quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Nossos empregos para estrangeiros


31/01/2013
Para a necessidade de ser uma economia competitiva, o apresenta hoje um déficit anual de 50 mil técnicos qualificados somente no subsetor petrolífero-naval. Via Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp), a Petrobras previa, no período 2010-2015, formar e qualificar 220 mil profissionais para as áreas petrolíferas, incluindo gás natural e naval afim com suas atividades. Na apresentação “Visão Geral da Petrobras”, neste mês, a companhia informou que suas necessidades de profissionais, espalhadas por  185 categorias, para a “implementação do portfólio de O&G” era de 201.369. No final de 2012, a Petrobras  informou ter qualificado 90 mil pessoas dentro do Prominp e gasto R$ 252 milhões - deverá investir mais R$ 300 milhões, até 2016.

Imposições
Mas o déficit brasileiro de mão de obra qualifica é geral. Isso favorece enormemente a entrada estrangeiros, principalmente via imposição dos players econômicos e tecnológicos: ou seja, trazidos por empresas multinacionais que já estão aqui, as que chegam para investir e/financiam projetos novos e de expansão. Esse conjunto de coisas, relacionado aos tratados de “país favorecido” (Brasil-Portugal e Brasil-Mercosul), escancara o Brasil à entrada de profissionais estrangeiros – sem uma cota, aquilo que o Governo impõe com mão de ferro no acesso às universidades públicas. É bem diferente da situação nos Estados Unidos, cujo Governo prepara a legalização da vida de milhões de imigrantes em situação irregular.

Exportação chinesa
A avalanche na invasão de estrangeiros no Brasil está no ápice. E será turbinada com a falta de solução no curto prazo para desemprego na Europa, além da firme determinação do Governo da China em “exportar”, cada vez mais, seus cidadãos – embutidos em pacotes econômicos e fora deles. O cenário precisa ser encarado com seriedade. Merece um gabinete de crise, formado por representantes sérios e qualificados do Governo, conselhos e sindicatos de profissionais.

Portugal, Espanha e China
Mesmo com o déficit, em 2012, o nível de desemprego no país se manteve elevado – em 4,6%, com 1,136 milhão de desocupados, pelos critérios questionáveis do IBGE. Ao mesmo tempo, o Governo do Brasil aumentou em 26% o visto temporário para profissional com vínculo empregatício no país: foram 73.022 os vistos, sendo 8.340 permanentes (fonte: Ministério do Trabalho). Os mais beneficiados vieram de Portugal (aumento de 81% em relação a 2011), da Espanha (+53%) e da China (+24%).

Falência de 6.700
Em 2012, de acordo com o “Portugal Diário”, 6.688 empresas faliram em Portugal, 40% a mais que em 2011. Como ressaltou o próprio noticiário, média de 20 empresas por dia. Uma seguradora (Cosec) detalhou que os setores mais afetados foram os da construção civil (material de construção), varejo, serviços e têxtil.

Reação (!)
É evidente que o Brasil não pode (não deve) se fechar à mão de obra internacional qualificada para áreas onde não tem como preencher no presente. Mas precisa, também, criar políticad que assegurem aos jovens de nossas escolas técnicas e universidades garantias de colocações ao serem formados. O que têm a dizer Governo (executivo), Legislativo (Senado e Câmara dos Deputados), Judiciário e milhares de instituições representativas das classes de trabalhadores espalhadas pelo país? 

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Nossa babel ferroviária e a China


29/01/2013


Por conta do encerramento, hoje, do InfraBrasil Expo & Summit, reproduzo aquilo que comentei, em 18 de junho de 2005, na coluna "Negócios S/A" (no Hoje em Dia, que assinei de julho de 1997 até dezembro de 2012), sobre a ferrovia na China. Lembro, antes, que, em agosto de 2011, com o Plano Nacional de Logística e Infraestrutura 2025 (depois veio PAC da Logística – Programa de Investimentos em Logística, de R$ 133 bilhões, no segundo semestre de 2012), o Governo criou as seguintes metas: crescer para 50 mil km de linha (mais 66,6% sobre a base do estudo), mas colocando 10 mil km (custo de R$ 18 bilhões) até 2020. Porém, no PAC da Logística, apresentado em agosto passado, R$ 42,5 bilhões seriam para novos 5,7 mil km de malha, até 2018. Como vai ficando o dito por não dito, e o não dito por dito, o Governo, sem receios, passou borracha naquilo que deu publicidade, mas não fez, e colocou novas metas físicas dentro de novas metas: além dos 5,7 mil km, enfiou na cesta do PAC da Logística “outros” R$ 91 bilhões para “reforma e construção” de 10 mil km de ferrovias “ao longo dos próximos 25 anos” – ou seja, até 2037. Com base no estudo de agosto de 2011, os 57 fabricantes de partes, componentes e montagens de materiais e equipamentos ferroviários do país projetavam, para até 2025, a entrega de 40 mil vagões e 2.100 locomotivas. A frota de vagões era da ordem de 100 mil unidades. Hoje, as indústrias, com razão, enxergam boi na linha a todo instante, pois o país tem eleições a cada dois anos e muito palanque de promessas políticas!  

