quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Eike Batista, Gama Filho e Maranhão

Enviado por Nairo Alméri – qua, 15.01.2014 | às 7h04
Para o Grupo EBX, de Eike Batista, onde o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é credor de R$ 10,4 bilhões (principal), o Governo atuou pela concessão de recuperação judicial de empresas do ex-oitavo (8º) bilionário do mundo até um ano atrás. Eike Batista fez apostas em projetos com dinheiro de terceiros, de investidores no mercado de riscos (Bolsa de Valores) e público. A grana jogada para Eike Batista, pelo BNDES, tem como principal origem os recursos geridos pelo Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat), o FGTS.
Se a base para o desenvolvimento de um país é a educação, caberia ao Governo Dilma Rousseff (se fosse sério nesses dois campos) desenvoltura no trato com a Universidade Gama Filho (Gama), do Rio, bem mais que a dedicada ao aventureiro dono do EBX. Afinal de contas, universidade, descredenciada ontem pelo Ministério da Educação, é real e tem história, enquanto os projetos de Eike Batista são estórias - não saem do papel no mundo das fantasias. Além disso, a dívida da Gama Filho e de sua coligada UniverCidade, de R$ 900 milhões, é menos de 10% do somatório dos papagaios que Eike Batista pendurou no guichê do caixa do BNDES - com o povo. É bom lembrar que foram dívidas patrocinadas com foguetórios e mídia pelos governos Lula e Dilma.

Diferença política
Mas há uma diferença entre o Grupo EBX e a Gama Filho. A holding de Eike Batista pode (ou podia) fazer doações milionárias às campanhas políticas nas eleições a cada dois anos - dar retorno. A universidade não!

Pros palanques
Se o Governo do PT pensou em criar um fato político na cidade do Rio de Janeiro, dando corda à crise na Gama Filho, uma instituição tradicional, o tiro saiu pela culatra. Foi tiro no pé igual tal qual a opção da presidente Dilma pelo silêncio absoluto para o caos nas cadeias do Maranhão. O estado que, há 48 anos, é uma capitania hereditária (feudo) da família de José Sarney. Sarney e sua filha governadora maranhense, Roseana Sarney, são do PMDB, principal aliado do PT. O Maranhão será, agora, um black block nos palanques de Dilma pela reeleição. A universidade virou mais um imbróglio para o impopular governador Sérgio Cabral (PMDB). Nem mesmo uma provável federalização da Gama Filho apagará o estrago feito.

Se fosse em SP, MG ou PE?...
Detalhe: se o caso do Maranhão fosse em cadeias públicas de São Paulo (PSDB), Minas Gerais (PSDB) ou Pernambuco (PSB), as sedes destes governos estariam ocupadas pelas forças federais, e os jornais recheados por discursos inflamados e notas oficiais do Palácio do Planalto.

Perfil NAIRO ALMÉRI

Um comentário:

  1. A realidade é que nessa linha politica estamos a caminho de um futuro pior com incertezas econômicas e sociais, vejo claramente a falta de debate nas decisões e a sobreposição longe dos interesses coletivos.
    Eurimilson Daniel

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