Enviado por Nairo Alméri – sex, 24.5.2013 | às 12h05
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, ganhou a semana, ao classificar as agremiações políticas do país de “partidos de mentirinha”. Pois, seriam meros mandaletes das vontades do Executivo (da Presidência da República). E o que dizer de todos os tribunais superiores federais, cujos ministros são nomeados pelo Palácio do Planalto? Ontem, a presidente Dilma Rousseff indicou mais um, o advogado Luís Roberto Barroso, para a mesa do STF. Como o Judiciário poderá, então, defender a autonomia total, assegurada pela Constituição Federal, entre os três poderes, se os seus integrantes são uma escolha pessoal do (a) chefe do Executivo? Então, o Judiciário pouco difere do Legislativo. Leia Pátria “de mentirinha”.
US$ acima de R$ 2,20
Na festa, ontem, dos 80 anos da entidade e de premiação de empresários pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, reclamou, mais uma vez, da política de câmbio sobrevalorizado do Governo Dilma. Pediu algo ao redor de R$ 2,20 para cima (na quinta-feira, fechou a R$ 2,046 - 7% abaixo do pedido). Como exemplo do estrago que a moeda nacional valorizada provoca disse que a balança comercial brasileira saiu situação superavitária, dez anos atrás, para deficitária em US$ 94 bilhões.
Made in China
Outra queixa foi com a perda de participação da indústria no Produto Interno Bruto (PIB), de 25%, há algum tempo, para 14%. Aí, claro tem o fator cotação internacional das commodities vegetais e animais (alimento primário que o país exporta). Mas também o massacre dos produtos baratos da China no mercado doméstico brasileiro e o fator preço (câmbio favorável à importação). Não se deve ignorar, porém, que inúmeros itens importados, também os da China, dão um vareio de tecnologia no nacional, principalmente equipamentos industriais (bens de capital). Quer uma prova: mês que vem, no congresso e exposição da Sobratema, em São Paulo.
Até 2022
A meta anunciada por Robson de Andrade é que a indústria retorne aos 25% do PIB até as comemorações do bicentenário da proclamação da Independência, em 2022.
Chapa branca
O dirigente da CNI fez queixas contundentes contra o Governo. Mas mostrou que, assim como o Legislativo, pela visão de Joaquim Barbosa, o empresariado gosta da tutela do Governo. Cada um dos programas citados por ele como principais tentativas de colocar o conjunto da indústria nacional na rampa da tecnologia e de reposicioná-la melhor no pódio do PIB nacional, até 2022, recebeu a observação: “tem apoio do Governo Dilma”.
Não é favor
A liberação de verbas públicas federais, pelo Governo, em programas para o desenvolvimento do país não é favor pessoal de Dilma (nem do PT), pois faz isso com dinheiro público, arrecadado dos cidadãos e das empresas de forma compulsória - via impostos. Isso deveria figurar em cada linha nos discursos dos chefes da CNI, CNA, CNC, Abit, Anfavea, Abag, Anpei, Fiemg, Fiesp, Firjan, Faemg, Faergs, etc.
Viram partidos
O empresariado, de todas as áreas, não levará o país a lugar algum com o bate e afaga o Planalto. Há uma década, isso, em seus dois governos, o PT encara como mesma atitude dos “partidos da base aliada”, sem seriedade e que se resolve com cestas de benesses. Na prática, o risco é o do empresariado e suas entidades ingressarem na lista da “mentirinha” de Joaquim Barbosa.
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