China abre US$ 200 bi em compras ferroviárias!
Não foi diferente. A China foi, claro, a vedete dos três dias das conferências da 8ª Conferência Internacional de Ferrovias de Transporte de Cargas Pesadas, encerrada ontem, no Riocentro, promovida pela International Hevy Haul Association (IHHA) - associação dos países de "carga pesada": acima de 27 toneladas por eixo ferroviário; mínimo de 8 mil toneladas por composição; e, produção anual acima de 40 milhões de toneladas de carga.
O Plano de Metas daquele país, com seus números bilionários, para até 2020, anestesiou o público de cerca de 300 pessoas presentes às 21 palestras (17 estrangeiras). Em 2004, a ferrovia da China transportou 2,49 bilhões de toneladas de cargas - mais que os Estados Unidos -, com uma taxa de crescimento de 13% em relação ao exercício anterior.
Por suas ferrovias, viajaram 1,1 bilhão de pessoas - onze vezes mais que pelas companhias aéreas (100 milhões).
A malha ferroviária do país, pelo Plano de Metas, terá, em quinze anos, um acréscimo de 25 mil quilômetros (km), passando dos atuais 74.400 mil para 100 mil quilômetros (o Brasil tem 28.500 km). No ano passado, o Ministério das Ferrovias (MOR) ampliou a malha em 2 mil km e manterá esse ritmo anual até 2010.
Com a expansão, em 2020, o transporte de passageiros da China crescerá para 4 bilhões por ano, e, de carga, para 4 bilhões de toneladas por ano.
Em 2004, o MOR investiu US$ 52 bilhões em linhas, locomotivas e melhorias. Desse valor, a conta com novos equipamentos fechou em US$ 18 bilhões. A compra de vagões chegou a 18 mil unidades - menos que os 27 mil, em 2003.
Neste ano, ficará acima de 36 mil vagões - passageiros e cargas. O MOR programou, para os próximos quinze anos, incorporação de mais 700 mil vagões de carga, o que significa saltar as encomendas anuais de 5 mil unidades para 35 mil. A atual frota de carga do país é de mais de 510 mil vagões.
Até 2020, a China investirá US$ 200 bilhões no setor ferroviário, informou o vice-presidente da Zhuzhou Rolling Stcok Works, Hu Hiping, fabricante de vagões - fornecedor para a CVRD. Na frota de locomotivas em uso, a China tem entre 11 mil e 12 mil. Até 2010, a meta é ter 50% delas transformadas para o sistema elétrico.
O Plano de Metas projeta, para os próximos quinze anos, a incorporação de 12 mil novas locomotivas, todas já com motor elétrico, disse David Tucker, vice-presidente mundial de Vendas da GE Transportation Systems (motores e ferrovia), que falou no Painel China.
No período 2005-10, a ferrovia chinesa avançará mais 10 mil quilômetros. O setor de transporte ferroviário de carga é visto como limitador para a economia do país: até 25 toneladas por eixo dos vagões e pontes e estruturas dos trilhos também com limitação de capacidade.

Per capita
A relação "equipamentos" nas linhas da China é de 100 mil pessoas para 38 vagões - nos EUA, 100 mil para 300. O país vive o dilema de ter que transportar mais cargas em menos vagões, porque opera linhas mistas.

Separação
Outra novidade será a separação das linhas de cargas e passageiros, permitindo que as composições deste último sistema desenvolvam velocidades de até 200 km/hora.

Faturamento - Em 2004, a GE teve um faturamento mundial, nas onze divisões, de US$ 152 bilhões, sendo US$ 72 bilhões em negócios (50%). Com a área de transportes (motores e ferrovia), a receita ficou acima de 10% - com US$ 17 bilhões.
Feira - A Brazil Rail - Feira Internacional de Ferrovia, um dos eventos dentro da conferência da IHHA, aberta dia 14 e encerrada ontem, reuniu 120 expositores dos setores de combustíveis, óleos lubrificantes, sinalização e manutenção, tecnologia de informação, consultorias e outros. De outros países, participaram 40 empresas.

Seminário - A IHHA faz reuniões a cada quatro anos em um dos países associados - EUA, Canadá, África do Sul, China, Índia, Austrália e Brasil. A 9ª Conferência, em 2009, será na China. Trabalhos - A feira e o seminário trouxeram ao Riocentro, de acordo com a Fagga Eventos, 6 mil pessoas - 1,5 mil de outros países. No seminário foram apresentados 98 trabalhos técnicos (16 do Brasil).

Maiores trechos ferroviários - Entre as maiores ferrovias do mundo estão, depois dos Estados Unidos, com 307.000 km, a Rússia (86.000 km), China (74.480 km), Alemanha (43.500 km), Argentina (38.197 km) e França (34.076 km).

