como uma busca permanente.
Na área de consumo dos recursos, a sustentabilidade de maior apelo está ligada diretamente às questões ambientais, dando maior visibilidade para a água. Daí, explica Agnaldo dos Santos, ser tão comum o marketing de sustentabilidade para a relação “maior eficiência e menor consumo de água”. Esses conceitos avançam rápido pelas linhas das indústrias, que, passaram a marcar presença no “consumo de serviços”. A Whirlpool, por exemplo, fabricante de eletrodomésticos, não vende mais purificador de água, mas água filtrada. “Não se vende mais produto, mas resultado”, frisou o professor da UFPG.

Rolls Royce recebe por horas de voo da turbina

Agnaldo Santos citou outros cases de fabricantes de máquinas de lavar roupas e processos industriais, que passaram a fazer locação, e cobram por m3 de água consumida; de lanternas, recarregáveis com células de energia solar, alugadas por hora de uso. Entre os destaques de inovação com esse viés que apresentou estão: a Philips, passou a “vender iluminação”, não a lâmpada, caso do aeroporto de Amsterdã (Holanda), e, a Rolls Royce, que a renumera as turbinas fabricadas com as “horas voadas” pelo cliente, além da manutenção prestada.


Torneira e lavadora de roupas marcas consumos de água e energia

Técnico em Mecânica de Automóveis pelo Senai-PR, Agnaldo dos Santos tem sólida formação em design (graduado em Engenharia Civil-UFPR, mestre em Engenharia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), doutor em Gestão da Produção pela Salford University (1999) e Pós-doutorado em Design Sustentável pelo Politecnico di Milano). Ele mostrou que há movimento acelerado em grandes centros de inteligência artificial - na China, África do Sul Estados Unidos e Europa - que tornará a chamada “economia disruptiva” cada vez mais dinâmica. Citou como fato a “fabricação digital de vestuário”, na qual todo processo se dá via aplicativo nas relações fabricante-cliente. E mais: torneira com marcador de consumo de água; chuveiro e máquina de lavar roupa, com leitor para consumo de água e energia; descarga para sanitário com reuso da água do lavatório. “Não consigo, hoje, me engajar em projetos que simplesmente querem aumentar a produção”, concluiu.

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