segunda-feira, 17 de junho de 2013

Vale vai mexer

Enviado por Nairo Alméri – seg, 17.6.2013 | às 14h47

Queda preços na cotação da tonelada em cerca de 30%, para próximo de US$ 110 (t métrica), do final do primeiro bimestre para este, fez a mineradora Vale S/A colocar sobre a mesa nova revisão de metas na produção de minério de ferro em Minas e Pará. No Pará, serão afetadas também áreas de alumínio e níquel. A produção de ferro, até abril 2014, deverá passar por uma retração de 20%. Isso, faz o pessoal da mineradora nas minas ferro reviver  outubro de 2008, quando boa parte foi colocada em férias coletivas. Houve demissões. Em 2012, a Vale produziu 319,9 milhões de toneladas (t métrica) do minério, recuo inferior a 1% em relação a 2011. A empresa responde pela média de 80% da produção nacional desse minério.

Caixa
Dos investimentos de US$ 52 bilhões, para o período 2012-2016, a Vale tinha 50% programados para até 2014. O Pará receberia perto de US$ 30 bilhões, sendo 30% para a expansão da produção de minério de ferro Carajás Serra Sul (S11D). Agora, uma nova revisão dos planos, reforçará a condicionante de parte dos investimentos dependente do sucesso na venda de ativos fora dos itens ferrosos, ouro alumínio e níquel. Há mais tempo, o plano era fazer caixa de até US$ 15 bilhões no triênio 2012-14. Minas Gerais, até 2016, receberia da mineradora US$ 5,5 bilhões.

Fator China
Maior potência siderúrgica do planeta, a China importará neste ano, na melhor das hipóteses, 840 milhões de toneladas de minério de ferro (743 milhões, em 2012). Os investimentos globais na produção de ferro para exportação, em curso, desde 2011, projetavam um acréscimo na oferta mundial de mais 800 milhões t do minério, dentro de dois anos. Muitos projetos foram interrompidos e, agora, não mais que 40%, em volume, chegariam ao cronograma final. Contribuiu para a isso a redução na produção chinesa de aços, em 2011 e 2012, de 300 milhões de toneladas de aço, e um excedente de 500 milhões t no mercado mundial. Neste ano, as siderúrgicas da China pretendiam produzi r 750 milhões t de aço, acima das 716 milhões t, em 2012 – Ministério da Indústria e Informação Tecnológica da China.

Dependência global
A oferta mundial de minério no mercado externo, em 2012, foi de 1,1 bilhão t, sendo que a China absorveu 70% (Associação Mundial do Aço – WSA, sigla em inglês).

Em 2015
Sem os atropelos da economia mundial, a produção brasileira deveria seguir assim (Ibram): 2011, 395 milhões t (com projetos da Ferrous Resources e Bahia Mineração, 416 milhões t);  2012, 483 milhões t (514 milhões t); 2013, 559 milhões t (606 milhões t); 2014, 662,5 milhões t (727,5 milhões t); 2015, 696,5 milhões t (771,5 milhões t).

Excedente em 2017
A WSA, após as sequências de retrações em projetos, prevê o que mercado internacional terá excedentes de 100 milhões t de minério de ferro, em 2014, e, o dobro em 2017.

Exposibram
As incertezas do cenário internacional do minério de ferro, a exemplo do ocorrido no 14º Congresso Brasileiro de Mineração e Exposição Internacional de Mineração (Exposibram), em 2011, deverá predominar no 15º, programado para 23 a 26 de setembro, em Belo Horizonte. O tema do congresso é: “Mineração: investindo em Desenvolvimento e sustentabilidade”.

PROTESTOS

Ônibus (BH) - 1
Para a pelada (com todo respeito aos atletas) da Fifa, o jogo Taiti x Nigéria, no Mineirão, o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, decretou ponto facultativo nas repartições municipais. Isso afeta, em cadeia, a vida das empresas e cidadãos. É de se imaginar, então, qual seria o seu decreto para um dos jogos de ontem, Itália x México e Espanha x Uruguai. E para uma partida com a seleção do Brasil?!...

Ônibus (BH) - 2
Mas existe um viés político na decisão de Márcio Lacerda. Diante do clamor do descontentamento popular com o custo do transporte coletivo e os gastos exorbitantes com os estádios da Copa de 2014, ele libera o funcionalismo pensando na própria pele: evitar que essa massa de servidores municipais pegue carona nos protestos programados para hoje, em Belo Horizonte, e reabra arestas contra a sua administração da Prefeitura.

2 comentários:

  1. Acho que aconteceu o contrário: em ponto facultativo, os servidores públicos se uniram ao protesto planejado há tempos pelos sindicatos de grevistas. Já são mais de 12 mil na praça Sete hoje...

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  2. eu acho que ela vai aproveitar para lançar planos de demissão voluntária para o pessoal do andar de cima e demitir mesmo no de baixo. E, desta vez, não haverá Lula para atrapalhar nem para pedir a cabeça de presidente.

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