O Brasil, de acordo com o diretor-presidente da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), Rodrigo Vilaça, que citou o executivo Eliezer Batista - ex-ministro e ex-presidente (duas vezes) da CVRD como fonte, deveria ter, no mínimo, 52.000 Km.
Fonte: Hoje em Dia – MG – Coluna Nairo Alméri – 18/06/2005

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Ferrovias e passageiros


28/01/2013
Duas notas assinadas por mim (na coluna “Negócios S/A”), sobre transporte de passageiros em sistemas ferroviários, fizeram muito barulho ao serem exibidas no blog do Luis Nassif Online. A primeira, em 26 setembro de 2011, “Ferrovias têm que abrir linhas para passageiros: MRS e FCA indiferentes”, e, em 15 de fevereiro de 2012, “Relatório define futuro do monotrilho de Poços”. São casos que envolvem o dinheiro público – parte dele virou lixo e, a outra, não atende parte importante da função social e com enorme apelo econômico. Até hoje não se manifestaram o Governo federal (Ministério dos Transportes, Denit e ANTT), a iniciativa privada envolvida (concessionárias ferroviárias) e nem o zeloso Ministério Público Federal (MPF).

Oportunidade
Hoje e amanhã, em São Paulo, no WTC Convention Center, será realizado o InfraBrasil Expo & Summit, da Associação Brasileira de Infraestrutura (InfraBrasil). As ferrovias terão painel extenso.

Aeroporto de Confins
De 2011 a 2015, a fatura para a União (Tesouro Nacional; o povo e empresas) com as obras no aeroporto de Confins será de R$ 3,2 bilhões a R$ 3,5 bilhões. Alguns gastos não aparecem no motivo Copa 2014. Como a ordem é gastar, gastar e gastar para fazer bonito na festa que vai durar só um mês (junho do ano que vem), a Viúva (o Tesouro) puxará o cobertor de áreas essenciais como saúde, ensino, segurança pública, transporte, investigação científica (P&D), etc. Depois das obras a toques de caixas, virão os reparos (em milhões de reais).

Café de graça
Um estacionamento próximo ao aeroporto de Confins oferece café da manhã aos clientes que guardam ali os seus carros e seguem para o embarque. A diária inclui transporte gratuito até o terminal (e no retorno também). O café virou marketing, enquanto as companhias aéreas cobram por ele.

Em país sério
Se tivesse ocorrido no Japão, a tragédia de Santa Maria teria destituído dos seus cargos muitas autoridades públicas de carreira (funcionários públicos civis e militares) e eventuais (pelo voto e nomeadas). E mais: estariam respondendo a processos por descumprimentos das funções.

Prefeituras
A fiscalização das Prefeituras Municipais deste país não funciona nem de dia (à luz do sol do meio-dia), o que dirá à noite!

Hospitais a bancos
No Brasil, as boates não estão sozinhas na falta de segurança e ausência das saídas de emergência. Faltam na sede BM&FBovespa, hospitais, clínicas, escolas, ginásios de esportes, estádios de futebol, áreas para rodeios, circos, grandes farmácias, super e hipermercados, shoppin centers, cinemas, igrejas, academias de ginástica, câmaras de vereadores, assembleias legislativas, dentro dos ônibus, barcas, indústrias, grandes lojas instaladas no passeio, mercados públicos, boliches, cadeias, penitenciárias, fóruns, estacionamentos em subsolo, hotéis, call centers (existem com até 2 mil posições), restaurantes, agências bancárias, estações de metrô, salas de embarque dos aeroportos etc. Estão aí áreas sob a responsabilidade direta dos ministérios da Saúde, Educação, Turismo, Esportes, Transportes, Justiça, Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e da Defesa.

Mensalão na fiscalização
Da fiscalização no país, incluindo áreas de licenciamentos ambientais, a boca do povo (“vozes da rua”) sempre informou que existem fórmulas facilitadoras: dá-se um jeitinho!  Povo quando não para de falar, acerta feito boca-de-urna às 18h, em dia de eleições. 

