Índios não entregam terras que um dia lhes pertenceram, e
estão invadidas por agropecuaristas. Ruralistas bloqueiam estradas contra
demarcação daquilo que sempre foi dos índios. Manifestantes quebram tudo e
causam prejuízos de milhões de reais, enquanto Governos (estaduais e municipais)
não cedem em R$ 0,10 e R$ 0,20. Os donos das frotas de ônibus, colaboradores
vitalícios (e de primeira hora) com os caixas das eleições para prefeitos e
vereadores, ficam na moita (calados), pois sabem que dois a dez ônibus
quebrados hoje são repostos com duas semanas de receita. Em Brasília, a 24
horas da festa de inauguração da Copa das Confederações, cidadãos se dão conta de
que o valor gasto na reconstrução do Estádio Mané Garrincha, mais R$ 1,2 bilhão
(obra mais cara entre todos os estádios construídos para a Copa de 2014 e
reconstruídos), resolveria muitos problemas sociais e básicos do Distrito
Federal: transporte, saúde, educação, segurança, saneamento, moradia etc. Enquanto isso, em
Minas Gerais, a Justiça decreta regime de exceção: está proibido o direito democrático de protestar enquanto a bola rolar por conta da Copa das Confederações, porque assim deseja o Governo do
Estado. Depois, em jogos do América Mineiro, pode!
Pergunta que não quer calar: O que virá depois, se o país
assistir a mais uma noite de violência pelas ruas de São Paulo, e, mesmo assim,
prefeito e governador continuarem no discurso da tarifa majorada abaixo da
inflação, e a presidente da República como mera expectadora?
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