Enviado por Nairo Alméri – quar 03.5.2017 – às 19h57
RIBEIRÃO PRETO (SP) – Entre as dezenas lançamentos e novidades
aplicadas em modelos de máquinas agrícolas trazidas para a 24ª Agrishow 2017, o
destaque entre as atrações é o primeiro trator conceito operacional autônomo da
Case IH, da divisão CNH Industrial Agriculture, do Grupo FCA. Sem cabine, o
modelo deriva o trator Magnum e é operado e monitorado remotamente. Não deverá
chegar ao mercado antes de cinco anos. Montado em unidade do grupo nos Estados
Unidos, o equipamento já passou por testes e retornará. O trator poderá “trabalhar
24 horas por dia”, diz nota da Case.
Na coletiva de imprensa, que teve a presença do presidente
mundial da Case, Andreas Klauser, o vice-presidente para América Latina, Mirco
Romagnoli, deu tom otimista diante da aparente longa espera pela entrada em
operação do modelo autônomo. “Estou acreditando que poderá ser aplicado mais
rapidamente que em outro lugar”, previu. Esse prazo é uma referência às pressões
de demanda por respostas com prazos cada vez mais curtos. No material impresso
distribuído no ambiente da coletiva, uma afirmação de Mirco resume os passos do
segmento de máquinas agrícolas operadas com tecnologia digital: “A tecnologia
autônoma é o próximo passo para diversas soluções disponíveis hoje”.
PRESSÃO DO MERCADO
O diretor de Marketing da Case IH para a América Latina, Christian
Gonzalez, deu visibilidade àquilo que Mirco tratou por “pressão do mercado” em
relação às novas tecnologias – gerenciamento remoto, telemetria, piloto
automático etc. “Há pressão de todos os lados”, disse o diretor, chamando a
atenção para os apelos da FAO – Organização das Nações Unidas para Agricultura
e Alimentação, quanto à necessidade do aumento da produção de alimentos in
natura. Em 2050, a população do planeta deverá variar entre 9 bilhões e 10
bilhões e isso, frisou o executivo, exigirá um aumento na produção de alimentos
das atuais 3 bilhões de toneladas para 15 bilhões de toneladas anuais. “Isso
com pouca reposição de áreas (agrícolas)”, destacou. O ganho será, basicamente,
via alta tecnologia proporcionando ganhos em produtividade em lavouras de oleaginosas,
açúcar, milho, etc.
COMUNICAÇÃO ENTRE MÁQUINAS
A base desse ganho, disse o diretor da Case, virá com a
consolidação da “agricultura 4G”, cuja maior expressão do futuro imediato
poderá ser o trator autônomo exposto aqui.
Esse salto inclui a “comunicação entre máquinas” - trator e implemento –
via wi-fi, rádio, satélite etc. Entre questões básicas a serem superadas, até a
definição da entrada em linha do autônomo, estão a legislação e regulamentação.
E reafirmou o que disse Mirco quanto ao prazo para o trator autônomo entrar em
linha. “O mercado é quem dará o time”.
CUSTO
O custo do conjunto de equipamentos do “sistema remoto” (GPS
etc.) do autônomo começou, no início do projeto, numa escala de US$ 100 mil e
baixou para US$ 8 mil. Ou seja, essa tecnologia, de acordo com o Christian
Gonzales, estaria compatível na formação do custo do equipamento.
ATRASO TECNOLÓGICO
No geral, o Brasil ainda não tem parque fabril de fornecimento
em partes, conjuntos e componentes para atender à engenharia de equipamentos agrícolas
em aços, compósitos, novos materiais etc. “Fornecedor é o desafio para o nosso
país”, avalia Mirco. Mas, completou, a Case tem soluções próprias, com a
fábrica e desenvolvimento de tecnologia própria.
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