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Promoções aéreas e panes

25/01/2013
As promoções que as companhias áreas despejam em cima da “nova Classe C” – ou C-2 -, oferecendo passagens mais baratas (em alguns trechos com preços até menos de 50% que o do bilhete de ônibus), como forma de manter elevada a taxa de ocupação de seus voos, prejudica o conjunto do atendimento e conforto. Primeiro, retiraram o lanche - agora só pagando pelo sanduba, numa tabela tipo McDonald’s. Depois, veio o pedágio (taxa extra) para quem quiser a poltrona na fileira com maior espaço para as pernas, a das saídas de emergência. Enquanto isso, panes nas aeronaves começam a ficar corriqueiras – banalizadas. E ninguém olha, cobra, pune etc!
Calor no Boeing da Gol
Ontem (24), os passageiros do voo 1264 (17h23), Congonhas-Confins, da Gol, amargaram, pelo menos, 30 minutos de calor insuportável dentro do Boieng 737-700, enquanto aguardavam pela decolagem. Os passageiros protestaram – mães diziam que seus filhos começavam a passar mal. Da cabine, o comandante admitiu o “problema”, mas assegurou que, quando os motores (turbinas) fossem ligados, o ar condicionado seria normalizado. Se o “normal”, numa escala de zero a 10, fosse o 10, ficou entre 4 e 6 durante os 50 minutos do voo. Alguns, entre os passageiros que desembarcaram em Confins, entraram no ônibus da linha Conexão, para o Centro de Belo Horizonte. Entre estes, o comentário mais ouvido era: “Está (o ar condicionado do ônibus) bem melhor que dentro do avião”.
Não quer ônibus, nem comer pastel 
Seria bom que as companhias da aviação civil passassem a olhar mais para o conforto (lembram com o era um prazer viajar - contar pros amigos - pela Varig, até a década de 1990?) e segurança dos passageiros. Quem opta pelo deslocamento em avião, quer, primeiro, mais conforto  (poltronas mais afastadas, ar condicionado e todos demais equipamentos com manutenção em dia e funcionando e algum agrado - não precisa servir almoço), segurança e pontualidade. Se não fosse por isso, pegaria um busão, sem se importar com os solavancos patrocinados pelos buracos das rodovias (péssimas rodovias - nem tanto as com as concessões privatizadas), e se lambuzaria feliz em pastéis das paradas de beira de estrada (postos de gasolina com suas mesas cobertas por grossas toalhas de plásticos, cheias de restos de comida e invadidas por moscas).
Alô, ANAC e Infraero!
A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e a Empresa de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), enfim, o Governo federal, precisam fiscalizar (até investigar) de forma mais responsável os itens conforto e a segurança dos passageiros dentro dos aviões. Principalmente neste ano (2013), pois os administradores das companhias vão querer retirar das suas costas o conjunto dos bilhões de reais em prejuízos (balanços patrimoniais fechados no vermelho) de 2012. Ou então, que o Governo privatize essa fiscalização para empresas internacionais sérias e competentes - do Japão, por exemplo. 
Wizard faz escola
A publicidade que a empresa de curso de idiomas Wizard faz na fuselagem de jato Embraer 195 da Azul, colou sua marca lá, poderá ser copiada por outras companhias. Estão na fila uma de café solúvel e outra de cerveja. O período das vacas gordas para esse negócio irá até os jogos da Olimpíada do Rio, em 2016, com a perspectiva de intenso tráfego de turistas nacionais e internacionais por diversas partes do país.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

XIII Conferência Anpei

23/01/2013
A XIII Conferência Anpei de Inovação Tecnológica 2013, com tema “Inovação Competitiva e Aberta: Transformando o Brasil”, será de 3 a 5 de junho, e, Vitória (ES). As companhias  Fibria (celulose), Samarco (mineração), Vale (mineração) e Weg (motores) serão parceiras no evento. O coordenador da Conferência, Mário Barra, destaca a realização de duas atividades: Workshop Sebrae, que serve para abrir aos donos das pequenas empresas o engajamento na inovação. A segunda atividade garantida é a apresentação de cases comprovados de sucesso em inovação, sendo que os “três melhores” terão espaços em reunião plenária.
TI Verde
A startup Aiqon IT, focada em TI Verde e leva para o mercado premissas de “sustentabilidade e redução de custos”, se apresenta ao mercado com o objetivo de inovar, no Brasil e em toda a América Latina, no conceito de gerenciamento do consumo de energia de computadores. Estes seriam os que mais emitem gás carbônico (CO2). A solução apontada pela empresa é o “Verismic Power Manager”, sistema desenvolvido no Vale do Silício. Trata-se de tecnologia certificada pela Energy Star. De acordo com a Aiqon o processo “permite uma redução de, em média, 50% no consumo de energia”. A Aiqon contratou a IMAGE Comunicação, de São Paulo, para fazer sua mídia.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Brasil fora de obra na Colômbia


21/01/2013
Brasil fora de obra na Colômbia
Uma das grandes obras públicas em tramitação na Colômbia, orçada em 52 bilhões de pesos (US$ 29,411 milhões – cotação de segunda-feira), é a reconstrução do Canal do Dique, em Cartagena, destruído por tempestades ‘La Niña’, em 2010 e 2011. O Governo da Colômbia receberá propostas até o dia 28. Participam do certame companhias dos Estados Unidos, Holanda, França e Canadá que, consorciadas com empresas colombianas desenvolveram estudos e projetos de engenharia. Não aparece empresa brasileira na disputa.

Brasil e Chile
No final de 2012, com base em estatísticas geradas no Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), a  PriceWaterhouseCoopers (PWC) estimou que, até 2016 (o que pode ser apenas no triênio 2013-2015), os projetos de mineração no Brasil abocanharão 20% daquilo previsto para o setor em todo mundo. Os projetos globais, informou a PWC, totalizariam US$ 400 bilhões. A fatia nacional seria, então, de US$ 80 bilhões. No Chile, os projetos apresentados na Unidad de Inteligencia en Proyectos y Negocios (UNIP), órgão governamental, preveem inversões, em 2013, de US$ 170 bilhões, sendo US$ 70 bilhões para áreas de mineração, e, US$ 50 bilhões, na geração de energia.

sábado, 19 de janeiro de 2013

Voos da Gol e TAM contra prejuízos

19/01/2013
Os balanços das companhias aéreas brasileiras de 2012 serão os piores dos últimos anos em termos de resultados financeiros. No final de setembro, juntas, as duas maiores (80% dos 75 milhões de passageiros transportados juntamente com Avianca, Azul e Trip), TAM e Gol, acumulavam perdas ao redor R$ 2 bilhões no ano. A ordem dada aos ocupantes das mesas nas Diretorias de Marketing é para reverter, neste exercício, a situação e entrar o ano da Copa do Mundo, 2014, com folga de caixa e, se possível, com os balanços fora do vermelho.
Promoções (quase) iguais
A Gol está com uma promoção de descontos associada ao seu tempo de operação: DAG (Doze Anos da Gol); PDV (Pague Doze na Volta). Exceto para a ilha de Fernando de Noronha, o retorno de qualquer destino, no país, sairá por R$ 12 para as viagens entre 17 de fevereiro e 30 de abril. O período para aquisição antecipada dos bilhetes de embarque foi aberto na sexta-feira (18) e se encerra no dia 21 (segunda-feira). A TAM, por sua, oferece uma “mega promoção”, com “90% de desconto” para voos no período 18 de fevereiro a 30 de abril. O período para a compra do bilhete é o mesmo da concorrente. E estão iguais também na exigência de permanência no destino: dois dias ou um sábado. Isso lembra coisa combinada!

