Enviado por Nairo Alméri - quar, 05.06.2013 | às 13h24
As empreiteiras
e as locadoras de máquinas e equipamentos para construção pesada e mineração
não enfrentam gargalos na oferta de capital. O problema de momento, porém, é a
falta de obras, gerado pelo descompasso do Governo entre a liberação de editais
e a contratação de projetos de infraestrutura. Entre grandes e médias obras
públicas e privadas em áreas essenciais (energia, óleo & gás, transporte,
esporte e outras de infraestrutura), a
Sobratema – Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e
Mineração tem como referência que o país possui 8.948 projetos (públicos e
privados) para até 2017 a serem iniciados, que estão em andamento e serão
concluídos até 2017. Somam R$ 1,260 trilhão.
Faltam
regras
“Hoje, não
há falta de capital”, assegura o presidente da Sobratema, Afonso Mamede. Acrescenta
que o Brasil representa uma enorme “oportunidade para investimentos”, mas está
amarrado à dependência das liberações das obras pelo Governo. Ao contrário do
segmento de agronegócio, que elogiou, ao longo de 2012 e neste semestre a
fixação de regras bem antes dos plantios das safras – favorecendo investimentos
em máquinas, adubação do solo, manutenção das lavouras e compra de equipamentos
-, a área da construção tem queixas exatamente nisso. “O que a gente precisa é
de regras claras”, frisou o presidente da Sobratema, durante a coletiva da
diretoria antes da abertura, nesta manhã, da Construction Expo 2013, que irá
até sábado, no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo.
Pessimismo
Entre as
principais novas obras de infraestrutura que o Governo anunciou – concessão de
portos, dois aeroportos e sete ferrovias - , a diretoria da Sobratema tem pouca
expectativa de que algum contrato de financiamento seja assinado em 2013 . “Nenhuma ferrovia (a assinatura de contrato)
ocorrerá em 2013”, foi enfático o vice-presidente Mário Humberto. Ele observa
que, no momento, as prioridades do Governo estão voltadas para questões de
ordem política.
Afeta o PIB
Além disso, acrescenta
Mário Humberto, o Governo está mais preocupado de encontrar medidas políticas
para economia, diante dos sinais de que o Produto Interno Bruto (PIB) não
atingirão mais os 2,8% projetados até o final do primeiro quadrimestre. “Se
fala em 2,67%. Receio que, à medida em que o tempo passe, comece (a projeção) a
cair”, pontuou o vice. Pouco antes
observara que “PIB só se poderá cria através de investimentos”.
Decepção
Mário Humberto
disse que “todos nós, brasileiros, estamos muito decepcionados com o nível de
investimentos no país”. Sua observação é a de que os investimentos, ao longo dos
últimos 15 anos, não teriam acompanhado, na construção voltada conforto e
atendimento social, a melhoria na distribuição de renda, que levou para o
mercado de consumo a massa de 30 milhões de pessoas.
Perde
capital
Outro vice
da Sobratema, Euremilson Daniel, esboçou preocupação de que a demora do Governo
acabe redirecionando do Brasil para outros mercados decisões de investidores.
Acesso ao
BNDES
Apesar das
constantes análises que apontam para a falta de poupança interna do país, Euremilson
Daniel assegura que há um crescimento no número de empresas, até médias, prestadoras
de serviços em construção para infraestrutura em geral e mineração com acesso
às linhas de capital fixo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES).
Endividamento
suportável
“Em 2011, as
demandas de obras não saíram geraram problemas no caixa”, admitiu Daniel Euremilson. Mas assegura
que o nível de endividamento das empresas, enquanto estiverem ao redor de 30%
do faturamento, “é suportável” e que “hoje não existe (nelas) necessidade de
investimentos e capital (fixo)”.
Expo 2013
A feira,
apoiada por 135 entidades, reúne 332 expositores do
Brasil e outros 15 países – Alemanha, Argentina, Canadá, China, Colômbia,
Coreia, Estados Unidos, Espanha, França, Índia, Itália, Peru, Polônia e
Portugal. Além de conferências (eram 2 mil inscritos pela manhã), o evento tem
com atrativo para discussões de tecnologias e tendências, os Salões das Grandes
Construções (Arena Corinthians, Linha 4 do Metrô do Rio, Porto Maravilha, Prosub
e Construindo Desafios) e de Sistemas Construtivos (Construção Industrializada
do Concreto, Construção Seca e Rental).
*Nairo
Alméri está na feira a convite da Sobratema
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