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Balanços de 2012

18/01/2013
Com a abertura da temporada de publicação dos balanços patrimoniais das companhias de capital aberto (algumas sociedades anônimas fechadas e também as de capital social por quotas, as Ltda, publicam) na Bolsa de Valores, a BM&FBovespa, surge a expectativa para aquilo que dirão aos acionistas (nos relatórios da administração) diretores das grandes empresas, principalmente da construção pesada. As construtoras e fornecedoras de equipamentos de bens de capital e de calderaria começaram 2012 buscando contornos para manter equilíbrio em suas estruturas. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) informara que, em 2011, R$ 50 bilhões não teriam sido aplicados na área da construção pesada, dentro da cesta do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2).
Usiminas (1) – R$ 1 bilhão
No mesmo ambiente de publicação dos resultados financeiros e econômicos do exercício fiscal de 2012, as corretoras e bancos de investimentos estão atentos com os passos da Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas), que deverá publicar logo o calendário da oferta pública para emissão de R$ 1 bilhão em debêntures simples (não conversíveis em ações), da espécie quirografária (ou subordinadas - sem privilégios). A oferta pública, conforme anunciado pelo Conselho de Administração da Usiminas, em 28 de novembro, será “com esforços restritos” (destinadas exclusivamente a investidores ‘qualificados: pessoas físicas ou jurídicas com carteira de investimentos superior a R$ 300 mil). No comunicado, a Usiminas previa a emissão das debêntures para este semestre (entre janeiro e junho), vencimento entre quatro e seis anos, pagamentos de juros semestrais e amortizações ao final do quarto e sexto anos.
Usiminas (2) - R$ 500 milhões
No dia 1º de fevereiro, a Usiminas terá que fazer o resgate final da emissão de 5 mil debêntures (mesma espécie da nova emissão), no total de R$ 500 milhões, emitidas em 1º de fevereiro de 2008. Metade do valor principal venceu em 1º de fevereiro de 2012.
Extinção em Portugal
Na mesma reunião do Conselho de Administração que aprovou a emissão de novas debêntures, foi autorizada a extinção da Usiminas Portugal, por “recomendação” do Comitê de Auditoria. No relatório do balanço de 2011, datado de 6 de março de 2012, a única referência à referida companhia foi: “Usiminas International Ltd. (“Usiminas International”) – Com sede no Principado de Luxemburgo, foi criada em 2001, com o propósito de deter investimentos da Companhia na Usiminas Portugal Serviços de Consultoria Ltd. (“Usiminas Portugal”) localizada na Ilha da Madeira, que tem como propósito deter os investimentos da Companhia no exterior” (sic).

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Antônio Ermírio

16/01/2013
Os últimos contatos públicos do empresário Antônio Ermírio de Moraes, do Grupo Votorantim, foram em seus artigos semanais no jornal “Folha de S.Paulo”, em 2008. Durante as décadas de 1970, 1980 e 1990, ele figurou como maior fortuna do país e um dos mais importantes empresários da América Latina. Além de dirigir aquele que foi o maior grupo privado 100% brasileiro, teve presença na política na transição para a redemocratização do Brasil (apoiou a candidatura de Tancredo Neves, em 1984, na eleição indireta para presidente da República, e, foi candidato derrotado ao Governo de São Paulo, em 1986, pelo PTB.). Em 4 de junho próximo, Antônio Ermírio completará 85 anos de idade.
Olhar para o Japão
Defensor ardoroso das soluções para os problemas do país pela via do ensino, ao participar do programa de entrevista “Roda Vida”, da TV Cultura, de São Paulo, em julho de 1990, Antônio Ermírio cunhou deixou no ar a frase: "O Japão não tem uma única matéria-prima. A matéria-prima do Japão é a inteligência. Ele realmente fez uma revolução educacional. É o que falta no Brasil. É valorizar o cérebro humano, não é? O brasileiro não presta atenção nisso".

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Copa 2014, portos e ‘Seu Tóti’

15/01/2013
Ferrovias, portos, aeroportos, rodovias, transportes urbanos e saneamento. Esse enorme leque e seus conjuntos de seus problemas e soluções necessárias urgentes serão servidos por empresários e vistos por autoridades Executivo e Congresso, e vice-versa, no InfraBrasil Expo & Summit, da Associação Brasileira de Infraestrutura – InfraBrasil, no WTC Convention Center, em São Paulo, dias 28 e 29. O segundo painel da plenária de abertura colocará o bode na sala do maior de todos os projetos patrocinados pelo Governo para a realização da Copa do Mundo, em 2014: “Alternativa para utilização dos estádios no pós-copa do mundo 2014: viabilidade financeira, casos de sucesso e projetos”.
Mas, claro, as preocupações não emanam apenas dos estádios. Pelo lado do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é sabido, desde meados de 2012, que há um exagero na construção de novos hotéis. Como têm financiamentos de longo prazo, o banco colocou em campo um time de consultores para analisar a situação em capitais onde não há tradição de elevada taxa de ocupação na hotelaria. Há um ano, foi noticiado, pelo "O Estado de S.Paulo", que poderia ocorrer excedente de 5 mil leitos nas capitais da Copa. E durante os jogos – junho de 2014.

‘Pibinho’ contra
Fora dos setores diretamente afins com a Copa, a área portuária deverá criar discussões acirradas no InfraBrasil. O principal motivo, claro, é o PAC da Logística, que simplesmente teorizou uma espécie de nova abertura dos portos no Brasil: agora empresas estranhas aos serviços poderão investir em portos. Quando promoveu essa abertura, no início do mês passado, o Governo Dilma lançou a expectativa da atração de R$ 54,2 bilhões da iniciativa privada (mas, claro, podendo contar com o caixa do BNDES) até 2017. Desse bolão, contava que 57,19% (R$ 31 bilhões) fossem aplicados no triênio 2013-15. Mas o ‘Pibinho’ (crescimento do Produto Interno Bruto, o PIB) de 2012, de menos de 1%, fez murchar a tesão esperada no empresariado. É contra essa ducha de água fria que o Planalto marchará.

‘Seu Tóti’
O Planalto não precisará de muito esforço. É fava contada fazer, em2013, um “pibão” em cima da base de 2012. Com todo respeito, o ‘Seu Tóti’ (Aristóteles Ribeiro), o dono da única venda no Córrego do Feijão (arraial de Brumadinho, em Minas, onde a Vale tem mineração e 10 km a caminho do museu de arte contemporânea e jardim botânico Inhotim) dará novo vareio no Governo. Com oito décadas e meia de existência, seguro nos gastos e investimentos, ele está sempre revisando a vida. Assim fez “pibão” no ano passado. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, poderia buscar um pouco de prática de gestão com esse anônimo empresário da roça, que ainda vende fiado (financia capital de giro para alimentação entre famílias de baixa renda) e a juro zero. A inadimplência em suas cadernetas de anotação é perto de zero. No Córrego do Feijão, a função social do armazém do ‘Seu Tóti’ é maior que tudo aquilo anunciado pela CEF e Banco do Brasil nos horários das novelas – os mais caros nas grades nas emissoras. A meninada do arraial estuda no grupo municipal e, na maioria, dorme e sai de casa alimentada com a venda fiada do armazém.

ABTP e Antaq
O evento da InfraBrasil agendou,  na parte reservada ao setor portuário, palestras e debates com a participação de representantes da ABTP, Brasil Terminal Portuário, Libra Terminais, Logz Brasil, Instituto de Não Ferrosos (ICZ), Mestra, Porto Itapoã, Ecorodovias & Tecondi, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Companhia Docas de São Sebastião e Dnit/Antaq (Ministério Transportes).

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Odebrecht como bússola

11/01/2013
As maiores empreiteiras do país, isoladas ou em consórcios, estão de donas de boa fatia da economia nacional: hidrelétricas, cimenteiras, portos, rodovias, aeroportos e de projetos de construção de estádios para a Copa do Mundo de 2014 - do ano que vem. Mesmo com as carteiras de contratos carregadas, elas dão sinais de insatisfação e de cautela. A Odebrecht, na quarta-feira, em Brasília, deu prova em público disso.
Satisfeita com as obras públicas ganhas nos oito anos de governo Lula, a empreiteira colocou seu para alavancar o início das obras do projeto de construção do Itaquerão. O estádio é do Corinthians, time da paixão do ex-presidente. Na brincadeira, a Odebrecht desembolsou dos acionistas R$ 500milhões.
 Foi o que garantiu o seu presidente, Marcelo Odebrecht, ao sair de reunião no Palácio do Planalto. Aos jornalistas apresentou a fatura e a queixa contra lentidão do BNDES na Aprovação de empréstimo de R$ 400 milhões. Mas, dentro do palácio, foi só festa para presidente Dilma. O empreiteiro informou à chefe do Governo investimentos de R$ 17 bilhões, em 2013. Somados aos R$ 13 bilhões, em 2012, serão R$ 30 bilhões em 24 meses.

Mendes Jr
Em Minas, as duas grandes do setor, a Mendes Júnior (liderou o ranking da construção pesada nas décadas de 1970 e 1980) e a Andrade Gutierrez optaram por uma gestão mais política nos negócios. A Mendes pretende sair dos atacados de menor porte e de muita exposição política, principalmente na capital de São Paulo. A opção dos Valle Mendes, agora na terceira geração, é capitalizar o Grupo Mendes Júnior para as novas oportunidades. Isso inclui o retorno ao mercado externo, mas com estratégia diferente de quando desembarcou com o primeiro projeto no Iraque, em 1974, para construção de rodovias – depois vieram ferrovias, irrigação etc. A empreiteira de Murilo Valle Mendes acabou saindo do país, por conta da guerra contra com o Kwait e a consequente invasão (primeira) pelos Estados Unidos, em  1990, deixando um patrimônio em máquinas estimado em mais de US$ 200 milhões (valor histórico).

Andrade Gutierrez
A Andrade Gutierrez, outra empresa mineira, por sua vez, vai redobrar a cautela. No Grupo, a ordem é também fazer caixa e avançar com estudos para as probalidades no day after do imbróglio que a estiagem aprontou para o Governo Dilma, impedindo a imediata redução nas tarifas, que seria para valer a partir do primeiro dia.

R$ 6 bilhões
Ouvido por este blog, um especialista em tarifas do setor público (dos serviços concessionados) prevê bons negócios no setor elétrico  para grupos que conseguirem alavancar de R$ 4,7 bilhões a R$ 6 bilhões. Mas os acionistas terão que estar preparados para uma redução ou até postergação de parte dos recebimentos dos lucros, juros sobre o capital e outros dividendos. Além disso, disso alguns conglomerados de empreiteiras deverão sacar parte das reservas de lucros na capitalização como forma de melhorar os balanços para o mercado de bancos, pensando na hipótese de recorrer à contratação de capital.

Em abril
As danças que as empreiteiras preparam ficarão mais visíveis com a aproximação da segunda quinzena de abril, a estação das Assembleias Gerais Ordinárias (AGOs). É quando acionistas decidem os rumos das companhias.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

“Plano 2010” foi ignorado

09/01/2013
Os apuros do Governo Dilma Rousseff diante da hipótese de ter que adotar alguma medida restritiva – racionamento, contingenciamento etc. – no abastecimento de energia elétrica, é um convite para olharmos a falta de continuidade na administração pública federal. Está tudo registrado em decretos, portarias, normas, instruções normativas, publicações no “Diário Oficial da União” etc. que são jogados fora quando o governo muda de partido (às vezes, até de chefes de áreas).
No início do último governo da ditadura militar (1979-1985), do general João Baptista de Figueiredo, o então ministro das Minas e Energia, César Cals (engenheiro civil, coronel do Exército, político, ex-governador do Ceará, etc.), em toda entrevista com jornalistas da área de economia falava do “Plano 2010” para o setor elétrico. O plano estava sobre as mesas dos chefes da Eletrobras e do antigo Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica (DNAEE – atual Agência Nacional de Energia Elétrica, a Aneel).
Apesar do nome, o plano não era para ser executado até 2010. Era para bem antes: 1990. César Cals pregava o risco de faltar energia nos anos seguintes e alertava as indústrias para o perigo de déficits em geração e gargalos na transmissão. O programa previa que, até 1990, o Brasil deveria ter um conjunto de usinas hidrelétricas (UHEs) com capacidade instalada de geração para 100 milhões de quilowatts (100 mil megawatts). Seriam construídas ao redor de 300 (297) barragens para fins de geração de energia no país. Mas, em 2010, vinte anos depois, a participação das UHEs na matriz da energia elétrica era de 89,9 mil MW, para o total de 115,48 mil MW (fonte: MME/PDE 2008-2017).
A barreira que o plano defendido, desde 1981, por César Cals previa ultrapassar em 1990 só ocorrerá na virada 2014/2015 (MME/PDE 2008-2017).

Vai desaguar no CMN
A primeira posição política concreta do Governo (fora dos discursos ideológicos de governo, do ministro Edison Lobão, da Minas e Energia, e da presidente Dilma) para o problema elétrico deverá ocorrer apenas na reunião mensal do Conselho Monetário Nacional (CMN), dia 31.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Blindados obsoletos da Alemanha

08/01/2013
Não será por falta de um novo escândalo que os parlamentares do Congresso Nacional deixarão de criar outra Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mês que vem. É voz comum no Legislativo e Executivo que o Ministério da Defesa micou ao comprar 239 carros de combate reformados da Alemanha. Foram 239 unidades, sendo 220 da série Leopard 1A5, entregues em sete lotes – até outubro de 2011. O material bélico desembarcou no porto de Rio Grande (RS) e, em fevereiro do ano passado, foi “vistoriado” pelo ministro da Defesa, Celso Amorim, um diplomata de carreira e Chanceler no Governo Lula - ou seja, não se trata de um oficial-general. O questionamento é o seguinte: se o país não poderia ter feito o mesmo gasto comprando um lote menor de blindados, porém, competitivos em sua missão por mais uma década.
A série repassada pela Alemanha será peça obsoleta nas linhas do mesmo fornecedor, a Krauss-Maffei Wegmann (KMW) a partir de 2015. A venda da esperta KMW custou ao país mais de R$ 200 milhões (€ 75 milhões, na cotação das 15h). Ou seja, somando os gastos nessas sucatas com a campanha do Exército na ocupação do complexo do Morro do Alemão, no Rio, outros R$ 333 milhões (€ 124,9 milhões), o Governo pagaria com sobras de caixa o desembolso de R$ 342,4 milhões ( 128,4 milhões) pelos 40 blindados Guarani, encomendados à Iveco (Grupo Fiat), de Sete Lagoas (MG).
A mesma KMW, conforme noticiou, em fins de dezembro, o jornal “Bild am Sonntag”, ofereceu 30 modernos utilitários Dingo 2 NBC (nuclear, biological and chemical) para o sistema defensivo da Arábia Saudita. A compra é de 100 milhões, coisa que os gastos com o Exército no Morro Alemão bancariam facilmente.
Sucatas de F-5
Movido por enorme paixão às sucatas de guerra, em meados de 2012, o Governo gastou US$ 55 milhões na compra de caças F-5 usados da Jordânia. Vai desembolsar outros milhões com a reforma, contratada à Embraer.   
Rodízio
Os prefeitos das capitais que serão sede dos jogos da Copa das Confederações receberão do Governo (Ministério das Cidades) pedido de avaliação para aplicação de rodízio na circulação de veículos, a exemplo do que fez São Paulo nos dias de semana.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Redação é a caixa preta

07/01/2013
O Governo do PT criou o regime de cotas para o acesso ao ensino público superior. Isso contraria o direito da igualdade entre os cidadãos defendido na Carta das Nações Unidas e na Constituição Federal do Brasil. O correto, o justo e o sério, seria criar e executar um projeto que, no mínimo, nivelasse os ensinos públicos fundamental e médio ao das melhores escolas privadas.
Mas agindo de forma política, jogando sempre para as eleições, só resta ao Governo (com apoio da Justiça), esconder a sujeira do ensino para debaixo do tapete: blindar as correções das redações que acompanham as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que garantem acesso em 101 instituições, via Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Com raras exceções, alunos do ensino público estão bem abaixo da média de conhecimento dos candidatos que concluíram o ensino Médio nas escolas particulares.
Então, para o Governo, blindar as redações do Enen é o mesmo que não entregar a caixa preta que esconde as mazelas do ensino público do país. Com um sistema cada vez mais xiita de cotas (bolsa de vantagens), no qual só faltam critérios religiosos, simpatia por clube de futebol e filiação partidária, o Palácio do Planalto decretou que o ensino superior nas universidades oficiais deva ter a qualidade daquilo que é aplicado nos níveis fundamental e médio nas salas das escolas públicas.
É lamentável, pois o país não é do PT (nem da base aliada). O país não merece essa commodity do retrocesso, enquanto outras nações avançam por via mais inteligente: compromisso com a qualidade na base do ensino.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Governo pune a produção

03/01/2013
As coletâneas de trabalhos produzidas nas academias e entidades de classe e corporativas brasileiras repetem pregações e promessas de décadas. E o país não implementa as soluções apresentadas e, como consequência, pouco avança. O país parece mesmo, a despeito da publicidade oficial, “deitado eternamente em berço esplêndido”. Algumas soluções propostas são tão básicas que, mesmo amarelando à espera da implementação, parecem ter saído de fóruns realizados nestes três primeiros dias de janeiro de 2013. Exemplo clássico está no texto da “Sessão Temática - Tributação e os desafios para a indústria”, no documento de trabalho “Recomendações e propostas” das conclusões do 3º Encontro Nacional da Indústria – 2008.
Do encontro, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), participaram ao redor de 1.000 líderes industriais. O evento simbolizou o encerramento de um ciclo de quatro meses de debates “sobre como fazer o Brasil crescer melhor” na visão de dirigentes de associações setoriais, sindicatos e das federações estaduais. Ao longo de 2007, aquelas lideranças edificaram mais de 500 propostas para “melhoria do ambiente de negócios e para o desenvolvimento do Brasil”.
O enredo exibido pela indústria para a questão da política tributária, discutida em 2007, continua atual. O documento abre assim:
Tributação e os desafios para a indústria
A má qualidade do sistema tributário e o elevado volume de recursos por ele recolhido contribuem decisivamente para o baixo potencial de crescimento da economia brasileira.
Os problemas do sistema são muitos. A estrutura tributária é composta por um grande número de impostos e contribuições. A legislação complexa e a incidência cumulativa distorcem os preços relativos e provocam alocação menos eficiente dos recursos produtivos. Finalmente, o sistema onera os investimentos produtivos e não permite a completa desoneração do sistema.
Os efeitos negativos do sistema tributário são potencializados em função do montante de recursos por ele recolhido. A tributação no Brasil é excessiva e crescente. A carga tributária aumentou mais de 10 pontos percentuais nos últimos 15 anos. Passou de 25% do PIB, em 1992, para 35%, em 2007.
Reverter esta situação exige alterações profundas que criem um sistema tributário de qualidade, atualizado e orientado para o crescimento e a competividade. Além disso, requer um efetivo controle do crescimento dos gastos públicos e um aumento da eficiência na aplicação dos recursos, de modo a proporcionar uma redução da carga tributária (...)”.
Cine Brasil(zinho)
Enquanto isso... Entre personagens do chamado núcleo político do ‘mensalão’, um investigado, processado e condenado à prisão pela Suprema Corte, voltará às mordomias de parlamentar no Congresso Nacional. Terá, novamente, a boa vida com o polpudo salário e mordomias oficiais (em dinheiro vivo e conforto) por conta dos cofres públicos (do povo e empresas que geram empregos).